CBIC revisa pela segunda vez consecutiva crescimento da construção civil para 3,5% em 2024
Setor vive um ciclo de crescimento, com saldo de novas vagas e empresários com expectativas otimistas
Pela segunda vez consecutiva, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revisou a projeção de crescimento do setor da construção civil, elevando a expectativa de 3% para 3,5%, refletindo uma trajetória de crescimento impulsionada pela alta na produção de insumos e no consumo de materiais. Essa nova projeção, acima do esperado para o início do ano, é sustentada pelo aumento nas vendas de cimento e pela elevação da produção física de insumos, que tiveram papel fundamental na recuperação do setor.
De acordo com a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, a melhora no PIB da construção civil se deve, em grande parte, à retomada de obras e ao aquecimento da demanda no mercado imobiliário. “O setor mostra sinais de recuperação, mesmo diante de um cenário macroeconômico desafiador, com fatores que pressionam os custos e o financiamento de novos projetos”, afirma.
Além disso, houve crescimento de 4,3% na produção de insumos de janeiro a agosto deste ano e um salto de 10,4% nas vendas de cimento em setembro, com um acumulado anual de 48,7 milhões de toneladas. “O setor vem em um ciclo virtuoso de crescimento. O saldo de novas vagas geradas continua positivo e os empresários mantêm expectativas otimistas para o nível de atividade nos próximos seis meses. Diante desses fatores, é possível que o crescimento supere o inicialmente previsto”, afirma o presidente da CBIC, Renato Correia.
Os dados foram divulgados pela CBIC durante coletiva de imprensa online, na qual foram apresentados o desempenho econômico do setor no terceiro trimestre de 2024 e as perspectivas para o ano, incluindo informações sobre geração de empregos, custo da construção e os principais desafios enfrentados. O evento contou também com a participação do gerente de análise econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo Azevedo. O levantamento faz parte do projeto ‘Inteligência Setorial Estratégica’, realizado pela CBIC em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional).
Crescimento de vendas no mercado imobiliário
O setor imobiliário também teve papel relevante no crescimento da projeção do PIB da construção, com um aumento de 5,7% nos lançamentos e de 15% nas vendas de imóveis no primeiro semestre.
O financiamento imobiliário, impulsionado pela demanda das famílias e pela leve queda na taxa de juros, favoreceu a compra de novas unidades. As unidades financiadas pelo FGTS registraram um crescimento expressivo de mais de 40% entre janeiro e agosto de 2024, em comparação ao mesmo período do ano passado, enquanto os financiamentos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) cresceram 5,4%.
Ieda ressalta que o aquecimento no consumo interno e a leve flexibilização nas condições de crédito contribuíram para o fortalecimento do setor. No entanto, o ambiente ainda apresenta desafios, particularmente em relação ao financiamento por caderneta de poupança, que pelo quarto ano consecutivo fecha com captação líquida negativa. “Essa captação negativa afeta diretamente o financiamento imobiliário e a continuidade de projetos, o que precisa ser monitorado para garantir a sustentabilidade do crescimento no setor”, afirma a economista.
Desafios do setor em 2024
Mesmo com o crescimento, a construção civil enfrenta desafios complexos neste ano, exigindo adaptação e novas estratégias. Entre os principais problemas estão:
Aumento nos custos de insumos e mão de obra: os custos de materiais e da mão de obra registraram altas significativas, com o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) acumulando 5,48% em 12 meses, bem acima do IPCA de 4,42% no mesmo período.
Desde o início da pandemia, os materiais acumularam alta de 63%, e a mão de obra, 40%, o que impacta diretamente a margem de lucro e os preços dos imóveis. “Esses aumentos refletem uma pressão que deve ser repassada ao preço final, tornando o acesso à moradia mais difícil”, explica.
Taxa de juros elevada: a Selic, apesar de ter registrado uma leve redução recentemente, permanece em patamares elevados, o que encarece o crédito e limita o acesso a novos financiamentos, tanto para construtoras quanto para consumidores. Ieda aponta que a alta taxa de juros afeta diretamente a viabilidade de novos empreendimentos, aumentando a instabilidade nas projeções de médio e longo prazo do setor.
Falta de mão de obra qualificada: a escassez de trabalhadores qualificados no setor é um problema crescente, que impacta não apenas os custos, devido à demanda elevada por profissionais especializados, mas também a produtividade, principalmente em obras de infraestrutura e empreendimentos de alta complexidade.
Carga tributária elevada: a reforma tributária, embora necessária, trouxe incertezas quanto à neutralidade fiscal para o setor, que busca uma redução significativa nas alíquotas para manter a competitividade e estimular o investimento.
Geração de empregos permanece robusta
Apesar das dificuldades, a construção civil segue como uma das principais fontes de emprego formal no país. Nos últimos 12 meses, o número de trabalhadores formais na construção civil cresceu 5,24%, com 2,9 milhões de trabalhadores com carteira assinada em agosto de 2024, o maior número desde 2014. Desde 2021, o setor vem criando mais de 210 mil novos empregos formais entre janeiro e agosto de cada ano. O setor representa 6,27% do total de trabalhadores formais no Brasil, mas responde por mais de 12% das novas vagas criadas.
Com uma visão otimista, o setor deve seguir em crescimento até o final do ano, embora o financiamento e os custos sigam pressionando o setor, com desafios a serem enfrentados para garantir a sustentabilidade e a competitividade da construção civil no Brasil.
Fonte:
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)
Contato: ascom@cbic.org.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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