Construção civil registrou aumento de mulheres na área
A participação de mulheres com carteira assinada no setor cresceu em 5,5%
O setor da construção civil sempre foi conhecido pela baixa participação de mulheres. No entanto, aos poucos, este cenário vem mudando. Pelo menos é o que mostra o Painel da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). De acordo com dados divulgados em 2020 pelo Ministério do Trabalho, a participação de mulheres com carteira assinada na área aumentou 5,5%, em relação ao ano anterior. Além disso, o número de postos de trabalho ocupados por mulheres aumentou de 205.033 em 2019 para 216.330 em 2020.
Em fevereiro de 2022, o Sistema Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia) /Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) e Mútua também comemoraram o número de profissionais mulheres inscritas: 200 mil engenheiras, agrônomas, meteorologistas, geógrafas, geólogas, enfim, todas as mulheres representadas nas profissões que compõem o Sistema.
A engenheira e diretora de normas técnicas da ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural), Suely Bueno, que atua na área de projetos, conta que há muito tempo tem havido um aumento de mulheres no seu setor. “Há reuniões que fazemos em determinados projetos, em que 100% dos participantes são mulheres. Na área de projetos, não há a menor dúvida de que tenha ocorrido esse aumento expressivo. No escritório do qual sou sócia, que já tem 60 anos de história, hoje a maior parte da equipe é de mulheres. Já na parte de obras, da construção civil, vemos muitas mulheres na parte gerencial. Mas também é possível perceber um aumento de mulheres na prestação de serviços, colocando o gesso ou assentando alvenaria, por exemplo”, comenta.
Sobretudo, este aumento acompanha o interesse feminino pelos cursos de engenharia. “Elas perceberam que não existem barreiras para ser engenheiras. A partir do instante em que as mulheres foram entrando na faculdade e se formando, elas foram naturalmente sendo contratadas. Quando eu entrei na faculdade, em 1971, havia 600 vagas para todas as especialidades de engenharia. Na época, havia 24 meninas e o restante eram todos meninos. Obviamente, iriam contratar mais homens para o mercado de trabalho. Hoje, acredito que este número de mulheres seja bem maior. Então, é natural que haja mais contratadas”, aponta Suely.
Na opinião de Suely, o fato de ser mulher nunca a impediu de fazer nada e nunca sentiu nenhum empecilho no mercado de trabalho. “Nunca percebi uma situação em que uma mulher foi preterida. O único desafio pelo qual passei foi mais no início da carreira – não por ser do gênero feminino, mas por parecer muito jovem. Entretanto, aos poucos fui mostrando meu trabalho e minha capacidade, o que fez com que eu me destacasse e ganhasse espaço”, lembra Suely.
Mulheres nas áreas de engenharia, tecnologia e exatas
Para incentivar a participação feminina nas áreas de engenharia, tecnologia e exatas, as estudantes Mariah Eduarda Furman, do curso de Engenharia de Produção (Universidade Positivo); Gabriele De Medeiros Scarante, do curso de Física (PUC-PR); e Isabela Semeniuk, do curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia (Universidade Positivo); criaram o projeto “A Derivada Feminina”. Por meio das redes sociais, as alunas compartilham notícias e conteúdos relacionados à presença e ao interesse de mulheres por estes cursos. Além disso, as estudantes sempre procuram mostrar exemplos de figuras femininas que se destacaram nestes setores.
“Este projeto se iniciou quando eu passei no processo seletivo para ser monitora de Modelagem Matemática. Quando veio o resultado, a professora ficou feliz porque só meninas passaram no teste. Foi então que ela comentou conosco que seria legal ter um projeto que incentivasse as meninas a entrarem na área de exatas. Aos poucos, ele foi ganhando corpo e ficou mais abrangente, compreendendo não só os cursos de engenharia, mas a área de exatas como um todo”, explica Mariah Eduarda Furman, estudante de Engenharia da Produção da Universidade Positivo e dirigente do CREAJr-PR.
Mariah acredita que, embora seja uma área predominantemente masculina, as mulheres têm se interessado cada vez mais. “Na minha turma de Engenharia de Produção, por exemplo, há 14 meninos e 5 meninas. Mas na sala do primeiro ano, por exemplo, já vejo mais meninas, o que me deixa bem feliz”, conclui.
Entrevistadas
Suely Bueno é Engenheira Civil pela EPUSP e sócia do escritório JKMF Engenharia. Também atua como conselheira e diretora de normas técnicas da ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural).
Mariah Eduarda Furman é estudante de Engenharia da Produção da Universidade Positivo e dirigente do CREAJr-PR.
Contatos
ABECE: prefixo@prefixocomunicacao.com.br
A Derivada Feminina: aderivadafeminina@outlook.com
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
Cadastre-se no Massa Cinzenta e fique por dentro do mundo da construção civil.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Massa Cinzenta
Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.
15/05/2024
MASP realiza o maior projeto de restauro desde a sua inauguração
MASP passa por obras de restauro em suas estruturas. Crédito: Assessoria de Imprensa / MASP Quem passa pela Avenida Paulista vem notando uma diferença significativa na…
19/11/2024
Restauração da SC-305 começa a receber whitetopping ainda este ano e deve impulsionar indústrias, agricultura e pecuária
Rodovia terá sub-base de macadame e base de Concreto Compactado com Rolo (CCR). Crédito: Divulgação/SIE Uma importante transformação está em andamento na rodovia SC-305, que…
19/11/2024
Como usar a engenharia para contenção de tsunamis e erosão costeira?
No caso do muro de contenções, planejamento precisa considerar cenários extremos para garantir sua eficácia. Crédito: Envato A engenharia pode desempenhar um papel essencial…
19/11/2024
Tendência em alta: avanço de IA, IoT e robótica na construção permite crescimento das cidades inteligentes
O conceito de cidades inteligentes, com foco em conectividade e sustentabilidade, está ganhando destaque mundialmente. Segundo pesquisa realizada pela Mordor Intelligence, o…
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.
Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS
Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32
Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40
Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.
Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI
O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.