Construção enxuta não é comprar insumos pelo menor preço

Uso de materiais sem qualidade faz com que a construção extrapole o orçamento e eleve os gastos com mão de obra

Guilherme Laini Silveira: o que mais consome tempo e recursos em uma obra é a mão de obra. Crédito: Kelly Knevels
Guilherme Laini Silveira: o que mais consome tempo e recursos em uma obra é a mão de obra. Crédito: Kelly Knevels

O conceito de construção enxuta não significa economizar nos insumos, como podem crer alguns construtores. Pelo contrário, construção enxuta é investir em qualidade e em economia de tempo, e não no menor preço. Foi sobre esse tema que o engenheiro-estrutural Guilherme Laini Silveira palestrou no We Shape Innovation 2018, realizado recentemente em Curitiba-PR.

O engenheiro alertou que boa parte dos construtores que atua com métodos convencionais acaba trabalhando com uma “falsa curva ABC”, imaginando que investir em insumos baratos e em grande quantidade de mão de obra vai permitir entregar o empreendimento com mais rapidez e custo menor. “Isso é um erro”, afirma.

De acordo com Guilherme Laini Silveira, o uso de materiais de construção sem qualidade pode fazer com que, na outra ponta, o custo da mão de obra extrapole, e muito, o preço estimado da obra. Seja por causa da necessidade de empregar mais trabalhadores, seja devido ao risco de retrabalho ao longo das várias etapas da construção – da concretagem ao acabamento.   

Por isso, “otimizar” o valor dos insumos não resulta em um saldo positivo para a obra. O engenheiro faz a seguinte analogia: “Se eu comprar o tijolo mais barato, ele vai ser mais irregular e vai precisar de mais argamassa. Se eu comprar a argamassa mais barata, vou precisar de mais demão de tinta. Se eu comprar a tinta mais barata, terei que pintar mais vezes.”

Saiba como construir com qualidade e sem extrapolar custos

O mesmo vale também para o construtor que economiza no concreto, pensando que isso trará lucro à obra. Guilherme Laini Silveira afirma que quem faz isso é induzido ao erro. “No método convencional, por causa da falsa curva ABC, o projetista é levado a crer que os insumos mais caros da estrutura são aço, concreto e fôrmas. Porém, na verdadeira curva ABC, é a mão de obra a parte mais cara na concepção da estrutura. Ela pode responder por até 60% dos custos”, alerta.

Como, então, construir com qualidade e sem extrapolar custos? O conceito defendido pelo palestrante é de que o engenheiro-projetista tenha influência sobre a obra, permitindo que projeto estrutural converse com as outras etapas da construção e facilite também a comunicação com os fornecedores. “Um projeto que economiza no concreto pode, no máximo, gerar 1,5% de economia no custo final da obra. Já um projeto que economiza na mão de obra traz economia de 6% ao custo final da obra”, cita.

Em sua palestra, o engenheiro-projetista define que na construção enxuta é importante reduzir os custos do que não agrega valor na obra. Entre eles, o transporte. “Se o construtor opta por fôrmas de madeira por achar que são mais baratas, é importante considerar o custo a mais que ele terá no transporte das escoras e também na montagem. Fôrmas metálicas levam dois dias para montar uma laje, enquanto a mesma equipe leva quatro dias para montar as fôrmas de madeira”, revela, concluindo que obras que possuem curva de aprendizado e sistema de gestão integrado conseguem, de fato, realizar construções enxutas com qualidade.

Ouça o áudio da palestra:


Entrevistado
Reportagem com base na palestra do engenheiro civil Guilherme Laini Silveira, diretor da Optima
Estrutural, na We Shape Innovation 2018
Contato: contato@wsievents.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Massa Cinzenta

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