Concreto com fibras sintéticas: maior resistência para obras de pavimentação urbana

Redução da espessura do concreto e vida útil mais prolongada tornam solução competitiva

Governo do Distrito Federal estuda utilizar material para o projeto do Trecho 6 da Estrada Parque Indústrias Gráficas (EPIG). Crédito: Agência Brasília

O uso de concreto com fibras sintéticas representa uma evolução significativa na pavimentação urbana, trazendo vantagens econômicas e de desempenho. Inúmeras cidades ao redor do mundo já utilizam pavimentos de concreto reforçado com fibras, em todos os segmentos, desde ruas e avenidas de tráfego leve a pesado, até rodovias, mas principalmente em locais que necessitam de um pavimento sobre outro existente, conhecido como whitetopping.

O processo de incorporação das fibras sintéticas ao concreto começa na concreteira, adicionando macrofibra estrutural na esteira junto com o agregado graúdo, além dos demais componentes do concreto. Isso garante que as fibras se integrem de maneira homogênea ao concreto, promovendo uma mistura eficiente ao longo do percurso até o descarregamento na obra.

O engenheiro Valter Frigieri, diretor de Planejamento e Mercado da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), explica que as macrofibras sintéticas estruturais são feitas de polipropileno (PP), material que proporciona alta resistência à tração, resistência à alcalinidade do concreto e um alongamento controlado. “Essas fibras são essenciais para aumentar a durabilidade e resistência do concreto, tornando-o mais adaptável a diferentes tipos de esforços”, destaca.

Frigieri ressalta que a adição de macrofibras estruturais ao concreto proporciona um ganho de resistência à tração antes da ruptura e resistência residual após a fissuração. Isso torna o concreto mais resistente à fadiga e aumenta sua vida útil. “Além disso, a inclusão das fibras melhora a ductilidade do material, tornando-o mais capaz de suportar esforços de tração”, complementa.

Viabilidade e custo

Em uma apresentação realizada pela ABCP em Brasília, foram destacadas as características estruturais e de desempenho das macrofibras. “Embora o custo por metro cúbico seja um pouco maior do que o do concreto tradicional, a redução da quantidade de aço e da espessura do concreto torna essa solução mais competitiva“, afirma Frigieri.

Assim, a estrutura proposta para o pavimento reforçado com fibras demonstra ser uma alternativa viável e eficiente. A opção pelo uso de concreto com fibras está sendo avaliada pela Secretaria de Obras do governo do Distrito Federal para o Projeto do Trecho 6 da Estrada Parque Indústrias Gráficas (EPIG).

Em Brasília, a EPIG, importante via de acesso ao Plano Piloto, está sendo requalificada com a implantação do BRT Oeste e a restauração das faixas de tráfego. “Inicialmente, a proposta era usar pavimento flexível, mas, após o estudo de viabilidade da ABCP, optou-se pelo whitetopping, com uma extensão de aproximadamente 6 km”, explica Frigieri. Essa mudança visa aumentar a durabilidade e reduzir a necessidade de manutenção, beneficiando o tráfego leve e servindo como via de escoamento para o Eixo Monumental.

Concreto ideal para pavimentos urbanos e estradas vicinais

O uso desse tipo de pavimento de concreto urbano, apoiado pela ABCP, já é uma realidade em cerca de 150 municípios brasileiros. Em Campinas (SP), o projeto Smart Urba Vila Profeta adotou essa tecnologia, considerando tanto a vantagem financeira quanto as boas práticas de engenharia. Em Piracicaba (SP), cerca de 45 km de avenidas e ruas serão pavimentados com concreto reforçado com fibras, demonstrando resultados promissores em relação à durabilidade e resistência.

Com os avanços tecnológicos, o asfalto está sendo substituído pelo concreto, que, com a adição de macrofibras estruturais como reforço, torna-se ainda mais durável e capaz de suportar cargas pesadas, mesmo com espessuras menores. Isso torna o concreto ideal para pavimentos urbanos e estradas vicinais. “Devido a essas características, o concreto é especialmente eficiente em áreas que requerem maior resistência e durabilidade, como estruturas que suportam tráfego intenso e necessitam de baixa manutenção”, conclui.

Entrevistado
Valter Frigieri é engenheiro de Produção e mestre em Engenharia pela USP, diretor de Planejamento e Mercado da ABCP, coordenador da Plataforma de Inovação Hubic (parceria com a USP), angel investor da Poli Angels e cofundador e membro da Construliga.

Contato/assessoria de imprensa:
daniela.nogueira@fsb.com.br

Jornalista responsável
Ana Carvalho
Vogg Experience

A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.



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