Certificações verdes têm novos concorrentes no Brasil
Os já consagrados selos LEED e AQUA agora competem com a ferramenta inglesa BREEAM e a alemã DGBE para certificar construções sustentáveis
Os já consagrados selos LEED e AQUA agora competem com a ferramenta inglesa BREEAM e a alemã DGBE para certificar construções sustentáveis
Por: Altair Santos
As já consagradas certificações LEED e AQUA, que no Brasil ganham cada vez mais adesões, têm novas concorrentes no país. A inglesa BREEAM e a alemã DGNB começam a ser oferecidas para empresas que buscam selos de construção sustentável.
A BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method) apesar de ter sido lançada em 1992 na Inglaterra, só começou a operar no mercado brasileiro há um ano. Segundo Viviane Cunha, avaliadora e auditora licenciada pela certificação na América Latina, a diferença da BREEAM para os outros selos está no fato dela projetar a Análise do Ciclo de Vida (ACV) dos materiais usados em um empreendimento, através de softwares desenvolvidos especificamente para a certificação.
A especialista afirma que a BREEAM tem green guide de pontuação dos materiais quanto à ACV. “Cada material tem sua pontuação para diferentes condições: componentes reciclados, substâncias impactantes na sua composição e distância entre onde foi fabricado e o local do empreendimento”, explica.
Já o selo DGNB promete uma certificação inovadora, pois abrange não apenas medidas para uso consciente dos recursos naturais, mas um planejamento de todos os aspectos que envolvem a vivência do indivíduo dentro do empreendimento. “A certificação entende que o conceito de construção verde não está associado apenas à preservação do meio ambiente, e sim à proposta que prevê o desenvolvimento econômico e social de quem irá habitar o prédio e o impacto que ele causará em seu entorno”, avalia Sibylle Muller, diretora da AcquaBrasilis – responsável pela avaliação do DGNB no Brasil.
Hoje, independentemente do tipo de selo verde, projetos de empreendimentos que buscam certificações sustentáveis têm conseguido se posicionar melhor no mercado para obter recursos dos agentes financiadores e para conseguir licenças de organismos governamentais. “Critérios sustentáveis relevantes trazem estas vantagens sim, haja vista que já há no Brasil diversos agentes financiadores que investem em construções sustentáveis ou organismos governamentais que incentivam essa prática. Na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, a utilização de sistemas sustentáveis na construção pode levar a descontos em impostos no IPTU do empreendimento”, diz Viviane Cunha.
No Brasil, o selo BREEAM exige que o empreendimento cumpra requisitos nas seguintes áreas para requerer a certificação: energia, gerenciamento, saúde e bem-estar, transporte, água, materiais, resíduos, uso da terra, poluição e ecologia. Já o sistema DGNB, que foi criado em 2008, elenca 50 critérios nas seguintes áreas: aspectos ambientais, econômicos, socioculturais e tecnologia. Dependendo do cumprimento destes itens, o empreendimento pode obter selos ouro, prata ou bronze. Até o momento, mais de 750 projetos foram registrados para a certificação pelo DGNB.
No Brasil ainda não há nenhum prédio verde com a certificação DGNB. Quanto ao BREEAM, há duas edificações requisitando o selo: a sede do Banco BNDES, no Rio de Janeiro, e um conjunto de casas construídas pela construtora Concal, também no Rio de Janeiro.
Entrevistadas
Viviane Cunha, da VCA Sustentabilidade, e Sibylle Muller, diretora da AcquaBrasilis
Currículos
– Viviane Cunha é graduada em arquitetura e sócia e diretora-executiva da empresa VCA Sustentabilidade, especializada em consultoria, certificação, cursos e treinamentos sobre sustentabilidade para empresas, edifícios e áreas urbanas
– Também é diretora-executiva da empresa de arquitetura Viviane Cunha Associados, onde realiza projetos residenciais e comerciais
– Atua como professora de MBA na FGV e na Universidade Federal Fluminense
– É representante da empresa Space Syntax no Brasil e primeira avaliadora e auditora licenciada pela certificação BREEAM na América Latina
– Tem PhD pela UFRJ, foi pesquisadora visitante e mestre pela University College London, na Inglaterra
– Sibylle Muller é graduada em engenheira civil pela Escola Politécnica da USP (1982) com mestrado em engenharia civil pela área de engenharia de construção civil e urbana da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (1989)
– Tem especialização em “gestão e tecnologias ambientais” pelo programa de educação continuada da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (2001)
– Atualmente é diretora e coordenadora técnica da empresa AcquaBrasilis Meio-Ambiente Ltda., pioneira em sistemas de reaproveitamento de água a partir de tratamento de efluentes domésticos e de água de chuva
Contatos
viviane@vivianecunha.com.br / contato@vcasustentabilidade.com.br / www.vcasustentabilidade.com.br
acquabrasilis@acquabrasilis.com.br /www.acquabrasilis.com.br
www.twitter.com/acquabrasilis.com / www.facebook.com/acquabrasilis
Créditos fotos: Divulgação autorizada
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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