Centenária, engenharia civil da UFPR mira o futuro
Ao completar um século, curso calcula ter graduado 20 mil engenheiros e ajudado a construir as principais obras da América do Sul
Ao completar um século, curso calcula ter graduado mais de 20 mil engenheiros e ajudado a construir as principais obras da América do Sul
Por: Altair Santos
Fundada em 19 de dezembro de 1912, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) comemora um século. Trata-se da primeira escola de ensino superior do país a adotar o conceito de universalização para cursos de graduação. Antes, havia apenas faculdades, como as de medicina e de engenharia. Com a UFPR, o mesmo espaço acadêmico passou a ser dividido pelos cursos de ciências jurídicas e sociais (direito), medicina e cirurgia, comércio, odontologia, farmácia, bioquímica e engenharias. “O curso era de engenharias, por que quando a universidade foi fundada aprendia-se um pouco de cada especialidade, de civil a elétrica, passando por mecânica, química, etc”, explica Marcos Antônio Marino, um dos mais experientes professores da graduação de engenharia civil da universidade.
Em seus primórdios, a UFPR chamava-se Universidade do Paraná. Viabilizada pelos paranaenses ilustres Victor Ferreira do Amaral e Nilo Cairo da Silva, em 1915 ela já tinha seu prédio próprio, erguido na praça atualmente conhecida como Santos Andrade, no centro de Curitiba. Até 1951, quando foi federalizada, o edifício histórico abrigou todos os cursos da escola. Depois, a universidade começou a expandir. Em 1961, surge o centro politécnico, que passa a abrigar as graduações de engenharia. Isso, segundo Marcos Antônio Marino, reforçou a vocação da engenharia civil de formar “grandes cabeças” para o Paraná. “Tivemos governadores e ministros saídos de nosso curso. Até hoje ele continua fornecendo massa cinzenta para o desenvolvimento do estado”, diz.
A engenharia civil da UFPR também ajudou a formar personalidades em toda a América do Sul, como relata Marino: “Até 1970 havia cursos de engenharia civil em Curitiba e em Porto Alegre. O de Florianópolis (UFSC) estava começando. No resto do continente, tinha cursos em Montevidéu, Buenos Aires e Santiago. Eram poucas escolas. Paraguai e Bolívia, por exemplo, não tinham cursos de engenharia. Desta forma, muita gente da América do Sul vinha estudar em Curitiba”, relembra, que num cálculo aproximado estima que em 100 anos a engenharia civil da UFPR ajudou a formar pelo menos 20 mil engenheiros. “Temos tradição, um curso consagrado, sacramentado, e que faz o menino que chega aqui ver o espelho do passado”, ressalta Marcos Antônio Marino.
A fase mais difícil da engenharia civil da UFPR foi vivida nos anos 1980 e 1990. A crise que abateu a construção civil atingiu também o aprimoramento do curso. Houve pouco investimento na modernização de laboratórios, mas nos cinco anos recentes os recursos voltaram a ser liberados. O novo interesse dos jovens pela engenharia civil também revitaliza a graduação. “Em 2006, a disputa do vestibular da engenharia civil era de 4,4 candidatos para uma vaga. Em 2012, chegou a 13 por vaga”, recorda Marino, definindo como será o engenheiro civil que a UFPR está preocupada em formar no futuro: “O papel da nova engenharia civil é preservar o meio ambiente. A Universidade Federal do Paraná, assim como sempre esteve, está preparada para esse desafio”, finaliza.
Confira a linha do tempo da UFPR: clique aqui
Entrevistado
Marcos Antônio Marino, professor titular do curso de engenharia civil da UFPR
Currículo
– Marcos Antônio Marino é graduado em engenharia civil pela Universidade Federal do Paraná (1969)
– Tem mestrado em engenharia civil pela Universidade de São Paulo (1978) e doutorado em civil engeneering pela University of New Mexico (1981)
– Atualmente é professor titular da Universidade Federal do Paraná. Tem experiência na área de engenharia civil, com ênfase em estruturas, atuando principalmente nos seguintes temas: reinforced concrete, colunms e biaxial bending
Contato: engcivil@ufpr.br
Créditos foto: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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