SindusCon não adota cadastro positivo do concreto
Paraná e Rio Grande do Sul alegam ter parceria com a Associação Brasileira de Cimento Portland; em Santa Catarina, atuação é mais relevante
Paraná e Rio Grande do Sul alegam ter parceria com a Associação Brasileira de Cimento Portland; em Santa Catarina, atuação é mais relevante
Por: Altair Santos
Os Sindicatos da Indústria da Construção (SindusCon) do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul não possuem cadastro positivo de concreteiras para fornecer a seus associados. Essa lista seria útil para que as construtoras tivessem uma referência sobre quem produz concreto dentro das normas técnicas e dos procedimentos adequados para se obter um material de qualidade. “O SindusCon não é um órgão fiscalizador. Evidentemente que, quando há uma denúncia, chamamos o associado para discutir o assunto. E quando não é o associado, encaminhamos para os órgãos competentes. Mas o setor da indústria da construção civil no Brasil não tem, regularmente, organismos fiscalizadores”, admite Marco Aurélio Alberton, vice-presidente de tecnologia, qualidade e habitação do SindusCon de Santa Catarina.
Comparativamente ao SindusCon do Paraná e ao do Rio Grande do Sul, o organismo catarinense mostra-se mais atuante. Apesar da falta de um cadastro positivo, mobiliza-se quando as construtoras apontam falhas em algum segmento da cadeia produtiva. “Recentemente, fizemos um acordo para melhorar a qualidade dos elevadores e das gruas utilizadas nas obras”, afirma Marco Aurélio Alberton, reconhecendo que em outros países, como a França, existe fiscalização governamental sobre qualidade e desempenho das construções. “Aqui, apenas quando a obra é entregue, e quando surgem problemas, é que vem um perito para fazer a avaliação judicial, para depois ser comprovado ou não o desempenho da obra”, completa.
No SindusCon-RS, através de nota divulgada pela assessoria de imprensa, foi explicado que o organismo não “gerencia os materiais que as empresas utilizam em suas obras”. “No que tange ao concreto, temos uma parceria com a ABCP(Associação Brasileira de Cimento Portland), através da Comunidade da Construção, que promove a orientação das empresas associadas”, completa a nota. Para o SindusCon-RS, ao disseminar o cumprimento de normas técnicas, ministrar cursos e realizar parcerias, como a firmada com a ABCP, ele já cumpre o papel de incentivar boas práticas no canteiro de obras. Procedimento semelhante é adotado no SindusCon-PR. “Não temos iniciativas voltadas especificamente ao segmento de controle de qualidade do concreto e, neste caso, agimos em parceria com a ABCP”, diz breve nota divulgada pela assessoria de imprensa do organismo paranaense.
Gestão do concreto preocupa
No CREA-PR, o assessor de relações com o setor empresarial, Euclésio Manoel Finatti, afirma que a missão do conselho é verificar se as concreteiras têm responsável técnico. “Todas as empresas têm que ter um responsável técnico. É este profissional que vai verificar a qualidade do trabalho que está sendo executado na obra. Ele é o responsável pela qualificação, pela qualidade do concreto e pelo tipo de aplicação do produto”, explica Finatti. Em caso de denúncia, o CREA-PR informa que é o responsável técnico da concreteira que fica sob investigação. “Damos continuidade à denúncia, levando-a para o conselho e para a câmara especializada de engenharia civil, que é quem faz essas verificações sobre concreto. Ela vai avaliar e ver se o profissional fez o procedimento correto”, conclui Euclésio Manoel Finatti.
Recentemente, no 4º Fórum de Engenharia do Recife-PE, o diretor de planejamento e professor do Instituto IDD, Cesar Henrique Daher, demonstrou preocupação com a gestão tecnológica do concreto nas obras nacionais. “O que se vê no mercado atual é a perda da cultura voltada ao controle de qualidade do concreto. As empresas que fazem a gestão tecnológica deste material tão fundamental para a construção civil ainda são deixadas em segundo plano e tratadas como coadjuvantes pelos gerentes das obras, o que coloca em risco a segurança do projeto total”, destacou. Segundo Daher, uma das soluções para este problema é o maior envolvimento do engenheiro tecnologista em todas as fases da obra, desde a primeira etapa do projeto até a entrega do resultado final. Daher diz ainda que é fundamental a atuação deste profissional em colaboração com os engenheiros projetistas, gerentes e executores da obra.
Entrevistados
– Sindicato da Indústria da Construção do Paraná (via assessoria de imprensa)
– Sindicato da Indústria da Construção do Rio Grande do Sul (via assessoria de imprensa)
– Engenheiro civil Marco Aurélio Alberton, vice-presidente de tecnologia, qualidade e habitação do SindusCon-SC
– Engenheiro civil Euclésio Manoel Finatti, assessor de relações com o setor empresarial do CREA-PR
– Engenheiro civil Cesar Henrique Daher, diretor de planejamento e professor do Instituto IDD
Contatos
sinduscon@sindusconpr.com.br
sinduscon@sinduscon-fpolis.org.br
euclesio@braengel.com.br
atendimento@institutoidd.com.br
www.sinduscon-rs.com.br
Créditos Fotos: Divulgação/SindusCon-SC/CREA-PR
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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