16/06/2021

Brasil terá a 1ª certificação para cidades inteligentes

Três normas técnicas recentemente publicadas pela ABNT servirão de pilares para a elaboração do documento

São José dos Campos-SP servirá de laboratório para o desenvolvimento da certificação nacional para cidades inteligentes. Crédito: flickr/Cláudio Vieira/Fotografia PMSJC
São José dos Campos-SP servirá de laboratório para o desenvolvimento da certificação nacional para cidades inteligentes.
Crédito: flickr/Cláudio Vieira/Fotografia PMSJC

Até o final de 2021, a cidade de São José dos Campos, em São Paulo, começará a testar a 1ª certificação brasileira voltada para cidades inteligentes. Os protocolos estão em desenvolvimento no Parque Tecnológico de São José dos Campos, em parceria com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). A certificação terá como pilares 3 normas técnicas recentemente publicadas: ABNT NBR ISO 37120 (Cidades e comunidades sustentáveis – Indicadores para serviços urbanos e qualidade de vida), ABNT NBR ISO 37122 (Cidades e comunidades sustentáveis – Indicadores para cidades inteligentes) e ABNT NBR 37123 (Cidades e comunidades sustentáveis – Indicadores para cidades resilientes).  

A intenção é fazer com que certificação tenha instrumentos para auditar quais municípios, de fato, podem receber o “selo” de cidade inteligente no país, como explica Marcelo Nunes,
coordenador do APL TIC Vale – programa do Parque Tecnológico São José dos Campos que trabalha no desenvolvimento da certificação. “A certificação criará um contexto valioso para ajudar as administrações na condução de estratégias municipais, com evidências baseadas em normas internacionais para cidades inteligentes”, declara. O pesquisador alerta ainda que a certificação não busca criar um ranking de cidades inteligentes, mas servir de bússola para municípios que queiram se adequar a novos parâmetros de gestão 

O presidente da ABNT, Mário William Esper, reforça o objetivo central da certificação. “Com o processo de certificação, gestores públicos terão acesso a dados padronizados e auditados por organismo independente, que serão usados para pautar decisões de gestão, planejamento e investimento. As cidades necessitam de indicadores padronizados, consistentes e que possam ser comparáveis para mensurar seu desempenho. A ABNT participa de maneira ativa na elaboração da primeira certificação nacional para cidades inteligentes, garantindo um processo totalmente independente de qualquer setor público ou privado”, afirma. 

Até 2024, cidades inteligentes devem receber mais de 2 trilhões de dólares em investimento 

Mário William Esper também ressalta que a certificação não vai funcionar como uma bula para ensinar a moldar cidades inteligentes, mas sim levar os municípios a descobrirem suas próprias vocações“Não existe um rótulo ou uma padronização do que é uma cidade inteligente. O que existe são estratégias específicas para cada cidade, e que podem levá-las a se tornar mais inteligentes, mais sustentáveis, resilientes, inclusivas, ambientalmente amigáveis, mais centradas no cidadão e voltadas à qualidade de vida. Cada cidade cria sua estratégia e seu próprio caminho a partir das boas práticas recomendadas pela futura certificação”, complementa. 

A comissão da ABNT que atuará diretamente na confecção da certificação é a ABNT/CEE-268 – Comissão de Estudo Especial de Cidades e Comunidades Sustentáveis -, que tem o professor-doutor da USP, Alex Abiko, como coordenador. A CEE-268 avalia 19 indicadores para definir as cidades inteligentes: economia, finanças, governança, educação, habitação, esporte e cultura, recreação, saúde, população e condições sociais, esgoto, água, resíduos, segurança, telecomunicação, agricultura urbana, meio ambiente, planejamento urbano, transporte e energia. 

Estima-se que, em todo o mundo, as cidades inteligentes recebam investimento de 2,118 trilhões de dólares nos próximos 3 anos, segundo a empresa de consultoria e pesquisa tecnológica Technavio. O mesmo levantamento estima que o volume global de cidades inteligentes certificadas aumentará 23% por ano até 2024. Por isso, é crescente o volume de países que buscam criar protocolos e normas técnicas sobre o tema. A expectativa é que o texto da 1ª certificação brasileira voltada para cidades inteligentes esteja concluído até novembro deste ano. 

Entrevistado
Arranjo Produtivo Local de Tecnologias da Informação e Comunicação (APL TIC Vale), vinculado ao Parque Tecnológico São José dos Campos (PqTec), e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) (via assessoria de imprensa) 

Contato
aplticvale@pqtec.org.br
certificacao@abnt.org.br 

Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330


16/06/2021

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