Avenida híbrida em Vitória-ES é modelo à mobilidade urbana
Via de 2,6 quilômetros contou com tecnologia inédita no Brasil, porém já consagrada em outros países latinos
Na recente edição da PavingExpo, que aconteceu virtualmente por causa da pandemia de COVID-19, o painel “Competitividade do Pavimento de Concreto” apresentou detalhes do projeto que fez com que a Avenida Vitória, em Vitória-ES, se transformasse em modelo para a readequação da mobilidade urbana em metrópoles brasileiras. A requalificação da via de 2,6 quilômetros contou com tecnologia inédita, como o escaneamento de 100% do percurso, a fim de aferir o IRI (International Roughness Index [Índice de Irregularidade Internacional]). Isso determinou que ela poderia ser concebida em conceito híbrido, com duas faixas de asfalto e uma terceira com pavimento de concreto para o tráfego exclusivo de ônibus.
A faixa com pavimento rígido recebeu barras de transferência em sua estrutura e foi dimensionada com espessura de 22 centímetros, além de receber geogrelha de reforço do subleito. Apesar do acréscimo de 4,5% no custo do m2, isso garante à via uma vida útil de 20 anos, com baixíssimo custo de manutenção. Também houve a opção pelo modelo de pavimentação com placas de 1,67 m x 1,67 m cada uma. Esse tipo de pavimento é consagrado no Chile, na Argentina, no Uruguai, na Colômbia e no México, onde chega a representar 40% da malha viária urbana. Porém, a experiência na capital do Espírito Santo foi pioneira no Brasil, já que a tecnologia foi implementada pela primeira vez em uma via estrutural de uma metrópole.
Case mostra competitividade do pavimento de concreto para vias urbanas
A obra de remodelagem da Avenida Vitória também ganhou uma ciclovia de pavimento rígido em seu canteiro central, além de calçadas no nível da rua, como recomendam os novos conceitos de mobilidade urbana. A readequação do trecho custou 20 milhões de reais, sem nenhum tipo de aditivo extra, e o cronograma da obra durou 10 meses – 1 mês a menos do previsto no projeto de execução. A obra foi entregue no dia 8 de setembro deste ano, no aniversário de Vitória-ES, e contou com a consultoria da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland). Segundo o engenheiro civil Kleber Pereira Machado, diretor-presidente da empreiteira que executou a obra, a Avantec Engenharia, o case é um divisor de águas quando se fala em pavimento de concreto para vias urbanas.
O modelo bem-sucedido na Avenida Vitória será estendido para o trecho de 1 quilômetro da avenida Cézar Hilal – outra via com tráfego intenso de veículos em Vitória-ES. O painel “Competitividade do Pavimento de Concreto” trouxe detalhes da obra e a expectativa é de que a readequação fique pronta em 6 meses, a um custo de 16 milhões de reais. Segundo o projeto executivo, as intervenções preveem “reabilitação da malha asfáltica (2 vias), urbanização, nova drenagem, sinalização, ciclovia no canteiro central, pavimentação em concreto da via exclusiva para ônibus e calçadas acessíveis”. “Esse é um bom modelo do que o pavimento urbano de concreto pode fazer pelas cidades”, resumiu o moderador do painel, o engenheiro civil Valter Frigieri, diretor de planejamento e mercado da ABCP.
Entrevistado
Reportagem com base no painel “Competitividade do Pavimento de Concreto”, realizado dentro da programação da PavingExpo 2020
Contato
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