Há 10 anos, BIM começava a ser usado no Brasil
Registros históricos mostram que o Building Information Modeling teve primeira incursão no país em 2004. Hoje, se propaga pelas construtoras brasileiras
Registros históricos mostram que o Building Information Modeling teve primeira incursão no país em 2004. Hoje, se propaga pelas construtoras brasileiras
Por: Altair Santos
Há dez anos, o ato de projetar edificações no Brasil começou a interagir com uma ferramenta denominada BIM (Building Information Modeling). O software, inventado nos Estados Unidos, é um sistema que permite construir protótipos virtuais para avaliar características dos materiais empregados, técnicas construtivas, características termoacústicas e manutenção, entre outras informações relevantes, antes da instalação do canteiro de obras propriamente dito. Sua principal virtude é a capacidade de indicar o risco de erros ainda na fase do projeto. No país, os primeiros a usarem a metodologia foram a Gui Mattos Arquitetura e a MATEC Engenharia e Construções – ambas com sede em São Paulo.
De acordo com o especialista em automação, e professor da FEAMIG (Faculdade de Engenharia de Produção de Minas Gerais) e do Centro Universitário Newton Paiva, Eduardo Henrique Gonçalves, o “processo BIM”, como é comumente chamado no meio técnico da construção civil, boa parte das médias e grandes construtoras do Brasil já utilizam o sistema. “Para as empresas, é interessante utilizá-lo nas etapas de pré-construção e construção para aprimorar o processo de gestão dos empreendimentos, além de reduzir o número de ordens de alteração e melhorar a qualidade do produto final. Isto exige que projetistas, construtores e clientes mudem seus processos de trabalho e atuem de maneira mais integrada”, cita.
Exigência em licitações públicas
O uso do software propagou-se ainda mais no Brasil depois que organismos governamentais passaram a exigir o emprego do Building Information Modeling na apresentação de projetos que captam recursos federais. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), vinculado ao ministério das Cidades, e que controla as construtoras credenciadas a operar no programa Minha Casa Minha Vida, estão entre os que priorizam projetos apresentados dentro do processo BIM. “O Estado vai exigir cada vez mais essa tecnologia em seus editais e é importante que as empresas construtoras e profissionais estejam aptos e preparados para atuarem neste novo cenário”, comenta Eduardo Henrique Gonçalves.
Além de organismos públicos no controle de licitações de obras, grandes contratantes de obras de infraestrutura também já exigem projetos na plataforma BIM. São os casos de Petrobras, Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cedurp), do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e do governo de Santa Catarina – único estado que aprovou lei que requer o uso de sistemas em projetos que concorrem em licitações públicas. “Essa preocupação com o uso do BIM é por que o processo permite o controle do ciclo de vida dos sistemas de infraestrutura“, avalia o professor da FEAMIG, para quem, no entanto, apesar de o processo completar dez anos de uso no Brasil ainda é tímido o volume de projetos que utilizam a ferramenta, mas com tendência de crescimento.
Entrevistado
Engenheiro elétrico Eduardo Henrique Gonçalves, professor do curso de engenharia de produção na Faculdade de Engenharia de Produção de Minas Gerais (FEAMIG) e de engenharia da produção no Centro Universitário Newton Paiva, também em Minas Gerais
Contato
eduardo.goncalves@newtonpaiva.br
Créditos Fotos: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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