03/08/2021

Confiança do empresário da construção civil é a maior em 7 anos

Medido pelo FGV-IBRE, índice registrado em julho resulta em geração de mais empregos formais dentro do setor

Quanto maior o índice de confiança, maior a disposição do empresário da construção civil em empreender em novos projetos e gerar empregos Crédito: Renato Alves/Agência Brasília
Quanto maior o índice de confiança, maior a disposição do empresário da construção civil em empreender em novos projetos e gerar empregos
Crédito: Renato Alves/Agência Brasília

O empresário da construção civil está cada vez mais confiante para empreender. É o que demonstra o Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE), e que em julho de 2021 atingiu o maior patamar desde março de 2014. O ICST chegou a 95,7. Há 7 anos havia atingido 96,3. Quanto maior o índice de confiança, maior a disposição do empresário do setor em empreender em novos projetos 

Para a coordenadora de projetos da construção do FGV-IBRE, a economista Ana Maria Castelo, os percentuais positivos de julho mostram uma percepção bastante favorável em relação à evolução da demanda nos próximos meses. “Volta a prevalecer um cenário levemente otimista. Se no segundo semestre de 2020 a alta dos custos contribuiu para derrubar a confiança, em 2021 esse efeito foi atenuado”, avalia. 

O que anima as empresas são os indicadores de demanda e tendência de negócios, também medidos pelo FGV-IBRE e que registraram alta em julho. Consequentemente, 26,7% das construtoras apontam crescimento nas atividades. O percentual é o maior desde 2012. Explicam esse resultado fatores como a demanda consistente por imóvel, as baixas taxas de juros, o incremento do crédito imobiliário, o novo significado da casa própria para as famílias e a melhora das expectativas para a economia. 

Além disso, a confiança do consumidor em alta também estimula o setor a promover novos lançamentos. Em julho, o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) chegou a 82,2, praticamente igualando o número registrado em outubro de 2020, que chegou a 82,4. O índice engloba a percepção da economia, o nível de satisfação com as finanças pessoais e a perspectiva em relação à situação financeira da família. Esses bons números se refletem no ímpeto para comprar, que em julho chegou a 65,2 – pontuações acima de 50 demonstram tendência em consumir. 

No 1º semestre, construção civil gerou 178 mil novas vagas com carteira assinada 

cenário de condições favoráveis também resulta em geração de empregos. A construção civil fechou o 1º semestre de 2021 com saldo positivo de 178 mil novas vagas com carteira assinada. Trata-se de um acréscimo de 7,86% no número de trabalhadores em relação a dezembro de 2020. Em 12 meses, o setor criou 322.697 novos empregos em todo o país. “Isso significa que foram criadas, em média, 1.275 vagas com carteira assinada por dia útil”, ressalta Ieda Vasconcelos, economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC). 

Para Marcelo Azevedo, gerente de análise econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a confiança dos empresários não se limita ao setor da construção e está disseminada em outras áreas. A CNI mede mensalmente 30 setores industriais, através do índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI). Em julho, o ICEI chegou a 62 pontos. Desde maio, esse índice acumula alta de 8,3 pontos, e atualmente se encontra no maior patamar em 11 anos. O ICEI varia entre 0 e 100, sendo que os 50 pontos são a linha de corte entre confiança e falta de confiança. 

Entrevistado
Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE), Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC) e Confederação Nacional da Indústria (CNI)  

Contatos
assessoria.fgv@insightnet.com.br
ascom@cbic.org.br
imprensa@cni.com.br 

Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330


03/08/2021

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