Até 2022, Brasil precisa destravar R$ 744 bi em obras

Estudo mostra volume de recursos que poderia movimentar a infraestrutura nacional, mas encontra-se parado por causa de erros estratégicos

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Por: Altair Santos

Se todos os projetos e intenções de obras de infraestrutura estivessem viabilizados no Brasil, até 2022 o país receberia investimento na ordem de R$ 744,5 bilhões. Destravar esses recursos é o grande desafio para os próximos quatro anos e meio, como mostra estudo da consultoria Neoway – especialista em bigdata e pesquisa de mercado da construção civil.

Cristina Della Penna: números revelam potencial do investimento em infraestrutura no Brasil
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Segundo a engenheira civil Cristina Della Penna, que é diretora da empresa e palestrou recentemente no Sobratema Summit 2017, os dados mostram o potencial de contribuição que as obras de infraestrutura podem dar à economia do país, desde que elas efetivamente saiam do papel. “Isso passa por estabilidade institucional e segurança jurídica regulatória”, diz Della Penna.

Atualmente, de acordo com o estudo da Neoway – do potencial de R$ 744,5 bilhões -, R$ 132,2 bilhões estão, de fato, investidos em obras de infraestrutura no Brasil. Boa parte destes recursos veio do Programa de Investimentos em Logística (PIL), criado em 2012 e que prometia recursos para rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos.

Porém, hoje a situação do PIL é de indefinição, ou seja, dos R$ 132,2 bilhões alocados, 22,4% foram para obras que se encontram paralisadas. A maior retração se deu em projetos voltados para a logística na área de óleo e gás, com o abandono de 94,3% das obras previstas. “Essa é a primeira vez, desde que iniciamos esse levantamento, em 2009, que o setor de óleo e gás não lidera o volume de obras no Brasil”, revela Cristina Della Penna.

Transporte, energia e saneamento

Trecho da ferrovia Norte-Sul, em Santa Helena de Goiás-GO: exemplo de obra inacabada
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Dos R$ 132,2 bilhões que estão circulando em obras de infraestrutura no Brasil, R$ 53,2 destinam-se a projetos relacionados a transporte e mobilidade urbana. Outros R$ 35 bilhões foram canalizados para investimentos em indústrias, R$ 32,1 bilhões para o setor de energia, R$ 6,2 bilhões para óleo e gás, R$ 5,6 bilhões para saneamento e R$ 100 milhões para outros tipos de investimentos.

Para fazer com que a construção civil se transforme na locomotiva do crescimento sustentável no Brasil, será preciso destravar R$ 612,3 bilhões até 2022. Deste volume de recursos, R$ 412,5 bilhões se encontram parados em projetos e intenções de projetos sem data para iniciar até 2022. Já R$ 199,8 bilhões estão parados em projetos e intenções de projetos sem data para iniciar até 2018.

O aspecto positivo, aponta Cristina Della Penna, é que surgem maiores possibilidades de diálogo do governo com o setor privado. “Isso mostra uma mudança no investimento em infraestrutura que pode ser vantajosa para o setor privado”, avalia. No entanto, a especialista alerta que há outros passos importantes a serem dados. Entre eles, intensificar Parcerias Público-Privadas (PPPs), descartar projetos com baixa probabilidade de conclusão, aumentar o foco em concessões e tornar os processos licitatórios mais organizados.

De acordo com o estudo, os setores de transporte, energia e saneamento básico são os que mais despertam interesse de investidores. No transporte, destacam-se as ferrovias (29,3% de intenção de investir). Em energia, a prioridade é para parques eólicos, linhas de transmissão e UTEs (Usinas Termelétricas de Energia), com 68% de intenção de investir. Já em saneamento, abastecimento e esgoto são as obras mais relevantes (24,7% de intenção de investir).

Entrevistada
Engenheira civil Cristina Della Penna, diretora da frente de negócios para construção civil da Neoway

Contato
ddb@neoway.com.br
www.neoway.com.br

Crédito Fotos: Cia de Cimento Itambé e Valec

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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