Empregos na construção fecham 6º mês de saldo positivo
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) confirma que a indústria da construção civil consolida 6 meses consecutivos com saldo positivo em seu mercado de trabalho. Significa que de abril a setembro de 2019, as admissões superaram as demissões. A tendência de viés de alta deve se confirmar quando saírem os números de outubro do CAGED, o que acontece na metade de novembro. Porém, outros indicadores já certificam que o volume de emprego formal no setor seguirá em elevação, como aponta a mais recente Sondagem Indústria da Construção, monitorada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
O nível de oferta de emprego na construção civil é o maior desde novembro de 2013, diz o indicador da CNI/CBIC. “Mesmo caminhando a passos ainda lentos, o setor da construção já consegue gerar importantes vagas com carteira assinada no mercado de trabalho e dar mais dinamismo à economia nacional. Ainda falta muito para a construção retomar o patamar de anos anteriores, mas não se pode deixar de ressaltar a importância do fato de que o setor parou de piorar”, destaca a economista do Banco de Dados da CBIC, Ieda Vasconcelos. A Sondagem Indústria da Construção é realizada com 490 empresas do setor da construção, das quais 175 são de pequeno porte, 203 de médio e 112 de grande porte.
Construção civil está em 4º lugar entre os setores que mais empregam no Brasil
Pelos números do CAGED, em 2019 a construção civil já criou 114,3 mil vagas formais. Destaque para os canteiros de obras de edificações residenciais, que são as que mais têm contratado no setor. Em seguida, vem o segmento de geração e distribuição de energia elétrica e de telecomunicações. Com a série positiva, a construção civil volta a empregar diretamente mais de 2 milhões de pessoas no país, mas segue ainda longe do auge de sua empregabilidade, que ocorreu entre 2013 e 2014, quando chegou a ter 3,5 milhões de vagas ocupadas. Para o presidente da CBIC, José Carlos Martins, se houvesse a retomada de obras paralisadas poderiam ser criados mais de 400 mil empregos.
Pelos cálculos da CBIC, com o investimento de 10 bilhões de reais via concessões (0,11% do PIB) seriam geradas 76 mil vagas diretas e 114 mil indiretas no setor de obras de infraestrutura. Ao mesmo tempo, com 40 bilhões de reais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) - 0,45% do PIB - seriam criadas 305 mil vagas diretas no segmento da construção habitacional, totalizando 420 mil empregos formais. “A demanda atual do país é pela geração de empregos. Isso tem a ver com a construção civil, que é a locomotiva de empregos”, destaca Martins.
Apesar do crescimento da oferta de vagas, a construção civil atualmente está em 4º lugar entre os que mais empregam no Brasil. O 1º é setor de serviços, seguido da indústria de transformação e do comércio.
Entrevistado
Reportagem com base nos dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e da Sondagem Indústria da Construção, monitorada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Urbanismo tenta tirar cidades do monopólio dos carros
O Dia Mundial do Urbanismo, que se comemora em 8 de novembro, reforça o desafio que se impõe às cidades neste século 21: buscar soluções que acabem com o monopólio dos carros no desenvolvimento urbano. Os veículos influenciaram maciçamente o desenho e o crescimento das metrópoles, mas agora o novo urbanismo tenta minimizar esse impacto com mobilidade urbana, transporte coletivo, transportes alternativos e valorização do pedestre.
Segundo o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UN Desa), até 2050 cerca de 6,7 bilhões de pessoas estarão vivendo em cidades, o que tornará o mundo quase 70% urbano. Consequentemente, 70% das emissões globais de dióxido de carbono também estarão concentrados nos centro urbanos.
Isso levou o secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, a decretar que é nas metrópoles que a “batalha climática será amplamente vencida ou perdida”. No entanto, o chefe da ONU avalia que o urbanismo ajudará a vencer esse duelo. “As escolhas que serão feitas na infraestrutura urbana nas próximas décadas, em planejamento urbano, eficiência energética, geração de energia e transporte, terão influência decisiva nessa batalha”, diz.
Guterres também lembra que a solução está nas cidades-inteligentes. “Muito do que será necessário para abrigar e servir a esse mundo, cada vez mais urbano, ainda não foi construído, e até mesmo algumas novas cidades precisarão surgir. Isso traz enormes oportunidades para desenvolver e implantar soluções que possam enfrentar a crise climática e abrir caminho para um futuro sustentável”, completa.
Congresso Mundial de Arquitetura terá o futuro das cidades como tema central
Esse também será o tema central do Congresso Mundial de Arquitetura, que acontecerá de 19 a 23 de julho de 2020, no Rio de Janeiro-RJ. Os que apóiam o novo urbanismo defendem que os bairros se transformem em “cidades compactas” e possam permitir que seus moradores façam a maior parte das atividades sem usar o carro. “As cidades devem ser redesenhadas em função das dimensões, dos movimentos e das necessidades do corpo humano, em vez de serem projetadas em função do automóvel”, reforça o arquiteto brasileiro Roberto Simon, conselheiro da UIA (União Internacional dos Arquitetos).
Para a ONU, as metrópoles não devem ser combatidas, mas transformadas. “A urbanização apresenta vários desafios de sustentabilidade relacionados à habitação, meio ambiente, mudanças climáticas, infraestrutura, serviços básicos, segurança alimentar, saúde, educação, empregos, segurança e recursos naturais. Ao mesmo tempo, ela também pode produzir grandes oportunidades, além de ser uma ferramenta crítica para o desenvolvimento sustentável, se aplicada da maneira correta”, diz relatório da organização.
António Guterres reforça ainda que a economia global depende das metrópoles. “As cidades geram mais de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) global e, como centros de educação e empreendedorismo, são pólos de inovação e criatividade. Por isso, a ONU acredita que é possível usar a urbanização para alcançar o desenvolvimento sustentável, adaptando a maneira como as cidades são planejadas, projetadas, financiadas, desenvolvidas, governadas e gerenciadas”, conclui.
Entrevistados
Organização das Nações Unidas (ONU), União Internacional dos Arquitetos (UIA) e Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU) (via assessorias de imprensa)
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Natureza ensina como projetar prédios superaltos
Para o engenheiro estrutural Mark P. Sarkisian, projetar prédios superaltos requer uma observação minuciosa da natureza. “Os princípios da natureza norteiam os cálculos. Há princípios matemáticos muito definidos e que devem nos inspirar”, diz uma das sumidades mundiais em arranha-céus. Sarkisian esteve recentemente palestrando no ENECE 2019 (Encontro Nacional de Engenharia e Consultoria Estrutural) - evento anual promovido pela ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural).
Entre as análises feitas por Mark P. Sarkisian, ele destacou que o bambu e os furacões são os elementos da natureza que mais o inspiram. “O bambu é uma fonte inspiradora para quem projeta prédios superaltos. Os colmos da planta possuem uma precisão matemática incrível. E são eles que dão sustentação para que o bambu possa atingir até 20 metros, dependendo da espécie”, relata. Sobre os furacões, Sarkisian destaca que a forma de caracol do fenômeno climático é que permite que ele atinja grandes alturas sem perder a sustentação.
Autor do livro “Projetando edifícios altos: estrutura e arquitetura”, o engenheiro lembra em sua palestra que os dois elementos da natureza que mais o inspiram serviram de base para que projetasse as torres do China World Trade Center, em Pequim, inauguradas em 2017, e o Burj Khalifa, em 2010, em Dubai. “Quem vê as torres do CWTC enxerga uma estrutura que lembra muito o bambu. Já o Burj Khalifa tem um formato inspirado em uma espiral e suas fundações tiveram como ponto de partida as raízes e o caule da flor do deserto”, revela.
A princípio, Burj Khalifa havia sido projetado para ter 560 metros
Sócio do escritório Skimore, Owings & Merril, sediado em São Francisco-EUA, Sarkisian conta que, inicialmente, o Burj Khalifa havia sido projetado para ter 560 metros. “No entanto, a base em forma de tripé e o formato espiralado nos deram segurança para que ele fosse crescendo mais. À medida que o edifício ia subindo, menores eram os efeitos do vento sobre ele”, comenta o projetista. Com 828 metros de altura, o Burj Khalifa ainda é o maior prédio do mundo e teve seu projeto estrutural todo concebido em concreto armado.
Por isso, Mark P. Sarkisian avalia que o material seguirá predominante na construção de edifícios superaltos. “Os prédios superaltos têm um futuro ótimo. Também estamos convictos de que essas edificações não precisarão ser construídas com concreto de ultra-alto desempenho (CUAD), mas com concretos com resistência que variem de 80 MPa a 120 MPa. O que eles precisam ser é resilientes. Essa foi a nossa maior lição depois do 11 de setembro (ataques às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, em 2001): precisamos construir edificações resilientes. E a natureza está aí para nos ajudar”, sentencia.
Mark P. Sarkisian finaliza sua palestra lembrando que os projetos estruturais de edifícios superaltos devem se concentrar no equilíbrio das cargas. “Nem sempre é importante pensar em materiais super resistentes, mas nos princípios matemáticos das forças que vão agir sobre aquela edificação. Principalmente, se formos construir em áreas propensas a furacões e terremotos”, ressalta.
Entrevistado
Reportagem com base na palestra do engenheiro estrutural Mark P. Sarkisian, sócio do escritório Skimore, Owings & Merril, sediado em São Francisco-EUA, no ENECE 2019 (Encontro Nacional de Engenharia e Consultoria Estrutural).
Contato: abece@abece.com.br
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Brasil se insere em pesquisas de ponta sobre concreto
Professor-titular do departamento de engenharia civil da Universidade da Califórnia-Berkeley (UCB), nos Estados Unidos, o brasileiro Paulo José Melaragno Monteiro foi um dos conferencistas convidados da 61ª edição do Congresso Brasileiro do Concreto, promovido anualmente pelo IBRACON (Instituto Brasileiro do Concreto), e que aconteceu de 15 a 18 de outubro,em Fortaleza-CE. Coautor de um best-seller da engenharia, “Concreto: microestrutura, propriedades e materiais”, em parceria com o professor Kumar Mehta, Paulo Monteiro disse em sua palestra que o Brasil tem uma grande oportunidade de se inserir em pesquisas de ponta sobre o concreto.
Para o pesquisador, que há mais de uma década lidera estudos sobre as nanoestruturas de compósitos cimentícios, o motivo da afirmação está relacionado à recente inauguração do laboratório Sirius - único na América Latina capaz de promover pesquisas com luz síncrotron -, em Campinas-SP. O equipamento permitirá que o país realize pesquisas semelhantes às que já ocorrem em outras nações, além de possibilitar o estreitamento de parcerias com outros centros avançados. “Inclusive lancei o desafio ao IBRACON para que ele lidere essas novas linhas de pesquisa no Brasil”, afirma Paulo Monteiro, que em Berkeley comanda um grupo de pesquisa que usa a luz síncrotron para realizar tomografias tridimensionais de microestruturas de concreto.
Nanotecnologia em breve andará de mãos dadas com a indústria do concreto
No Laboratório Sirius, a luz síncrotron permite que sejam tirados raios-x de alta definição, e que desvendam até a bilionésima parte dos materiais. Isso abre caminho para investigações minuciosas das nanoestruturas do concreto. Segundo Paulo Monteiro, o resultado prático de pesquisas dessa envergadura é que será possível chegar a concretos mais resistentes. “Estamos fazendo novas descobertas sobre a natureza complexa desses compósitos e isso vai nos levar ao aperfeiçoamento desses materiais”, diz o pesquisador, para quem a nanotecnologia em breve andará de mãos dadas com a indústria do concreto. “A nanotecnologia possibilita trabalhar com mais agilidade na busca por materiais mais resistentes”, completa.
O conteúdo da palestra concedida no 61º Congresso Brasileiro do Concreto é o mesmo que Paulo Monteiro tem proferido em vários outros países: "Caracterização de materiais cimentícios usando radiação síncrotron de raios-X: o que sabemos, o que não sabemos e o que queremos saber". Ele explica que, ao procurar evoluir a estrutura dos materiais, a indústria da construção civil persegue os bons resultados que outros setores já obtiveram. O uso de fontes de luz síncrotron já beneficiou inúmeros produtos e componentes - desde fraldas para bebês a turbinas para aeronaves, passando por baterias mais duráveis, resistentes e baratas para carros elétricos, celulares e notebooks. A agricultura é outro segmento que obtém avanços com esse tipo de pesquisa. A radiação síncrotron tem sido usada para desenvolver fertilizantes menos prejudiciais ao meio ambiente e à saúde, além de realçar determinados nutrientes em espécies vegetais.
Entrevistado
Reportagem com base na palestra do professor-doutor Paulo José Melaragno Monteiro, na 61ª edição do Congresso Brasileiro do Concreto, promovido pelo IBRACON
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Construtoras vendem apartamentos em “vaquinha virtual”
O crowdfunding imobiliário, também conhecido como “vaquinha virtual”, uniu 15 construtoras e incorporadoras de abrangência nacional em torno de um projeto que busca realizar o sonho da casa própria para recém-casados. Em vez de lista de presentes, os noivos captam dinheiro dos convidados por meio de uma plataforma digital e podem investir o valor arrecadado para dar a entrada em um apartamento. Lançada no final de julho de 2019, a plataforma mude.me já tem 160 opções de imóveis disponíveis para crowdfunding imobiliário.
A carteira tende a aumentar, pois outras 7 empresas estão interessadas em entrar na plataforma. Por enquanto, a “vaquinha virtual” concentra unidades apenas na cidade de São Paulo-SP, mas, de acordo com o fundador do mude.me, Guilherme Sawaya, é possível usar o site para arrecadar o dinheiro e depois sacá-lo para adquirir um imóvel em outro município. Neste caso, é cobrada uma taxa de 7% sobre o montante arrecadado. Ainda segundo Sawaya, a cada negociação de uma unidade a plataforma recebe comissão das empresas e cobra dos noivos a taxa do cartão de crédito, já que a doação só pode ser feita nesse formato. Até outubro de 2019, 1.200 casais já haviam recorrido ao modelo.
Para Guilherme Sawaya, o grande objetivo com a criação da plataforma é permitir que os noivos consigam arrecadar o valor relativo à entrada do primeiro apartamento, apontado, segundo dados do mercado imobiliário, como o maior obstáculo para quem compra o primeiro imóvel. Outra característica da plataforma é que ela tem em sua lista de ofertas desde apartamentos de alto padrão até os vinculados ao programa Minha Casa Minha Vida. Boa parte das unidades disponíveis ainda está na planta, o que significa que o planejamento para a aquisição do apartamento deve ocorrer de dois a três anos antes do casamento.
Desde 2017, a Câmara de Valores Mobiliários reconhece o crowdfunding imobiliário
Além do mude.me, outros modelos de crowdfunding imobiliário já foram testados no Brasil. Um deles viabilizou parte da construção do prédio VN Cardoso de Melo, localizado na Vila Olímpia, em São Paulo-SP. O empreendimento foi o primeiro do Brasil que teve o modelo de crowdfunding imobiliário reconhecido provisoriamente pela CVM (Câmara de Valores Mobiliários), em 2016. O objetivo da incorporadora era arrecadar 1 milhão de reais para dar início às obras, mas foram conseguidos 1,279 milhão de reais. O prédio ainda encontra-se em fase de execução e a construtora VitaCon está entre as parceiras do mude.me.
Desde 13 de julho de 2017, a CVM decidiu tornar oficial o crowdfunding imobiliário no Brasil. A Instrução nº 588 define algumas regras, que são as seguintes:
1. O crowdfunding imobiliário não pode arrecadar mais de 5 milhões de reais e o prazo máximo para a “vaquinha virtual” é de 180 dias.
2. A oferta deve informar os investidores sobre os riscos envolvidos.
3. Deve ser garantido ao investidor um período de desistência de, no mínimo, 7 dias contados a partir da confirmação do investimento.
4. A figura jurídica criada para captar o dinheiro deve comprovar receita bruta anual de até 10 milhões de reais.
5. Os recursos captados não podem ser utilizados para outros fins, senão o de financiar a obra.
Entrevistado
Guilherme Sawaya, administrador com MBA em marketing, gestão e inovação e fundador do mude.me (via assessoria de imprensa)
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Gestão de tributos da construção civil: melhor não arriscar
O Brasil é líder mundial em quantidade de horas que as empresas disponibilizam para atender exigências tributárias. São cerca de 2.600 horas, o que representa mais de 100 dias no ano. A construção civil está inserida neste contexto e é um dos setores mais taxados do país. Por isso, exige uma gestão de tributos mais detalhada, pois há impostos específicos - principalmente, os que incidem sobre quem constrói. Além disso, a tributação muda de estado para estado, o que recomenda mais atenção para evitar riscos desnecessários.
Independentemente da localização da empresa, existem 9 impostos exclusivos e obrigatórios para quem constrói, e que fazem parte do chamado Sistema Público de Escrituração Digital (SPED). A saber:
EFD - Escrituração Fiscal Digital-ICMS/IPI (mensal)
DIME - Declaração do ICMS e Movimento Econômico (mensal)
EFD Contribuições - Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep e para a Cofins (mensal)
ECD - Escrituração Contábil Digital (anual)
ECF - Escrituração Contábil Fiscal (anual)
EFD Reinf - Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais (mensal)
DCTF - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (mensal)
Dirf - Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (mensal)
Dimob - Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias (anual)
As peculiaridades do sistema tributário que rege a construção civil estão relacionadas diretamente com a mobilidade das obras, ou seja, as empresas empreendem em várias localidades, o que influencia na quantidade e no tipo de impostos a serem pagos. Dependendo da legislação tributária do município, até dentro de uma mesma cidade a tributação pode mudar de uma obra para outra, por causa das chamadas zonas residenciais. “Contabilidade de construção é significativamente mais complexa do que é para a maioria das empresas”, define o consultor de negócios contábeis, Marco Aurélio Rodrigues.
As contratações de serviços terceirizados, equipamentos e materiais de construção também influenciam na gestão de tributos de uma obra. Diante de tanta complexidade, especialistas da área contábil recomendam que as empresas se beneficiem ao máximo da tecnologia, utilizando softwares que melhoram os procedimentos contábeis. O importante, alertam, é evitar erros e multas. “É essencial a integração das informações de todas as áreas da construtora, pois, no cruzamento de dados, tudo se alinha e nenhuma despesa, lucro e números são ocultados”, reforça Marco Aurélio Rodrigues.
Expectativa é de que reforma tributária reduza carga sobre a construção civil
Na reforma tributária em discussão no Congresso Nacional, uma das prioridades é reduzir a carga tributária sobre a construção civil. O caminho, apontam as organizações ligadas ao setor, é simplificar os tributos e desonerar a folha de pagamento para combater a informalidade nos canteiros de obras, que hoje passa de 60% - segundo dados da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). A PEC que tramita na Câmara Federal propõe extinguir os três tributos federais (IPI, PIS e Cofins), o ICMS (estadual) e o ISS (municipal). No lugar, seria criado um tributo sobre o valor agregado, chamado de Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS) - de competência dos três entes federativos -, e outro sobre bens e serviços específicos (Imposto Seletivo), de competência federal.
Entrevistado
Reportagem com base na palestra “Gestão de tributos na construção civil”, do consultor de negócios contábeis, Marco Aurélio Rodrigues
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Setor de imóveis de luxo e superluxo é ponto fora da curva
Apartamentos que variam de 2 milhões a 25 milhões de reais, dependendo da região do país, pertencem a um segmento do mercado imobiliário que é considerado um ponto fora da curva. Para ele, não existe a palavra crise. Lançamentos e vendas de unidades em edifícios de luxo e superluxo devem fechar 2019 com crescimento próximo de 20%, na comparação com 2018. Segundo pesquisa da Brain Inteligência Corporativa, o sucesso dos prédios de alto padrão está diretamente relacionado com o perfil de seus compradores. São empresários, agricultores, profissionais liberais, advogados, médicos, profissionais de TI, exportadores, atletas de ponta, artistas e agentes públicos (políticos, ocupantes de cargos comissionados e funcionários públicos com chefia).
Quando a análise é estratificada, o potencial de venda do segmento de edifícios de luxo e superluxo se mostra ainda mais impressionante. São os casos de cidades como Curitiba-PR e São Paulo-SP, onde esse mercado promete encerrar 2019 com as vendas crescendo entre 70% e 90%, respectivamente, e com o preço do metro quadrado experimentando alta de 40% - ambos na comparação com 2018. Uma explicação para essa valorização do mercado imobiliário de alto padrão está na política de juros adotada pelo governo, que vem derrubando a taxa Selic mês a mês. Com o fim dos rendimentos de dois dígitos ao ano, os investidores migram para outros “portos seguros”. “O segmento de imóveis de luxo e superluxo no Brasil é um desses portos seguros”, avalia a Bloomberg Consultoria.
Dados das ADEMI (Associações dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário) e de outros analistas confirmam que, para o setor de imóveis de luxo e superluxo, 2019 já é o melhor ano desde 2014. As perspectivas são ainda mais otimistas para os próximos anos e devem preservar o viés de alta até 2022, pelo menos. A aposta é que o Brasil torne seu mercado imobiliário de alto padrão interessante para investidores estrangeiros. Esse cenário já é realidade nos Estados Unidos, aponta a Forbes. Desde a crise financeira de 2008, 65% das unidades de luxo e superluxo no país foram compradas pelos novos ricos chineses e pelos magnatas do petróleo do Oriente Médio.
Saiba o que caracteriza um imóvel de luxo ou superluxo
Localização
Endereço do imóvel precisa ser reconhecido como nobre.
Área de lazer
Inclui desde piscina, academia, spa e cinemas, até marinas.
Infraestrutura
De heliporto a centro comercial dentro do condomínio.
Tecnologia
Portarias e elevadores com biometria, piso aquecido, uso de energia solar, lareiras com acendimento automático, luzes reguladas de acordo com a iluminação do dia, sistema de aquecimento e refrigeração controlado por meio de dispositivo eletrônico, persianas que abrem sozinhas e banheiras que se enchem com água na temperatura ideal.
Arquitetura
Prédio tem a assinatura de um renomado arquiteto.
Preço
Varia de R$ 2 milhões a R$ 25 milhões a unidade, dependendo do município.
Entrevistado
Reportagem com base em análise de mercado feita por consultorias como Brain Inteligência Corporativa, Bloomberg e organizações como ADEMI (Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário)
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pesquisa@ademi.org.br
brain@brain.srv.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Sob a ótica financeira, todas as rodovias seriam em concreto
Experiente empreiteiro de rodovias, o engenheiro mecânico Sergio Palazzo palestrou na Paving Expo 2019 sobre as razões que o fizeram mudar de convicção, ao longo de 40 anos, tornando-se admirador do pavimento rígido. “Eu era asfalteiro, mas me apaixonei pelo pavimento de concreto, e isso deveria acontecer com as concessionárias. Por quê? Sob o ponto de vista financeiro, toda a rodovia deveria ser em concreto. Ao longo de 30 anos de concessão, a manutenção do asfalto é incalculável e imprecisa. Então, se for pensar que o pavimento flexível requer muitas manutenções ao longo da vida útil da estrada, qualquer cálculo financeiro mostra que o concreto é muito mais vantajoso”, destaca.
Palazzo orienta os departamentos técnicos das concessionárias a conversarem com seus financeiros para que possam entender a lógica de se optar pelo pavimento rígido. “O mercado reage a preço. Senhores concessionários, conversem com seus diretores financeiros, pois a concessão vive da remuneração do capital, ou seja, se o financeiro jogar no papel o custo da manutenção ao longo do período do contrato ele proibirá o uso de qualquer pavimento que não seja o de concreto”, frisa o engenheiro, que destaca que o pavimento rígido só não se impõe sobre o asfalto quando é mal-executado. “Bons pavimentos dependem de uma boa execução. Normalmente, projetos são bem feitos. Mas se problemas acontecem é por erros de execução”, completa.
História de que pavimento de asfalto é mais barato não passa de lobby
Em sua palestra na Paving Expo, Sergio Palazzo usou como exemplo o trecho em pavimento de concreto da rodovia dos Imigrantes, que liga São Paulo à Baixada Santista. “No fim da década de 1990, o DERSA (Desenvolvimento Rodoviário S/A) abriu os arquivos da construção dessa rodovia para a USP (Universidade de São Paulo). O que ficou comprovado? O trecho em concreto foi mais barato que o pavimento flexível. O custo por quilômetro do pavimento rígido saiu por 523 mil reais contra 525 mil do asfalto. Outro dado interessante é que, após 22 anos, o pavimento rígido segue intacto e o flexível já passou por quatro intervenções para recapeamento. Então, essa história de que pavimento de asfalto é mais barato não passa de lobby”, afirma.
Sergio Palazzo finalizou a palestra relatando que sua primeira obra com pavimento em concreto foi para construir a pista de testes da General Motors, em Indaiatuba-SP. O campo de provas, que recentemente completou 45 anos, possui duas retas com 2.400 metros cada uma, além de curvas com inclinações de 10 graus e 30 graus, respectivamente. “A perfeição do pavimento permite que o veículo ande a 160 km/h. Como prova, o piloto tira as mãos do volante na curva mais acentuada e trabalha só com a energia centrífuga que a elevação permite. Isso mostra que fazer pavimento de qualidade, com boa superfície, não é só projeto. A execução é o segredo da competitividade do pavimento de concreto”, conclui.
Entrevistado
Reportagem com base na palestra “O pavimento de Concreto em Concessões Rodoviárias”, concedida pelo engenheiro mecânico Sergio Palazzo, na Paving Expo
Contato: spalazzo@pella.com.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Nova jornada espacial será alicerçada no concreto
Se quiser construir bases na Lua e futuramente chegar a Marte, o homem vai precisar de estruturas de concreto. A NASA já está convicta disso e estimula universidades norte-americanas a pesquisarem o comportamento do material em condições extraterrestres. Em uma das mais recentes missões da estação espacial internacional, astronautas-cientistas levaram 120 amostras preparadas na Penn State (Universidade Estadual da Pensilvânia), com o objetivo de ver como o concreto se comporta em situações de gravidade zero.
Medir resistência, tempo de cura e durabilidade está entre os objetivos da pesquisa. “Os pesquisadores estudam há muito tempo a reação do cimento, quando ele se mistura com a água e agregados aqui na Terra. No entanto, ainda restam dúvidas e pouco se sabe sobre como esse processo ocorre no espaço, onde há pouca ou nenhuma gravidade. O objetivo desta pesquisa é entender melhor o complexo processo de solidificação do cimento quando a gravidade é retirada da equação”, explica Aleksandra Radlińska, pesquisadora que lidera a parceria entre a Penn State e a NASA.
No estudo desenvolvido na estação espacial internacional, as amostras utilizaram vários tipos de cimento e de aditivos. A quantidade de água na mistura também foi variada para que os cientistas pudessem ter diferentes períodos de hidratação. De volta à Terra, os experimentos foram devolvidos ao departamento de engenharia civil da Penn State para análise. A expectativa é de que os resultados sejam divulgados em 2020. “Uma vez compilados os resultados, a pesquisa será útil para entender como usar o cimento como material de construção no espaço”, diz a professora.
Conhecimento adquirido no espaço vai melhorar processo de produção de cimento e concreto
Segundo Radlińska, o conhecimento adquirido também será benéfico para melhorar o processamento de cimento e concreto na Terra. “O concreto é o material fabricado pelo homem mais amplamente utilizado no mundo. A produção global atinge cerca de 10 bilhões de toneladas por ano, e possui uma pegada de carbono compatível. Mesmo uma ligeira melhoria no processo pode ter implicações enormes na sustentabilidade da infraestrutura baseada em cimento”, avalia a pesquisadora.
No entender da professora, quando forem decifradas todas as fases do processo de hidratação do Cimento Portland será possível influenciar na quantidade de dióxido de carbono emitido na atmosfera para cada tonelada de cimento produzida. “É por isso que essa pesquisa é tão importante. Quanto mais entendermos os estágios iniciais da hidratação, o que ainda não sabemos na Terra, pois é um processo muito complexo, mais poderemos melhorá-lo", cita Radlińska.
Outro estágio da pesquisa liderada pela Penn State é saber se é possível produzir cimento em Marte com os minérios que existem naquele planeta. “O objetivo é testar o processo usando materiais nativos de Marte. Embora seja difícil encontrar amostras diretamente aqui na Terra, a intenção da equipe é recriar esses materiais com base na composição química das amostras coletadas pelos robôs que estão em Marte”, revela a pesquisadora, convicta de que engenheiros civis deverão compor a missão que deve explorar o planeta a partir de 2030. “Para obtermos o desenvolvimento industrial e colonizar Marte, os engenheiros civis terão um papel crucial”, completa.
Veja o vídeo da NASA: “Cimentando nosso caminho no espaço”
Entrevistada
Aleksandra Radlińska, professora-assistente do departamento de engenharia civil da Universidade Estadual da Pensilvânia (via departamento de comunicação da Penn State)
Contatos:
ara@engr.psu.edu
azr172@psu.edu
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Interior concentra as cidades inteligentes do Brasil
A nova ISO 37122 (Sustainable cities and communities – indicators for smart cities [Indicadores para serviços municipais e qualidade de vida nas comunidades]), publicada em maio de 2019, mudou o mapa das cidades inteligentes no Brasil. Antes um privilégio das principais capitais do país, os novos requisitos mostram que é no interior que estão os melhores lugares com qualidade de vida, oportunidades e planejamento. A ponto da cidade de Campinas-SP ter ganhado o título de cidade mais inteligente na versão 2019 do Ranking Connected Smart Cities.
A cidade paulista superou São Paulo-SP e Curitiba-PR, que ocupam 2º e 3º lugares no ranking, e que em edições anteriores se revezavam na primeira colocação. Além de ser a maior cidade do interior de São Paulo e do Brasil, Campinas destaca-se por ser pólo universitário, pólo tecnológico, pólo de inovação e região industrial com forte apelo logístico e de distribuição. Com porte populacional (1,2 milhão de habitantes) e econômico superior a muitas capitais brasileiras, a cidade protagoniza os seguintes indicadores do ranking: economia, tecnologia e inovação, empreendedorismo, governança e mobilidade e acessibilidade.
Outros dados levados em consideração para a elaboração do Ranking Connected Smart Cities estão relacionados com urbanismo, meio ambiente, saúde, educação e segurança. A ISO 37122, que influenciou fortemente a nova lista e deu competitividade às cidades do interior, considera 80 indicadores, agrupados em 18 eixos: Economia, Educação, Energia, Meio ambiente e Mudanças Climáticas, Finanças, Governança, Saúde, Habitação, População e condições sociais, Recreação, Segurança, Resíduos sólidos, Esporte e Cultura, Telecomunicação, Transportes, Agricultura urbana/local e segurança alimentar, Planejamento urbano, Águas residuais e Água.
Dezenove cidades da região sul estão entre as 100 melhores do Brasil
Campinas foi a 1ª colocada nos recortes economia e tecnologia e inovação. Foi a 2ª em empreendedorismo, 3ª em governança e 4ª em mobilidade e acessibilidade. Para comprovar que o interior está valorizado na edição 2019 do Ranking Connected Smart Cities, na lista das 100 cidades mais inteligentes 15 possuem menos de 100 mil habitantes. Isso mostra que não é necessário ter grande porte populacional e econômico para atingir índices altos nos indicadores do estudo. Jaguariúna-SP foi apontada como a cidade mais inteligente na faixa populacional de 50 mil a 100 mil.
Já São Caetano do Sul-SP é a melhor entre as cidades de 100 mil a 500 mil habitantes, destacando-se em 1º lugar no indicador educação. Curitiba foi a 1ª colocada no recorte urbanismo, Santos-SP destacou-se em meio ambiente, Vitória-ES em saúde e Balneário Camboriú-SC em segurança. Dez estados brasileiros não possuem cidades na lista das 100 mais inteligentes, a maioria das regiões norte (só Palmas-TO se destaca) e nordeste (representada apenas por Recife-PE, Salvador-BA, Natal-RN, Fortaleza-CE e Teresina-PI).
Já a região sul tem 19 cidades entre as 100. Além de Curitiba-PR (3º), aparecem Florianópolis-SC (7º), Blumenau-SC (9º), Joinville-SC (15º), Itajaí-SC (16º), Balneário Camboriú-SC (17º), Porto Alegre-RS (20º), Maringá-PR (26º), Londrina-PR (33º), Pato Branco-PR (37º), Jaraguá do Sul-SC (41º), Foz do Iguaçu-PR (53º), Cascavel-PR (63º), Caxias do Sul-RS (70º), Chapecó-SC (75º), Toledo-PR (81º), Umuarama-PR (88º), Erechim-RS (94ª) e Tubarão-SC (96ª).
Confira a lista completa do Ranking Connected Smart Cities
Entrevistado
Reportagem com base no relatório da edição 2019 do Ranking Connected Smart Cities
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330