Competição entre arranha-céus favorece engenharia

Grandes edificações que surgem em países árabes estão para a construção civil mundial como a Fórmula 1 para o setor automobilístico.

Grandes edificações que surgem em países árabes estão para a construção civil mundial como a Fórmula 1 para o setor automobilístico

 

Por: Altair Santos

Em novembro de 2011, no Kwait, foi inaugurado o Al Hamra Firdous Tower. Com 411 metros de altura, o empreendimento recoloca o país árabe na rota das megaconstruções. Por causa da guerra do Golfo, nos anos 1990, o Kwait havia paralisado investimentos em obras marcantes da engenharia. Para se reinserir na competição por arranha-céus, não foram poupados recursos em alta tecnologia. A ponto de o Al Hamra ser uma edificação singular. Trata-se do primeiro edifício a utilizar conceitos aerodinâmicos para reduzir o impacto das tempestades de areia, que no Kwait chegam a ter ventos que atingem 80 km/h.

Marcos Monteiro, da Escola de Engenharia Mauá: grandes empreendimentos consolidam tecnologias.

Além de uma estrutura em espiral, a megaconstrução tem duas faces distintas. O lado Norte, voltado para o Golfo Pérsico, recebeu uma fachada toda em vidro. Já o lado Sul, de frente para o deserto, foi totalmente construído em concreto autoadensável e revestido com 16 mil painéis de pedra sabão nas paredes retas e mosaicos do mesmo material nas áreas curvas. A tecnologia não é nova. Foi empreendida pela primeira vez na construção do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. A pedra sabão é considerado um excelente material para absorver a radiação solar, além de suportar altas variações de temperatura e constantes mudanças climáticas.

O Al Hamra Tower consumiu duas mil toneladas de pedra sabão e 500 mil quilos de cimento. Seu projeto ficou a cargo do escritório de arquitetura e engenheria Skidmore, Owings & Merrill (SOM) dos Estados Unidos, enquanto a Ajial Real Estate financiou a obra, que custou R$ 3,6 bilhões. Segundo Marcos Monteiro, professor de estruturas em concreto da Escola de Engenharia Mauá, empreendimentos deste porte estão para a construção civil como a Fórmula 1 para a indústria automobilística. “Essa competição por prédios cada vez mais altos e com arquiteturas ousadas implica na busca de novas tecnologias e materiais, que acabam, mais cedo ou mais tarde, incorporados ao dia a dia da engenharia”, define.

Ainda de acordo com o professor da Escola de Engenharia Mauá, a comunidade técnica acompanha a disputa por arranha-céus como quem assiste a um campeonato. “Ela está sempre atenta, principalmente à concepção que conduza à harmonia entre a arquitetura e os elementos estruturais”, explica, afirmando que hoje, no planeta, os escritórios Skidmore, Owings & Merril, Holvorson & Partners e Thornton-Tomasetti são os que hoje detêm as melhores tecnologias.

Al Hamra Firdous Tower: construído com alta tecnologia, ele recolocou o Kwait na corrida dos arranha-céus.

No entanto, Marcos Monteiro ressalta que a engenharia estrutural brasileira possui conhecimento suficiente para entrar nesta corrida. “O conhecimento técnico para a concepção de edifícios altos está sedimentado. Nossa norma de projeto de estruturas de concreto armado (NBR 6118) é uma norma ISO, podendo ser utilizada internacionalmente. Além disso, somos reconhecidos como uma ótima escola de estruturas, graças aos profissionais da área e trabalhos editados. Um exemplo é o dimensionamento de edifícios altos com o coeficiente z, dos professores Augusto Carlos Vasconcelos e Mário Franco”, ressalta, destacando ainda que a não construção dessas megaestruturas no país está relacionada à realidade econômica e não à capacitação técnica da engenharia nacional.

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Entrevistado
Marcos Monteiro, professor de estruturas em concreto da Escola de Engenharia Mauá, vinculada ao Instituto Mauá de Tecnologia
Currículo

– Engenheiro civil graduado pela Universidade Mackenzie (1988), obtendo prêmios concedidos pelo Instituto de Engenharia e Fundação Maria Luíza e Oscar Americano
– Tem MBA pela Escola de Administração Mauá (1999) e especialização em Docência do Ensino Superior pela USCS (2011)
– É professor do curso de pós-graduação em estruturas de concreto armado da FESP/ABECE/TQS e professor de estruturas de concreto armado da Escola de Engenharia Mauá.
– Sócio diretor da Planear Engenharia a partir de 2000
– Foi presidente da ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural) no Biênio 2008-2010
Contatos: marcos.monteiro@maua.br / planear@uol.com.br /contato@planear.com.br

Créditos foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330


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