4 desafios e tendências no mercado de agregados e máquinas
Durante o Concrete Show 2024, um dos painéis de destaque foi sobre a “Indústria de Agregados na Construção: Entraves e Inovações”, onde se discutiu as tendências e desafios com relação ao uso de maquinário e de agregados.
Confira abaixo os desafios e tendências do mercado:
- Produção de agregados mais finos
De acordo com Benito Bottino, diretor técnico do Sobratema, as mineradoras enfrentam atualmente o desafio de produzir uma grande quantidade de agregado fino, essencial para a produção de concretos, facilitando o bombeamento e atendimento às exigências de estruturas mais delgadas.
Esse cenário impacta o setor de maquinário. “A qualidade do agregado exigida tem aumentado significativamente nos últimos anos. O mercado demanda agregados mais cúbicos e uma curva granulométrica mais estável. Isso requer máquinas especializadas para garantir eficiência no peneiramento e separação dos materiais. Quanto mais fino o agregado, mais precisa será a eficiência do peneiramento, o que exige mais peneiras e tecnologia especializada”, afirma Jabur Mansur, coordenador de Inteligência de Mercado da Liebherr Brasil.
- Pré-moldados de concreto com agregados de qualidade
Na opinião do diretor técnico do Sobratema, o uso de pré-moldados nas obras deve se intensificar nos próximos anos, o que também impactará a escolha dos agregados. “Há uma crescente demanda por pré-moldados em moradias, e eu vejo isso como um avanço significativo na qualidade do concreto. O agregado utilizado precisa ser de alta qualidade para produzir um concreto com características refinadas, ideal para preencher vazios e melhorar o acabamento. Esse tipo de agregado é excelente para pré-moldados aparentes, proporcionando um acabamento preciso e esteticamente agradável”, destaca.
- Segurança
Mansur destaca que a segurança é fundamental nas áreas de construção e mineração. “Está se investindo cada vez mais em tecnologias como câmeras e sensores de detecção de pessoas, com o objetivo de aumentar a segurança e minimizar o risco de erros humanos. A tendência clara que vejo é a de focar na segurança da operação como um todo, utilizando tecnologia para reduzir a possibilidade de acidentes causados por falhas humanas,” comenta Mansur.
- Eficiência energética e produtiva
Mansur observa que, no passado, a prioridade era encontrar máquinas produtivas, robustas e capazes de operar a qualquer custo. “Com o tempo, percebemos uma mudança significativa. Hoje, o principal requisito para qualquer empresa, seja no setor de mineração ou de concreto, é a eficiência no consumo de combustíveis em relação à produção. A abordagem evoluiu para focar em um gerenciamento de frota mais eficiente, visando um consumo de combustível mais adequado e sustentável. Estamos caminhando nessa direção”, comenta.
Fontes:
Jabur Mansur é coordenador de Inteligência de Mercado da Liebherr Brasil.
Benito Botino é diretor técnico do Sobratema.
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A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Estudo avalia potencialidade de regiões brasileiras para desenvolvimento de atividades para captura, uso e armazenamento de carbono
Para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e o CO2 em excesso na atmosfera, a Captura, Armazenamento e Uso de Carbono (CCUS) é uma das estratégias mais promissoras. Nesse sentido, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) realizou um estudo que oferece uma visão sistêmica sobre a relevância de cada área do território nacional para o desenvolvimento de projetos de armazenamento geológico de carbono a partir do conjunto de informações disponíveis.
Dentro da perspectiva técnica, foram avaliadas as possibilidades qualitativas de sítios para armazenamento subterrâneo de CO2 em reservatórios geológicos, presentes nas bacias sedimentares brasileiras. De acordo com estudo de georreferenciamento sobre os potenciais brasileiros para o desenvolvimento das atividades de CCS (Captura e Armazenamento de Carbono), os pesquisadores verificaram que as regiões Sudeste e Nordeste são aquelas com as maiores relevâncias para a estruturação dos primeiros projetos de CCUS no Brasil.
“As regiões Sudeste e Nordeste possuem bacias sedimentares com múltiplas camadas de reservatórios geológicos, potencialmente favoráveis ao armazenamento e uma maior robustez no quadro de dados de Geologia e Geofísica disponíveis”, afirmam as pesquisadoras da EPE, Regina Freitas Fernandes, Nathália Oliveira de Castro e Camila da Mota Carvalho.
Bacias com reservatórios areníticos chamam mais atenção para o desenvolvimento dos primeiros projetos. No Brasil, destacam-se, em terra, as bacias de Alagoas, São Francisco, Sergipe, Paraná, Recôncavo e Tucano Sul. Em mar, as bacias de Campos, Espírito Santo-Mucuri, Santos e SEAL seriam aquelas com expectativas mais elevadas.
“Embora ainda pouco compreendidos, os reservatórios carbonáticos e em rochas ígneas também são possíveis e existem iniciativas ao redor do globo para entendimento do comportamento da pluma de CO2 injetado ao longo do tempo nestes sítios. Nesse sentido, no caso das rochas vulcânicas básicas, as bacias do Paraná e do Parnaíba já despertam bastante interesse de alguns grupos de estudo, e outras bacias, como Alagoas, Campos, Recôncavo, Santos, Sergipe e SEAL, mostram potencial para investigação futura”, avaliam as pesquisadoras.
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Estudo sugere caminhos para setor cimentício
De acordo com o levantamento, 91 unidades do setor de cimento foram consideradas conforme relatório anual do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC). As regiões Sudeste e Nordeste concentravam mais de 70% das unidades no Brasil, sendo os maiores destaques os Estados de Minas Gerais (15 unidades), São Paulo (12 unidades), Rio de Janeiro (8 unidades), Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba e Pernambuco (todos com 4 unidades cada um).
“Por envolver questões múltiplas, é extremamente recomendável que a participação do setor de cimento ocorra em comunhão com outros segmentos”, assinalam. O levantamento, apresentado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), destaca que a viabilidade econômica da captura de carbono dependerá de políticas públicas robustas e de investimentos significativos em pesquisa e desenvolvimento.
A engenheira Edna Possan, especialista em sustentabilidade e professora na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), ressalta que a captura de carbono é uma das abordagens essenciais para alcançar a descarbonização da indústria. “A remoção do carbono depende de tecnologias e de legislação. Atualmente, as tecnologias para CCUS possuem custo elevado e baixa eficiência”, explica.
Edna também destaca que, embora o Brasil esteja avançando em direção à regulamentação de um mercado de carbono, as discussões ainda estão em fase inicial, com incertezas quanto ao valor da tonelada de carbono a ser aplicado.
Indústria cimentícia brasileira é uma das menos emissoras de CO2 do mundo
A captura de carbono não é apenas uma alternativa, mas uma necessidade para a descarbonização da indústria cimentícia. A Global Cement and Concrete Association (GCCA) estima que, até 2050, cerca de 36% da redução total de emissões precisará vir de tecnologias de captura, uso e armazenamento de carbono. No entanto, o custo elevado dessas tecnologias e a falta de infraestrutura adequada em muitas regiões do mundo continuam sendo barreiras significativas para sua adoção em larga escala.
Leia também: Indústria de cimento e concreto lança aceleradores de net zero no mundo
A indústria cimentícia brasileira já demonstrou capacidade de inovar e liderar em termos de eficiência energética e redução de emissões. Com os investimentos certos e o apoio necessário, pode também ser um exemplo de como a captura de carbono pode ser integrada em um modelo de negócios sustentável e lucrativo.
Entrevistados
Edna Possan é engenheira civil e doutora em Engenharia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) e coordenadora do Laboratório de Desempenho, Estruturas e Materiais.
Regina Freitas Fernandes é graduada em Geologia pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em Sistemas Petrolíferos pela COPPE/UFRJ e consultora Técnica da EPE.
Nathália Oliveira de Castro é graduada em Oceanografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), mestre em Oceanografia pelo Programa de Pós-graduação em Oceanografia da UERJ e doutora em Meio Ambiente pelo Programa de Pós-graduação em Meio Ambiente da UERJ.
Camila da Mota Carvalho é graduada em Geologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e mestre em Geologia pela Université Paris-Saclay (Paris-XI).
Contatos:
epossan@gmail.com
comunicacao@epe.gov.br
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Ana Carvalho
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Conheça os desafios e as soluções inovadoras da concretagem do Edifício Marena executada pela Concrebras
A urbanização crescente e a escassez de terrenos disponíveis têm impulsionado a verticalização das construções, especialmente em grandes cidades. Nesse contexto, o uso do concreto como material estrutural destaca-se por sua versatilidade e durabilidade. O Edifício Marena, da Construtora Embraed, exemplifica esses avanços, sendo um projeto marcante tanto por sua grandiosidade quanto pelos desafios técnicos enfrentados.
Localizado em uma área total de 55.126,34 m², o Edifício Marena, que está sendo construído em Balneário Camboriú (SC), possui altura de 196 metros e uma torre residencial de 62 pavimentos, com dois apartamentos por andar. Os 49 pavimentos tipo são compostos por apartamentos de quatro suítes, além de uma cobertura duplex com terraço e piscina.
O empreendimento conta ainda com quatro pavimentos de garagem, área térrea com oito salas comerciais e uma área de lazer de aproximadamente 4.270 m². As obras começaram em agosto de 2022 e a entrega está prevista para julho de 2028.
Desafios de fundações e terreno
A construção de edifícios altos em terrenos urbanos densos requer soluções inovadoras para fundações, principalmente em solos desafiadores como o arenoso. De acordo com o engenheiro sênior da Embraed Empreendimentos, Ernandi Fey, um dos principais desafios foi conter desmoronamentos nas estacas e nas paredes do bloco principal. “Para isso, utilizamos camisas metálicas de até dez metros nas estacas e paredes diafragma de 16 a 18 metros de profundidade, além de tirantes nas cortinas para garantir a estabilidade”, explica.
Devido à proximidade com edificações vizinhas, em alguns locais foi necessário usar estroncas metálicas no lugar dos tirantes tradicionais. “Isso garantiu a estabilidade das paredes de contenção, evitando qualquer risco para as estruturas adjacentes”, acrescenta.
Planejamento detalhado e logística
O processo de concretagem do Edifício Marena exigiu um planejamento meticuloso para avaliar a aplicação do volume de concreto necessário. O bloco de fundação, um dos maiores já realizados pela Embraed, demandou 3.384 m³ de concreto. “Para isso, reuniões de planejamento definiram os detalhes logísticos, incluindo o número de dias de concretagem, o volume diário de concreto, o resfriamento e a escolha de aditivos para evitar o endurecimento prematuro”, relata o coordenador de Desenvolvimento Técnico da Concrebras, Jair Schwanck Esteves.
A escolha pelo concreto autoadensável foi estratégica. Em função da alta taxa de armadura e espessura com cerca de três metros, optou-se por utilizar o concreto autoadensável diante da dificuldade de adensamento em virtude da altura. “Como tínhamos tempo reduzido para aplicação devido à legislação municipal, o concreto foi estabilizado por cerca de 60 horas, de forma a dar continuidade na aplicação nos dias seguintes para obter uma peça monolítica sem juntas de concretagem. No total, o processo durou quatro dias”, informa.
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Controle de temperatura
Um dos principais desafios em concretagens de grandes volumes é o controle da temperatura durante a hidratação do cimento. As temperaturas acima de 65 a 70 graus Celsius podem resultar na formação de microfissuras. Por isso, foi essencial monitorar e controlar a temperatura durante todo o processo. Para evitar esse problema, foram instalados termopares em diversas camadas de concreto, monitorados continuamente por computadores.
Além disso, para diminuir os efeitos térmicos, Esteves detalha que, no concreto, foram utilizados gelo, cimento Portland de baixo calor de hidratação, aditivos redutores de água de alta performance e aditivos de controle de hidratação.
Ele explica que a elevação da temperatura interna do concreto acima de determinados limites pode gerar o fenômeno da DEF (Formação de Etringita Tardia), um composto secundário da hidratação do cimento com capacidade potencial de expansão volumétrica. Isso poderia comprometer a durabilidade e estabilidade da fundação sob certas condições ao longo do tempo. “Essa característica é potencialmente aumentada pelo uso de concretos de elevada resistência e com consumos altos de cimento Portland, exigindo medidas para redução da temperatura através da adição de gelo ou nitrogênio”, afirma.
Além disso, após a conclusão da concretagem, foi realizada uma cura úmida com 50.000 litros de água, formando uma lâmina de aproximadamente 5 cm sobre o bloco, garantindo uma cura uniforme.
Inovação e sustentabilidade
A escolha dos materiais e métodos para a concretagem do Edifício Marena reflete o compromisso da Embraed com a inovação e a sustentabilidade. "O uso de concreto autoadensável e aditivos de alta performance mostra nossa dedicação à eficiência e à redução do impacto ambiental", destaca Fey.
A Concrebras, parceira de longa data da Embraed, foi escolhida para a execução da concretagem devido à sua experiência e elevada capacidade técnica. "Temos trabalhado juntos em diversos projetos, sempre entregando qualidade e cumprindo os prazos combinados", afirma Fey.
Leia também: Controle de picos térmicos e lançamento do concreto foram desafios na concretagem do edifício One Tower
Complexidade técnica e cooperação
A concretagem do Edifício Marena envolveu uma complexidade técnica significativa devido às dimensões e ao volume de concreto e aço. “O bloco de fundação está entre os maiores do país, exigindo um esforço coordenado de todas as equipes envolvidas”, ressalta Fey. A cooperação entre a Embraed, a Concrebras e a PWD Consultoria em Concretos foi fundamental para o sucesso do projeto.
Durante a concretagem, engenheiros e técnicos acompanharam de perto cada etapa, verificando a temperatura do concreto, o slump flow (ensaio que mede o espalhamento do concreto) e a resistência dos corpos de prova. Essa abordagem colaborativa garantiu que todas as especificações técnicas fossem atendidas, resultando em uma estrutura segura e durável.
O Edifício Marena não é apenas um símbolo de inovação e desenvolvimento urbano, mas também um exemplo de como a engenharia moderna pode superar desafios complexos por meio de planejamento cuidadoso, tecnologia avançada e práticas sustentáveis. A experiência adquirida com esse projeto servirá como referência para futuras construções, inspirando engenheiros e construtoras a continuar explorando novas fronteiras na construção civil.
Entrevistados
Ernandi Fey é engenheiro civil graduado em Engenharia pela Universidade Federal do Estado de Santa Catarina (UFSC), pós-graduado em Gerenciamento de Obras, Tecnologia e Qualidade da Construção Civil pelo Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG), engenheiro sênior da Embraed Empreendimentos e engenheiro residente no Edifício Marena.
Jair Schwanck Esteves é engenheiro civil formado pela Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC), pós-graduado em Auditoria, Avaliações e Perícias em Engenharia (IPOG) e coordenador de Desenvolvimento Técnico da Concrebras.
Contatos:
ernandi.fey@embraed.com.br
jair.esteves@concrebras.com.br
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Casas modulares podem ser usadas na reconstrução do Rio Grande do Sul?
Em julho de 2024, o Governo Federal anunciou a possibilidade de autorizar a compra de casas modulares pré-fabricadas para as famílias atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. O principal objetivo dessa ação é reduzir o tempo de construção das unidades.
Em entrevista à GloboNews, o ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou que o uso de casas modulares pré-fabricadas representa uma oportunidade importante, não apenas para o Rio Grande do Sul, mas também para o programa Minha Casa Minha Vida como um todo.
Diante desta possibilidade, como funciona o uso de casas modulares na prática? Para o professor e doutor Roberto Christ, coordenador do itt Performance DPPGI - Diretoria de Pesquisas, Pós-Graduação e Inovação / itt da Unisinos, há oportunidade para implantação desta solução industrializada como uma das soluções no âmbito habitacional. “Estas construções são geralmente mais leves do que as casas tradicionais, logo, as fundações precisam resistir a cargas menores. A preocupação maior é construir casas em locais fora das áreas de alagamento. Claro que o que aconteceu no Rio Grande do Sul foi uma catástrofe, e se o sistema de proteção contra cheias, diques e casas de bombas não tivesse falhado, muitas casas não teriam sido atingidas”, afirma.
Vale lembrar que toda e qualquer edificação habitacional deve atender a uma série de requisitos de desempenho (como a capacidade de suportar os eventos climáticos previstos), conforme os critérios estabelecidos pela norma NBR 15575. “Independentemente do material utilizado ou da forma construtiva, todas devem atender aos mesmos requisitos. Quando se trata de um sistema construtivo inovador, que não possui normas técnicas nacionais, o sistema deve ser avaliado por uma Instituição Técnica Avaliadora (ITA) credenciada pelo Ministério das Cidades, seguindo as prescrições do regulamento do Sistema Nacional de Avaliações Técnicas de Produtos Inovadores e Sistemas Convencionais (SINAT),” destaca Christ.
Ele destaca o uso de soluções que contemplem o uso de materiais que não sejam tão suscetíveis aos grandes volumes de água, como estruturas em concreto armado e revestimento argamassado ou até mesmo em paredes de concreto. “No entanto, é importante destacar que a construção de edificações em áreas de risco de alagamento é o principal ponto ao qual os representantes públicos devem atentar”, informa o professor.
Desafios para a construção de casas modulares em larga escala
Para a construção industrializada, além de prever uma escala de produção que atenda a redução de prazos de construção e montagem, outros aspectos devem ser levados em consideração na adoção da solução, que passa por critérios de desempenho e análise financeira para a sua implantação.
No entanto, a demanda por construção no estado do Rio Grande do Sul é muito grande. Consequentemente, há o problema da mão de obra, que está se tornando um dos grandes gargalos para as empresas, de acordo com o professor. “Mas, sem dúvida nenhuma, a industrialização da construção civil é uma maneira de reduzir os custos, além de garantir maior qualidade e produtividade na área,” comenta Christ. Ele cita o exemplo de empresas que possuem capacidade de produzir 10 casas de 27 m² por dia no estado do Rio Grande do Sul, utilizando um sistema com placas delgadas de concreto reforçado com fibras de vidro (GRC).
“Entendo que a demanda atual não é por casas modulares, mas sim por casas. As casas modulares têm a vantagem de utilizar materiais com tempo de cura menores, o que permite uma maior produtividade. O mercado da construção civil para casas de interesse social sempre foi grande, e temos um déficit habitacional gigante. A construção modular pode ajudar tanto a diminuir esse déficit quanto a aumentar a produtividade. A construção modular não é aplicável apenas para construções de interesse social, mas para toda e qualquer construção, seja ela residencial, industrial ou comercial. Com a escassez de mão de obra, a industrialização será uma pauta em todas as construtoras a médio e longo prazo,” conclui o professor.
Entrevistado
O professor e doutor Roberto Christ é coordenador do itt Performance DPPGI - Diretoria de Pesquisas, Pós-Graduação e Inovação / itt da Unisinos.Contato: RCHRIST@unisinos.br
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CBIC aponta crescimento de 18% nas vendas de imóveis novos no segundo trimestre do ano
Os resultados do segundo trimestre de 2024 para o setor imobiliário trouxeram um cenário positivo para o mercado, que deve se refletir em toda a cadeia da construção civil. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) divulgou no último dia 19 de agosto a pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais do 2º Trimestre de 2024, com levantamento realizado em 221 cidades em todas as capitais e regiões metropolitanas do país.
Segundo Celso Petrucci, conselheiro da CBIC e coordenador da pesquisa, no segundo trimestre de 2024, houve um aumento de 18% nas vendas de unidades residenciais novas e de 46% nos lançamentos dos empreendimentos do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) em comparação com o mesmo período de 2023.
De acordo com o presidente da CBIC, Renato Correia, esses números refletem uma tendência de recuperação do mercado, que vem se consolidando ao longo dos últimos meses, especialmente após os ajustes feitos no programa Minha Casa, Minha Vida.
Impacto econômico e geração de empregos
O período foi marcado por um aumento significativo tanto nos lançamentos quanto nas vendas de imóveis, impulsionando o crescimento do setor e gerando impactos econômicos e sociais expressivos. Exemplo disso foi o crescimento de 28% no número de lançamentos e de 8,5% nas vendas no segundo trimestre de 2024 em comparação com o primeiro trimestre do mesmo ano.
Esse aumento não só reflete a demanda aquecida, como também gera impactos positivos em toda a cadeia da construção civil. "O Brasil está chegando perto de 3 milhões de funcionários com carteira assinada no setor da construção. Mantendo-se o ritmo atual, a expectativa é de superar essa marca ainda em 2024. Isso retroalimenta o FGTS e o mercado em si”, avalia o presidente da CBIC.
Além disso, a valorização do mercado imobiliário tem contribuído para a geração de empregos e a melhoria na renda dos trabalhadores, visto que o setor de construção civil oferece o segundo maior salário de entrada entre todos os setores.
Redução do estoque de imóveis
Outro dado relevante apresentado no segundo trimestre de 2024 foi a redução da oferta final de imóveis, que significa a diferença entre a quantidade de imóveis lançados e vendidos, situado no patamar de 274 mil unidades.
Essa diminuição é preocupante, pois indica uma oferta menor de unidades disponíveis para venda, o que pode pressionar os preços para cima em um futuro próximo. A oferta final registrou uma redução de 11,5% em relação ao segundo trimestre de 2023 e de 4,2% em comparação com o primeiro trimestre de 2024.
“A redução da oferta final é um reflexo do aumento nas vendas, que vem crescendo a um ritmo mais acelerado do que os lançamentos. Isso mostra a aderência do mercado imobiliário, com as vendas superando as expectativas”, analisa Petrucci.
Programa Minha Casa, Minha Vida
O programa Minha Casa, Minha Vida desempenhou um papel importante nos resultados positivos do setor. Com as novas regras implementadas em 2023, o programa tem se reposicionado de forma mais rentável para os incorporadores, o que se reflete no aumento das unidades lançadas e vendidas.
"A melhora nas condições de crédito, impulsionada pela queda da Selic, de 13,75% para 10,75%, e o reenquadramento das regras do Minha Casa, Minha Vida, foram determinantes para esse desempenho", explica Correia.
Segundo ele, quando o governo acerta os parâmetros do MCMV, as vendas crescem, embora os resultados tenham começado a aparecer um ano depois das medidas. “Você toma uma decisão agora e o efeito acontece paulatinamente”, avalia o presidente da CBIC.
Tendências para segundo semestre
Apesar dos resultados positivos, o setor ainda enfrenta desafios, como a inflação de custos na construção, que segue descolada da inflação oficial. Essa alta nos custos pode afetar a rentabilidade das empresas e, consequentemente, o ritmo de crescimento do setor.
No entanto, a combinação de fatores, como a retomada econômica, a melhora nas condições de financiamento e o aumento da demanda, sugere que o setor imobiliário continuará desempenhando um papel vital na economia brasileira.
Diante desses dados, a tendência é de que esse aquecimento se mantenha nos próximos meses, sustentado pela continuidade das vendas e pela estabilidade do setor.
Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)
Contato: ascom@cbic.org.br
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Sinduscon SP promove seminário sobre avanços tecnológicos e boas práticas na construção civil
O 25º Seminário de Tecnologia de Estruturas e Fundações, promovido pelo Sinduscon-SP no dia 8 de agosto, foi marcado por debates sobre avanços tecnológicos e boas práticas na construção civil. Entre os diversos temas abordados, destacam-se os desafios e cuidados na concretagem de grandes volumes, estratégias construtivas, bem como a apresentação das novidades da nova versão do CeCarbon, ferramenta online e gratuita, projetada para atender as necessidades das construtoras na medição das emissões de gases de efeito estufa e no consumo energético dos materiais utilizados nas obras.
Vanessa Dias, supervisora da área de Meio Ambiente do Sinduscon-SP, afirma que a CeCarbon, criada em 2020 e que está em sua terceira atualização, traz a possibilidade não só de controlar as emissões de CO2 no canteiro de obras, mas também das atividades corporativas das construtoras. “Agora, além do controle das emissões nas obras, a CeCarbon também abrange as emissões das sedes das construtoras, estandes de vendas e filiais, oferecendo um controle completo”, destaca.
Leia também: Cecarbon deve formar banco de dados nacional de sustentabilidade no setor da construção civil
A plataforma já conta com mais de 670 usuários cadastrados e mais de 100 inventários concluídos. Vanessa anuncia os próximos passos da CeCarbon, que incluem a integração da plataforma com o BIM e com softwares de orçamento. Outra iniciativa em desenvolvimento é a criação de uma ferramenta para calcular a pegada hídrica das edificações, que incluirá tanto o consumo de água na obra quanto o processo de fabricação dos materiais. “Estamos iniciando a elaboração dessa plataforma, que vai complementar a gestão de resíduos e emissões, agregando também a gestão da água”, aponta.
Concretagem especial
Outro tema que ganhou destaque foi o detalhamento técnico sobre os cuidados envolvidos durante o processo de concretagem especial. O engenheiro Selmo Kuperman, diretor da Desek, ressaltou a importância do planejamento detalhado e da execução precisa na concretagem especial.
Ele destacou que, apesar dos avanços tecnológicos, o processo de concretagem ainda está sujeito a riscos que podem comprometer a durabilidade e a segurança das estruturas. Entre os problemas mais recorrentes, Kuperman mencionou a fissuração por retração e as reações expansivas, como a formação da etringita tardia (DEF, na sigla em inglês), que são responsáveis por danos estruturais significativos.
Fissuração por origem térmica
Um dos pontos centrais abordados pelo engenheiro foi a fissuração por origem térmica, que ocorre devido às variações de temperatura durante a cura do concreto. Kuperman explicou que, em regiões como São Paulo, onde a umidade relativa pode atingir níveis extremamente baixos, a retração por secagem se torna um fator crítico.
Ele enfatizou que o controle da temperatura e a adoção de práticas adequadas de cura são essenciais para mitigar esse tipo de fissuração.
Leia também: Controle de picos térmicos e lançamento do concreto foram desafios na concretagem do edifício One Tower
Outro tema abordado na palestra foi a questão das reações expansivas, especialmente a DEF. Kuperman explicou que essas reações são provocadas por condições adversas de cura, como a exposição a altas temperaturas durante a concretagem.
Ele ressaltou a importância de um controle rigoroso das condições ambientais e da temperatura do concreto durante o processo de cura para evitar a ocorrência dessas reações, que podem comprometer seriamente a integridade estrutural.
Cuidados essenciais na concretagem
Kuperman aponta a necessidade de um controle rigoroso dos parâmetros de concretagem, desde a escolha dos materiais até a execução no canteiro de obras. Ele alertou para os riscos associados ao entupimento de bombas de concreto e à cura inadequada, que podem gerar patologias difíceis de serem corrigidas.
“O sucesso de uma concretagem especial está nos detalhes. O controle da temperatura, da umidade e o cuidado com as juntas de concretagem são fundamentais para garantir a qualidade e a durabilidade da estrutura”.
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Além dos cuidados técnicos, o seminário também trouxe à tona a importância da inovação e da sustentabilidade na construção civil. Kuperman destacou que a adoção de tecnologias avançadas e práticas sustentáveis é essencial para a evolução do setor. Ele mencionou que o uso de aditivos especiais e novas metodologias de controle de qualidade podem reduzir os riscos e aumentar a eficiência das obras.
Apesar dos desafios, é possível garantir a qualidade e a durabilidade das estruturas com planejamento, controle rigoroso e inovação tecnológica, sendo que o futuro da construção civil passa pelo equilíbrio entre técnica, inovação e sustentabilidade, fatores essenciais para o desenvolvimento do setor.
Fonte: Sinduscon-SP
Contato/assessoria de imprensa: dbarbara@sindusconsp.com.br
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Como superar os desafios da implantação do BIM e da Inteligência Artificial?
O BIM e a Inteligência Artificial vieram para ficar na construção civil, e as empresas do setor terão que se adaptar a essas novas tecnologias. Foi isso que mostraram os seminários “O Impacto da Inteligência Artificial na Eficiência Operacional e na Inovação da Indústria da Construção” e “O Papel Transformador do Building Information Modeling (BIM)” durante a edição de 2024 do evento Concrete Show.
"Não existe mais como competir de forma eficaz se você não adotar as novas tecnologias. Hoje, é humanamente impossível para alguém que faz projetos manualmente competir com quem utiliza BIM. Daqui a dois ou três anos, será igualmente inviável para uma empresa que não integra inteligência artificial em seus processos competir com outra que já adotou essa tecnologia. Portanto, a questão não é se você vai optar ou não por incorporar IA na sua empresa; essa escolha simplesmente não existirá. Não será uma opção, mas uma necessidade inevitável”, afirmou Mauricio Nichterwitz, sócio da Deloitte e um dos palestrantes do evento.
Benefícios da IA e do Bim para a Construção Civil
Camila Pimenta, diretora do SENAI, cita:” Com o BIM, o ganho é significativo: ele permite um planejamento mais eficiente, engaja toda a equipe, garantindo que todos, independentemente da fase do projeto em que estão envolvidos, tenham consciência do processo, dos benefícios e, especialmente, da importância de decisões antecipadas. A modernização da mão de obra reflete a preocupação com a qualificação dos profissionais e o futuro dessas operações. Em um cenário de crescimento contínuo, o BIM contribui significativamente para a economia”, pondera.
Já a inteligência artificial pode auxiliar na gestão de custos, que é uma das maiores preocupações das construtoras no dia a dia das obras. “Um orçamento mal calculado ou uma concorrência vencida com dados incorretos pode levar uma construtora à falência. A gestão de custos, quando auxiliada pela inteligência artificial, oferece uma base muito mais sólida, não apenas comparando os custos atuais com os passados, mas também levando em conta a produtividade da construtora, a localização da obra — que também influencia os custos — e o risco associado ao cliente. Essa abordagem proporciona aos gestores uma visão muito mais ampla e precisa, permitindo uma tomada de decisão mais informada e segura”, comenta Sergio Salles, sócio-fundador da Generativo.
Desafios na implantação do BIM e da Inteligência Artificial na Construção Civil
Por serem tecnologias relativamente novas, ainda há diversos desafios em sua implantação:
- Alimentação adequada da IA com dados estruturados: “As empresas precisam se organizar e criar uma base sólida de dados - incluindo riscos, custos, durações e normas. Ao longo dos projetos, essa base deve ser constantemente alimentada para aumentar a confiabilidade da IA, transformando-a em uma verdadeira copilota que ajuda os profissionais a trabalhar de maneira mais rápida e precisa”, pontua Nichterwitz;
- Capacitação Profissional: “No Brasil, existe uma cultura de querer retorno imediato, de lucrar no primeiro mês, mas essa mentalidade precisa mudar. O sucesso sustentável vem com o tempo - no terceiro, quarto ano. Isso é verdade para qualquer negócio, seja com BIM, lean construction ou inteligência artificial. Todos esses métodos requerem tempo de maturação para produzir resultados”, afirma Nichterwitz;
- Mudança Cultural e Integração com Processos: Para Nichterwitz e Amanda Bezerra (diretora de produto e inovação da Construtora Tenda), o sucesso da implementação depende de quatro pilares: processos, pessoas, tecnologia e cultura sólida, para alcance da sustentabilidade e qualidade do sistema.
Cases sobre o processo de implantação do BIM na Construção Civil
Uma das soluções apresentadas no case da Amanda foi a adoção de metodologias ágeis, destacando a necessidade de um esforço inicial intenso para o sucesso da implantação, que afetou a cadeia, cronograma e negócios da empresa. “Atualmente, estamos capacitando tanto nossa equipe interna quanto nossos parceiros externos através da nossa escola de formação”, relata a diretora da Tenda.
Daniel Ribeiro, sócio-administrador da Átomo Arquitetura, também contou sobre a implantação do BIM em seu escritório, passando por processos semelhantes: “A jornada começou com a preparação de processos internos e treinamento, o que levou a um ano de estruturação antes de começarmos a implementação prática. Durante a transição, enfrentamos desafios como a necessidade de adaptar processos e criar um manual operacional. Optamos por um projeto piloto que envolveu modelagem de um projeto 2D existente, o que ajudou a mitigar riscos e validar a eficácia do BIM. Apesar de um aumento inicial nas horas de trabalho, observamos uma redução nas horas por metro quadrado conforme implementamos melhorias e treinamos novas equipes”, lembra.
Iniciativas e ferramentas de Inteligência Artificial para a Construção Civil
Durante a palestra “O Impacto da Inteligência Artificial na Eficiência Operacional e na Inovação da Indústria da Construção”, os palestrantes mencionaram algumas soluções de inteligência artificial já disponíveis para o setor da construção civil:
- Advanced Work Package (AWP): Com uma abordagem relevante, especialmente em obras industriais, o AWP organiza o trabalho em pacotes que podem ser reaproveitados em projetos futuros, permitindo a criação de históricos de cronogramas e aprendizados com diferentes tipos de obras;
- Óculos Ray-Ban Meta: Esses óculos permitem capturar fotos e vídeos de maneira discreta e prática, sem desviar o foco do trabalho. Esse método tem sido eficaz tanto na construção civil quanto na indústria, como em inspeções de tanques e reatores onde o uso de um celular não é viável. Além disso, os arquivos capturados podem ser analisados posteriormente com softwares de visão computacional para extrair dados e insights valiosos;
- CyberDog: robô utilizado para mapeamento de perímetros e realizar rondas periódicas na obra. O equipamento já possui IA e sensores;
- Apple Vision Pro e Meta Quest: Estes óculos de realidade mista têm grande potencial para a execução de projetos em BIM. Com esses dispositivos, é possível visualizar um projeto BIM enquanto se anda pela obra. Eles podem ser extremamente úteis em ambientes de construção, proporcionando uma visualização detalhada e interativa do projeto diretamente no local.
Novas tecnologias trazem novas oportunidades
Como acontece com frequência, o surgimento de novas tecnologias também traz oportunidades de negócios e trabalhos. Na palestra “O Impacto da Inteligência Artificial na Eficiência Operacional e na Inovação da Indústria da Construção”, os participantes destacaram a necessidade de um profissional qualificado para entendimento do aspecto técnico, que possa avaliar corretamente o trabalho automatizado, garantindo que esteja de acordo com os padrões necessários.
Além de Eduardo Cavalcanti, sócio proprietário da bisnis HUB, Sergio Salles (sócio-fundador da Generativo) lembra que, nos anos 2000, com a popularização do BIM, surgiu uma nova profissão: o BIM Manager, que hoje desempenha um papel crucial nas construtoras ao gerenciar e conduzir processos BIM.
Fontes:
Mauricio Nichterwitz é sócio da Deloitte.
Camila Pimenta é diretora do SENAI.
Sergio Salles é sócio-fundador da Generativo.
Amanda Bezerra é diretora de produto e inovação da Construtora Tenda.
Daniel Ribeiro é sócio-administrador da Átomo Arquitetura.
Eduardo Cavalcanti é sócio proprietário da bisnis HUB.
Jornalista responsável:
Marina Pastore - DRT 48378/SP
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A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Seminário Abcic aponta soluções no mercado de pré-fabricados
Durante o Concrete Show, uma tarde inteira foi dedicada às discussões sobre o uso de pré-fabricados e industrialização, com o Seminário da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic) 2024.
“Iniciamos o seminário com uma visão muito importante da arquitetura, com Jayme Lago Mestieri, arquiteto e diretor da JML Arquitetura, que pontuou algumas questões relevantes em relação aos nichos ou áreas em que a pré-fabricação é utilizada. E, no final, com Felipe Cassol, engenheiro, CEO e presidente da Cassol Pré-Fabricados, que trouxe uma questão importante, a tecnologia do concreto, vital para a sustentabilidade, o desenvolvimento e a competitividade do nosso setor, com a introdução de concretos de performance cada vez mais elevada, até o UHPC (ultra high performance concrete)”, afirma Íria Lícia Oliva Doniak, engenheira e presidente executiva da Abcic.
Uso de pré-fabricados no Brasil
Durante a palestra "Industrialização da Construção em Concreto: Soluções Sustentáveis para Edificações", Felipe Cassol, engenheiro, CEO e presidente da Cassol Pré-Fabricados, e membro do Conselho Estratégico da Abcic, compartilhou dados relevantes sobre o uso de pré-fabricados no Brasil. Desde 2000, a produção de pré-fabricados de concreto cresceu 32%, conforme pesquisa realizada pela FGV a pedido da Abcic. Atualmente, 34,6% das empresas construtoras utilizam sistemas pré-fabricados em suas obras, e 24,5% dessas empresas empregam pré-fabricados em mais de 50% de suas obras.
No que diz respeito à distribuição regional, São Paulo lidera com 47% do uso de pré-fabricados no Brasil, seguido por Santa Catarina, que se destaca como a segunda maior região em uso.
As principais motivações para o uso desses sistemas incluem a redução do prazo de conclusão das obras (81,5%), a diminuição da necessidade de mão de obra no canteiro (71,6%), o maior controle de custos (66%) e a menor geração de resíduos (63,9%).
Vantagens da industrialização
Para os palestrantes presentes durante o Seminário da Abcic, existem inúmeras vantagens ao adotar a construção off-site:
Para Augusto Pedreira de Freitas, engenheiro e diretor da Pedreira de Freitas Engenharia, um dos pontos é o auxílio para lidar com a questão do déficit habitacional. “Frequentemente lemos que as construções off-site podem ser uma solução para o déficit habitacional internacional. Isso não é totalmente verdade, mas os sistemas pré-fabricados têm um enorme potencial para contribuir significativamente na resolução desse problema. Fortalecer a indústria de pré-fabricados residenciais pode ser uma alternativa poderosa para enfrentar a crise habitacional”, explica Freitas.
Ainda, uma das vantagens é auxiliar na redução da mão-de-obra na construção civil. “A falta de mão de obra na construção civil é crítica, e há uma realidade inegável: os jovens de hoje não querem mais trabalhar nesse setor. Para mim, essa é a maior evidência de que a hora do pré-fabricado finalmente chegou. Em qualquer país desenvolvido, a ideia de depender de mão de obra para carregar blocos de construção já é ultrapassada. O futuro aponta para soluções mais eficientes e modernas, e o pré-fabricado se apresenta como uma resposta necessária a esses desafios”, destaca o diretor da Pedreira de Freitas Engenharia.
Cassol também levanta outros pontos positivos relacionados à construção off-site: redução do prazo de obra, redução de resíduos de construção, produção em ambiente controlado e protegido, assertividade geométrica e alinhamento, mão de obra qualificada e treinada, facilidade de reuso e desmontagem, controle tecnológico de todos os insumos, maior controle de custos e orçamento, racionalização de materiais, otimização do tempo dos profissionais, controle de qualidade em todas as etapas e redução de custos indiretos.
Industrialização x ESG
Para Freitas, a industrialização é uma abordagem promissora para melhorar a sustentabilidade na construção. “O pré-fabricado contribui significativamente para essa causa ao minimizar desperdícios e reduzir o consumo de energia comparado à construção in loco. Produzido em usinas, o pré-fabricado é uma solução mais sustentável para edificações.”
Roberto Clara, engenheiro e diretor da Lúcio Engenharia, também destaca que a industrialização está alinhada com os princípios ESG, que incluem: desmaterialização, redução de resíduos, circularidade, redução da pegada de carbono e viabilidade econômica.
Desafios da Ampliação do Uso de Pré-Fabricados
De acordo com Freitas e Cassol, a pré-fabricação de concreto ainda não é amplamente adotada, apesar de experiências bem-sucedidas em outras áreas, como hotéis e edifícios altos. As dificuldades incluem:
- Poucos fornecedores de pré-fabricados para edifícios residenciais: pelo tamanho do Brasil, Freitas acredita que o país deveria ter muito mais fornecedores. “Para cobrir 10% das obras em edifícios residenciais, precisaríamos mais do que duplicar o parque de industrialização aqui no Brasil. Por conta disso, alguns construtores são resistentes quanto ao uso de pré-fabricados, para não ficar na mão de poucos fornecedores. Ao mesmo tempo, os fornecedores não buscam ampliar as alternativas em pré-fabricados residenciais por não ter mercado”, pondera;
- Custo e Percepção: o pré-fabricado pode parecer mais caro em termos de custo por m3, mas deve ser considerado pelo valor agregado (no m²) e eficiência que proporciona. A dificuldade está em mudar a percepção de custo, que muitas vezes não reflete os benefícios a longo prazo;
- Qualidade e Tecnologia: a pré-fabricação, com a tecnologia atual, permite criar uma variedade de designs e soluções;
- Fatores de Complexidade: os desafios incluem a falta de programas estruturados, isonomia tributária, insegurança jurídica, e dificuldades com financiamento e crédito imobiliário. Além disso, o desconhecimento técnico e o baixo incentivo à inovação limitam a adoção da construção industrializada.
Como superar estes desafios?
Na opinião de Cassol e Freitas, para superar esses desafios, é necessário um esforço conjunto de arquitetos, projetistas, construtores e empreendedores para integrar a pré-fabricação na construção residencial e criar um mercado mais robusto e eficiente.
Os palestrantes ainda falaram sobre outras possibilidades:
- Trabalho em conjunto (construtora e indústria) pela busca de soluções viáveis através do uso dos pré-fabricados;
- Implantação de estruturas pré-fabricadas por partes: em elementos estruturais ou em etapas da obra (como escadas, elementos de fundações e área de estacionamento que contemplem esta tecnologia);
- Inspiração em empresas que estão gerando cases que levem a repensar o processo executivo;
- Quebra de Paradigmas quanto à excelência da tecnologia e qualidade arquitetônica;
- Adoção de tecnologias e melhoria de materiais: de acordo com Cassol, utilizar avanços como o concreto de ultra-alto desempenho (UHPC) e outros materiais inovadores pode ser uma oportunidade para redução de dimensões ou até mesmo a elaboração de novas geometrias de elementos estruturais.
Fontes:
Íria Lícia Oliva Doniak, engenheira e presidente executiva da Abcic.
Felipe Cassol, engenheiro, CEO e presidente da Cassol Pré-Fabricados, e membro do Conselho Estratégico da Abcic.
Augusto Pedreira de Freitas, engenheiro e diretor da Pedreira de Freitas Engenharia.
Jayme Lago Mestieri, arquiteto e diretor da JML Arquitetura.
Roberto Clara, engenheiro e diretor da Lúcio Engenharia.
Jornalista responsável:
Marina Pastore - DRT 48378/SP
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A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Como alcançar a neutralidade do carbono na produção de concreto?
Durante o Concrete Show 2024, o Seminário da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem (ABESC) trouxe como tema os desafios para alcançar a neutralidade do carbono na produção de concreto.
"Para o desenvolvimento da sociedade, precisamos de concreto. O que devemos fazer é fornecer esse concreto da forma mais sustentável possível. Enquanto houver crescimento populacional, teremos que continuar construindo estradas, pontes, escolas e postos de saúde. Mas, nesse processo de descarbonização de outros setores da economia, como o de energia, por exemplo, também precisaremos de concreto para a geração de energia eólica. Há uma clareza de que é um material que oferece a melhor relação custo-benefício, além de ser mais sustentável. Hoje, a América Latina produz 116.700.000 m3 de concreto e o Brasil é responsável por um terço desta produção”, afirmou Manuel Lascarro, diretor presidente da Federación Iberoamericana del Hormigon Premezclado (FIHP) - Federação Ibero-Americana do Concreto Pré-Misturado.
Para reduzir as emissões no setor, ele também destaca a necessidade de capturar ou compensar emissões até atingir o net zero, descarbonizar a energia e o transporte, implementar medidas de economia em cada fase — desde a extração do calcário até o uso do concreto — e investir em economia circular. “O que não posso reduzir nesta estratégia, devo buscar ferramentas de captura ou compensação”, declara Lascarro.
O diretor presidente da FIHP acredita que no caso dos países como o Brasil, situado em uma região tropical e com potencial para compensação por meio de florestas, essa é uma opção viável. “Soluções baseadas na natureza são um tema que vocês vão ouvir muito, especialmente com a COP30 sendo realizada no Brasil, em Belém, no próximo ano. Então, quais possibilidades podemos considerar? Assumimos que conseguiremos descarbonizar completamente o setor de transporte. No entanto, tudo isso envolve custos significativos. Os países que estão na vanguarda dessa transição estão investindo recursos governamentais como uma forma de apoiar o setor nessa mudança. Por outro lado, estamos um pouco atrás, observando o que está sendo feito ao redor do mundo”, informa.
Como reduzir as emissões do concreto?
Lascarro e Marcelo Henriques, gerente de marketing LATAM da GCP Applied Technologies, trouxeram algumas tendências globais que podem auxiliar a reduzir as emissões na produção de concreto:
- Entender para que se vai utilizar e como se vai utilizar, para que as dosagens sejam adequadas com o tipo de obra que será realizada;
- Uso de um cimento eficiente em relação CO2/performance esperada: segundo Lascarro, nos mercados emergentes, o foco deve ser em como o cimento está sendo trabalhado, para que seja possível reduzir as emissões e torná-lo o mais verde possível, seja por meio de combustíveis mais verdes ou pela utilização eficiente de menores quantidades em obras controladas e resilientes;
- Otimização da mistura em função dos aditivos, dos agregados e adições disponíveis de acordo com fatores locais de disponibilidade de insumos: Henriques sugere o uso de agregados desafiadores. “São aqueles agregados que antes não podiam ser usados porque deixavam o concreto áspero, causavam perda de abatimento ou exigiam mais cimento. Hoje, temos tecnologia química que nos permite utilizar esses materiais. Por exemplo, ao invés de buscar areia em locais distantes, posso usar aditivos para melhorar esse material. Existe uma solução para areias desafiadoras que lubrifica cada grão como se fosse uma graxa, deixando a areia semelhante à de boa qualidade. Além disso, há um aditivo para o tratamento de concreto devolvido: o estabilizador de hidratação, que permite estabilizar 8 m³ sem a necessidade de divisão. Assim, você recupera e estabiliza 8 m³ e pode enviá-lo para a obra no dia seguinte sem problemas”, afirma Henriques.
- Ajuste dos sistemas de produção e distribuição para eliminar desperdícios: a taxa de devolução do concreto na América Latina corresponde a aproximadamente 5% das entregas. “Estamos falando de cerca de 7 milhões de m3 por ano que saem de uma planta, mas não podem ser utilizados em uma obra, precisando ser redirecionados para uma segunda utilização. Esses 7 milhões m3 equivalem praticamente à produção anual da Colômbia. E isso, hoje em dia, não representa apenas dinheiro, mas também uma maior pegada de carbono. Então, dependemos de algo que poderia ser substituído, já que a tecnologia necessária já está disponível', alerta Lascarro;
- Uso de tecnologia no setor: de acordo com Lascarro, empresas como Microsoft, Google e Meta já vêm trabalhando no setor com a coleta de informações de inúmeras plantas de concreto e de gestão de matérias-primas para elaboração de relatórios de emissões em tempo real. “É algo bastante ambicioso, que estamos observando, pois, claro, há implicações técnicas e jurídicas, além de uma série de outros temas envolvidos. Mas, hoje, isso já existe e está sendo desenvolvido com os gigantes da tecnologia”, conta.
- Aumento no uso de concreto usinado e na proporção de cimento a granel: “Se pensarmos que produzimos 60 milhões de toneladas de cimento, cerca de 27% vai para concreto usinado, o que indica que nossa construção ainda é bastante manual e não tão industrializada. O Brasil atualmente produz cerca de 47 milhões de m³, enquanto os Estados Unidos fecharam 2023 com 300 milhões de m3, dos quais 10% são ensacados. Na Turquia, o governo instaurou uma norma exigindo que as novas construções alcancem um mínimo de condição técnica, que não pode ser atingido apenas virando concreto na obra”, aponta Henriques.
- Utilização de usinas de concreto menores, mais próximas da descarga;
- Maior controle de qualidade de todo o processo, sobretudo no controle tecnológico do concreto: a busca pela redução de desvios no processo se faz necessária para economia de insumos e melhoria de desempenho dos concretos fornecidos ao mercado.
Fontes
Manuel Lascarro, diretor presidente da Federación Iberoamericana del Hormigon Premezclado (FIHP) - Federação Ibero-Americana do Concreto Pré-Misturado.
Marcelo Henriques, gerente de marketing LATAM da GCP Applied Technologies
Jornalista responsável:
Marina Pastore - DRT 48378/SP
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A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
Desafios e soluções da engenharia civil na Infraestrutura de São Paulo
Mudanças climáticas, aumento da densidade populacional e necessidade por infraestrutura que atendam requisitos de sustentabilidade e demandas específicas são alguns dos desafios enfrentados pela Engenharia Civil em todo o mundo. Em se tratando de Infraestrutura Urbana, grandes metrópoles buscam constantemente formas de coleta de dados e tratativas para melhoria de desempenho das estruturas, como o case da cidade de São Paulo, abordado no painel “Engenharia Civil na Infraestrutura Urbana: Desafios e Soluções”, apresentado durante a última edição do Concrete Show. Na ocasião, os palestrantes abordaram temas como foco em drenagem urbana e infraestrutura de pontes, viadutos e túneis, além de obras do metrô.
Planejamento de Drenagem
De acordo com Marcos Monteiro, da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras - Prefeitura de São Paulo (SIURB), a cidade de São Paulo desenvolveu um Plano Diretor de Drenagem (PDD) para mitigar alagamentos, com base em estudos de bacias hidrográficas. “Existem cadernos específicos para cada bacia, dos quais 24 já foram publicados, cobrindo cerca de 60% do território da cidade, especialmente áreas críticas. O PDD prioriza obras com base em critérios como vulnerabilidade social, população atingida, custo, e impacto das obras”, destaca.
Inspeção e Recuperação de Infraestruturas
Durante a palestra, Monteiro destacou também o programa de manutenção de viadutos. “Era uma demanda antiga do setor de engenharia, que começou em 2007 com o estudo do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), evidenciando a degradação das estruturas da cidade de São Paulo, muitas construídas nas décadas de 1940 e 1950, sem manutenção adequada. O Ministério Público firmou um acordo com a SIURB para priorizar 50 obras, mas as primeiras inspeções visuais só começaram cinco anos depois, em 2012.
Desde 2021, houve um aumento significativo nas atividades de inspeção e recuperação, com 773 inspeções visuais em 2021, 150 em 2022 e 206 em 2023, além da execução de 300 obras planejadas até o final da gestão. A SP Obras, empresa vinculada à SIURB, desenvolveu um sistema próprio para catalogar todas as estruturas, mantendo um histórico completo das inspeções e obras realizadas.
“Hoje, contamos com uma norma específica para a recuperação de pontes e viadutos, e com um sistema de gestão que permite o acompanhamento detalhado de cada unidade estrutural. Além disso, estamos desenvolvendo diretrizes para a inspeção de túneis, adaptando o texto das normas existentes e complementando com informações sobre ventilação, geotecnia e outros sistemas essenciais”, afirma Monteiro.
Distrito de Inovação e Tecnologia
Monteiro pontuou que o SIURB está desenvolvendo um distrito de inovação, liderado pela Secretaria de Inovação e Tecnologia, que contará com a participação de instituições como a USP, IPT e IPEM, fortalecendo a sinergia entre universidades, academia e gestão pública.
Com o Distrito, além do plano de recuperação de pontes e viadutos, também está sendo feito um trabalho de monitoramento das estruturas. “Realizamos uma licitação para instalar sistemas de monitoramento em grande parte das nossas estruturas. Hoje, muitas pontes e viadutos estão equipados com câmeras e sensores. Caso ocorra um incidente, como uma colisão, os sensores ativam automaticamente as câmeras, permitindo que possamos identificar o veículo responsável e buscar ressarcimento. Isso é fundamental, pois as pontes são devidamente sinalizadas com os gabaritos de passagem, mas, infelizmente, alguns motoristas ignoram essas sinalizações. Estamos também implementando um trabalho integrado com o Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH) e o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo (CGE) para melhorar os sistemas de alerta, redes telemétricas, radares e modelos de previsão de inundação. Nosso objetivo é garantir um acompanhamento preciso e emitir alertas eficazes em situações de eventos extremos, oferecendo um atendimento rápido à população afetada e recuperando as áreas atingidas no menor tempo possível”, relata Monteiro.
Mauro Periquito, Diretor e Especialista de Prática na Kyndryl, destacou a importância da coleta de dados precisos e no uso da tecnologia adequada no contexto de Smart Cities. ”A sensorização, por exemplo, é altamente específica: um sensor para medir a elevação de um viaduto é diferente de um sensor que monitora a temperatura do asfalto ou de um aviário. A transmissão desses dados também é crucial, exigindo o uso de redes seguras e confiáveis, e a análise precisa, onde entra a inteligência artificial. Imagine usar IA para prever o afundamento de uma estrutura com base em dados históricos de 30 anos. Enquanto um engenheiro levaria horas para fazer essa análise, a IA pode fornecer resultados em segundos. No entanto, é fundamental que essas ferramentas operem em ambientes controlados, protegendo informações estratégicas”, comenta.
Além disso, Periquito pontua que o armazenamento de dados históricos é essencial para prever tendências e conservar as infraestruturas. “A tecnologia nos permite avançar de uma manutenção corretiva ou preventiva para uma manutenção baseada em condição e predição, maximizando a eficiência e prolongando a vida útil dos ativos”, defende.
Obra na Estação da Luz
Durante a palestra, Edgar Fressato Carneiro, assessor executivo da diretoria de Engenharia, Meio Ambiente e Obras da CPTM, também compartilhou informações a respeito de uma obra no metrô, na Estação da Luz. “Nos horários de pico, a estação enfrenta um grande fluxo de passageiros, com desembarques massivos de mais de 2.000 pessoas de uma só vez. Para resolver essa situação, estamos construindo um novo túnel de interligação para aliviar o congestionamento na área de transferência entre as linhas do metrô. O projeto inclui a criação de um segundo túnel, que oferecerá duas opções de direcionamento para os passageiros: uma para a linha 4-Amarela e outra para a linha 1-Azul”, afirmou.
A nova interligação, que tem 135 metros de extensão, está sendo construída parcialmente a céu aberto e, na seção que chega à linha 4-Amarela, utilizando a técnica NATM (Novo Método Austríaco de Tunelamento). Segundo Carneiro, esse é um grande desafio, mas é uma obra que, quando concluída, proporcionará maior conforto e segurança aos passageiros.
Fontes
Marcos Monteiro, da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras - Prefeitura de São Paulo (SIURB).
Mauro Periquito, Diretor e Especialista de Prática na Kyndryl.
Edgar Fressato Carneiro, assessor executivo da diretoria de Engenharia, Meio Ambiente e Obras da CPTM.
Jornalista responsável:
Marina Pastore - DRT 48378/SP
Vogg Experience
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.