Conheça alguns pavilhões da ExpoXangai 2010
Exposição que abriu em 1° de maio reúne 190 países e mais de 50 organizações internacionais. Arquitetos e designers entraram na disputa pelo pavilhão mais chamativo
Exposição que abriu em 1° de maio reúne 190 países e mais de 50 organizações internacionais. Arquitetos e designers entraram na disputa pelo pavilhão mais chamativo
As portas da World Expo 2010 em Xangai foram abertas para o público no dia 1° de maio. Com o tema Melhor Cidade, Melhor Vida, o evento reúne 190 países e mais de 50 organizações internacionais, divididos em cinco zonas da exposição dentro do distrito de Pudong. A previsão é que 70 milhões de pessoas visitem o evento até seu término, dia 31 de outubro.
Levantando uma preocupação internacional sobre desenvolvimento urbano sustentável, a Expo 2010 conta com mais de 100 pavilhões, cujas próprias estruturas arquitetônicas circulam sobre o tema. O Brasil finalmente terá um pavilhão próprio – a última vez foi em 1970, quando Paulo Mendes da Rocha projetou o pavilhão em Osaka. Durante 40 anos, dividimos pavilhões-padrão com outros países, como na última Expo, em Zaragoza, ou até mesmo quando se fez um concurso: em 1992, apesar de ter havido um concurso com projeto de Alvaro Puntoni, Angelo Bucci e José Oswaldo Vilela, decidiu-se não construir um pavilhão e dividir um com outros países.
O pavilhão do Brasil, desenvolvido pelo escritório Fernando Brandão, possui uma fachada produzida com pedaços sobrepostos de madeira reciclada e pintada de verde, apoiados em uma estrutura metálica. Brandão foi vencedor do concurso criado pela AsBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura) em parceria com a APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) – em um concurso fechado aos associados AsBEA, em que os interessados tiveram de apresentar um projeto de ideias em dez dias.
Brandão criou a marca de um “Brasil de braços abertos”, como o arquiteto explica, com dois parênteses invertidos, instalado na frente do Pavilhão. A ideia de pulsação, por sua vez, está em toda fachada com os pequenos pedaços de madeira que parecem estar vibrando. Fã dos irmãos Campana, Brandão explica que tentou se apropriar da linguagem da dupla de designers para a criação dessa fachada.
Localizado na zona C da Expo, o projeto foi desenvolvido em um pavilhão de 1500m², que os organizadores da exposição alugam aos países que optam em não construir uma edificação própria. Com um mezanino apenas para os comissários e imprensa, o pavilhão possui um pavimento de 900 m² de área útil, dividido em seções que trazem vídeos interativos da produtora O2 sobre as torcidas de futebol, os cotidianos dos trabalhadores, as festas comemorativas, a diversidade racial, o turismo e a sustentabilidade.
Outros pavilhões
Há de tudo na Expo para chamar a atenção, e arquitetos e designers entraram na disputa pelo pavilhão mais chamativo. Alguns atraem por serem inusitados, outros pela boa arquitetura.
Um dos mais bem comentados é o pavilhão da Dinamarca, assinado pelo escritório BIG com a Arup e a 2+1 – interessante não apenas pelo ponto de vista estrutural e arquitetônico, mas também pelo espírito dinamarquês que representa. O pavilhão tem a forma de um looping, e os visitantes podem conhecê-lo em uma das 1500 bicicletas disponíveis na entrada – o objetivo é experimentar o jeito urbano de viver no país.
O pavilhão britânico, assinado pelo escritório do arquiteto Thomas Heatherwick e orçado em 42 milhões de dólares é um dos mais comentados. Chamado de “Seed Cathedral”, o projeto lembra um ouriço, com mais de 60 mil hastes de acrílico transparente presos na fachada. As organizações britânicas explicam que o formato arrojado é justamente para romper com a visão tradicional que os chineses têm do Reino Unido.
Outro pavilhão que gerou muita polêmica foi o da Holanda. Desenvolvido pelo designer John Kormeling, o projeto é chamado “Joy Street”. Diferentes estruturas urbanas que se tornam harmoniosas por um estilo lúdico, em uma planta no formato de oito – número que segundo as tradições chinesas corresponde à sorte e à fortuna. Kormeling tentou encarnar os estilos arquitetônicos clássicos da Holanda, dentro de uma lógica em que os fatores sustentáveis de construção fossem respeitados.
Mais do que buscar suas origens nacionais, a Turquia desenvolveu um pavilhão com um design que alude aos períodos antes da civilização. Com o tema “Cradle of Civilization”, o pavilhão possui uma fachada inspirada na região de assentamento Catalhoyuk do período neolítico, em que uma estrutura vermelha está sobre o pavilhão pintado de bege.
O pavilhão do país-sede fica na parte central da Expo, com 63 m de altura – no mínimo o triplo de qualquer outro pavilhão. O projeto é do arquiteto chinês He Jingtang, que propôs a celebração de diversos elementos tradicionais chineses – entre eles, a arquitetura, a caligrafia, a jardinagem e o planejamento urbano. Chamado “The Crown of the East” tem marcadas sua verticalidade e simetria. A cobertura é inspirada na dougong, uma técnica construtiva milenar no oriente.
Dentro desta cartela de cores também está o Pavilhão da Espanha, apelidado pelos visitantes como “o cesto”. Com o tema “From the City of Our Parents to the City of Our Children”, a Espanha desenvolveu um pavilhão em que uma estrutura de aço recebe uma vestimenta feita com mais 8 mil painéis de vime na cor marrom, bege e preto – todos tecidos à mão por artesãos na província de Shandong. Este tipo de tecelagem é uma tradição antiga tanto na Espanha quanto na China. O projeto é do escritório catalão Miralles Tagliabue Embt.
Já o pavilhão da Suécia, cujo tema é “Spirit of Innovation”, é composto por quatro edifícios cúbicos, dispostos de forma com que os espaços vazios entre eles formem uma cruz, semelhante à bandeira do país. A fachada tem um design que lembra a grade de uma cidade, já as paredes internas estão cobertas de imagens que lembram a natureza. Com 3 mil m², todo o pavilhão está interligado por passarelas elevadas, que levam os visitantes para os espaços de exposições, loja, café e um grande pátio coberto. O pavilhão foi projetado pelo escritório Sweco, especializado em design e engenharia sustentável.
Inovação também era tema do pavilhão de Israel. Com a proposta de “Innovation for Better Life”, o edifício israelense feito pelo designer Haim Dotan, aparenta ser dois tipos de edificações se entrelaçando. Enquanto um é todo feito de pedra, o outro é de vidro transparente. A ideia foi evidenciar pela arquitetura dualidades como tecnologia e cultura antiga judaica, passado e futuro. O pavilhão é composto basicamente por três áreas: o jardim, que recebe os visitantes que entram no prédio; o “Hall da Luz”, que é a parte do edifício em vidro; e do “Hall of Innovations”, a outra lateral do edifício, que simboliza os laços com a terra e história, e necessidade da reciclagem dos recursos naturais.
Fonte: Piniweb 03/05/2010
Vogg Branded Content Jornalista responsável Vanessa Bordin MTB 00779
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