Segredo dos concretos competitivos está na reologia
Restrições ambientais e de sustentabilidade exigem que material tenha cada vez menos água, sem perder a trabalhabilidade
Restrições ambientais e de sustentabilidade exigem que material tenha cada vez menos água, sem perder a trabalhabilidade
Por: Altair Santos
Em uma construção civil cada vez mais competitiva e em busca da eficácia dos materiais, o estudo da reologia do concreto surge como o ponto fora da curva para que as empresas do setor consigam produtos mais sustentáveis, sem perder tempo e dinheiro. Em resumo, esse foi o tema central da palestra do professor da Escola Politécnica da USP, Rafael Pileggi, no Concrete Show 2017, que aconteceu de 23 a 25 de agosto na cidade de São Paulo-SP.
Especialista em engenharia dos materiais, Pileggi lembrou que a reologia é tão antiga quanto a física – até porque, o primeiro reologista foi Isaac Newton, quando formulou a lei fundamental da gravitação. Trata-se da ciência que estuda a relação entre os esforços e a deformação da matéria. “Simplificando, para aquilo que nos interessa, é entender como os materiais escoam ou entram em movimento. Especificamente, o concreto”, diz o professor da USP.
Recentemente, Pileggi passou a se concentrar na pesquisa do estado fresco dos concretos – o que, em geral, ocorre nas primeiras duas horas do material -, e como isso pode trazer ganhos de sustentabilidade e de competitividade para quem produz e consome o produto. Partindo do princípio de que a trabalhabilidade é o grande segredo do concreto, o professor da USP dedicou-se a estudos que permitem produzir materiais eficientes com cada vez menos água.
Concreto do futuro
Daí, o aprofundamento no estudo da reologia do material. “Reologia hoje é dosagem e mistura, e isso impacta no transporte, no lançamento, no adensamento e no acabamento do concreto. O estudo da reologia leva a sistemas mais eficientes, leva a menos consumo de energia no misturador ou no balão da betoneira, e isso é economia de recursos, o que, para as empresas, significa lucro”, descreve Rafael Pileggi, lembrando que o concreto nunca deixará de ser o segundo produto mais consumido no planeta. Porém, lembra, agora ele precisa ser mais sustentável, ter melhor trabalhabilidade e ser menos trabalhoso em seu manuseio.
De acordo com o professor da USP, o concreto do futuro deve atender os seguintes requisitos: emitir menos CO2, consumir menos água, ter fácil utilização, fazer melhor uso dos outros materiais que o compõem (cimento, areia, brita ou fibras), gerar eficiência energética, ser durável e estar apto para a automação. “Ninguém mais quer concreto que dá trabalho. O contratante quer concreto na bomba. Só que o concreto não pode entupir a bomba. Pelo contrário, dependendo da demanda, ele quer concreto autoadensável ou concreto lançado em spray. No futuro próximo, também não vai querer a mão de obra. O cenário é de um concreto lançado e espalhado por robôs. Para se chegar neste futuro, o estudo da reologia do concreto será fundamental”, conclui.
Entrevistado
Engenheiro de materiais Rafael Pileggi, professor da Poli-USP, especialista em materiais cimentícios ecoeficientes (com base em palestra concedida no Concrete Show 2017)
Contato
rafael.pileggi@poli.usp.br
Crédito Fotos: Cia. de Cimento Itambé e Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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