Construção de edifícios altos exige modelos estruturais diferenciados
Empreendimentos com mais de 100 metros de altura não podem prescindir de testes em túnel de vento, classes especiais de concreto e engenheiros com experiência.
Por: Altair SAntos
O Brasil ainda não atingiu o estágio dos arranha-céus com mais de 100 andares, mas a engenharia estrutural do país já convive com um novo patamar de edifícios. Atualmente, não é raro despontarem prédios com altura acima de 100 metros nas principais metrópoles brasileiras. Sob o ponto de vista construtivo, são projetos que carecem de cuidados especiais. “Não se pode pensar em projetar este tipo de edifício sem o consumo de muitas horas na análise do modelo estrutural”, explica Augusto Guimarães Pedreira de Freitas, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade da ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural).
Empreendimentos que pretendem atingir uma altura superior a 100 metros têm requisitos diferenciados em relação a prédios com menos pavimentos. Entre eles, a forma de cálculo. “Não são todos os escritórios capacitados para este tipo de estrutura”, lembra Augusto Guimarães Pedreira de Freitas, que ressalta que a parceria com a arquitetura passa a ser fundamental neste tipo de edificação: “Não tem como desenvolver estes prédios sem uma adequação grande da arquitetura ao sistema estrutural, que precisa ser composto por conjuntos de estruturas aporticadas e pilares-paredes. Isto deve estar bem inserido na planta de arquitetura.”
Outro ponto fundamental para projetos desta envergadura envolve testes em túnel de vento. “Para os edifícios altos, obviamente o vento é uma carga muito importante, que deve ser tratada como tal. Essa carga e o tipo de fundação, no entanto, não limitam a altura do edifício do ponto de vista técnico. Podem sim, limitar do ponto de vista econômico, pois a solução pode ficar muito cara para a viabilidade do empreendimento. Por isso, ressalto, a parceria com a arquitetura é muito importante. A solução de arquitetura deve levar em conta os recursos do sistema estrutural necessário, onde existir situações em que haja fatores adversos”, alerta o dirigente da ABECE.
Descuidos nos sistemas complementares de projetos para edifícios superaltos podem causar patologias como fissuras nas alvenarias de vedação e na interface com a estrutura. Por isso, para prédios acima de 80 metros, é obrigatório um projeto tanto de alvenaria de vedação quanto de revestimentos internos e de fachada. “Obviamente, a movimentação deste tipo de prédio não é pequena e este fator deve ser levado em conta nos sistemas complementares de vedação e acabamento”, ressalta Augusto Guimarães Pedreira de Freitas.
Outra exigência para projetos desta envergadura está relacionada à qualidade do concreto. “A classe do concreto aumenta. Para estas alturas, o ponto de partida é o C40, mas concretos ainda mais altos são cada vez mais comuns. Estes concretos, obviamente, têm uma importância enorme e situações de não conformidade, tão comuns ultimamente, são inadmissíveis. Para isto, é fundamental que se tenha um engenheiro responsável pelo controle tecnológico garantindo esta conformidade”, pondera o vice-presidente de Tecnologia e Qualidade da ABECE, que conclui que o essencial para este tipo de empreendimento é que a equipe de obras tenha um requisito básico: experiência.
A ABECE promoveu nos dias 26 e 27 de outubro de 2011 o 14º ENECE (Encontro Nacional de Engenharia e Consultoria Estrutural). Os projetos de edifícios com mais de 100 metros de altura fizeram parte dos debates. Uma das palestras tratou do dimensionamento para concretos de classes mais altas e da revisão da NBR 6118 – Projeto de Estruturas de Concreto.
Entrevistado
Augusto Guimarães Pedreira de Freitas, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade da ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural)
Currículo
– Graduado em engenharia civil pela EPUSP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) em 1988
– Possui especialização em vários cursos de extensão na área de projeto estrutural de concreto armado e protendido, alvenaria estrutural e garantia de qualidade
– É sócio e diretor administrativo do Escritório Pedreira de Freitas S/C Ltda
– Ocupa a vice-presidência de Tecnologia e Qualidade da ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural)
Contato: prefixocom@terra.com.br (assessoria de imprensa)
Créditos fotos: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
Cadastre-se no Massa Cinzenta e fique por dentro do mundo da construção civil.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Massa Cinzenta
Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.
15/05/2024
MASP realiza o maior projeto de restauro desde a sua inauguração
MASP passa por obras de restauro em suas estruturas. Crédito: Assessoria de Imprensa / MASP Quem passa pela Avenida Paulista vem notando uma diferença significativa na…
18/12/2024
Obras da Linha 2 do Metrô de Belo Horizonte foram iniciadas
Em setembro de 2024, tiveram início as obras da Linha 2 do Metrô de Belo Horizonte. Com uma extensão de 10,5 km e sete novas estações, a linha conectará a Estação Nova Suíça ao…
18/12/2024
Construção civil deve encerrar com crescimento de 4,1% em 2024 e superar a média nacional do PIB
O ano de 2024 marcou um período de crescimento expressivo para a construção civil no Brasil. Segundo o IBGE, o setor cresceu 4,1% no acumulado dos três primeiros trimestres,…
18/12/2024
Prêmio CBIC de Inovação e Sustentabilidade bate recorde de inscrições com projetos que transformam o setor da construção
A 25ª edição do Prêmio CBIC de Inovação e Sustentabilidade alcançou um marco inédito, com 101 inscrições de projetos que propõem soluções inovadoras e sustentáveis para a…
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.
Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS
Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32
Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40
Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.
Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI
O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.