Rodovia dos Imigrantes usa concreto especial de cura rápida em reparos

Crédito: Foto de domínio público
Em março de 2025, a Ecovias Imigrantes, concessionária responsável pelo Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), anunciou a continuação das obras de substituição do pavimento rígido (concreto) na pista Norte da Rodovia dos Imigrantes, no trecho de serra entre os km 58 e 40.
“Desde o início da Concessão está entre as nossas obrigações contratuais a manutenção do pavimento rígido. É um serviço que fazemos todos os anos nas placas que necessitam alguma intervenção. Fazemos o monitoramento anual também dessas rodovias e das placas, mas também tem reparos menores”, informou Fernanda Meireles, gerente de engenharia da Ecovias Imigrantes.
A ação faz parte de um amplo programa de recuperação do pavimento previsto para 2025, voltado à modernização e à conservação da malha viária, com o objetivo de proporcionar mais segurança e conforto aos motoristas e demais usuários.
De acordo com Fernanda, este trecho entre os km 58 e 40 é mais delicado, por ser uma subida de serra com um grande volume de veículos pesados. “Lembrando que esse trecho corresponde à Imigrantes construída na época da década de 70, então é normal a gente ter algumas manutenções”, pontua.
Gestão do tráfego
Com o alto volume de tráfego na região, é fundamental que as intervenções causem o menor impacto possível na operação. “Por isso, todo o planejamento das obras leva em conta a proximidade com a operação e outras frentes de trabalho em andamento, como as intervenções em obras de arte especiais e túneis, por exemplo. Diante desse cenário, neste ano buscamos alternativas que garantissem um serviço de qualidade, com o menor impacto operacional. A solução foi adotar um concreto de alta resistência inicial, que também oferecesse boa trabalhabilidade, essencial para a execução adequada do serviço”, relata Fernanda.
Nas faixas mais críticas, como as centrais, a Ecovias optou por esse concreto especial, com característica de alta resistência nas primeiras idades. “São utilizados aditivos específicos que favorecem o ganho de resistência em um curto espaço de tempo, sem comprometer a trabalhabilidade — fundamental para viabilizar as armações, a vibração e o acabamento de forma adequada. Esse concreto também precisa apresentar um bom desempenho em relação à retração, para assegurar a durabilidade e a qualidade final do pavimento.”
Por se tratar de uma rodovia com tráfego intenso, a obra está sendo conduzida de maneira estratégica para preservar a segurança dos condutores. Durante a execução, a faixa 3 permanecerá interditada durante toda a semana, em período diurno e noturno, com o fluxo de veículos sendo direcionado para as faixas 1 e 2.
História da Rodovia dos Imigrantes
A Rodovia dos Imigrantes foi inaugurada em 1976, ligando São Paulo a Santos. Foi a primeira rodovia construída pela DERSA, a Desenvolvimento Rodoviário S/A.
“A primeira pista da Imigrantes é a que chamamos de pista Norte, usada para a subida. Ela foi construída na década de 1970, em pavimento de concreto. Depois veio a chamada nova pista — embora já tenha 26 anos — construída pela Ecovias dentro do contrato de concessão. Um grande trecho dela também foi executado com pavimento rígido”, lembra Fernanda.
Uso do pavimento de concreto
De acordo com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), dentre as estradas pavimentadas no Brasil, apenas 2 a 3% são pavimentadas em concreto. Embora seja uma técnica muito utilizada em outros países, aqui no Brasil, ainda existe um gargalo com relação ao conhecimento dos profissionais sobre este método construtivo.
Dentre as vantagens do método, segundo a ABCP, estão:
- Grande durabilidade com pouca manutenção: além de ter vida útil significativamente maior que o flexível, o pavimento rígido exige menor número de intervenções para manutenção;
- Sem deformações nas vias: por ser rígido, o pavimento de concreto não costuma ter afundamentos, trilhas de roda ou buracos, como é o caso do asfalto;
- Melhor visibilidade por reflexão e economia de energia elétrica;
- Redução da distância de frenagem em até 40% com o pavimento em concreto;
- Melhoria da sensação térmica;
- O concreto é totalmente reciclável ao fim de sua vida útil, além de não ter o risco de lixiviação, isto é, contaminação do lençol freático;
- Contribui com o meio ambiente por meio do coprocessamento de resíduos e das adições na sua produção.
Entrevistada
Fernanda Meireles é gerente de engenharia da Ecovias Imigrantes.
Contato
Assessoria de imprensa - imprensa@ecovias.com.br
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Revitalização da Orla de Guaratuba prevê engorda da faixa de areia e novas obras de infraestrutura

Crédito: Divulgação
A cidade de Guaratuba, no litoral do Paraná, passará por uma grande transformação com a revitalização da sua orla. O projeto prevê a engorda da faixa de areia, melhorias urbanísticas e a ampliação da infraestrutura turística da região. A iniciativa faz parte de um programa do Governo do Estado e tem como objetivo preservar o patrimônio histórico e impulsionar o turismo local.
De acordo com o Instituto Água e Terra (IAT), a previsão é de que as obras de engorda da faixa de areia comecem em janeiro de 2026 e tenham duração de 24 meses. A empresa que executará o projeto será ainda definida por licitação.
A engorda da faixa de areia beneficiará três praias ao longo de aproximadamente 4,7 quilômetros. Na Praia Central, a faixa de areia será ampliada para 100 metros. Em Caieiras, o trecho norte terá 50 metros de largura, enquanto o sul contará com 80 metros. Já em Prainha, a faixa variável terá entre 50 e 100 metros.
Infraestrutura será modernizada
O projeto também inclui a construção de um deck ao longo da baía de Guaratuba, criando um percurso integrado à paisagem. Haverá substituição dos pisos por pavimento intertravado nas cores cinza e preto, formando desenhos que valorizam o espaço. A praça principal receberá novos canteiros, promovendo mais arborização e um ambiente mais convidativo. Além disso, serão instalados mobiliários urbanos para incentivar a contemplação e o uso do espaço.
"A orla histórica de Guaratuba enfrenta desafios quanto à preservação do centro histórico e à modernização da infraestrutura urbana. Este projeto surge como resposta a essas demandas, melhorando a qualidade de vida da população local e proporcionando uma experiência mais agradável aos turistas", explica Ricardo Amaral, arquiteto responsável pelo projeto.

Crédito: Divulgação
Impactos no turismo e na economia
A revitalização deve fortalecer o turismo cultural e o histórico da cidade, aumentando o fluxo de visitantes e valorizando o patrimônio local. O impacto econômico também será expressivo, com geração de empregos diretos e indiretos, especialmente nos setores de turismo e serviços.
O projeto adota soluções sustentáveis, como materiais ecológicos e com boa resistência à umidade e à maresia. O paisagismo também foi planejado para reduzir impactos ambientais, com a introdução de espécies nativas da Mata Atlântica.
Medidas de acessibilidade também foram contempladas, incluindo calçadas alargadas, rampas e sinalização tátil para garantir o acesso a todas as pessoas.
A revitalização da orla de Guaratuba promete transformar a cidade, equilibrando modernização e conservação histórica, com impactos positivos para moradores e visitantes.
Entrevistado
Ricardo Amaral é arquiteto graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). É diretor superintendente e fundador do Escritório Ricardo Amaral Arquitetos Associados.
Fonte
IAT – Instituto de Água e Terra
Contatos
contato@ricardoamaralarquitetos.com.br
iatcuritiba@iat.pr.gov.br
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Pavimento de concreto rígido: durabilidade e menor custo de manutenção têm sido os diferenciais para as rodovias brasileiras
O pavimento de concreto rígido tem se consolidado como uma solução viável e eficiente para rodovias brasileiras, oferecendo maior durabilidade, menor custo de manutenção e vantagens ambientais significativas. Obras como as restaurações da SC-160 e da SC-477 evidenciam os benefícios desse tipo de pavimentação, que está transformando a infraestrutura do país.

Crédito: Divulgação/Instituto Ruas
De acordo com Alex Maschio, diretor do Instituto Ruas, empresa especializada em infraestrutura viária urbana e rural, uma das principais diferenças entre o pavimento de concreto e o asfalto está na durabilidade. "O concreto tem uma vida útil muito maior, frequentemente superior a 20 anos, enquanto o asfalto é projetado para durar entre seis e dez anos", explica.
Em relação ao investimento inicial, Maschio destaca que a implantação do pavimento de concreto pode custar até 20% menos do que o asfalto convencional, especialmente em vias de alto tráfego. "Quanto maior o fluxo de caminhões, mais vantajoso se torna o pavimento de concreto, pois ele suporta melhor a carga sem necessidade de manutenções frequentes", acrescenta.
Manutenção reduzida e sustentabilidade
A economia também se reflete nos custos de manutenção. "Nos primeiros 20 anos, as intervenções necessárias no pavimento de concreto são mínimas, representando apenas 2% a 5% do valor da obra", aponta Maschio. Diferente do asfalto, que exige recapeamento frequente, a manutenção do concreto consiste apenas na substituição de placas danificadas, sem necessidade de fresagem ou tapa-buracos.
Além disso, o concreto é um material sustentável, podendo ser reciclado e reutilizado na pavimentação de novas estradas. "Com o tempo, o concreto pode ser britado e reaproveitado, reduzindo a necessidade de extração de novos recursos e minimizando o impacto ambiental", informa.
Segurança viária e conforto para os motoristas
Outro aspecto positivo do pavimento de concreto rígido é a segurança viária. Estudos indicam que esse tipo de pavimento melhora a visibilidade noturna devido à sua coloração mais clara, refletindo melhor a iluminação das rodovias. "O concreto também reduz o risco de aquaplanagem, pois não deforma com o tempo, evitando o acúmulo de água na superfície", ressalta Maschio.
Testes realizados nos Estados Unidos demonstraram que a frenagem em superfície de concreto pode reduzir em até 40% a distância necessária para um veículo parar em velocidades acima de 80 km/h, um fator determinante para evitar acidentes.
De acordo com Giovani Alberti, representante da Regional da ABCP no Paraná, a utilização do pavimento de concreto como solução de pavimentação em rodovias tem se tornado frequente com intuito de obter obras mais duradouras com poucas intervenções de manutenção. “O material traz vantagens também em relação ao fato da coloração clara do concreto minimizar a temperatura ambiente, melhorar a visibilidade para o usuário e não sofrer deformações que provocam buracos e trilha de rodas, além de melhor aderência do pneu dos veículos”, enumera.
Casos de sucesso no Brasil
De acordo com um levantamento da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), a solução em concreto, adotada com sucesso nas estradas americanas e alemãs, consideradas as mais eficientes do mundo, vem sendo implementada com sucesso no Paraná e Santa Catarina, a partir de um processo contínuo de capacitação técnica conduzido pela ABCP.
Dejalma Frasson Junior, gerente da regional sul da ABCP, afirma que a entidade vem atuando junto a prefeituras e ao DER realizando treinamentos com a equipe de engenheiros e seus prestadores de serviço sobre as técnicas de execução, confecção de projeto e controle tecnológico, para o uso mais adequado do pavimento de concreto, bem como orientando os fiscais durante o andamento das obras e projetos. “Nos últimos anos, o pavimento de concreto tem demonstrado um custo competitivo já na construção e, principalmente, levando em consideração o ciclo de vida do empreendimento ao longo da sua vida útil”, observa.
No Paraná, já foram pavimentados 110 quilômetros e estão em execução outros 120 quilômetros de rodovias, sendo 200 quilômetros de restauração de pavimento flexível pelo sistema whitetopping.
Em Santa Catarina, atualmente são executados 120 quilômetros de restauração de rodovias. Exemplo disso são as recentes obras nas rodovias SC-160 e SC-477, em Santa Catarina. Na SC-160, a obra está sendo realizada por meio do Programa Estrada Boa, garantindo maior resistência ao desgaste e menor necessidade de reparações futuras. Já na SC-477, a utilização de concreto nos trechos principais e asfalto apenas nas travessias urbanas otimiza o desempenho da rodovia e reduz os custos a longo prazo.
Diante das vantagens do pavimento de concreto rígido, cada vez mais Estados brasileiros estão adotando essa solução para modernizar suas rodovias. A combinação de durabilidade, menor custo de manutenção, segurança aprimorada e sustentabilidade faz desse material a melhor escolha para garantir uma infraestrutura viária eficiente e segura no Brasil.
Entrevistados
Alex Maschio é engenheiro civil graduado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), mestre em Planejamento Urbano pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e especialista em Administração - Planejamento e Gestão de Negócios pela FAE Business School e Gestão Pública pela FESP.
Dejalma Frasson Junior é engenheiro civil graduado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pós-graduado em Edificações, Gestão Empresarial, Tecnologia do Concreto e Engenharia Rodoviária. Foi pesquisador do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Atualmente, é gerente da regional Sul da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).
Giovani Alberti é engenheiro civil graduado pela Universidade Estácio e tecnólogo em concreto pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Atualmente, é representante da Regional da ABCP no Paraná.
Contatos
contato@institutoruas.com.br
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Construindo o futuro: soluções inovadoras e conhecimento técnico são apresentados na 2ª Construsul BC
A 2ª Construsul BC – Feira da Indústria da Construção e Acabamento, realizada nos dias 27 e 28 de março em Balneário Camboriú (SC), reuniu cerca de 200 expositores e promoveu um ambiente de negócios estimado em R$ 330 milhões. O evento, que se consolidou como um dos principais do setor, trouxe novidades para todas as etapas da construção civil, além de um ciclo de palestras técnicas que agregaram conhecimento aos profissionais da área.

Crédito: Guilherme Gargioni
A Construsul BC destacou-se por apresentar soluções que abrangem toda a cadeia produtiva da construção, desde a fundação até o acabamento. Empresas expositoras trouxeram produtos e serviços inovadores, voltados para eficiência, sustentabilidade e redução de custos operacionais.
Rômulo Parizotto Machado, gerente de operações comerciais na Cimento Itambé, visitou a exposição e conferiu o lançamento de novos produtos nos ramos de argamassas, pré-fabricados, artefatos de cimento, entre outros. “Observei empresas focadas em oferecer soluções em produtos e serviços para melhoria de desempenho nas edificações e, principalmente, para otimizar os processos e industrializar as construções”, informa.
Além da exposição, os visitantes tiveram acesso a palestras técnicas, abordando temas relevantes para a atualização do setor. Entre os destaques, estavam discussões sobre concreto, conforto térmico em edificações e patologias em pisos.
Industrialização da construção civil em pauta
Entre as palestras mais aguardadas, Daniel Leopoldo, supervisor de contratos na SH, empresa especializada em soluções para o setor, compartilhou sua visão sobre a industrialização da construção civil.
Com 15 anos de experiência no segmento, o especialista destacou a necessidade de modernização no setor, especialmente diante da escassez de mão de obra qualificada. “Industrializar a construção é uma necessidade urgente. Produzir mais com menos pessoas tornou-se um desafio que só pode ser superado com planejamento e tecnologia”, explicou Leopoldo.
Ele enfatizou que a industrialização começa ainda na concepção do projeto, tornando fundamental o envolvimento da equipe de execução desde as etapas iniciais. “Buscar sistemas construtivos que induzam boas práticas é essencial para garantir eficiência e qualidade na obra”, afirmou.
Construção inteligente e transformação do setor
Leopoldo também abordou o conceito de construção inteligente, que pode ser comparado a uma linha de produção bem estruturada. “Uma construção planejada permite definir etapas de trabalho e mitigar gargalos, garantindo maior previsibilidade e produtividade”, disse.
Para ele, a transição para um modelo mais industrializado exige uma mudança cultural nas construtoras, englobando desde a área comercial até o pós-obra. “No início, sair da zona de conforto pode parecer desafiador, mas os resultados compensam. É uma transformação que agrega valor e competitividade ao setor”, pontuou.
Capacitação e inovação como pilares do evento
A programação técnica da Construsul BC evidenciou o compromisso do evento com a atualização dos profissionais do setor. Palestras sobre novas tecnologias para concreto, controle de resistência mecânica e soluções sustentáveis para fachadas e jardins complementaram o conteúdo oferecido aos visitantes.
Com um público qualificado e uma forte presença de empresas do setor, a Construsul BC se consolidou como um espaço estratégico para negócios e troca de conhecimento. A expectativa para as próximas edições é de um evento ainda mais robusto, impulsionando o desenvolvimento da construção civil no Brasil.
Entrevistados
Daniel Leopoldo é graduado em Engenharia de Produção pela Universidade Estácio de Sá com MBA em Gerenciamento de Projetos e Gestão Comercial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atualmente é supervisor de contratos na SH, empresa brasileira com soluções inovadoras para o setor da construção civil.
Rômulo Parizotto Machado é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e gerente de operações comerciais na Cimento Itambé.
Contatos
jcaires@tramaweb.com.br
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Obras de expansão da linha amarela do metrô iniciam em abril
Em junho de 2024, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, formalizou um aditivo contratual para a realização de estudos de viabilidade e a elaboração dos projetos executivos da extensão da Linha 4-Amarela do Metrô até Taboão da Serra, na região sudoeste da Grande São Paulo. As obras estão programadas para começar em 3 de abril de 2025, com uma cerimônia que contará com a presença do governador.

Crédito: Divulgação/Prefeitura de Taboão da Serra
Conforme anunciou o prefeito de Taboão da Serra (SP), conhecido como Engenheiro Daniel, o pontapé inicial será o início da demolição do prédio da antiga concessionária Sorana Sul, que foi recentemente desapropriada pela gestão estadual.
De acordo com a Secretaria de Parcerias e Investimentos do governo de São Paulo, o projeto receberá um investimento de R$ 3,4 bilhões, com a expectativa de que as novas estações sejam concluídas até 2028. A estimativa é de que a ampliação beneficie cerca de 100 mil passageiros por dia. A estação Taboão da Serra será a primeira fora dos limites da capital paulista.
“É um passo importante que damos com a celebração de mais um compromisso de expansão do metrô, levar o serviço para fora da cidade de São Paulo e atender a região metropolitana. Vamos interligar outras linhas para a população poder acessar a Linha 9 de trens e as Linhas 1, 2 e 3 de metrô. Quanto mais interligação, mais passageiros a gente traz para o sistema. Isso é fundamental para a mobilidade urbana em um sistema de alta capacidade muito mais eficiente”, afirmou Tarcísio durante a assinatura do aditivo contratual.
Mudanças na linha 4 amarela
Atualmente, a Linha 4-Amarela opera entre a estação Luz, no centro de São Paulo, e a Vila Sônia, na zona oeste. Com a expansão, serão inauguradas duas novas estações: Chácara do Jockey e Taboão, ambas situadas após a Vila Sônia. A expectativa é que juntas atendam cerca de 150 mil passageiros diariamente.
Hoje, a linha conta com 12,8 km de trilhos e 11 estações. Com a extensão, serão acrescentados mais 3,3 km, totalizando 16,1 km de percurso. A execução das obras ficará sob responsabilidade da concessionária ViaQuatro.
O tempo estimado de viagem será de 55 minutos, com conexões diretas aos terminais de ônibus das estações Vila Sônia, São Paulo-Morumbi, Butantã e outros pontos estratégicos da região. Além de melhorar a mobilidade urbana, a ampliação busca reduzir o tráfego nas rodovias Raposo Tavares e Régis Bittencourt.
Documentação e desapropriação
Em dezembro de 2024, o Governo do Estado de São Paulo recebeu a Licença Ambiental Prévia para a extensão da rede metroviária até Taboão da Serra.
Em fevereiro de 2025, o governo do Estado publicou dois decretos de utilidade pública que determinam a desapropriação de imóveis para implantação da extensão da Linha 4-Amarela até Taboão da Serra. Os decretos incluem nove propriedades localizadas no município, incluindo o antigo terreno da concessionária Sorana, onde ficará a estação Taboão da Serra.
Método de escavação: NATM
Em um Relatório Ambiental Preliminar elaborado por WALM Engenharia e Tecnologia Ambiental para a Via Quatro em 2024, o método sugerido para a escavação desta nova linha é o NATM (Novo Método Austríaco de Tunelamento).
“O NATM consiste na escavação sequencial do maciço utilizando concreto projetado como suporte, associado a outros elementos como cambotas metálicas, chumbadores e fibras no concreto, em função da capacidade autoportante do maciço. O método NATM é utilizado com sucesso na construção de túneis e estações subterrâneas de grandes dimensões. Uma de suas vantagens é a adaptabilidade da seção de escavação, que pode ser modificada em qualquer ponto, de acordo com as necessidades geométricas e de parcialização da escavação, que, às vezes, se torna necessária em maciços pouco competentes ou que estão sob forte pressão hidrostática. Nesses casos, outras medidas associadas à aplicação desse método são rebaixamento do lençol freático, revestimento prévio e as mais comumente usadas, injeções químicas ou de cimento”, explica o Metrô.
Fontes
Secretaria de Parcerias e Investimentos do governo de São Paulo
Metrô
Prefeitura de Taboão da Serra
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Evento internacional dedicado a fachadas é realizado em São Paulo
No dia 18 de março, foi realizado o evento Zak World of Façades, em São Paulo (SP). Trata-se de uma das mais renomadas conferências internacionais voltadas para fachadas arquitetônicas.

Crédito: RFM Engenharia
Em sua primeira edição no Brasil, o evento reuniu arquitetos, engenheiros, consultores de fachadas e incorporadores para trocar experiências sobre as mais avançadas soluções para envoltórios prediais. Durante a programação, projetos inovadores que estão redefinindo o skyline da maior metrópole do hemisfério foram abordados em apresentações individuais e debates dinâmicos.
Confira alguns destaques do Zak World of Façades:
O papel dos consultores na melhoria da funcionalidade e sustentabilidade
O painel “O Papel da Consultoria de Fachadas na Otimização da Funcionalidade e da Sustentabilidade” destacou a importância deste serviço. “Nós temos um papel muito forte da representatividade do nosso trabalho em cima do custo da obra. Isso às vezes é ignorado por alguns parceiros. Mas nós somos responsáveis pelo segundo ou terceiro maior custo da obra. Um elemento errado pode causar não só prejuízos materiais, como custos excessivos”, afirmou Igor Alvim, diretor técnico da QMD Consultoria.
Exigências de segurança
No painel “O impacto das fachadas: arquitetura, inovação e sustentabilidade a serviço do bem-estar”, Douglas Tolaine, Design Director da Perkins+Will em São Paulo, destacou a importância de considerar as exigências dos bombeiros no desenho da fachada. “A legislação de segurança contra incêndio exige a quebra de compartimentação, e essa diretriz pode ser incorporada ao projeto da fachada. Uma solução viável é criar camadas utilizando brises, um espaço intermediário e, por fim, o vidro”, sugeriu Tolaine.
De acordo com Tolaine, essa abordagem contribui para a eficiência energética, reduzindo o consumo de energia. Essas compartimentações são necessárias porque, em muitos casos, a viga periférica precisa ter uma dimensão significativa para atender às normas. Em São Paulo, por exemplo, essa medida é de 1,20 m, enquanto em outras regiões pode não ser obrigatória. Muitas vezes, ao olharmos para edifícios internacionais, como os de Nova York, nos perguntamos por que não se utiliza vidro do piso ao teto. A resposta não está na falta de visão dos arquitetos, mas sim nas restrições da legislação. E eu vejo isso como algo positivo, pois garante uma segurança adequada”, explica Tolaine.
Outro aspecto abordado por Tolaine foi um projeto que utilizou lajes maciças, eliminando a necessidade de vigas que poderiam interferir nas instalações e na infraestrutura do edifício. “Isso permite ao cliente ter grandes planos contínuos no teto, ampliando as possibilidades de layout e acabamento. Em parceria com fornecedores e engenheiros, foi desenvolvido um sistema de brises metálicos tensionados entre vigas e pisos. Inicialmente, os brises eram perpendiculares à fachada, o que demandava um grande número de elementos e elevava os custos. Junto com a engenharia, percebemos que ao inclinarmos esses brises — que possuem pouca massa e espessura — conseguiríamos manter a abertura necessária, reduzir custos e criar uma fachada mais dinâmica”, detalha Tolaine.
Tolaine também comentou sobre a tendência dos apartamentos com pé-direito duplo – como é o caso de um de seus projetos. “Nele, todos os pavimentos seguem esse conceito. A legislação em São Paulo muda constantemente, e hoje, espaços com pé-direito duplo funcionam como um potencial construtivo adicional para o cliente. No caso deste projeto, isso representa quase 1.000 m² a mais de área edificável. E esses 1.000 m² são patrimônio, um ativo que o cliente pode decidir como utilizar”, conclui Tolaine.
Fachadas e as mudanças climáticas
Rafael Lazzarini, diretor de sustentabilidade do Centro de Tecnologia de Edificações (CTE), falou sobre dois momentos importantes: primeiro, a influência dos elementos vazados na arquitetura brasileira, muito usados no modernismo entre as décadas de 1940 e 1960; depois, sua perda de relevância no final do século passado. “Esse enfraquecimento está ligado à crescente climatização dos edifícios, principalmente comerciais, e à adoção de fachadas inadequadas ao nosso clima, copiadas de países de clima temperado”, destacou Lazzarini.
O diretor de sustentabilidade também lembra que, ao longo dos anos, vimos fachadas envidraçadas sem bom desempenho térmico, com vidros de alta absortância ou refletividade e pouca proteção solar. “Com o tempo, a eficiência energética tornou-se um fator crítico. O custo da energia se desvinculou da inflação, tornando-se uma preocupação crescente, e novas certificações e normas passaram a exigir melhor desempenho das fachadas”, afirmou.
Hoje, estudos mais aprofundados foram retomados, utilizando carta solar, simulações computacionais e elementos de proteção. “Fizemos análises comparativas de diferentes configurações de vidro e sombreamento, avaliando impactos na iluminação natural, no ofuscamento e no desempenho térmico. Os resultados mostraram que combinar vidros adequados com proteções solares melhora significativamente o conforto térmico e lumínico, reduzindo a demanda e o consumo de ar-condicionado em até 15%. Além da economia operacional, isso permite dimensionar melhor os sistemas de climatização, trazendo ganhos financeiros e ambientais. Por fim, é essencial entender a relação entre vidro, proteção solar e potência do ar-condicionado para otimizar o desempenho energético dos edifícios. Dados globais mostram que a demanda por energia cresce proporcionalmente ao aumento da temperatura, tornando indispensável o uso de soluções eficientes para evitar sobrecarga no consumo futuro. Se não priorizarmos fachadas bem planejadas, enfrentaremos desafios energéticos cada vez maiores no Brasil”, concluiu Lazzarini.
Vídeo completo da Zak World of Façades:
Fontes
Igor Alvim é diretor técnico da QMD Consultoria.
Douglas Tolaine é Design Director da Perkins+Will em São Paulo.
Rafael Lazzarini é diretor de sustentabilidade do Centro de Tecnologia de Edificações (CTE).
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Pavimento urbano de concreto em loteamentos: é viável?
O pavimento de concreto vem sendo cada vez mais utilizado em rodovias e cidades. Mas como fica seu uso em loteamentos?

Crédito: Smart Urba Vila Profeta
De acordo com Ricardo Humberto Moschetti, gerente regional de São Paulo da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), os diversos tipos de pavimento de concreto podem ser aplicados em todos os modelos de loteamentos, sejam eles públicos ou privados, rurais ou urbanos, incluindo os residenciais, comerciais, empresariais e industriais.
“Hoje, mais de 170 municípios adotam esse sistema, especialmente em loteamentos abertos e fechados. É possível perceber que o pavimento de concreto está se tornando uma escolha cada vez mais popular devido aos seus benefícios”, afirma Moschetti.
A previsão de mais de 7 milhões de m2 projetados até o final de 2024, com mais de 2 milhões já executados no último ano, reflete, segundo Moschetti, um avanço significativo na adoção do pavimento de concreto como solução preferencial em diversas regiões do país.
Vantagens de usar o pavimento urbano de concreto em loteamentos
O gerente da ABCP destaca que, entre as principais vantagens deste sistema, estão:
- Maior resistência à fadiga do pavimento;
- Alta performance ao longo do tempo, mantendo a funcionalidade do pavimento;
- Baixa necessidade de manutenção;
- Redução da temperatura ambiente em até 4 ºC e da superfície do pavimento em até 17 ºC;
- Melhor visibilidade devido à coloração clara do concreto;
- Menor emissão de CO₂ ao longo do ciclo de vida do pavimento.
Moschetti também ressalta que esse sistema proporciona uma qualidade de rolamento superior, pois não apresenta deformações plásticas, trilhas de rodas ou buracos, eliminando a necessidade de operações frequentes de tapa-buracos e recapeamentos. Essas manutenções, quando os pavimentos passam para a administração pública, geram altos custos aos cofres públicos. Além disso, o sistema pode proporcionar uma economia de até 30% nos gastos com iluminação pública.
Um exemplo disso é o loteamento Smart Urba Vila Profeta, em Campinas (SP), que utilizou pavimento urbano de concreto em suas vias. “Optamos pelo pavimento de concreto por diversos motivos, entre eles o conforto térmico, já que o concreto retém menos calor do que o asfalto, proporcionando uma sensação térmica mais agradável. Além disso, o pavimento de concreto é uma opção mais sustentável, pois pode incorporar materiais reciclados em sua composição, ao contrário do asfalto, que utiliza uma quantidade maior de componentes poluentes”, explica Diego Apolônio, um dos responsáveis pela equipe de engenharia do Smart Urba Vila Profeta.
Custo-benefício do uso do pavimento de concreto em loteamentos
Moschetti aponta que diversos fatores devem ser considerados para avaliar a competitividade dos pavimentos de concreto, destacando-se o custo de construção e o custo de manutenção ao longo de sua vida útil.
“Estudos indicam que, para tráfego leve, os pavimentos de concreto já são competitivos em termos de custo de construção. À medida que a intensidade do tráfego aumenta, sua competitividade se torna ainda maior, podendo gerar economias de até 20% em comparação com pavimentos flexíveis. Além disso, ao considerar o custo de manutenção ao longo do período de projeto – 20 anos para o pavimento de concreto, frente a 10 anos dos pavimentos asfálticos –, os pavimentos de concreto podem ser até 35% mais econômicos (valor presente), em relação aos pavimentos flexíveis. Cada obra possui suas particularidades, portanto, uma análise detalhada é essencial para determinar esses percentuais de ganho”, explica Moschetti.
Apolônio destaca que, no caso do Smart Urba Vila Profeta, a principal vantagem considerada foi a menor necessidade de manutenção a longo prazo, além da possibilidade de reparos com menos demanda por equipamentos e mão de obra. “Além disso, na época do lançamento do empreendimento, o CAP (cimento asfáltico de petróleo - um componente do asfalto) havia sofrido um aumento expressivo, enquanto o concreto mantinha um preço estável. Dessa forma, a escolha pelo pavimento de concreto representou uma economia de aproximadamente 20% naquele momento, tornando-se a opção mais viável financeiramente”, comenta.

Crédito: Smart Urba Vila Profeta
Aplicação do PUC em loteamentos
Moschetti ressalta que a escolha dos equipamentos para a construção de loteamentos residenciais deve ser feita de acordo com as condições da obra e, preferencialmente, durante o desenvolvimento do projeto. “O prazo de execução da obra e a logística de abastecimento do concreto influenciam na escolha dos equipamentos de aplicação e adensamento, que são os itens mais relevantes do processo. Dependendo da produtividade necessária, podem ser utilizados equipamentos de pequeno porte, como régua vibratória, treliça vibratória ou rolo giratório, que são de fácil manuseio e adaptáveis a qualquer tipo de obra, com produtividade entre 100 e 200 metros lineares por dia. Também há opções como o laser screed, de médio porte, ou a vibroacabadora de forma deslizante, que pode alcançar uma produtividade de até 700 metros lineares por dia”, explica.
No caso do Smart Urba Vila Profeta, o processo foi realizado manualmente, utilizando régua vibratória e executado em etapas. “No entanto, uma das vantagens do PUC em relação ao asfalto é a necessidade de menos equipamentos na execução, o que reduz a complexidade da mobilização e, consequentemente, os custos dessa etapa”, destaca Apolônio.
Moschetti acrescenta que a chave para uma boa implantação do pavimento de concreto está na combinação de três fatores essenciais: um bom projeto, o uso de produtos de qualidade e uma execução impecável. “Cada uma dessas etapas exige atenção e um alto nível de especialização para garantir que o pavimento ofereça qualidade e durabilidade. A implementação de projetos bem estruturados, o uso de materiais de qualidade e a capacitação da mão de obra são fundamentais para assegurar que o pavimento de concreto atenda a todos os requisitos de desempenho”, afirma Moschetti.
Entrevistados
Ricardo Humberto Moschetti é gerente regional São Paulo da Associação Brasileira de Cimento Portland - ABCP.
Diego Apolônio é um dos responsáveis pela equipe de engenharia do Smart Urba Vila Profeta.
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Seminário internacional mostra que projetos de retrofit causam impacto direto na valorização imobiliária

Crédito: Divulgação
O retrofit tem se consolidado como uma solução essencial para a requalificação urbana e valorização imobiliária, tornando-se um dos principais fatores de recuperação e modernização de edificações históricas e espaços urbanos degradados. O SindusCon-SP organizou um seminário internacional presencial dedicado ao retrofit urbano, reunindo profissionais do setor para discutir tendências, desafios e oportunidades.
O evento contou com palestras de especialistas nacionais e internacionais, que compartilharam cases de sucesso e abordaram aspectos técnicos e econômicos do retrofit. Entre os temas discutidos, destacaram-se as estratégias para viabilizar financeiramente projetos de retrofit e as políticas públicas necessárias para incentivar essa prática no Brasil.
Segundo Marcos Gavião, diretor adjunto do SindusCon-SP, a renovação de edifícios, mesmo que individualizada, impacta positivamente o entorno e pode estimular um processo coletivo de revitalização urbana. “Além da questão estética e histórica, o retrofit também desempenha um papel estratégico na sustentabilidade, ao promover a reutilização de materiais e a melhoria da eficiência energética dos imóveis”, ressalta.
Cidade Matarazzo: um dos maiores desafios de retrofit do Brasil
Em São Paulo, um dos mais emblemáticos projetos desse segmento chama-se Cidade Matarazzo, uma iniciativa que revitalizou um complexo histórico e o transformou em um centro multiuso de referência internacional.
O Cidade Matarazzo, localizado no bairro da Bela Vista, é um projeto que transformou o antigo Hospital Matarazzo em um complexo de uso misto, incluindo hotelaria, gastronomia, comércio e espaços culturais. O Cidade Matarazzo inclui dez edifícios tombados em um terreno de 30.000 m2.
Maurício Linn Bianchi, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP, participou ativamente da revitalização e destaca os desafios do projeto: “O edifício estava desativado desde 1993 e nenhum investidor nacional enxergou sua vocação. Foi um estrangeiro, Alexandre Allard, quem teve a coragem de enfrentar essa jornada e transformar a área”, relembra.
O empreendimento enfrentou diversas barreiras burocráticas e de financiamento. “Os bancos nem sempre entendem projetos inovadores como o retrofit e preferem esperar a maturidade da ideia, o que pode dificultar investimentos”, explica Bianchi.
Com um investimento de mais de R$ 2 bilhões, o Cidade Matarazzo inclui o luxuoso Rosewood Hotel, inaugurado em janeiro de 2022 e que se tornou um marco na cidade, um hub de investimentos sustentáveis e um centro de convenções altamente requisitado. O projeto é um modelo de como a preservação histórica pode ser economicamente viável e socialmente benéfica.
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Valorizando o patrimônio e o mercado imobiliário
A revitalização do Cidade Matarazzo trouxe impacto direto na valorização imobiliária da região. Estudos apontam que os preços dos imóveis na Bela Vista aumentaram entre 30% e 40% após a implantação do projeto. “O retrofit é muito mais do que restaurar um prédio. Ele gera riqueza para o entorno, melhora a qualidade urbana e cria novas oportunidades de negócio”, destaca Bianchi.

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A iniciativa também teve um impacto social significativo, com geração de aproximadamente 40 milhões de horas trabalhadas, criando oportunidades para mão de obra qualificada. “Conseguimos incluir no projeto profissionais mais experientes que estavam próximos da aposentadoria, valorizando o conhecimento técnico acumulado ao longo dos anos”, afirma Bianchi.
O Retrofit como futuro da construção
Com o sucesso de projetos como o Cidade Matarazzo, especialistas acreditam que o retrofit se tornará uma estratégia cada vez mais adotada no Brasil. Segundo Gavião, a tendência é de que escritórios desatualizados sejam convertidos em moradias e espaços de uso misto, seguindo o exemplo de grandes cidades europeias.
Para que essa prática se torne mais comum, é fundamental que haja incentivos governamentais e maior compreensão por parte das instituições financeiras. “Precisamos de uma legislação mais flexível e de produtos financeiros que estimulem investidores a apostarem em retrofit”, finaliza Bianchi.
O caso do Cidade Matarazzo prova que é possível preservar a história, valorizar o mercado imobiliário e promover a sustentabilidade ao mesmo tempo. O retrofit não é apenas uma solução para prédios antigos, mas um caminho para um futuro mais eficiente e conectado às necessidades urbanas modernas.
Entrevistados
Marcos Ferreira Gavião é graduado em Arquitetura pela FAUUSP, sócio-diretor da Marcos Gavião Arquitetos, diretor adjunto de imobiliário do SindusCon-SP e membro da VPALUM do Secovi-SP.
Maurício Linn Bianchi é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Mackenzie, membro do Comitê de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade da entidade e fundador da MLB Engenharia.
Contatos
diretoria@marcosgaviao.com.br
mauriciolbianchi@gmail.com
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Innova Build Conference estreia no Brasil e discute sistemas construtivos inovadores para os setores da engenharia e construção

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A primeira edição brasileira do Innova Build Conference (IBC) aconteceu em São Paulo no dia 1º de fevereiro, reunindo cerca de 300 participantes, com a presença de especialistas nacionais e internacionais e um ambiente propício para networking e desenvolvimento de novos negócios.
Criado nos Estados Unidos, o evento tem como foco discutir tendências e soluções tecnológicas para a construção civil, promovendo a digitalização e o uso da inteligência artificial (IA) no setor. "Idealizei esse evento para criar um espaço de troca de conhecimento, onde engenheiros, arquitetos e construtores pudessem se conectar às tecnologias mais avançadas do mercado. Fazemos a ponte entre EUA, Brasil e Europa, proporcionando imersões em eventos globais como a Bauma, na Alemanha, e a BIG 5, em Dubai", afirmou Alex Lira, CEO da Construlab e idealizador do IBC.
Inovação em pauta: os temas abordados
A programação do evento trouxe debates e apresentações sobre as mais recentes inovações do setor, incluindo Inteligência Artificial (IA) aplicada à construção, com temas sobre otimização de processos, redução de riscos e aumento da produtividade.
Os participantes também trouxeram contribuições sobre os avanços da Impressão 3D e seus impactos nos métodos construtivos, bem como novas possibilidades da Realidade Aumentada e Virtual na visualização e gestão de projetos. “Nossa proposta sempre foi trazer transformação real para o setor AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção), promovendo a digitalização, a inteligência artificial e outras inovações disruptivas”, destacou Lira.
Outro destaque foi a eficiência do BIM (Building Information Modeling) com foco na sustentabilidade das construções e estratégias práticas para implementação da inovação. “Também tratamos da sustentabilidade com redução de impacto ambiental e melhoria da eficiência energética, bem como sistemas construtivos inovadores, incluindo a construção modular e parede de concreto”, relata.
A revolução da Inteligência Artificial na construção
A IA tem mudado a forma como a construção civil opera. Atualmente, a tecnologia permite prever falhas estruturais, otimizar cronogramas e automatizar processos de design e planejamento. Ferramentas como captura de realidade e machine learning elevam a precisão das operações no setor. "A IA está transformando o setor e quem não se adaptar ficará para trás", alertou Lira.
De acordo com ele, o futuro promete avanços ainda mais impactantes, como:
- Canteiros de obras digitalizados com drones, scanners, câmeras 360º e sensores.
- IA para análise de riscos em tempo real, reduzindo desperdícios e aumentando a segurança.
- Robótica aplicada à construção, automatizando tarefas repetitivas.
- Gêmeos Digitais (Digital Twins) integrados ao BIM, permitindo simulações precisas.
Impressão 3D: o futuro da construção
A impressão 3D já é uma realidade e pode revolucionar a construção civil. Com a tecnologia, é possível construir casas inteiras em poucos dias, utilizando materiais sustentáveis e reduzindo custos.
Nos EUA, a Construtora Lennar desenvolveu a "The Genesis Collection", uma comunidade de mais de 300 casas impressas em 3D no Texas. Na China, uma ponte de concreto foi totalmente impressa em 3D e instalada com sucesso.
No Brasil, a tecnologia ainda está em fase inicial, mas empresas como a 3D Portal investem em pesquisas e desenvolvem projetos inovadores, incluindo cozinhas e mobiliário urbano impressos em 3D. "Nos EUA e na Europa, a impressão 3D avança rapidamente, pois resolve o problema da falta crônica de mão de obra. O Brasil tem grande potencial para adotar essa solução", destacou Lira.
Leia mais: https://www.cimentoitambe.com.br/primeira-casa-3d-em-portugal-une-agilidade-e-economia/
Além das tecnologias inovadoras, o evento abordou temas estratégicos para o futuro do setor, como startups e construtechs que estão transformando o mercado, assim como a preparação dos profissionais para atuarem na era digital.
A primeira edição do Innova Build Conference no Brasil mostrou que o país está pronto para avançar na digitalização e inovação na construção civil. "Estaremos de volta ainda este ano, e já temos pedidos para realizar o evento em diferentes regiões do Brasil, como Minas Gerais e Santa Catarina", afirma. O próximo evento será realizado em Miami no dia 10 de maio e as inscrições já estão abertas pelo site https://www.innovabuildconference.com.
Entrevistado
Alex Lira é CEO da Construlab, engenheiro civil com mais de 23 anos de experiência e referência internacional em inteligência artificial aplicada à construção e tecnologias digitais. Professor de pós-graduação em Inteligência Artificial e Gestão de Projetos pela Oxford University, é também fundador da Innova Build Conference, um evento internacional que promove a transformação do setor por meio da tecnologia e inovação.
Contato (Assessoria de Imprensa)
carolina@carolinalara.com.br
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Restauração das rodovias PRC-487 e PR-460 promete mais segurança e fluidez ao tráfego na região central do Paraná

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A restauração das rodovias PRC-487 e PR-460, entre Pitanga e o Rio Muquilão, na região central do Paraná, já era uma demanda necessária devido ao tempo de uso dessa estrada, cuja última intervenção ocorreu em 2003, quando o pavimento recebeu um reforço de 6 cm de Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ). A estrada foi pavimentada em 1982, com estrutura composta por 45 cm de camadas granulares e 5 cm de revestimento em CBUQ.
Atualmente, o trecho apresenta condições regulares, mas a crescente demanda de tráfego, estimada em 4.030 veículos diários, dos quais 1.400 são comerciais, exige um reforço estrutural para garantir a segurança e eficiência da via. "A rodovia já não atende mais às necessidades da região com a qualidade esperada. Precisamos reforçar sua estrutura para que suporte o tráfego crescente e atenda às demandas futuras", explica Janice Kazmierczak Soares, diretora técnica do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR).
Impactos para a população e transporte de carga
As rodovias interligam regiões produtoras do Mato Grosso do Sul, Noroeste e Centro-Oeste do Paraná à BR-277, Curitiba e Paranaguá. Um dos principais geradores de tráfego é uma das maiores cooperativas da América Latina, que envia cerca de 12.000 toneladas de produtos diariamente ao Porto de Paranaguá.
A reestruturação garantirá maior fluidez ao tráfego, melhorias na capacidade das interseções, ampliação das terceiras faixas e correção de curvas perigosas, tornando o trajeto mais seguro para motoristas e pedestres. "Com essas melhorias, os motoristas terão um trajeto mais seguro e eficiente, reduzindo o tempo de deslocamento e os riscos de acidentes", destaca Janice.
Principais melhorias previstas
A obra inclui diversas intervenções para aprimorar a infraestrutura das rodovias, como:
- Construção de um viaduto no entroncamento das rodovias PR-460 e PRC-487, com 35 metros de comprimento e 11,8 metros de largura;
- Duas rótulas fechadas, localizadas nos acessos a Nova Tebas (km 254,42) e Catuporanga (km 255,89);
- Correção geométrica de curvas, abrangendo nove curvas horizontais e três curvas verticais;
- Adequação das faixas adicionais, que passarão a ter 3,50 metros de largura e 1,20 metros de faixa de segurança;
- Nova iluminação viária, incluindo a instalação de 1.200 metros de iluminação em interseções e no perímetro urbano de Catuporanga;
- Melhorias em quatro pontes, com manutenção estrutural, instalação de defensas metálicas e drenagem eficiente para prevenção de erosão;
- Novo sistema de drenagem e sinalização, com substituição e recuperação de dispositivos de segurança.

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Opção pelo whitetopping
A restauração será feita por meio da técnica whitetopping, um pavimento rígido que se mostrou a solução mais vantajosa em termos econômicos. O método foi escolhido após uma análise comparativa com outras alternativas, levando em conta não apenas o custo inicial da obra, mas também os gastos com manutenção a longo prazo. "O whitetopping oferece maior durabilidade e menor custo de manutenção ao longo dos anos, garantindo uma infraestrutura de qualidade superior para os usuários da rodovia", explica Janice.
Cronograma das obras
Inicialmente prevista para 11 de fevereiro de 2024, a abertura da licitação foi prorrogada para 8 de abril de 2025, enquanto a previsão de conclusão das obras é para julho de 2027.
Com essas mudanças, a expectativa é de que a região se beneficie não apenas em termos de segurança viária, mas também com o fortalecimento da economia local, facilitando o escoamento da produção e impulsionando o desenvolvimento regional. "É um investimento essencial para o Paraná, pois reforça nossa infraestrutura e dá suporte ao crescimento da nossa economia", conclui Janice.
Entrevistada
Janice Kazmierczak Soares é graduada em Engenheira Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), pós-graduada em Infraestrutura de Transportes pela Universidade Paulista (UNIP) e em Obras Públicas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atualmente, é diretora técnica do DER/PR.
Contato (Assessoria de Imprensa)
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