Cidades inteligentes querem mais calçadas e menos wi-fi
No SmartCity Business America, especialistas concluem que população prefere mobilidade urbana de qualidade a tecnologias mirabolantes
No SmartCity Business America, especialistas concluem que população prefere mobilidade urbana de qualidade a tecnologias mirabolantes
Por: Altair Santos
De transporte público a iluminação, de políticas habitacionais ao mobiliário urbano. Nada ficou alheio ao evento SmartCity Business America, que aconteceu em Curitiba de 28 a 30 de março de 2016. O foco dos debates esteve centrado na seguinte pergunta: como melhorar a vida das pessoas, aplicando conceitos de cidades inteligentes? Reunindo urbanistas e outros especialistas de várias regiões do mundo, o encontro concluiu que cidades inteligentes não precisam partir do princípio de que wi-fi gratuito para a população é o primeiro passo a ser dado. Modernizar as calçadas, criar vias exclusivas para ônibus, sincronizar semáforos e melhorar a iluminação pública são ações muito mais importantes do que a adesão ao mundo tecnológico.
Para embasar o termo “cidade inteligente”, o SmartCity Business America apresentou 222 projetos desenvolvidos em 26 estados brasileiros, além de empreendimentos bem-sucedidos fora do país. Entre eles, o case Mi Teleférico, construído em La Paz, na Bolívia. A obra é um transporte via cabo (teleférico), que modificou amplamente as condições de mobilidade em uma cidade de geografia muito acidentada. “Havia limitação de recursos e escassez de espaço público para qualquer outro tipo de transporte público. O teleférico foi a solução. Foi como uma acupuntura urbana”, destacou César Dockweiler Suarez, CEO da Empresa Estatal de Transporte por Cable Mi Teleférico. “Encurtar distâncias é o princípio das cidades inteligentes”, completou David King, chairman do Board da Future Cities Catapult.
Regiões metropolitanas
O painel “Governança na Mobilidade Urbana”, realizado dentro do evento, destacou que a qualidade de vida nas cidades depende fortemente do transporte público. O encontro reuniu as principais autoridades brasileiras sobre o tema, que expuseram soluções e debateram desafios. “Não resta dúvida de que o transporte coletivo é um medidor eficiente de qualidade de vida nas cidades”, comentou Ailton Brasiliense Pires, presidente da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Ele ressaltou ainda que, no caso das grandes capitais brasileiras, não basta pensar somente no desenho urbano do município, mas no das regiões metropolitanas. “É necessário eliminar limites geográficos e entender que as cidades compreendem as regiões metropolitanas também, senão não há melhorias reais”, destacou.
Arquitetos de escritórios internacionais, como Perkins + Will, MLM, Broadway Malyan e Living PlanIT, que também palestraram no SmartCity Business America, destacaram que os projetos urbanos devem sempre ter um conhecimento íntimo de como se dá a vida nas cidades. “No futuro, a competição não será entre países, e sim entre cidades. E não falamos somente de cidades, mas principalmente de áreas metropolitanas. Para isso, as cidades devem se estruturar para se tornar habitáveis. Isso significa planejar para que a vida urbana permita que as pessoas estudem e trabalhem sem deslocamentos dificultosos. O futuro tem a ver com a qualidade das conexões, tanto físicas quanto virtuais. Isso vai gerar economia de recursos e contribuir para cidades melhores”, finalizou Miriam Gonçalves, da Broadway Malyan.
Entrevistados
Palestrantes que estiveram no SmartCity Business America, em Curitiba
Contato: imprensa@smartcitybusiness.com.br
Crédito Foto: Divulgação/ Instituto Smart City Business America
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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