Calcadas em concreto, obras olímpicas saem do papel

Construções de arenas, redes de infraestrutura e empreendimentos de mobilidade urbana aceleram no Rio de Janeiro, para cumprir cronograma do COI

Construções de arenas, redes de infraestrutura e empreendimentos de mobilidade urbana aceleram no Rio de Janeiro, para cumprir cronograma do COI

Por: Altair Santos

Após a Copa do Mundo de 2014, o Comitê Olímpico Internacional visitou o Rio de Janeiro e fez acender a luz amarela. A cidade-sede dos jogos olímpicos de 2016 estava muita atrasada e, nos bastidores, se cogitou até uma mudança de local. A advertência serviu como estímulo. Em pouco tempo, as obras deslancharam e o Rio fecha 2014 com o cronograma praticamente em dia. Para recuperar o tempo perdido, e alavancar a produtividade, houve investimento maciço na construção industrializada do concreto e nas estruturas mistas (concreto e aço). Através destas tecnologias, é possível verificar que o parque olímpico, localizado na Barra da Tijuca, já se torna realidade.

Vista panorâmica do parque olímpico: obras mobilizam 4.500 trabalhadores

A pira olímpica irá se acender no estádio Maracanã no dia 5 de agosto de 2016. Até lá, somando todas as obras – incluindo as de infraestrutura e as de mobilidade urbana -, prefeitura e governo do Rio de Janeiro estimam que o volume de concreto a ser produzido para viabilizar os jogos deverá passar de 1 milhão de m³. Só o complexo Ilha Pura, que abrigará a vila olímpica, e depois será transformado em um condomínio residencial, já consumiu 350 mil m³ do material. Outra parte deste volume também está presente nas obras de infraestrutura subterrânea. São 10,5 km de redes de drenagem, 5,3 km em redes de esgoto, 8,3 km de redes de água, 5 km de redes de incêndio, 5 km de rede de iluminação pública, 9,9 km de rede de média tensão e 21,9 km de redes de telecomunicações.

Para dar conta de tanto concreto, usinas montadas no canteiro de obras do parque olímpico trabalham quase ininterruptamente para processar, cada uma, 65 m³/h para o consórcio que toca o empreendimento: o Rio Mais, formado pelas empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez e Carvalho Hosken. Há ainda as grandes obras de mobilidade espalhadas pela cidade, e que seguem consumindo grandes volumes de concreto. A saber: linha 4 do metrô (120 mil m³), quatro linhas de BRT (Bus Rapid Transit) (70 mil m³), 28 km de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) (23 mil m³) e recuperação e construção de 60 obras de arte (viadutos e pontes), além da abertura de três túneis.

Obras no parque olímpico investem na construção industrializada para cumprir cronograma

Arquitetura nômade

Somente no parque olímpico da Barra da Tijuca, há 4.500 trabalhadores no canteiro de obras. Outros 850 atuam no complexo esportivo de Deodoro, bairro da cidade do Rio de Janeiro que irá sediar algumas competições olímpicas e dos jogos paraolímpicos. Segundo a Empresa Olímpica Municipal (EOM), criada exclusivamente para gerenciar as obras para 2016, está em uso uma arquitetura inédita neste tipo de evento: a arquitetura nômade. Significa que boa parte das estruturas pré-fabricadas poderá ser desmontada e servir para outras obras. No caso do Rio de Janeiro, algumas já têm destinação certa: irão se tornar escolas após os jogos. “Desde o início dos trabalhos foi necessário pensar em como cada equipamento olímpico seria integrado à rotina da cidade pós-evento, que é o verdadeiro legado dos jogos”, diz o presidente da EOM, Joaquim Monteiro de Carvalho.

A expectativa dos organismos governamentais envolvidos com o projeto olímpico é de que, até o final de 2015, 70% das obras estejam concluídas.

Em que estágio estão as obras para os jogos olímpicos:

Parque olímpico
Arenas Cariocas 1, 2 e 3 – Fase final de montagem das estruturas de concreto pré-moldado e da cobertura, com previsão de conclusão no terceiro trimestre de 2015.
Centro de tênis – fundações foram concluídas.
Velódromo – obras estão em fase de fundação.
Arena do Futuro – fundações e montagem da estrutura metálica (pilares principais, vigas principais da cobertura e treliças) foram concluídas.
Estádio Aquático – em fase final de fundações. Estão em andamento a concretagem da laje de piso e a montagem da estrutura metálica das arquibancadas da piscina principal.
Parque Aquático Maria Lenk – Instalação está pronta e necessita apenas de adaptações.
Arena Rio – Instalação está pronta e necessita apenas de adaptações.
Centro Internacional de Transmissão (IBC) – obra está em fase final de montagem da estrutura metálica do prédio e concretagem das lajes.
Centro Principal de Mídia (MPC) – obras de fundações, contenções e concretagem do segundo pavimento foram finalizadas. Estão em andamento as estruturas de concreto (pilares, vigas e lajes) dos níveis subsolo, térreo e mezanino e a concretagem do terceiro pavimento da torre sul.
Campo de Golfe – obras começaram em 2013 e estão dentro do cronograma.
Riocentro – local está pronto e, em 2015, receberá instalações complementares para se adequar às competições.
Complexo esportivo Deodoro
Arena da Juventude – obras estão em fase de terraplenagem e fundações. Foi concluído o estaqueamento e a colocação de blocos está em andamento.
Circuito de canoagem slalom – obras de terraplanagem estão em fase de conclusão e concretagem da laje do lago está em andamento.

Tecnologias que usam estruturas mistas de concreto e aço são empregadas em obras olímpicas

Entrevistado
Empresa Olímpica Municipal (EOM), Secretaria de Obras do Rio de Janeiro (SEOBRAS) e Comitê Organizador dos jogos olímpicos (via assessoria de imprensa)
Contatos
imprensa@empresaolimpica.rio.rj.gov.br
imprensa@obras.rj.gov.br
pressroom@rio2016.com

Crédito Fotos: Renato Sette Camara/EOM

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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