Sustentabilidade na construção civil é um dos temas de evento da CBIC e Sinduscon-PR

Rio Bonito Soluções Ambientais deu início à operação do novo triturador no mês de junho.
Crédito: Cimento Itambé

Como parte das comemorações dos 80 anos do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR), a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) realizou nos dias 6 e 7 de junho um evento focado em três grandes pilares do setor, com foco em sustentabilidade em obras industriais e corporativas, bem como temáticas envolvendo infraestrutura e mercado imobiliário.

Na temática sobre sustentabilidade, a Comissão de Obras Industriais e Corporativas (Coic) e a Comissão de Meio Ambiente (CMA) da CBIC trouxeram painelistas que abordaram processos sustentáveis e inovação na construção civil. 

“Discutimos um projeto inovador, que substitui o carvão mineral e o combustível fóssil por combustíveis renováveis. Também tratamos de construção de baixo carbono e saneamento como fonte de saúde e sustentabilidade”, afirma Ilso Oliveira, vice-presidente de Obras Industriais e Corporativas da CBIC.

Ele relata que os debates do encontro desdobram-se em novas ações, como a troca de experiências em torno da gestão hídrica nos próximos meses. O objetivo é utilizar os conhecimentos de engenharia em benefício da redução dos impactos advindos de eventos climáticos extremos. “Os principais ganhos do evento foram o compartilhamento de conhecimentos e a oportunidade de comprovar avanços importantes com cases reais”, aponta.

Coprocessamento para reduzir a pegada de carbono

Quando se fala em iniciativas para reduzir a chamada “pegada ecológica” na construção civil, a Rio Bonito Soluções Ambientais, empresa do Grupo Itambé, tem se destacado por soluções ambientais e tratamento de resíduos, em especial na atuação com coprocessamento.

O coprocessamento é uma técnica que reduz o consumo de combustíveis fósseis, através da utilização de resíduos como fonte de energia térmica nos fornos de clinquer, reduzindo assim a emissão de gases de efeito estufa (GEE). Esta redução é obtida pela redução do consumo, extração e transporte dos combustíveis fósseis, assim como com a eliminação da exposição destes resíduos à atmosfera.

A importância do coprocessamento na planta cimenteira é mais evidente considerando a prática como uma das iniciativas de aceleração Net Zero, divulgada pela Global Cement and Concrete Association (GCCA), como um compromisso do setor para o processo de descarbonização.

O engenheiro ambiental Leandro Menezes Gomes, analista comercial da Rio Bonito, relata a importância do coprocessamento para toda cadeia cimenteira, que envolve desde a extração da matéria-prima até o transporte e queima nos fornos de clínquer. “Com 11 anos de atuação, a Rio Bonito é uma das principais empresas do Brasil no serviço de coprocessamento, técnica que utiliza os resíduos industriais e urbanos na fabricação de cimento, substituindo a queima dos combustíveis fósseis tradicionais dos fornos de clínquer”, informa.

Para isso ocorrer, é necessário preparar os resíduos para a queima, ou seja, triturá-los e/ou misturá-los antes de dosar no forno. A etapa da mistura, conhecida como blendagem, é analisada para atender diversos parâmetros técnicos e legais. Desde a fundação da Rio Bonito, já foram coprocessadas 737 milhões de quilos de resíduos.

Investimento nas estruturas de coprocessamento

No início da empresa, em 2013, foram coprocessadas cerca de 24 mil toneladas de resíduos, saltando para mais de 108 mil toneladas em 2023. “Em 2024, estamos com a previsão de consumir aproximadamente 150 mil toneladas de resíduos. Com isso, devemos evitar o consumo de 48 mil toneladas de coque de petróleo e reduziremos cerca de 600 mil toneladas de carbono equivalente que iriam para a atmosfera”, assinala.

Atualmente, a Rio Bonito está investindo nas estruturas de coprocessamento, aumentando a média histórica de coprocessamento, com previsão de dobrar em 2024. “Percebemos que, desde 2023, o mercado vem buscando o ‘aterro zero’ e muitos gestores públicos estão vendo no coprocessamento uma saída econômica e ambientalmente sustentável. Esperamos que este engajamento gere uma oferta ainda maior de resíduos para coprocessamento no Estado do Paraná”, avalia.

Para contratar o coprocessamento, a Rio Bonito faz inicialmente uma análise de viabilidade de coprocessamento do resíduo, com avaliação do processo de geração e coleta de uma amostra.

Uma vez aprovado o projeto, o cliente deve solicitar um laudo conforme Resolução CEMA 76/09 e, após esta fase, a Rio Bonito precifica o resíduo e dá sequência na documentação para emissão de uma Autorização Ambiental, conforme prevê a Portaria 212/19. “Este processo é utilizado para resíduos gerados ou destinados no Estado do Paraná, enquanto para os demais Estados é preciso consultar a autarquia estadual sobre o procedimento adequado”, orienta Gomes.

Entrevistados

Ilso José de Oliveira é engenheiro civil formado na Escola de Engenharia do Triângulo
Mineiro (EETM), pós-graduado em Administração Mercadológica pela Fundação Dom Cabral e possui MBA em Gestão de Negócios de Engenharia pelo IBMEC. É fundador da Reta Engenharia, sendo atualmente presidente do Conselho de Administração. É vice-presidente de Obras Industriais e Corporativas da CBIC.

Leandro Menezes Gomes é engenheiro sanitarista e ambiental formado pela FAE Centro Universitário, pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Faculdade Estácio e possui MBA em Gestão Ambiental pela Université de Rennes 2, na França. É Analista Comercial de Coprocessamento da Rio Bonito.

Contatos:
coic@cbic.org.br
leandro.gomes@riobonito.eco.br

Jornalista responsável
Ana Carvalho
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A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.


NBR 15696 passa por revisão e consulta pública

Novo texto da norma deve abordar a temperatura de lançamento de concreto e as exigências para uma empresa ser autorizada a operar.
Crédito: Envato

A ABNT NBR 15696 - Dimensionamento, Ensaios e Aplicabilidade de Fôrmas e Cimbramentos para Estruturas de Concreto está em processo de revisão e o texto final deve ser publicado até o final de 2024. 

Histórico da norma

Antes da criação da ABRASFE (Associação Brasileira de Fôrmas, Escoramentos e Acesso), já havia uma necessidade evidente de uma norma que orientasse a execução de projetos no setor de fôrmas e escoramentos. O setor estava em rápida ascensão e carecia de diretrizes normativas adequadas. Com esse objetivo em mente e organizados como associação, a ideia ganhou força e foi concretizada.

"A criação da norma ABNT NBR 15696:2009 permitiu que os projetos e premissas seguissem padrões de qualidade, evitando conflitos e garantindo maior segurança e eficiência no setor", comenta Jefferson Carlos da Silva, consultor de engenharia na ABRASFE e responsável pela gestão dos comitês de engenharia e subcomitê BIM da entidade.

Mudanças na NBR 15696

De acordo com Silva, alguns anos após a primeira edição, verificou-se a necessidade de atualização, adequação e modificação de alguns itens para melhor atender às necessidades do setor de fôrmas e escoramento, nicho no qual a inovação tecnológica ocorre de forma exponencialmente acelerada.

"Em 26 de outubro de 2021, reativamos a comissão de estudos para revisão da norma. Atualmente, foi concluída a revisão da NBR 15696 junto à ABNT na comissão de estudos CE-002:124.025 - Comissão de Estudo de Fôrmas e Escoramentos. A última reunião aconteceu em 28/03/24 e a próxima etapa será realizar ajustes no texto junto à ABNT para que possa ser enviada para consulta pública. Uma norma que não se atualiza cai no esquecimento; por isso, nós da ABRASFE nos sentimos responsáveis por manter a NBR 15696 viva", contou Silva durante o evento M&T Expo – Part of bauma network.

Entre os temas a serem contemplados no novo texto da norma estão as categorias de concreto, a temperatura de lançamento de concreto e as exigências para uma empresa ser autorizada a operar. Segundo Silva, é necessário ter cuidado com o escoramento, uma vez que situações como o acúmulo de concreto podem prejudicar o apoio e até mesmo a resistência.

Fonte
Jefferson Carlos da Silva é consultor de engenharia na ABRASFE e responsável pela gestão dos comitês de engenharia e subcomitê BIM desta entidade, e secretário da Comissão de Estudos CB-002.124.25.001, para revisão da ABNT NBR 15696.

Contato: Jef.csilva1@gmail.com

Jornalista responsável
Marina Pastore
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Como será a reconstrução de moradias após as enchentes no Rio Grande do Sul?

Mais de 2 milhões de pessoas foram atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
Crédito: Mauricio Tonetto/Secom

As tempestades que assolaram o Rio Grande do Sul devastaram 92,7% dos municípios, afetando 461 municípios. De acordo com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, as enchentes atingiram cerca de 2 milhões de pessoas, sendo que muitas delas se viram obrigadas a deixar suas casas. Até o momento, aproximadamente 37.328 pessoas ainda encontram-se em abrigos temporários.

O maior desafio depois que os rios retornarem a níveis aceitáveis, será a reconstrução das moradias, muitas delas inutilizadas por se encontrarem em áreas de risco ou até mesmo condenadas segundo aspectos estruturais. O geólogo e geotécnico Abdel Hach, especialista internacional em gestão e prevenção de desastres naturais, informa que as cidades atingidas por desastres naturais no Rio Grande do Sul apresentam algumas características comuns, como vulnerabilidade a inundações, deslizamentos de terra e ventos fortes.

Segundo ele, essas cidades muitas vezes possuem infraestruturas antigas, planejamento urbano inadequado e localizações em áreas de risco. De acordo com ele, muitas cidades estão situadas em áreas ribeirinhas e planícies aluviais (áreas praticamente planas), o que as torna suscetíveis a enchentes. “Além disso, parte das populações mais afetadas estão concentradas em áreas de risco devido à falta de planejamento urbano adequado”, observa.

Reconstruir as moradias exige uma abordagem multifacetada

A abordagem ideal combina planejamento estratégico, uso de tecnologias avançadas, engajamento comunitário e colaboração entre diferentes setores da sociedade para criar comunidades mais seguras, resilientes e sustentáveis”, aponta o geólogo. Por isso, reconstruir as moradias no Rio Grande do Sul após os desastres naturais é um desafio complexo que exige uma abordagem multifacetada.

Para o especialista, que também atua com foco em mapeamento e monitoramento de áreas de risco geológico no Brasil, é importante criar um novo padrão construtivo, com utilização de materiais duráveis, técnicas de construção modernas e a integração de infraestrutura verde. Tudo isso para minimizar o impacto de futuros desastres naturais e garantir a segurança das comunidades locais. 

O novo padrão construtivo deve prever a realocação de moradias de áreas de risco para locais mais seguros, evitando zonas propensas a inundações, deslizamentos e outros desastres naturais. Também é preciso integrar soluções baseadas na natureza, como parques alagáveis, telhados verdes e áreas de retenção de água, para mitigar o impacto de futuras enchentes e eventos climáticos extremos.

O geólogo, que também é conselheiro do CREA-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná), afirma que a realidade impõe um novo padrão construtivo, com elevação das estruturas. “Sugiro a construção de moradias elevadas sobre plataformas, especialmente em áreas propensas a inundações, usando fundações elevadas para proteger contra eventuais enchentes”, alerta.

Uso do concreto armado e soluções modulares

Abdel Hach também defende o uso do concreto armado para as estruturas principais, devido à sua resistência e durabilidade, bem como uso do aço galvanizado para suportes estruturais, por sua resistência à corrosão e durabilidade.

“Importante também pensar em edifícios multifuncionais, cuja estrutura pode servir como abrigos de emergência durante desastres, e edifícios modulares para que possam ser facilmente montados e desmontados em casos de reconstrução”, enumera.

Exemplos bem-sucedidos no Brasil

Alguns exemplos bem-sucedidos foram citados pelo especialista, como a implantação de um amplo programa de realocação e desenvolvimento de infraestrutura resiliente em Santa Catarina, incluindo a construção de novas moradias em áreas seguras e a criação de parques alagáveis, implantados após as enchentes de 2008.

Uma das cidades beneficiadas pelo programa foi Blumenau (SC), que implantou um programa de realocação de famílias de áreas de alto risco para novas áreas desenvolvidas com infraestrutura adequada.

O pesquisador também ressalta a situação do Chile que, após o terremoto de 2010, adotou novos códigos de construção e iniciou programas de reconstrução que incluíram habitações elevadas e infraestruturas resistentes a sismos.

Outro exemplo para se inspirar é o da cidade de Teresópolis (RJ) que, após a experiência com deslizamentos de terra devastadores, criou novos conjuntos habitacionais em áreas seguras para a população que vivia em áreas de risco. “Afastar as infraestruturas dos ambientes de maior risco é uma estratégia fundamental para reduzir a vulnerabilidade a desastres naturais, o que pode ser alcançado por meio de uma combinação de planejamento urbano cuidadoso, políticas de realocação, uso de tecnologia de mapeamento e engajamento comunitário”. 

Ele também afirma ser necessário incluir a comunidade no processo de planejamento e reconstrução para garantir que as soluções atendam às necessidades e desejos dos moradores, promovendo programas de educação sobre construção resiliente e preparação para desastres, capacitando a população local para lidar melhor com eventos futuros.

CBIC propõe medidas para facilitar acesso a linhas de crédito

Outra necessidade durante o processo de reconstrução das moradias será a criação de linhas de crédito e subsídios para financiamentos na reconstrução das casas. Nesse sentido, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apresentou à Caixa Econômica Federal um conjunto de propostas com medidas emergenciais para facilitar o provimento de moradia à população e a reconstrução do Estado

O objetivo é fomentar a construção e recuperação de moradias, apoiar a recomposição do tecido empresarial e econômico do Estado, e acelerar o retorno à normalidade social e econômica com geração de emprego e renda. 

Entre as 16 medidas voltadas especialmente para o acesso ao crédito para aquisição da casa própria, a CBIC propõe a redução de juros para aquisição, construção ou recuperação de imóveis, financiamento facilitado e ágil, além de carência de seis meses em contratos ativos e novas contratações

ENTREVISTADO

Abdel Hach é geólogo e geotécnico. Graduado em Geologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestre em Engenharia (Geotecnia) pela Universidade de São Paulo (USP). Doutorando em Geociências e Meio Ambiente pela UNESP-SP. É professor das disciplinas de Geotecnia e Geologia Aplicada junto ao Departamento de Engenharia Civil do Centro Universitário UNICURITIBA. É conselheiro do Conselho Regional de Engenharia do Estado do Paraná (Crea-PR). Tem forte atuação na área de Geologia aplicada à engenharia, com foco em prevenção de desastres naturais, segurança de barragens, mapeamento e monitoramento de áreas de risco geológico e estabilidade de taludes no Brasil e no exterior. Especialista internacional em Paleoclimatologia e Gestão e prevenção de Desastres naturais.

Contato: abdel.hach@gmail.com

Jornalista responsável
Ana Carvalho
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Passarela do Parque de Castilla é feita com impressão 3D de concreto

Passarela foi construída com uma impressora 3D, utilizando um material à base de cimento reforçado com fibras.
Crédito: IAAC

A construção com impressão 3D de concreto tem ganhado cada vez mais o mercado. Em países como a França, El Salvador e Haiti, a técnica já vem sendo utilizada como solução para habitação social. Em 2021, a Alemanha viabilizou também o primeiro projeto comercial em impressão 3D.

Durante o XX International Conference on Building Pathology and Constructions Repair, realizado entre os dias 29 e 31 de maio em Fortaleza (CE), Albert de la Fuente Antequera, professor no Departamento de Engenharia Civil e Ambiental Universitat Politècnica de Catalunya (UPC), trouxe a apresentação "Do projeto à análise de sustentabilidade de uma passarela de concreto impressa em 3D”. 

Benefícios do concreto impresso em 3D

De acordo com Antequera, o concreto impresso em 3D pode ser uma alternativa sustentável às soluções tradicionais para algumas tipologias e apresenta diversos benefícios:

  • Liberdade nas geometrias;
  • Aumento da produtividade;
  • Redução do consumo de materiais e dos custos com mão de obra;
  • Redução de materiais (que podem chegar até 30%);
  • Redução de emissões de CO (estimada em até 40%).

Estudo de caso: Passarela do Parque de Castilla (Madri, Espanha)

O professor da UPC apresentou durante a palestra o caso da Passarela do Parque de Castilla (Madri, Espanha), que foi construída com uma impressora 3D, utilizando um material à base de cimento reforçado com fibras, com propriedades isotrópicas e capacidade de resistência à tração após fissuração.

Vídeo aqui.

A respeito desta construção, Antequera trouxe algumas conclusões:

  • Valores característicos da resistência à compressão (fck) do material superiores a 25 MPa podem ser consistentemente alcançados na impressora de grande escala em formato 3D.
  • A espessura da camada (5 mm) e o grau de compactação revelaram-se parâmetros relevantes para garantir valores consistentes de fck > 25 MPa em toda a superfície de impressão e densidades superiores a 2.200 kg/m³.
  • A anisotropia das propriedades mecânicas deve ser levada em conta no processo de design, considerando-se as equações constitutivas do material de acordo.

Análise de sustentabilidade: comparação de desempenho

Durante a palestra, Antequera apresentou uma análise para quantificar o desempenho de sustentabilidade (SI) da passarela de concreto impressa em 3D com outras alternativas, considerando critérios econômicos, ambientais e sociais.

Para estabelecer um comparativo entre os métodos, foram consideradas as seguintes condições:

  • Mesmo vão e condição de contorno;
  • Desempenho mecânico equivalente quando submetido a cargas;
  • Durabilidade (com baixa manutenção) de 50 anos.

Diante destes critérios, foram obtidos os seguintes resultados:

    • Passarela com impressão 3D de materiais cimentícios (3DCP): Possui custos elevados (de material e equipamento), que comprometem seu desempenho de sustentabilidade. Houve redução de 40% do consumo de material, 25% das emissões de CO₂ e 35% do consumo de energia em relação à solução convencional de concreto armado (referência);
    • Passarela “UHPC” (Ultra-High Performance Fibre Reinforced Concrete - Concreto Reforçado com Fibras de Ultra Alto Desempenho): Maior desempenho de sustentabilidade em todos os cenários analisados (exceto o econômico). Houve redução de quase 70% do consumo de material, 40% das emissões de CO2 e até 70% do consumo de energia em relação ao referência;
  • Solução de concreto armado (referência): esta opção é a mais sustentável em cenários em que os custos são os principais fatores de decisão. 

Essas conclusões devem ser enquadradas dentro desta pesquisa (ou seja, geometrias, cargas, métodos de impressão 3D e materiais considerados).

Entrevistado

O Dr. Albert De la Fuente Antequera obteve seu diploma em Engenharia Civil pela Universidade Politécnica da Catalunha (UPC) em 2007 e seu título de doutorado em 2011 no Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UPC. Albert é Professor Associado na UPC na área de Engenharia de Construção, sendo coordenador de disciplinas de materiais avançados de construção e projeto de concreto estrutural. Sua área de pesquisa é Engenharia Civil e Estrutural, focando principalmente em novos materiais e processos de construção, projeto estrutural avançado e otimização, e modelos para avaliação de sustentabilidade.

Antequera lidera em média 2 projetos financiados publicamente por ano e colabora intensivamente com as 5 principais empresas espanholas relacionadas à construção, que operam em todo o mundo enfrentando desafios relevantes e estratégicos. Ele lidera vários projetos de pesquisa orientados para a indústria relacionados à construção de impressão 3D estrutural, otimização de projeto de estruturas de concreto reforçado com fibras e novos materiais avançados de concreto. Também publicou mais de 50 artigos revisados por pares em revistas científicas indexadas e mais de 100 contribuições em conferências internacionais, sendo membro ativo em diversos comitês técnicos internacionais. Em 2013, co-fundou a Smart Engineering (Spin-Off UPC).

Contato: albert.de.la.fuente@upc.edu

Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP

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Mediação e Arbitragem são soluções alternativas para resolver conflitos jurídicos da construção civil

Diversas situações de impasse podem ser resolvidas com mediação e arbitragem.
Crédito: Envato

A quantidade de processos que chegam à Justiça envolvendo a cadeia da construção civil e o mercado imobiliário preocupa o setor, motivando o encontro de especialistas que vão se reunir nos dias 13 e 14 de junho, em Salvador, durante o Seminário Jurídico CBIC.

O evento, que deve reunir 400 pessoas entre advogados, membros do Ministério Público e magistrados, traz como foco central a discussão sobre os diversos conflitos jurídicos que envolvem o setor e formas alternativas de reduzir os processos na Justiça.

O advogado Fernando Guedes Ferreira Filho, presidente do Conselho Jurídico da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), explica que são inúmeros os processos em trâmite no Judiciário. “Temos ações de toda natureza, com dono de construtoras, clientes, fornecedores, donos de terreno, governo e funcionários. As ações trabalhistas, por exemplo, são elevadas, porque a construção civil é um setor que usa intensiva mão de obra”, relata.

Vícios construtivos e pedidos de indenização

No tratamento das relações entre comprador e vendedor, por exemplo, existem divergências sobre a aplicação da Lei de Incorporações ou do Código de Defesa do Consumidor. “Tramitam também na Justiça processos contra o governo quando a discussão é sobre questões de ordem tributária e fundiária”, elenca Ferreira Filho.

Já a advogada Maria Amélia Garcez, assessora jurídica da Ademi-BA (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia), afirma que um dos temas recorrentes na Justiça são os vícios construtivos reclamados pelos adquirentes de unidades imobiliárias, com pedidos de indenização das construtoras. “Esse é um litígio que tem demandado uma intervenção grande do Judiciário”, assinala.

Outros temas que se transformam em processos dizem respeito à revisão de contratos da licitação pública para manter o equilíbrio financeiro, distratos por parte dos adquirentes para reaver o valor pago, entre outros.

Judicialização traz prejuízo para toda cadeia

Segundo Maria Amélia, esses conflitos acarretam prejuízo para o mercado imobiliário, causando grande impacto em toda cadeia produtiva. “Em caso de condenação, os agentes financeiros públicos e privados vão ter que assumir essa conta, não só os danos materiais quanto os morais”, alerta.

A assessora jurídica da Ademi-BA aponta que a legislação que trata dos distratos (Lei 13.786/18) levou as incorporadoras a parar de empreender. “Cada rescisão de contrato, com sua consequente devolução de valor, descapitaliza as empresas, porque tira do caixa os recursos que são aplicados na construção de determinado empreendimento imobiliário”.

Para reduzir a quantidade de conflitos na Justiça, um dos objetivos do encontro é discutir formas alternativas para solucionar essas divergências. Para isso, os especialistas vão trazer exemplos bem-sucedidos de aplicação de soluções extrajudiciais.

Mediação e Arbitragem para solucionar conflitos

O presidente do Conselho Jurídico da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) vai demonstrar que a mediação e a arbitragem são caminhos viáveis para evitar a judicialização. “Na mediação, você busca um terceiro que vai negociar o conflito em busca de uma solução. Já na Arbitragem, as partes nomeiam um árbitro que vai conduzir o processo e decidirá pela melhor solução”, orienta.

Segundo ele, essas formas extrajudiciais de solução economizam tempo, com muito mais rapidez do que na Justiça convencional. Além de reduzir o tempo, a burocracia envolvida também é bem menor, o que traz vantagens para todas as partes.

Ferreira cita o exemplo de conflito envolvendo comprador de um terreno, que encontrou um impeditivo urbanístico de forma a não poder utilizar o terreno como previa na concretização do negócio. “Nesse caso, o comprador quer desfazer o negócio e isso leva a multas e indenizações. Esse é um conflito que pode ser levado à mediação e arbitragem sem necessidade de processo judicial”, explica.

Para Maria Amélia Garcez, o evento é um importante marco para toda cadeia da construção civil e ramo imobiliário, porque dissemina a informação sobre formas alternativas de resolver conflitos no setor. “No Brasil, ainda é tímido o uso de soluções extrajudiciais, mas com tendência de ser amplamente utilizada”, conclui ela.

ENTREVISTADOS

Fernando Guedes Ferreira Filho é advogado graduado pela Faculdade de Direito Milton Campos (MG), presidente do Conselho Jurídico da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), sócio do escritório Guedes Ferreira Advogados e atua como consultor jurídico na área imobiliária e de construção civil. 

Maria Amélia Garcez é advogada especialista em Direito Imobiliário. Professora da Pós-Graduação em Direito e Gestão Imobiliária da Faculdade Baiana de Direito, assessora jurídica da Ademi-BA, membro do Conselho Jurídico da CBIC – CONJUR, diretora de Relações Institucionais do Instituto Baiano de Direito Imobiliário – IBDI, integrante do Núcleo Jurídico e Conselheira da Associação Comercial da Bahia – ACB. Sócia-fundadora do escritório Garcez Advogados Associados.

Contatos:

ademi@ademi-ba.com.br
conjur@cbic.org.br

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Edifício na Noruega se destaca pelas soluções sustentáveis de conforto térmico

Prédio usa poços geotérmicos, painéis fotovoltaicos, um sistema de baixa energia para aquecimento e resfriamento, e ventilação natural.
Crédito: Lars Petter Pettersen

Já pensou ter um edifício no qual nenhuma energia é adquirida para aquecimento, resfriamento ou ventilação? Na antiga área industrial de Nydalen, junto ao rio Akerselva, em Oslo, Noruega, o escritório de arquitetura Snøhetta projetou um edifício de 18 andares que traz esta possibilidade. Chamado de Vertikal Nydalen, o prédio integra dois projetos de pesquisa sobre soluções de energia sustentável e possui um sistema climático simplificado e autossuficiente, sendo o primeiro edifício de uso misto com climatização natural da Noruega.

Solução triplo zero

Conhecido como um edifício de 'solução triplo zero', nenhuma energia é comprada para aquecimento, resfriamento ou ventilação nos espaços de escritório ou nos apartamentos do Vertikal Nydalen. “Isso é alcançado usando poços geotérmicos, painéis fotovoltaicos, um sistema de baixa energia para aquecimento e resfriamento, e ventilação natural. O projeto possui mais de 50% de redução geral de emissões de CO₂ provenientes de materiais, transporte e energia em comparação com um projeto de referência”, afirma Anne Cecilie Haug, arquiteta sênior e líder de projeto.

De acordo com Snøhetta, o edifício é aquecido e resfriado com água proveniente de poços geotérmicos no solo sob o edifício. Os painéis fotovoltaicos no telhado alimentam a bomba de calor que controla o sistema de aquecimento e resfriamento. Paredes de concreto absorvem calor durante o dia e o liberam à noite, contribuindo para uma temperatura estável no edifício.

Projeto do Vertikal Nydalen

Interior do edifício tem chão e teto de concreto.
Crédito: Lars Petter Pettersen

Ao pensar na construção do Vertikal Nydalen, o escritório Snøhetta também levou em consideração a transformação do distrito onde ele está localizado em uma área residencial vibrante. Por conta disso, o edifício possui restaurantes, escritórios e apartamentos. 

Para manter algumas linhas de visão e obter uma impressão mais leve, o edifício é dividido em dois blocos de diferentes alturas. Praças e passagens foram criadas no térreo ao redor do edifício. Ao mesmo tempo, o design garante boas condições de insolação e ventilação em sua praça.

Segundo o escritório de arquitetura, o design do edifício desempenha um papel fundamental nas soluções energéticas oferecidas. O volume é projetado para criar diferenças de pressão que permitem que o ar se mova pelos ambientes sem ventiladores mecânicos. O ar entra através de válvulas ou janelas na fachada, que abrem e fecham conforme necessário. Quando duas janelas abrem em lados diferentes do edifício, promovendo a ventilação cruzada, a diferença de pressão força o ar a se mover pelos ambientes sem o uso de ventiladores, fazendo com que o ar circule.

Como os sistemas de ventilação tradicionais em edifícios de escritórios frequentemente exigem um rebaixamento do teto de até um metro a partir da laje, essa solução natural sem dutos e ventiladores economiza muito espaço, além de promover melhoria na qualidade espacial dos ambientes. 

Os ângulos e facetas proporcionam diferenças de pressão e mudanças de velocidade no vento que atinge a fachada e isso contribui para um melhor efeito de ventilação no interior, pois a velocidade do vento é otimizada. 

Uso do concreto no Vertikal Nydalen

O design do edifício desempenha um papel fundamental nas soluções energéticas oferecidas.
Crédito: Lars Petter Pettersen

No Vertikal Nydalen, a massa térmica (capacidade de um material de armazenar e liberar calor, ajudando a regular a temperatura interna de um edifício) é necessária para que os pisos liberem calor e frio de forma lenta, e as lajes e núcleos de concreto garantem isso. 

De acordo com Heidi Pettersvold Nygaard, arquiteta de interiores sênior e líder de projeto do escritório Snøhetta, a solução de ventilação natural estabelece parâmetros específicos para o interior. “Como qualquer adição de materiais diminuiria os efeitos do concreto bruto e da altura do pé direito, o concreto é exposto ao máximo possível em todo o ambiente. Os andares superiores do Vertikal Nydalen contam com 40 apartamentos, com áreas variando de 44 m² a 143 m² e layouts diversos. Cada apartamento é único devido à forma não convencional do edifício. Todos compartilham características comuns, como tetos de concreto exposto e painéis acústicos feitos de plástico reciclado, além de portas com 2,40 metros de altura. Para ajustar a sensação de calor sem reduzir significativamente a capacidade térmica, uma fina camada de parquete de carvalho foi colocada sob o piso de concreto”, comenta.

Fonte
Anne Cecilie Haug, arquiteta sênior e líder de projeto do escritório Snøhetta. 

Contato: ida@snohetta.com

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Ponte de Baltimore: era possível evitar o desabamento?

No dia 26 de março, o navio porta-contêineres Dali colidiu com um píer que sustentava a ponte Francis Scott Key, em Baltimore, nos Estados Unidos. Uma grande extensão da ponte de 2,6 km de comprimento desabou imediatamente no rio. Há fatores relacionados à sua construção que poderiam minimizar os impactos desta colisão?

Ponte antiga x navios novos

A ponte Francis Scott Key foi construída na década de 1970. Na época, os navios que passavam por lá eram bem menores. De acordo com a engenheira Norma Jean Mattei, membro do Conselho Consultivo Nacional de Infraestrutura da administração Biden nos Estados Unidos, em 1991, a Associação Americana de Rodovias do Estado e Funcionários de Transporte (The American Association of State Highway and Transportation Officials - AASHTO) publicou um manual com especificações para colisões em pontes com estradas. “A ponte de Baltimore precede esta publicação. Ao olhar estas especificações, elas falam sobre características dos canais de navegação, as probabilidades de colapso e colisão do navio com o píer. Este manual prevê condições geradas por erros humanos, questões climáticas, perda de energia (que parece ser o caso do navio Dali) ou para o caso da embarcação ficar à deriva. Mas, na minha opinião, trata-se de um navio muito grande, que navegava muito rapidamente. Eu não acredito que mesmo se a ponte seguisse as novas especificações, acho que ela não aguentaria tamanho impacto”, afirma Norma. 

Benjamin Schafer, professor de engenharia civil e de sistemas na Universidade Johns Hopkins, acredita que qualquer ponte apoiada em dois pontos como essa, tendo um dos suportes completamente removido, acabaria caindo. “O vão principal (que é a parte vista desabando), é a superestrutura de aço. Cada um dos elementos que você vê são de aço apoiados em pilares de concreto, que os conectam na fundação”, explica.

Dolfins

Uma das questões apontadas que poderia ter ajudado a minimizar o impacto de acidentes de navios com pontes são os dolfins - construções circulares de concreto localizadas perto dos suportes centrais de uma ponte. Elas são projetadas para que embarcações colidam com elas se saírem da rota no canal de navegação, desviando-as de uma colisão com a ponte.

Na Ponte Rio-Niteroi, por exemplo, há oito dolfins nos quatro pilares principais do vão central, sendo cada dolfin formado por doze tubulões, interligados por um anel pré-moldado de concreto, formando um cilindro preenchido por pedra. “Para o sistema de proteção dos cinco pilares de cada lado do vão central, blocos semicirculares são apoiados em sete tubulões, com as faces externas protegidas por 3.000 defensas de borracha”, explica José Francisco Toledo Melara, professor de engenharia da Universidade São Judas Tadeu – Unidade Butantã.

No caso da Ponte de Baltimore, quatro dos dolfins permaneceram intactos – mostrando que o navio passou direto por eles. Um deles quase foi atingido pela embarcação, mas ele era muito menor em comparação com o navio, que parece ter mais de 15 vezes o seu comprimento. Para Roberto Leon, professor de engenharia estrutural na Virginia Tech, um sistema de proteção mais robusto teria dado ao Dali uma chance melhor de atingir os dolfins antes de colidir com a ponte.

“Relação entre tipologia e materiais constituintes das pontes

Melara aponta que, atualmente, na fase de projeto de qualquer ponte são consideradas ações relacionadas às cargas permanentes acidentais (como o vento e cargas móveis, por exemplo) e as excepcionais, como o impacto de uma embarcação em um pilar de uma ponte. Além disso, esta avaliação é feita considerando-se todos os materiais constituintes das pontes. 

De acordo com Melara, o impacto lateral na superestrutura de uma ponte metálica poderá levar a mesma ao colapso pelo rompimento das ligações dos seus elementos estruturais, ou pelo seu deslocamento pela deformação dos materiais. “A intensidade dos danos causados estaria associada ao sistema construtivo adotado e pela esbeltez de seus elementos metálicos estruturais da superestrutura e mesoestrutura (pilares)”, pontua.

Fontes
Benjamin Schafer é professor de engenharia civil e de sistemas na Universidade Johns Hopkins.
José Francisco Toledo Melara é professor de engenharia da Universidade São Judas Butantã.
Roberto Leon é professor de engenharia estrutural na Virginia Tech.
Norma Jean Mattei é engenheira e membro do Conselho Consultivo Nacional de Infraestrutura da administração Biden nos Estados Unidos.

Contatos
Benjamin Schafer - schafer@jhu.edu
Roberto Leon - rleon@vt.edu
José Francisco Toledo Melara - carlos@vetor.am

Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP

A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé. 


Prática para “Pavimento urbano de concreto permeável moldado in loco” será lançada

Documento técnico poderá auxiliar engenheiros projetistas, arquitetos e urbanistas no desenvolvimento de projetos sustentáveis com a utilização de pavimentos de concreto permeáveis.
Crédito: Cortesia LMP-EPUSP

O Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON) irá lançar a Prática Recomendada “Pavimento urbano de concreto permeável moldado in loco: prática recomendada para dosagem, projeto hidráulico, estrutural, execução e manutenção”. O projeto foi realizado pelo Comitê Técnico IBRACON CT 306 - Pavimentos de Concreto, com coordenação da engenheira Andréia Posser Cargnin. Segundo Andréia, este documento deve ser lançado dentro de um mês e será comercializado pelo IBRACON. 

“Dentro do Comitê, passamos por toda uma estruturação e convidamos membros da indústria, tecnologistas de concreto e projetistas para que participassem do comitê e que pudéssemos unificar o ambiente de pesquisa, a indústria e o ambiente de projeto e de construção na cadeia construtiva do concreto. Nossa primeira missão foi trabalhar em cima dessa prática recomendada para Pavimento Urbano de Concreto moldado in loco, que é recomendada para dosagem, projeto hidráulico e estrutural, execução e manutenção de pavimentos de concreto permeável para pavimento urbano”, conta Andréia. 

Para ela, pensando em mercado, a grande dificuldade quando se tem uma tecnologia nova é a questão da normalização para as Prefeituras poderem estabelecer a composição de custos para precificação do material. “Essa Prática Recomendada é um passo inicial – não é uma norma. Ela oferece recomendações de projeto e é um primeiro passo para caminharmos para uma normalização do pavimento de concreto permeável moldado in loco. A partir disso, as prefeituras poderão ter um material na sua especificação e ter toda a composição de custos para poder atender o mercado. Nós percebemos que há interesse pelo uso do material em espaços públicos, como praças. Trata-se de um material atrativo, especialmente para áreas de baixo volume de tráfego – há uma certa limitação para vias de tráfego pesado. Acho que a grande contribuição desta prática recomendada é dar um primeiro passo para ter uma normalização deste pavimento de concreto permeável moldado in loco. Hoje existe uma norma, a NBR 16416, mas ela foi desenvolvida pensando em pavimentos para blocos de concreto permeáveis e infiltração pelas juntas”, comenta Andréia.

Uso do Pavimento Urbano de Concreto moldado in loco 

No Brasil, a maior parte dos pavimentos urbanos de concreto são moldados in loco, segundo Andreia. “Neste processo construtivo, o caminhão betoneira vai chegar com o concreto e vai depositá-lo. O acabamento será todo feito no local da obra”, explica a coordenadora do Comitê Técnico IBRACON CT 306 - Pavimentos de Concreto. 

Crédito: Cortesia LMP-EPUSP

No entanto, nos Estados Unidos, ela já é utilizada desde a década de 1970. “Aqui no Brasil, os primeiros estudos foram feitos pela Poli, da Universidade de São Paulo, entre 2010 e 2013. Rapidamente, vários grupos de pesquisa do Brasil – de universidades federais, estaduais e particulares de diferentes regiões – começaram a estudar muito o material. Então tem muita bibliografia de dissertação de mestrado e tese de doutorado, além de proposições de metodologias de dosagem. Esse é um ponto que a gente ainda não tem um método universal. Num primeiro momento, quando nos reunimos no Comitê Técnico 306, víamos que havia muita pesquisa. Identificamos que nosso trabalho seria juntar boa parte do que foi produzido nesse ambiente acadêmico e trazer para uma linguagem que atenda o mercado, engenheiros e projetistas, para que a tecnologia possa começar a ser mais utilizada. No Brasil, tem muito uso do pavimento urbano de concreto permeável moldado in loco – mas é algo mais recente, cerca de 10 a 15 anos. Mas no exterior já é utilizada há mais de 50 anos. Os Estados Unidos, por exemplo, têm políticas públicas muito bem estabelecidas para o emprego e para recomendação do uso de pavimentos de concreto permeáveis – tanto órgãos rodoviários americanos, como a agência de proteção ambiental tem parâmetros muito bem estabelecidos sobre situações em que a tecnologia pode ser empregada”, afirma Andréia.

O que abrange a Prática Recomendada?

De acordo com o Ibracon, a Prática Recomendada “Pavimento Urbano de Concreto Permeável Moldado in Loco”, fornecerá informações e orientações técnicas sobre terminologia, aplicações, materiais, requisitos, procedimentos de dosagem, dimensionamento hidráulico, diretrizes de projeto estrutural, construtivas e de inspeção, além de aspectos de manutenção deste tipo de pavimento

“Tal documento técnico poderá auxiliar engenheiros projetistas, arquitetos e urbanistas no desenvolvimento de projetos sustentáveis que contemplem a utilização de pavimentos de concreto permeáveis, bem como estimular o desenvolvimento de políticas públicas para aplicação da tecnologia”, explica o IBRACON.

Os tópicos e informações presentes no documento são:

Crédito: Cortesia LMP-EPUSP

  • Breve histórico a respeito do emprego da tecnologia e as possibilidades de aplicação;
  • Notações, termos e definições relevantes para o entendimento dos procedimentos de cálculo;
  • Materiais passíveis de emprego para a produção do concreto permeável;
  • Requisitos de desempenho para agregados, limites granulométricos sugeridos e um levantamento bibliográfico com as principais conclusões de estudos desenvolvidos com emprego de agregados reciclados;
  • Requisitos em relação aos ligantes hidráulicos, aditivos que podem ser utilizados, fibras sintéticas e adições minerais (como sílica ativa, pozolana, nanossílica);
  • Métodos de dosagem desenvolvidos em pesquisas acadêmicas que podem ser utilizados como um norte para proporcionar a mistura de concreto permeável;
  • As principais características mecânicas e hidráulicas relacionadas ao concreto permeável, bem como os procedimentos de ensaios recomendados para sua determinação;
  • Questões de durabilidade do concreto permeável;
  • Comentários e considerações relevantes para a análise estrutural e dimensionamento adequados de pavimentos de concreto permeáveis empregados em vias de tráfego leve (calçadas de pedestres, ciclovias, áreas de estacionamentos);
  • Discussões a respeito do dimensionamento hidráulico da estrutura, fornecendo elementos para a estimativa da espessura necessária à camada de base de modo que a estrutura possa armazenar um volume de água suficiente para o atendimento dos critérios desejados;
  • Preparação de subleitos, bases granulares (ensaios recomendados para seleção de materiais, espalhamento e nivelamento), mantas de geotêxtil e polietileno de alta densidade (em quais situações utilizar), preparo e mistura do concreto permeável, execução de sistemas com e sem caixa coletora;
  • Execução do revestimento em concreto permeável;
  • Discussão inicial sobre a colmatação dos concretos permeáveis e bases granulares, suas causas e consequências;
  • Informações sobre condicionantes decisórios que balizam as atividades de manutenção ou a decisão pelo emprego ou não da solução em concreto permeável;
  • Aspectos relacionados à gestão de pavimentos permeáveis por meio de avaliação periódica e objetiva, requisitos sobre a periodicidade de avaliação e quais técnicas de manutenção de rotina, preventiva e corretiva podem ser empregadas.

Entrevistada

Andréia Posser Cargnin é engenheira civil pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Mestre em Engenharia de Transportes pela Escola Politécnica da USP- EPUSP. Atualmente, é coordenadora do Comitê Técnico IBRACON CT 306 - Pavimentos de Concreto.

Contato: Andreiacargnin@usp.br 

Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP

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Ponte Rio-Niterói faz 50 anos e continua sendo uma das maiores obras de engenharia do mundo

A data histórica de 4 de março de 1974 marca a inauguração da Ponte Rio-Niterói, que completou 50 anos neste ano, continua sendo a maior ponte do Hemisfério Sul e a 23a no ranking mundial. É, sem dúvida, uma das maiores obras de engenharia do mundo sob o ponto de vista estrutural e arquitetônico.

Ponte Rio-Niterói é considerada uma das maiores obras de engenharia do mundo.
Crédito: Diego Brandi/Envato

Referência mundial na área de manutenção de grandes pontes, sua estrutura continua sendo debatida. Durante o XV CBPE - Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas, promovido em maio pela ABECE e ABPE, o engenheiro Carlos Henrique Siqueira abordou o tema “Ponte Rio-Niterói: o cenário das juntas de dilatação em 50 anos de história”.

Siqueira é a memória viva da história da ponte. Ele iniciou sua carreira como engenheiro contratado para integrar a equipe, formada por cem engenheiros. “Eu estava fazendo pós-graduação quando me convidaram para trabalhar na construção da ponte. Depois de inaugurada, continuei como responsável técnico pela manutenção e depois, no regime de concessão, fui contratado como consultor. A ponte fez 50 anos de inauguração e faz 52 anos que trabalho nela”, comemora.

Desafios do projeto

Com essa trajetória, Siqueira relembra os desafios do projeto, que iria encurtar a distância entre Rio de Janeiro e Niterói. Antes da construção, era necessário percorrer a Baía de Guanabara, num percurso de 100 quilômetros. “A construção começou em 1969 e, na minha visão, duas situações foram as mais desafiadoras: as construções das fundações profundas num trecho da Baía da Guanabara e a montagem do caixão metálico”, ressalta.

Um dos dados que tornam essa obra única é que a laje do vão central, por onde passam os veículos, está apoiada em tubulões das fundações em rochas sãs localizadas a 130 metros de profundidade. “Isso é espetacular. Temos 1.138 tubulões e o mais profundo deles tem uma coluna contínua de concreto de 130 metros. Isso foi realmente na minha visão, um dos maiores desafios”. 

Outro desafio foi a montagem da estrutura metálica que, para aquela época, foi a maior do mundo, de acordo com as revistas técnicas internacionais. O governo brasileiro comprou da Inglaterra 13.155 toneladas de aço e, quando chegaram os painéis, foi feita a soldagem e construídos os caixões metálicos na base naval da Ilha do Caju. “Ficamos conhecidos internacionalmente por essa montagem”, relembra.

Números grandiosos

Tudo que diz respeito à Ponte Rio-Niterói é grandioso. A ponte tem o maior vão em viga reta contínua do mundo, com 300 metros de comprimento. “Ainda é o maior vão central do mundo e esse recorde provavelmente não será batido, porque não se faz mais pontes similares”, ressalta o engenheiro.

Segundo Siqueira, esse vão de 300 metros é o principal canal de navegação, além de dois canais de navegação adjacentes de 200 metros.

Ele detalha que a ponte no trecho sobre o mar tem pilares de concreto com 20 metros e vai chegando perto do vão central com pilares de 65 metros, conforme exigência da Aeronáutica na época. 

Confira outros dados impressionantes da Ponte Rio-Niterói

- 1.142 vigas nos acessos Rio e acessos Niterói;
- 3.250 aduelas, que compõem a superestrutura sobre a baía de Guanabara;
- 456 é o número de pilares na ponte, sendo que 206 estão no mar;
- 75 mil m3 é a quantidade de concreto submerso no trecho sobre o mar;
- 238 mil toneladas de cimento foi a quantidade utilizada na construção, o que daria uma altura superior a 2 mil vezes o Pão de Açúcar considerando o saco de cimento empilhado;
- 10.000 operários trabalharam na construção;
- 200 engenheiros atuaram na construção;
- 180 mil veículos trafegam diariamente pela ponte;
- 1ª obra no Brasil a ter Manual de Inspeção.

Engenheiro Carlos Henrique Siqueira em recente palestra realizada no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro sobre os 50 anos da Ponte Rio-Niterói.
Crédito: Acervo pessoal

Referência mundial em manutenção

A Ponte Rio-Niterói continua sendo uma referência porque, ao longo de seus 50 anos, sua estrutura foi cuidadosamente mantida, sendo inclusive alvo de curiosidade para o mundo e, para se ter uma ideia, diversas delegações internacionais a visitam constantemente.

Siqueira inclusive é professor convidado do governo chinês para Vistoria de Pontes e relata que em 2004 recepcionou os engenheiros chineses em sua visita técnica. “Eles queriam verificar como a gente protegia a ponte contra impactos de navios. Outras comitivas vêm ao Rio, como os alunos de Engenharia de Munique, para visitar a ponte em sua conclusão de curso”, relata.

Leia também: Como a ponte Rio-Niterói superou o impacto de um navio

Melhorias contínuas

O engenheiro informa que a ponte passa por melhorias contínuas, fazendo recuperações modernas que são referência no mundo todo. Ele conta que nos anos 2000 o asfalto do vão central foi substituído por um piso de concreto armado, com duas camadas de aço. “Isso resolveu definitivamente o problema de abertura de buracos na pista, que causavam acidentes e problemas para a estrutura metálica das soldas”, aponta.

Atualmente, ele conta que os técnicos estão reforçando toda a ponte, com cabos de proteção adicional. Longe de ter qualquer situação de colapso, o fato é que o aço usado na época apresentava relaxação (perda gradual de tensão quando o material está em um estado de deformação constante). “Agora, estamos colocando cabos de aço que não têm relaxação tão alta para compensar a perda de tensão que os cabos estavam sofrendo”, observa Siqueira.

Além disso, estão sendo reforçadas as aduelas de concretos e feitas pinturas dos caixões metálicos devido à ambiência agressiva da Baía de Guanabara. “Fazemos uma série de monitorações nas estruturas metálica e de concreto e estamos trocando as juntas de dilatação no pavimento. São serviços dispendiosos, mas que garantem a manutenção da parte estrutural. É por isso que a ponte continua sendo referência mundial”, conclui ele.

Entrevistado

Carlos Henrique Siqueira é engenheiro civil formado pela Universidade Federal da Paraíba. Pós-graduado em Estruturas na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestre e Doutor em Ciências pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Engenheiro da Supervisão da Construção e da Manutenção da Ponte Rio-Niterói há mais de 40 anos. Professor do Instituto Nacional de Estruturas Protendidas (INAEP), professor convidado do governo chinês para Vistoria de Pontes e do curso de Mestrado na disciplina “Inspeção, manutenção e recuperação de pontes” pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Consultor da Concessionária da Ponte Rio-Niterói (Ecoponte). Diretor da ABPE (Associação Brasileiras de Pontes e Estruturas).

Contato: carloshsiqueira@yahoo.com.br

Jornalista responsável
Ana Carvalho
Vogg Experience

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350 Park Avenue será um dos mais altos arranha-céu de Midtown East em Nova Iorque

Novo edifício terá 62 pavimentos na Park Avenue, uma das mais importantes avenidas da região central leste de Nova Iorque.
Crédito: Divulgação/Foster+Partners

O novo edifício 350 Park Avenue, situado na região central leste (Midtown East) em Nova Iorque, promete ser um marco para Manhattan, além de se destacar como um dos mais altos edifícios da região, com 487 metros de altura, superando o mais alto edifício residencial do mundo, (o 432 Park Ave, com seus 426 metros), que se situa na mesma região.

A obra foi projetada pelo escritório britânico Norman Foster+Partners e feita para abrigar a empresa de investimentos globais Citadel em mais da metade de seus 167.000 m2 de escritórios livres, gerando cerca de 6.000 novos empregos. O início das obras está previsto em 2025 e a conclusão estimada para 2032.

Desenvolvido pelas empresas Vornado, Ken Griffith (Citadel) e Rudin Management, o empreendimento trará mais de US$ 35 milhões aos cofres da cidade pelos direitos de construção em altura, mais US$ 150 milhões pela compra do potencial construtivo excedente, adquiridos do restauro da catedral Saint Patrick e da igreja Saint Bartholomew.

Região mais atrativa para trabalhadores, moradores e visitantes

O arquiteto e urbanista Norimar Ferraro aponta que o novo edifício terá 62 pavimentos em uma das mais importantes avenidas (Park Avenue) da região central leste de Nova Iorque, próximo ao edifício 270 Park Avenue (51 andares), da seguradora JPMorgan and Chase, e a recente finalizada 425 Park Avenue (47 andares), todos projetados pelo escritório britânico Norman Foster+Partners.

Diferentemente dos arranha-céus construídos na parte oeste da ilha de Manhattan, na av. Broadway (como o One World Trade Center), os novos edifícios da Park Avenue exploram a região altamente adensada próxima ao Central Park. “O novo edifício procura atender uma iniciativa recente da cidade de Nova Iorque de deixar a região mais atraente aos trabalhadores, moradores e visitantes”, ressalta.

Sustentabilidade e volumetria

Segundo os projetistas, um ponto a se destacar são as estratégias de sustentabilidade do novo empreendimento. Com suas fachadas constituídas por painéis de alta performance, o edifício terá alta eficiência energética. “Painéis de alta performance em fachadas constituem-se de elementos construtivos como janelas, portas, paredes entre outros, com quatro atributos principais: desempenho energético, custo equilibrado, facilidade de construção e durabilidade”, ressalta o arquiteto.

Ferraro, que é também coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Internacional UNINTER, aponta a característica da volumetria do projeto, com seus recuos e terraços, conferindo ao edifício uma forma icônica, com alta identidade visual em seu contexto urbano.

Os recuos e terraços também possibilitam atingir uma maior altura de construção, que pelo potencial construtivo e ocupando a quadra inteira, não conseguiriam atingir essa altura, se a ocupação nos andares fosse igual desde a base do edifício. “Os cantos arredondados conferem uma característica diferenciada dos edifícios da região, geralmente com cantos retos e angulosos. Essa característica do design do edifício é diferente de suas outras concepções, que geralmente destacam a estrutura do edifício, como principal fator estético da volumetria de seus edifícios”, avalia Ferraro.

Aproveitamento da luz solar e terraços ajardinados

A arquiteta e urbanista Gabrielly Braga Carrara destaca os diferenciais do edifício, como a orientação para sudoeste e revestimento de vidro. “Com essa orientação temos o máximo do aproveitamento da luz solar, pois essa vista permite que o edifício receba uma quantidade significativa de luz solar natural durante a tarde, reduzindo a necessidade de iluminação artificial e melhorando a eficiência energética”, observa.

Além disso, o design permite uma vista panorâmica impressionante da cidade, potencialmente aumentando o valor dos espaços internos e proporcionando uma experiência visual rica para os ocupantes”.

Ela também ressalta o uso dos terraços ajardinados, recurso arquitetônico que introduz espaços verdes ao ambiente urbano, proporcionando áreas de descanso e recreação para os ocupantes, além de contribuir para a biodiversidade urbana. “Isso ajuda a regular a temperatura, umidificar o ar e reduzir o efeito das ilhas de calor urbano, além de todo o benefício psicológico que espaços verdes trazem comprovadamente para os seres humanos, reduzindo o estresse e aumentando a satisfação dos ocupantes”, afirma.  

Projeto prevê inclusão de arte pública e espaços culturais dentro e ao redor do edifício.
Crédito: Divulgação/Foster+Partners

Inclusão de arte pública dentro e ao redor do edifício

O novo projeto vai trazer nova dinâmica econômica e social, revitalizando a região Midtown East, promovendo o desenvolvimento econômico e atraindo novos negócios. “Além disso, vai melhorar a infraestrutura local, incluindo atualizações de sistema de transporte, ruas e serviços públicos, para poder acomodar o aumento de tráfego e atividade na área”, observa ela.

 
Outro diferencial é a possível inclusão de arte pública e espaços culturais dentro ou ao redor do edifício, que enriquece a experiência urbana e contribui para a identidade cultural de Nova Iorque. Ela acredita que a construção do 350 Park Avenue Supertall trará mudanças profundas e variadas para a paisagem de Nova Iorque. “Além de adicionar uma estrutura arquitetônica marcante à skyline da cidade, as mudanças contribuirão para uma Nova Iorque mais dinâmica, moderna e agradável para viver, trabalhar e visitar”, conclui Gabrielly.

ENTREVISTADOS

Norimar Ferraro é arquiteto e urbanista, graduado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e mestre em Educação pela UFPR. Especialista em BIM (Building Information Modeling), é autor de dois livros na área. Professor de graduação e pós-graduação, é também coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Internacional UNINTER. Trabalhou por 4 anos em um escritório de arquitetura na Alemanha, também atua em sua empresa Jeapoa Arquitetos, elaborando projetos residenciais, comerciais entre outros, no Brasil e no exterior.

Contato/Assessoria de Imprensa:
assessoria@uninter.com

Gabrielly Braga Carrara é arquiteta e urbanista formada pelo Centro Universitário Curitiba - Unicuritiba, Técnica em Edificações pelo CEP-PR e Designer de Interiores formada pela Universidade Positivo – UP. Pós-graduada em Engenharia de Prevenção de Incêndio pela Universidade Tuiuti do Paraná – UTP, gestora e proprietária do Escritório Conexo Arquitetura e Interiores e Coordenadora no escritório Projemaster Engenharia de Projetos. 

Contato: ag.arquitetura6@gmail.com

Jornalista responsável
Ana Carvalho
Vogg Experience

A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.