Brasil conquista certificação sustentável nível máximo
Edificação anexa ao prédio da sede da Bayer, na cidade de São Paulo, conseguiu o inédito selo LEED-NC Platinum, do U.S Green Building Council
Edificação anexa ao prédio da sede da Bayer, na cidade de São Paulo, conseguiu o inédito selo LEED-NC Platinum, do U.S Green Building Council
Por: Altair Santos
Considerada de nível máximo, a certificação LEED-NC Platinum, do U.S Green Building Council, que reconhece as melhores estratégias e práticas sustentáveis, foi concedida pela primeira vez a uma edificação brasileira. O prédio EcoCommercial Building é corporativo e atende a empresa Bayer, na cidade de São Paulo. Multifuncional, a construção cumpriu exigentes quesitos de eficiência energética, utilizando modernos sistemas de automação de luz e de ar-condicionado, além de ser totalmente integrado com o paisagismo que o cerca. Assinado pelo escritório de arquitetura Loeb Capote, o prédio conta com mais de 20 tecnologias relacionadas a materiais e sistemas construtivos.
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De acordo com Felipe Faria, diretor manager do GBC Brasil, que é quem acompanha o cumprimento das certificações LEED no país, o que levou o EcoCommercial Building a atingir a categoria Platinum foi que ele maximizou o atendimento de diversas práticas referentes à certificação. “O edifício teve um ótimo desempenho relacionado à eficiência energética, através da produção de energia renovável com células fotovoltaicas. É um dos únicos empreendimentos do Brasil que produzem toda a energia que consome, tornando-se autossuficiente”, afirma. Para chegar à certificação LEED-NC Platinum, o prédio da Bayer cumpriu 69 práticas de construção sustentável.
No projeto de arquitetura assinado pelo Loeb Capote, o Eco Commercial Building seguiu o que há de mais moderno em termos de sustentabilidade, sem deixar de lado a estética e o conforto de seus ocupantes. Entre os itens avaliados pelo U.S Green Building, e que possibilitaram a certificação do prédio, destacam-se:
- Redução no consumo de água potável em 94,8%, graças ao aproveitamento de água da chuva.
- Uso de equipamentos de baixo consumo e espécies vegetais com baixa demanda de irrigação.
- 97% de todos os resíduos gerados pela obra foram desviados de aterros sanitários e destinados à reciclagem ou ao reaproveitamento.
- 100% dos espaços têm acesso à luz e ventilação naturais, e apenas 5% dos espaços têm ar-condicionado.
- Amplo uso de elementos passivos que trazem alta eficiência energética, usando o clima brasileiro.
- Isolamento térmico em tetos e paredes com poliuretano e placas translúcidas de policarbonato nas fachadas, que bloqueiam calor e permitem a entrada de luz natural, além de brises, persianas, películas para proteção solar e diversas aberturas para circulação de ar, entre outros.
- Nenhuma árvore foi removida do terreno e 17 foram incorporadas ao prédio para contribuir com a proteção solar.
- No prédio, a geração de energia solar e os consumos de água e de energia elétrica, assim como emissões de CO2, são medidos e controlados em tempo real para evitar desperdícios.
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Materiais cimentícios
Quanto aos elementos cimentícios usados na obra, a certificação LEED-NC Platinum exige que a matéria-prima tenha escória de alto forno entre seus agregados e que os fornecedores (cimenteira, concreteira e fabricantes de artefatos de cimento) estejam num raio máximo de 100 quilômetros da obra, a fim de que haja baixa emissão de CO2 com transporte. “A certificação não faz restrições a nenhum material, mas, com relação aos cimentícios, quanto menor taxa de emissão de CO2 eles tiverem, melhor. Agora, a nova versão do LEED, que é o LEED B4, valoriza as matérias-primas recicladas, a proximidade dos fornecedores com o local da obra e os baixos compostos orgânicos voláteis, mas tudo dentro de uma análise de ciclo de vida e de declaração ambiental dos produtos”, revela Felipe Faria.
O programa EcoCommercial Building integra o Programa Bayer de Clima no Mundo, que reúne as ações da empresa para a preservação do meio ambiente. A iniciativa foi lançada em 2009. No Brasil, o conceito chegou em 2012, junto com o projeto para construir o primeiro ECB na América Latina. Prédios semelhantes já existem na Alemanha, Bélgica, China, Estados Unidos, Índia e Tailândia. No país, o EcoCommercial Building funciona como espaço de convivência dos dois mil colaboradores da unidade de São Paulo, além de ser aberto para visitação, treinamentos e eventos em construção sustentável.
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Entrevistado
Felipe Faria, advogado e diretor manager da Green Building Council Brasil
Contato: ffaria@gbcbrasil.org.br
Créditos Fotos: Divulgação/Bayer e Divulgação/GBC Brasil
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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