Invenção alemã, BlingCrete é o concreto que emite luz
Versátil, material pode ser útil em sinalizações, vias urbanas, estações de transporte público, obras de infraestrutura e objetos de design
Versátil, material pode ser útil em sinalizações, vias urbanas, estações de transporte público, obras de infraestrutura e objetos de design
Por: Altair Santos
Criado na Alemanha, o BlingCrete engloba as qualidades do concreto e ainda é capaz de refletir luz (natural ou artificial). Isso se deve à aplicação de microesferas de vidro no substrato do material, o que o torna ideal para o uso em sinalizações industriais, vias urbanas, estações de transporte público, obras de infraestrutura – túneis, pontes e viadutos -, além de fachadas residenciais e comerciais ou objetos de design. “A principal virtude do BlingCrete é a sua capacidade de retrorreflexão”, diz o arquiteto Thorsten Klooster, que junto com o também arquiteto Clemens Winkler – ambos do departamento de arquitetura da Universidade de Kassel, na Alemanha – criaram o novo concreto.
A retrorreflexão é o fenômeno óptico que faz a luz incidir sobre a superfície de um material refletivo e retornar à fonte de origem sem perda de luminosidade. Essa capacidade está presente no BlingCrete, que, segundo Thorsten Klooster, abre a possibilidade de várias frentes na arquitetura, no design de interiores e nas áreas de segurança de transporte. “Ele pode se fazer presente em entradas de túneis e em bordas de plataformas de estações de metrô”, diz. Mas a aplicação é praticamente infinita. Tanto que a designer Heike Klussmann juntou-se ao projeto para desenvolver objetos de decoração de interiores, utilizando variadas cores e texturas para o material.
Versátil, mas caro
A versatilidade do BlingCrete se deve ao fato de as microesferas de vidro serem acomodadas em placas pré-fabricadas que utilizam concreto de alto desempenho e, por isso, podem ter uma espessura muito fina, chegando a 7 milímetros. Esse material, quando pronto, serve de revestimento para ser aplicado sobre o concreto bruto ou outras superfícies, como a madeira e o plástico. Por isso, revelou-se um elemento inovador para o acabamento de design de interiores. A ponto de já ter ganhado uma série de prêmios de arquitetura, como o IF Design Award, dentro do Pavilhão de Inovação ABX (Architecture Boston Expo), que ocorre anualmente nos Estados Unidos.
O BlingCrete está no mercado desde 2012. No entanto, por ser considerado um material caro, ainda enfrenta restrições. As principais aplicações estão em objetos decorativos. Na área de infraestrutura, alguns protótipos podem ser vistos na Alemanha, mas nada que diga que o material tenha sido absorvido pelo setor. Uma placa do BlingCrete, medindo 1,35 m x 2,80 m, com 30 mm de espessura, custa aproximadamente 230 euros para ser produzida – cerca de R$ 805,00 (8 vezes mais se usasse um concreto convencional).
Em 2015, seus criadores voltaram a expô-lo em eventos globais, desta vez promovendo-o como elemento que se adapta perfeitamente em fachadas de edifícios, funcionando como reforço para a iluminação noturna. Na visão de Thorsten Klooster, o BlingCrete se tornará mais consumido conforme as construções sustentáveis forem conquistando espaço nos ambientes urbanos. “É o revestimento do futuro”, garante.
Entrevistado
Arquiteto Thorsten Klooster, professor do departamento de arquitetura e engenharia da Universidade de Kassel, na Alemanha (por email)
Contatos
info@blingcrete.com
www.blingcrete.com
Crédito Foto: Divulgação/Blingcrete
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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