Construção civil gera quase 15% das vagas formais no Brasil
Setor registra saldo superior a 100 mil novas admissões no acumulado do ano e emprega quase 2,3 milhões
Desde junho de 2020, a construção civil tem sido responsável por gerar quase 15% (14,43%) de todas as vagas formais ofertadas no mercado de trabalho brasileiro. Outro dado relevante é que desde janeiro o setor já ofertou 102.108 empregos com carteira assinada, apesar da pandemia de COVID-19. Estima-se que, se não fosse a retração causada pela doença, a construção civil fecharia o ano empregando 2 milhões e 500 mil trabalhadores.
Atualmente, o volume está em 2 milhões e 269 mil vagas. “O setor não só recuperou as vagas que perdeu de março a maio como já registra saldo superior a 100 mil novas vagas no acumulado do ano, o que demonstra toda a força e importância da indústria da construção no processo de recuperação da economia nacional”, diz a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.
Outros medidores de desempenho da construção civil mostram a tendência de que a geração de novas vagas prossiga também em novembro. Um deles é o Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getúlio Vargas, que atingiu 95,2 pontos – o maior desde março de 2014 (96,3). Mais um número relevante é o que avalia a capacidade instalada da indústria da construção. Outubro fechou com 66,1% quanto à atividade de máquinas e equipamentos e 75,9% no que se refere à mão de obra.
Significa dizer que o setor está operando com alta produtividade. Para confirmar o momento positivo, o levantamento da Fundação Getúlio Vargas coincide com as sondagens da Confederação Nacional da Indústria (CNI), ou seja, a confiança do empresário da construção mantém-se em viés de alta e com números que não eram registrados desde 2012, quando o país tinha dois megaeventos puxando obras (Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016) e o programa Minha Casa Minha Vida vivia seu auge.
Capitais da região sudeste lideram em volume de geração de empregos
Em outubro, as capitais que mais empregaram na construção civil foram São Paulo-SP, Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA, Belo Horizonte-MG e Brasília-DF. Já a que menos empregou foi Porto Alegre-RS, seguida de Recife-PE. Segundo a economista Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV e do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), o que explica o crescimento da construção mesmo em período de pandemia é o impulso dado ao mercado imobiliário pelas taxas de juros em níveis historicamente baixos. Outro fator é que as prefeituras decidiram desengavetar obras no 1º semestre de 2020, a fim de estimular a geração de empregos.
Para Renato da Fonseca, gerente-executivo de economia da CNI (Confederação Nacional da Indústria) esse crescimento registrado na construção civil – principalmente no segundo semestre de 2020 – precisa de algumas ações do governo para se tornar sustentável e seguir em 2021. “O alto custo da energia elétrica e o alto custo tributário estão entre eles. São fatores que afetam a agenda de competitividade e que reforçam a necessidade de uma reforma tributária urgente. Se isso for feito, a construção civil tem condições de contribuir fortemente para que o Brasil cresça 2% em 2021”, avalia.
Entrevistado
Ministério da Economia (via assessoria de imprensa), Fundação Getúlio Vargas (via assessoria de imprensa) e Confederação Nacional da Indústria (via assessoria de imprensa)
Contatos
imprensa@economia.gov.br
assessoria.fgv@insightnet.com.br
imprensa@cni.com.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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