Construção civil descobre o alpinismo industrial
Obras que exigem trabalho em altitudes acima de 40 metros podem economizar tempo e dinheiro trocando os andaimes pelos escaladores.
Obras que exigem trabalho em altitudes acima de 40 metros podem economizar tempo e dinheiro trocando os andaimes pelos escaladores
Por: Altair Santos
Segundo a NR 18, norma que trata da segurança de andaimes e plataformas de trabalho, a altura máxima para o uso de equipamentos fachadeiros não deve exceder 40 metros. O recomendável é que obras que requeiram instalações ou inspeções acima dessa altitude utilizem alternativas como o alpinismo industrial. No Brasil, a técnica de trabalho com uso de cordas tem conseguido expandir o mercado, ganhando espaço entre grandes obras, como usinas eólicas, hidrelétricas, prédios com altura acima de 50 metros e estádios de futebol.
Além de superar obstáculos que tornam-se mais difíceis para os andaimes, o alpinismo industrial tem a vantagem de ter um custo menor. No caso dos andaimes fachadeiros – os mais utilizados na construção civil -, o preço médio é de R$ 18,00 por instalação e desmontagem do metro quadrado e a diária, dependendo da região do país, pode variar de R$ 180,00 a R$ 350,00. Há ainda o valor do frete, que também varia de região para região e pode chegar a R$ 30,00 por peça.
No caso do alpinismo industrial, o pacote fechado (montagem do equipamento e custo do profissional) tem custo médio de R$ 150 por dia. “Para a obra, a diferença de custo é enorme. Além disso, tem toda a vantagem da logística”, explica o instrutor Alessandro Carvalho, da empresa Acesso Vertical, que ministra cursos para quem quer atuar neste setor. Para formar alpinistas, as empresas que atuam no setor precisam ter a certificação IRATA (sigla em inglês de Associação Comercial de Alpinismo Industrial. O trabalho industrial de acesso por corda foi desenvolvido nos últimos 20 anos pelo IRATA Internacional, única associação ligada ao trabalho em altura no mundo.
Com a industrialização da construção civil, e o uso crescente de estruturas pré-fabricadas, o alpinismo industrial passa a ser requisitado tanto para empreendimentos habitacionais quanto para obras de infraestrutura, como pontes e viadutos. “Há um mercado crescente também na área de inspeções e instalação de fachadas. Tanto é que engenheiros civis têm procurado o curso”, diz o especialista, lembrando que as obras voltadas para a Copa do Mundo de 2014 abriram mais um espaço: a instalação de coberturas nos estádios.
Atualmente, 20 profissionais atuam no Mineirão, em Belo Horizonte/MG, com a incumbência de montar a membrana autolimpante sobre a estrutura metálica construída a partir da marquise de concreto armado do estádio. O material, feito de dióxido de titânio, permite passagem de luz natural e oferece resistência contra intempéries. Cada membrana tem 2,2 metros de largura por 6 metros de comprimento. No total, são 13 mil m² de material, com peso totalizando 17 mil quilos. Os alpinistas industriais manejam o material a partir das passarelas laterais montadas na cobertura metálica.
O grupo trabalha a uma altura de 40 metros. Entre os equipamentos de segurança estão capacete, cinto de segurança, cordas, talabartes, trava-quedas, freios, descensores, conjunto de ascensores (peitoral e punho) e mosquetões. O conjunto completo de segurança chega a pesar 12 quilos. No caso do Mineirão, todos os profissionais têm a qualificação máxima da IRATA, que vai de 1 a 3. Significa que possuem mais de mil horas de treinamento. “O escalador industrial não precisa ser um herói na corda, mas precisa dominar as técnicas e entender os conceitos de segurança”, alerta Alessandro Carvalho.
Veja vídeo de alpinistas industriais atuando no Mineirão: clique aqui
Entrevistado
Alessandro Carvalho, treinador e instrutor de alpinismo industrial
Currículo
Graduado em educação física, tem certificação IRATA para ser instrutor e diversos cursos técnicos
Contato: carvalhon3@hotmail.com
Créditos fotos: Divulgação / Sylvio Coutinho/Agência Minas
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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