Brexit deixa construção civil da Europa apreensiva
O neologismo Brexit é a junção das palavras British e exit, que significa a saída dos britânicos da União Europeia. Houve um plebiscito em 2016 e em 31 de janeiro de 2020 a ruptura foi oficialmente confirmada. Haverá um período de transição até que o Reino Unido não faça mais parte do bloco europeu, mas vários setores da economia buscam entender os impactos que o desligamento irá causar no Velho Continente, incluindo o da construção civil.
Em nota recente, a Federação de Construtores Mestres (FMB, de Federation of Master Builders), umas das principais entidades de classe da construção civil britânica, criticou o rompimento com a União Europeia. “A indústria da construção está sendo seriamente afetada pela incerteza do Brexit. Uma incerteza que, junto com a escassez de mão de obra que a ruptura pode causar, vai gerar uma tempestade perfeita em nossa indústria”, diz.
Atualmente, 28% dos trabalhadores da construção civil empregados na Grã-Bretanha não são britânicos - boa parte é oriunda do leste europeu. O receio dos empregados do setor é que falte mão de obra e, consequentemente, isso impacte no custo e no cronograma das obras. “O futuro da construção do Reino Unido depende da disponibilidade de profissionais qualificados e especializados, mas também dos chamados pouco qualificados. Sem eles, não seremos capazes de oferecer um crescimento sustentável para a construção após o Brexit", avalia Mark Reynolds, CEO da Mace, uma das principais construtoras britânicas.
Apenas 15% dos executivos da construção eram favoráveis ao rompimento com a UE
Essa preocupação ficou evidente em uma pesquisa realizada pela consultoria londrina Smith & Williamson, a qual mostrou que apenas 15% dos executivos da construção civil britânica eram favoráveis à saída do Reino Unido da União Europeia. O levantamento ocorreu antes do referendo de 2016. “As incertezas não dizem respeito apenas à mão de obra, mas também à importação e exportação de materiais de construção. O pós-Brexit deverá apontar respostas para isso”, reforça Brian Berry, presidente da FMB.
O receio é de que o rompimento com a União Europeia interrompa um ciclo virtuoso de obras que a Grã-Bretanha experimenta desde 2014. Com apoio do governo, o Reino Unido investe na construção de 300 mil unidades domiciliares e tem um orçamento já previsto de 600 bilhões de libras em dez anos - algo como 3 trilhões de reais - para viabilizar projetos de infraestrutura até 2030. Existe também a preocupação da indústria de materiais de construção do continente, pois os britânicos importam 64% dos produtos utilizados em suas obras.
Para acalmar o setor, tanto o governo do Reino Unido quanto o parlamento da União Europeia sinalizam que, ao final do período de transição, que termina no final de 2020, haverá regras bem definidas para a contratação de mão de obra estrangeira e para a importação e exportação de materiais. Até lá, a construção civil britânica e europeia engavetam projetos à espera de maior segurança para os negócios na era pós-Brexit.
Entrevistado
Federação de Construtores Mestres da Grã-Bretanha (via departamento de comunicação)
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Dez tecnologias da construção que vão “bombar” em 2020
A LetsBuild, uma empresa SaaS (Software as a Service) para construção civil provendo soluções de ponta a ponta, nascida da fusão das plataformas GenieBelt (Dinamarquesa) e Aproplan (Belga), consultou seus clientes no Reino Unido, na União Europeia, nos Estados Unidos, na Ásia e na Austrália para ouvir deles quais inovações tendem a ser mais usadas pelo setor global em 2020. As 10 mais citadas foram: Realidade aumentada; Ecossistema de tecnologia da construção; BIM; Construção modular; Concreto autocicatrizante; Drones; Robôs; Nuvem e tecnologia móvel para compartilhamento de projetos; Usos avançados para GPS; e Tecnologia utilizável.
Algumas destas tecnologias já são utilizadas no Brasil, como BIM, drones, realidade aumentada, compartilhamento de dados e concreto autocicatrizante. Globalmente, porém, elas estão muito mais difundidas e gerando negócios na casa dos bilhões de dólares. Uma das expectativas para 2020, por exemplo, é que os softwares e os equipamentos de realidade aumentada movimentem cerca de 90 bilhões de dólares esse ano. Já a indústria de drones estima que os equipamentos atinjam a marca de 10 bilhões de dólares em volume de vendas.
Entenda melhor como essas tecnologias funcionam na construção civil e por que estão cada vez mais valorizadas:
Realidade aumentada
A tecnologia sobrepõe vídeos gerados em computador a vídeos capturados por câmeras. Isso permite que uma imagem 3D apareça no local exato do mundo real em que será construída. Conforme a câmera transmite cenas reais, o computador exibe o algoritmo gráfico que mostra como será a obra. A realidade aumentada é indicada para planejar e dar precisão aos projetos (quando combinado ao BIM), adequar o canteiro de obras e oferecer treinamento. A tecnologia garante medições precisas de profundidade, altura e largura. Também possibilita detectar problemas e corrigi-los antes que determinada fase da obra inicie, evitando o retrabalho.
Ecossistema de tecnologia da construção
Refere-se a softwares de compartilhamento de dados em tempo real. Seu impacto na construção civil cresce substancialmente, por permitir que todos os envolvidos em uma obra - do projetista ao fornecedor - troquem informações relevantes. Essa capacidade de integrar processos e sistemas acelera a busca por soluções, minimiza atrasos, taxas de retrabalho e problemas de comunicação entre o canteiro de obras e o escritório.
Com o Building Information Modeling (Modelagem de Informações da Construção) é possível criar modelos virtuais precisos de uma construção - do projeto estrutural ao hidráulico e elétrico. Quando concluídos, esses modelos contêm dados precisos para quem vai executar e fazer a gestão da obra. O BIM também é uma ferramenta que permite compartilhar informações e combater retrabalho no canteiro de obras. As partes envolvidas podem revisar o projeto quantas vezes forem necessárias antes da execução.
Construção modular
O processo permite que casas ou edifícios tenham suas estruturas concebidas em uma linha de produção, para depois serem montadas no canteiro de obras. Geralmente são peças pré-fabricadas de concreto, mas podem ser de aço ou de materiais mistos (aço e concreto). A tecnologia possibilita maior controle de qualidade e atenção às especificações do projeto. A construção modular possibilita também ganhos extraordinários de tempo, com a conclusão da obra se dando, às vezes, na metade do período previsto se comparado a um sistema construtivo convencional.
Concreto autocicatrizante
Rachaduras no concreto, mesmo que microscópicas, abrem caminho para que água e gases com substâncias nocivas penetrem no material e ataquem as armaduras, causando corrosão. O concreto autocicatrizante possui aditivos e outros agregados especiais incorporados à sua composição que impedem esse processo desencadeante de patologias. Um dos obstáculos para que o concreto autocicatrizante chegasse ao mercado era seu alto custo de produção. No entanto, a tecnologia avançou e já consegue torná-lo competitivo para determinados tipo de obras especiais, como pontes, barragens, túneis, hidrelétricas e usinas nucleares.
Esse modelo de veículo aéreo não-tripulado está cada vez mais incorporado à construção civil. Seja na fase de execução, para inspecionar a obra - principalmente em locais de difícil acesso -, seja na fase de venda do empreendimento, para a tomada de imagens que ajudem nas ações de marketing. Outra função desempenhada pelos drones é o de monitoramento de canteiros de obras, garantindo maior segurança contra furtos e roubos.
Robôs
Atualmente, a maioria das máquinas automatizadas usadas na construção civil ainda necessita do controle humano, ou seja, não são capazes de realizar nenhuma atividade sem gerenciamento. Mas a união da inteligência artificial com a robótica está dando mais autonomia aos robôs. Alguns já conseguem atuar por programação prévia. São máquinas que agem sozinhas, mas que foram orientadas para executar determinadas tarefas. Neste caso, não são diretamente operadas por homens, mas ainda necessitam da gestão humana. O próximo passo são os robôs autônomos, que executam funções sem gerenciamento humano.
Nuvem e tecnologia móvel para compartilhamento de projetos
Essa tecnologia utiliza aplicativos para smartphones, possibilitando comunicação imediata entre todas as partes envolvidas com o projeto e com a obra. Caso surja algum problema, os apps possibilitam trocas de documentos em tempo real. Para 65% dos que utilizam a ferramenta, sua maior importância é evitar o retrabalho. A tecnologia permite ainda o agendamento de serviços com os fornecedores, como data e horário da entrega do concreto no canteiro de obras.
Usos avançados para GPS
Na construção civil, a tecnologia denominada Sistema de Posicionamento Global (GPS) é usada principalmente em atividades de terraplenagem. Motoniveladoras e escavadeiras equipadas com GPS executam a tarefa de preparação do solo com 70% a mais de eficácia. Estatísticas mostram que o sistema ajuda a economizar 25% de combustível e reduz em 30% a mão de obra envolvida nesta etapa da obra. A vida útil das máquinas também aumenta em 60%. Atualmente, existem no espaço 120 satélites exclusivamente para gerenciar GPS. A tecnologia é dominada por Estados Unidos, Rússia, China, Índia e Europa.
Nos Estados Unidos, a tecnologia é chamada de “construction wearables” – algo como vestuário da construção. São equipamentos que operários vestem para atuar no canteiro de obras, e que permitem que sejam monitorados. Funcionam como uma nova geração de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual). Podem ser cintos, coletes, capacetes ou até armaduras que facilitam o carregamento de materiais e ajudam a alcançar pontos mais altos sem a ajuda de escadas. A tecnologia possibilita também medir em tempo real o grau de fadiga de um trabalhador e se ele está no local da obra executando a tarefa a que foi designado.
Entrevistado
Reportagem postada por LetsBuild, uma empresa SaaS (Software as a Service) para construção civil.
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Gigantes do Vale do Silício combatem déficit habitacional
O que Apple, Amazon, Google, Microsoft e Facebook têm em comum? As Big Techs - como são chamadas as gigantes mundiais de tecnologia - se uniram para combater o déficit habitacional nas regiões dos Estados Unidos onde estão suas sedes. Só a Apple decidiu doar 2,5 bilhões para a construção de casas na Califórnia. Facebook e Google, que também se localizam no Vale do Silício, vão investir 1 bilhão cada. Já a Microsoft decidiu doar 500 milhões para construir casas em Seattle, no estado de Washington, onde está sua sede e também a da Amazon, que não só investirá na construção urgente de casas como se associou a startups dos EUA focadas na construção de residências pré-fabricadas.
Na Califórnia, que abriga Apple, Google e Facebook, a falta de estoque de moradias fez os preços dispararem na região. Uma casa de 3 quartos, que valia cerca de 250 mil dólares há pouco mais de 20 anos, hoje não é comprada por menos de 1,5 milhão de dólares. Mesmo os funcionários das gigantes do Vale do Silício, que ganham bons salários, não conseguem adquirir residências por causa dos altos preços. Isso está influenciando no fluxo de contratações das Big Techs. Há profissionais que despertam o interesse das empresas, mas desistem das vagas por não conseguir uma moradia na Califórnia - mesmo para alugar. “Habitação acessível significa estabilidade e dignidade, oportunidade e orgulho. Quando essas coisas ficam fora do alcance de muitos, sabemos que o caminho que seguimos é insustentável e a Apple está comprometida em fazer parte da solução”, declarou Tim Cook, CEO da Apple, ao anunciar o investimento em moradias.
Os 2,5 bilhões de dólares destinados pela Apple para o setor da construção civil estão assim divididos: 1 bilhão vai para uma parceria com o governo da Califórnia para a implantação de um programa habitacional de casas populares; 1 bilhão para um projeto voltado à aquisição da primeira casa, cuja prioridade serão trabalhadores jovens da Califórnia; 300 milhões em forma de terrenos que pertencem à empresa e serão doados para construir casas; 150 milhões para a criação de um fundo imobiliário destinado a habitações populares; e 50 milhões para construir abrigos e retirar os moradores de rua da Califórnia. A falta de moradias levou 30 mil famílias a deixarem a Califórnia em 2019.
Para analistas, big techs teriam que investir 10 bilhões de dólares na construção de casas
Google e Facebook seguiram caminhos semelhantes ao da Apple para destinar suas doações para a construção de habitações: firmaram parcerias com o governo californiano, também estão doando terras para serem transformadas em condomínios e destinaram 150 milhões de dólares para a recuperação ambiental da baía de São Francisco. O Facebook destacou que das 40 mil moradias a serem construídas com os recursos doados, 20 mil devem ser destinadas a trabalhadores essenciais, como professores, enfermeiros e socorristas. Mesmo com todos os esforços, e da entrada das big techs no combate ao déficit habitacional no oeste dos EUA, a expectativa é que o problema só seja solucionado no prazo de 10 anos.
Para analistas do mercado imobiliário, mesmo com os bilhões de dólares colocados pelas gigantes da internet no setor de moradias não será possível zerar o déficit. Pelo cálculo dos especialistas, seriam necessários 10 bilhões de dólares para que a meta fosse atingida nas regiões das big techs. Por isso, a Amazon foi além: decidiu investir em startups que se utilizam de sistemas pré-fabricados para construir casas rapidamente e a um custo menor do que seria se fossem utilizados sistemas construtivos convencionais. A primeira parceira é a Plant Prefab , uma empresa do sul da Califórnia que usa materiais de construção sustentáveis para construir casas. A startup também utiliza a automação para construir casas mais rapidamente e reduzir custos. Já a Microsoft confirmou a doação para o combate do déficit habitacional em Seattle, mas não quis aprofundar os detalhes de seu projeto.
Entrevistado
Departamentos de comunicação de Apple, Facebook, Google, Amazon e Microsoft
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Bill Gates decide investir em concreto. Saiba o motivo
Até 2060, 180 bilhões de m² de edificações serão construídos no planeta. É como inserir uma nova cidade do tamanho de Nova York no mundo. Esse dado chamou a atenção do segundo homem mais rico da Terra: Bill Gates, cofundador da Microsoft. Com fortuna avaliada em 110 bilhões de dólares, ele decidiu investir em concreto. Através de um fundo de investimento focado em energia renovável, Gates tornou-se acionista de uma fábrica que produz armações de aço para construção com emissão zero e também passou a ser sócio da CarbonCure, a qual desenvolveu tecnologia de captura do dióxido de carbono (CO₂) pelo próprio concreto.
Bill Gates reveza com Jeff Bezos, o dono da Amazon, o título de homem mais rico do mundo. Em 2019, Bezos voltou a ultrapassá-lo, fechando o ano com fortuna estimada em 131 bilhões de dólares (dados da mais recente edição do ranking de bilionários da Forbes). Com os investimentos em construção civil, Gates espera retomar a liderança. Por enquanto, o segundo mais rico do planeta usa um fundo para projetos de energia renovável, do qual é o principal investidor, para fomentar inovações que possam tornar as obras mais sustentáveis sob o ponto de vista ambiental. O Breakthrough Energy Ventures, além de ter investido recentemente na CarbonCure, aposta também na 75F - uma fabricante de vidros inteligentes.
Maior desafio dos concretos com baixa emissão é atingir resistência do concreto armado
A 75F desenvolveu vidros que usam sensores sem fio para medir temperatura, umidade, escuridão e outros fatores. Com essas informações, os vidros se ajustam, tornando-se mais claros ou mais escuros, influenciando no aquecimento ou no resfriamento dos ambientes. Segundo os fabricantes, o sistema pode reduzir em 50% o uso de energia de um edifício. “Estou entusiasmado com as janelas que usam o chamado vidro inteligente, que fica mais escuro automaticamente quando a sala precisa ser mais fria e mais claro quando precisa estar mais quente”, escreveu Gates, em seu blog - o “GatesNotes”. “A tecnologia está fazendo sua parte para reduzir as emissões, faltam os governos e as corporações”, completa.
Sobre a sua nova aquisição, a CarbonCure, Gates sugere que o maior desafio desta tecnologia é produzir concreto com baixa emissão, mas tão resistente quanto o concreto armado convencional. “A CarbonCure possui uma abordagem inteligente para aprisionar dióxido de carbono no concreto. Mas, infelizmente, algumas regras dificultam o uso desses materiais. Por exemplo, se você deseja colocar concreto em uma construção, o código define a composição do material a ser usado. Esse padrão pode excluir o concreto de baixa emissão, mesmo que tenha um desempenho tão bom quanto o convencional. Obviamente, ninguém quer ver edifícios e pontes desabando. Porém, podemos garantir que os padrões reflitam os mais recentes avanços da tecnologia e a urgência do planeta por zero emissões”, reflete.
Entrevistado
Reportagem com base no artigo “Buildings are bad for the climate”, escrito pelo cofundador da Microsoft, Bill Gates
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Concorrência da venda online faz shopping se reinventar
O Brasil fechou 2019 com 563 shopping centers em operação, dos quais 15 foram inaugurados no ano passado. Apesar de sinalizar que seguirá crescendo em 2020, esse tipo de empreendimento imobiliário se reinventa para conseguir competir com as vendas online. Os shopping centers estão em pleno processo de mudança de perfil. De espaços de compras, vêm se transformando em centros de convivência, prestação de serviço e investindo fortemente em sustentabilidade.
Dentro desse novo conceito, além de ampliar a variedade de lojas e suas praças de alimentação, os shopping centers investem em mais áreas de lazer, como salas de cinemas, espaços para shows e teatros, e também buscam atrair eventos corporativos, como exposições, feiras e conferências. Outro foco da mudança está na busca de novos investidores. Com a intensificação dos fundos imobiliários, cresce o segmento dos que buscam aplicar recursos em shopping.
Para os fundos com esse perfil, a regra é clara: há lucro quando o shopping está com a totalidade ou boa parte de suas lojas alugadas e prejuízo se houver vacância excessiva. Para mitigar o risco, os shopping centers precisam atrair consumidores. E quanto mais diversificado for o público, melhor. Por isso, tanto o gestor da estrutura física do empreendimento quanto o gestor do fundo imobiliário precisam estar atentos para evitar perdas de um conjunto de valores que sustentam o negócio. Entre eles, valor imobiliário, valor do mercado consumidor e valor perante lojistas e as marcas dos produtos.
Preocupação com a sustentabilidade é cada vez mais presente
Outro aspecto que leva os gestores de shopping a reinventar seus negócios é a sustentabilidade. Atualmente, segundo o mais recente relatório da ABRASCE (Associação Brasileira de Shopping Centers), 56% dos empreendimentos em operação no país têm sistemas de tratamento e reúso de água. Já 92% fazem coleta seletiva do lixo e 35% já possuem estratégias de logística reversa. Outro dado: 80% foram construídos ou alteraram seus projetos arquitetônicos para explorar ao máximo a luz natural. Ao mesmo tempo, 52% possuem áreas verdes internas e externas e 43% investem em paisagismo. Essa preocupação ambiental se reflete no controle das emissões de CO2, feita por 72% dos 563 shopping centers em operação no Brasil.
Um exemplo da reinvenção pela qual passam esses empreendimentos está no projeto de expansão do ParkShoppingBarigüi, em Curitiba-PR. A unidade na capital paranaense pertence ao grupo Multiplan, que tem outros 20 shopping centers no país. No caso do complexo curitibano, a reforma vai permitir que ele se integre a um dos principais parques da cidade: o Barigüi. A ligação será por meio de calçadas e ciclovias, sem interferir no fluxo de veículos da BR-277. O shopping também ganhará um centro de convenções, um espaço multiuso para eventos e shows e uma clínica médica, entre outras modernizações.
Veja vídeo sobre a expansão do ParkShoppingBarigüi
Entrevistado
ABRASCE (Associação Brasileira de Shopping Centers), Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da USP e grupo Multiplan (via assessorias de imprensa)
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Placas hexagonais de concreto pavimentam ruas do futuro
Projetado por pesquisadores do IFSTTAR (Instituto Francês de Ciência e Tecnologia de Transporte, Planejamento e Redes), o CUD (do francês Les Chaussées Urbaines Démontables [Pavimentos Desmontáveis Urbanos]) se espalha pela Europa e chega ao Canadá. A ideia é oferecer soluções para as ruas, quando elas precisam passar por manutenção ou serem abertas para o uso de serviços como água e esgoto, energia elétrica ou gás. “Propusemos um piso modular que pode ser instalado e removido indefinidamente para permitir que a cidade se adapte continuamente às mudanças”, explica o engenheiro Thierry Sedran, vice-chefe do Laboratório de Materiais Inovadores para Infraestruturas de Transporte do IFSTTAR.
O CUD é formado por blocos pré-fabricados de concreto em formato hexagonal, que podem ser retirados e recolocados sem grandes operações de retrabalho. O IFSTTAR justifica o desenho hexagonal das peças por elas terem ângulos abertos. Com isso, minimiza o risco de quebras no concreto. Os blocos possuem 1 metro de diâmetro por 20 centímetros de espessura. “Nem todas as geometrias permitem pavimentar um espaço. Os blocos em forma de triângulo e quadrado concentram tensões e correm o risco de quebrar. Daí a ideia do hexágono, que permite ângulos mais abertos, o que minimiza o risco de quebra do pavimento”, diz Thierry Sedran.
A primeira cidade francesa a receber o pavimento desmontável urbano foi Nantes, há 12 anos. Nesse período, o IFSTTAR monitorou as ruas onde o CUD foi instalado. Mesmo com montagem e remontagem das vias, o instituto francês atesta a boa qualidade das peças de concreto. “A vida útil de um bloco hexagonal é de 30 anos, ou seja, um pavimento bastante competitivo se uma cidade pensar no longo prazo”, avalia o engenheiro Thierry Sedran. Após perceber o bom desempenho das estruturas hexagonais em ruas urbanas de Nantes, a prefeitura de Paris também aderiu à ideia. Barcelona, na Espanha, as adotou recentemente. Agora chegou a vez de Toronto, no Canadá, usá-las na construção de um bairro inteligente.
Todas as vias do Quayside, em Toronto, vão usar invenção francesa
A subsidiária do Google, a Sidewalk Labs, projeta desde 2017 a construção do Quayside, que sairá do papel em 2020. A ideia é que o bairro possa receber carros autônomos, calçadas rolantes, robôs que farão o gerenciamento dos resíduos sólidos e uma rede de sensores capaz de monitorar ruídos, tráfego e poluição. O projeto prevê coleta de dados em todo o bairro, para aprimorar sua gestão e mantê-lo dentro dos padrões de sustentabilidade. Por isso, as ruas terão alta tecnologia por baixo do pavimento, o que levou os idealizadores do Quayside a optar pela versatilidade do CUD.
O bairro - pequeno para os padrões urbanos atuais - terá 48,6 mil m2 (pouco mais de 4 hectares e meio) e o investimento para construí-lo será de 3,9 bilhões de dólares. Com vocação residencial, o Quayside terá 2.600 moradias e promete gerar 3.900 empregos diretos durante a fase de construção, além de 9.000 indiretos. A previsão é que a execução se dê ao longo de 5 anos.
Veja vídeo sobre como são montadas e desmontadas as placas nas ruas
Entrevistado
Engenheiro Thierry Sedran, vice-chefe do Laboratório de Materiais Inovadores para Infraestruturas de Transporte do IFSTTAR
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Nova geração de concreto celular resiste a 1.200 °C
Pesquisadores da King Abdulaziz City para Ciência e Tecnologia (KACST), na Arábia Saudita, desenvolveram em laboratório uma nova geração de concreto celular. Um dos objetivos da pesquisa é chegar a um material com melhor desempenho térmico, a fim de que as construções no país possam resistir às altas variações de temperatura (muito calor durante o dia e frio à noite), causadas pelo clima desértico. Os resultados dos testes foram apresentados em 2019. O estudo é liderado pelo professor-doutor da universidade árabe, Mohammed Binhussain.
A diferença entre o concreto celular convencional e o desenvolvido no KACST é que o novo material utiliza nanotubos de carbono - produto já testado com alta eficácia na produção de concreto armado. O agregado aumenta a resistência à ruptura e reduz a condutividade térmica do concreto celular. Paredes construídas em laboratório para verificar a eficácia dos blocos produzidos no KACST atestaram se tratar de um material que propaga pouquíssimo calor. Com base nas experiências, os blocos com espessura de 15 centímetros suportaram chamas por 4 horas, com o auge da temperatura atingindo 1.200 graus Celsius (°C).
O concreto celular desenvolvido pela KASCT usa areia com alto teor de sílica, que é moída até virar pó, além de Cimento Portland e alumínio em pó. A mistura recebe água e depois é moldada em fôrmas por um período de tempo suficiente para que o pó de alumínio possa interagir com o cimento e formar bolhas de ar na massa. Isso resulta em aumento de tamanho e diminuição de peso. Nesta fase, nanotubos de carbono são adicionados antes de a mistura secar. Em seguida, as fôrmas são inseridas em fornos a vapor sob alta pressão para obter o resultado final.
Material desenvolvido na Arábia Saudita atende projetos arquitetônicos mais ousados
A pesquisa chegou também a um produto que melhora o desempenho acústico das paredes. O material ainda se mostrou ambientalmente eficaz por não emitir substâncias tóxicas e gerar menos resíduos que os blocos convencionais durante os processos de construção ou reforma. Outra característica apregoada pelos pesquisadores do KACST é que o concreto celular atende projetos arquitetônicos mais ousados, pois pode ser configurado para atender ângulos oblíquos, ou seja, diferentes de 90°. Os blocos facilitam também a abertura de canais e dutos para fios elétricos, cabos telefônicos e orifícios para tubos com alta precisão, onde a tolerância não pode variar de 1 milímetro.
Os blocos produzidos com o concreto celular desenvolvido na universidade árabe mostraram as seguintes resistências no 1º, 7º e 28º dias de cura: 11,03 MPa, 17,59 MPa e 18,19 MPa. As pesquisas no KASCT envolvem os seguintes departamentos: Centro de Excelência para Sistemas Complexos de Engenharia (CCES), Centro de Excelência em Nanotecnologia Integrada (JCIN), Centro de Excelência em Materiais e Manufatura Avançados (CAMM), Centro de Excelência em Nanotecnologias Verdes (CEGN) e Centro de Excelência em Nanomaterial para Aplicações de Energia Limpa (CENCEA).
No Brasil, paredes estruturais que usam blocos de concreto celular ainda aguardam normalização.
Entrevistado
Universidade King Abdulaziz City para Ciência e Tecnologia (KACST) (via assessoria de imprensa)
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media@kacst.edu.sa
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Prédio é o 1º do mundo a gerar toda a água que consome
O edifício corporativo Eurobusiness, em Curitiba-PR, recebeu em 2019 a certificação LEED Zero Water e foi reconhecido pelo US Green Building Council (USGBC) como o 1º do mundo a se tornar autossuficiente na geração da água que consome. Para obter independência do abastecimento fornecido pela concessionária pública, o prédio utiliza várias fontes alternativas de água, que incluem aproveitamento de água da chuva, água proveniente da condensação do ar-condicionado, poço artesiano e tratamento de águas cinzas e negras.
Com 14 andares, o prédio trata 100% de suas águas residuais (cinzas e negras), através de um wetland (zona de raízes) localizado em seu telhado. As águas residuais tratadas são posteriormente reutilizadas para descarga nos vasos sanitários e o excedente é infiltrado no solo. Por isso, nenhum produto químico é usado no processo de tratamento. Já a água potável utilizada no edifício vem do poço artesiano instalado no local. Isso permite que a água proveniente da rede pública sirva apenas como fonte de reserva.
Construído em 2016, o Eurobusiness foi projetado para usar apenas 55% da água fornecida pela concessionária. Porém, o aprimoramento dos sistemas alternativos - uma exigência para que obtivesse o selo LEED Zero Water - fez com que a autonomia da edificação aumentasse ano a ano. Em 2017-2018, a rede pública forneceu apenas 18% da água consumida pela edificação; em 2018-2019, esse percentual caiu para 10%. A princípio, os gestores do prédio buscavam a certificação LEED Platinum, mas a tecnologia de reúso da água incorporada ao projeto permitiu que alcançasse a LEED Zero Water.
Tecnologia gera economia de 650 mil reais por ano ao condomínio do Eurobusiness
Além do aproveitamento da água, o edifício tem 38 painéis fotovoltaicos, que auxiliam na redução de consumo de energia da rede elétrica convencional. A tecnologia adotada na construção do Eurobusiness gera economia de 650 mil reais por ano ao condomínio, que conta com 62 unidades comerciais, de 110 a 350 m². O aparato não atende apenas edifícios corporativos, mas também está disponível para empreendimentos residenciais, que têm um consumo de água ainda mais elevado e geram mais águas cinzas, provenientes da lavagem de roupas e banhos.
Uma das inovações do Eurobusiness é o armazenamento de água da chuva no telhado. Segundo o código de construção de Curitiba, as águas reutilizadas precisam ser armazenadas em uma bacia hidrográfica para reduzir as taxas de escoamento. Em um design convencional, esses sistemas seriam alojados no subsolo, ocupando o espaço de cerca de duas vagas de estacionamento. Para liberar espaço na garagem, o telhado foi transformado em uma piscina com capacidade para receber lamina d´água com 11 centímetros de espessura.
Parte da lâmina d’água foi coberta com cascalho fino e recebeu macrófitas - plantas aquáticas que prosperam na água ou perto dela. A zona úmida construída faz parte do sistema de tratamento das águas residuais. “Isso foi fundamental para o sucesso do projeto”, ressalta Guido Petinelli, CEO da Petinelli (empresa de consultoria em sustentabilidade para edificações que buscam certificação LEED), e que atuou no Eurobusiness.
Entrevistado
US Green Building Council (USGBC) (via assessorial de imprensa)
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Se construção ocupar fatia de 12% do PIB, país cresce 3% ao ano
Relatório divulgado na 13ª edição do Congresso Brasileiro da Construção (ConstruBusiness), realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), revela que, se a construção civil voltar a ocupar uma fatia de 12% do PIB anual, o país terá condições de crescer 3% de forma sustentada, a partir de 2020. Entre 2012 e 2014, o setor detinha a participação de 12% na composição do PIB nacional. Porém, esse percentual caiu para 7,9% em 2018, em razão da crise e da paralisação de diversas obras.
Para voltar a ampliar sua participação no PIB, a construção precisa de investimento na ordem de 981 bilhões de reais por ano, até 2030. São 518,7 bilhões de reais em desenvolvimento urbano (habitação, saneamento e mobilidade urbana), 264,7 bilhões de reais em infraestrutura econômica (logística e transportes, energia e telecomunicações) e R$ 197,6 bilhões de reais em outras obras e serviços auxiliares da construção. Esse valor tem como base a projeção da evolução demográfica e, consequentemente, a necessidade de investimento em desenvolvimento urbano e em infraestrutura.
De acordo com o estudo, se houver a injeção de quase R$ 1 trilhão na cadeia produtiva da construção civil ela poderá gerar 14,4 milhões de empregos diretos, indiretos e induzidos ao longo do decênio. O entendimento dos presentes no 13º ConstruBusiness é que a retomada da área de habitação já está em curso e que o segmento da infraestrutura deve ganhar velocidade em 2020 e 2021, em função da melhoria do ambiente de negócios, da agenda de concessões e parcerias público-privadas (PPPs), de novas licitações, dos juros baixos e da entrada de recursos privados.
Ainda segundo o relatório divulgado no Congresso Brasileiro da Construção, o Brasil precisa aumentar seu investimento per capita em construção civil. O levantamento mostra que o país registra valores bastante inferiores se comparado a outras nações. Enquanto a média dos países selecionados pelo estudo investe US$ 4.053,35 por habitante, o Brasil investe US$ 1.275,55, ou seja, quase um terço da média da amostra. Entre os países em desenvolvimento, o México registrou investimentos em construção de US$ 2.282,87 per capita e o Chile de US$ 3.082,18.
Documento prega retomada de obras paralisadas e reformas em programas de investimento
Para melhorar o cenário de negócios da construção civil, o documento apresentado no ConstruBusiness defende que o poder público retome as obras paralisadas (cerca de 14 mil, envolvendo recursos da ordem de R$ 144 bilhões) e ainda propõe reformas nos planos nacionais de habitação, saneamento e mobilidade, além de adequações em marcos regulatórios e o fomento ao uso de ferramentas de gestão e planejamento, como a Modelagem de Informação da Construção (BIM) e sistemas informatizados de licenciamento de obras.
Segundo o engenheiro civil José Carlos de Oliveira Lima, vice-presidente da Fiesp e presidente do Conselho Superior da Indústria da Construção (Consic-Fiesp), o setor está pronto para retomar o crescimento. “Mesmo com todas as questões advindas de políticas instáveis, a indústria da construção segue avançando em tecnologia, treinamentos, inteligência artificial, gerando empregos para os vários níveis de capacitação e, acima de tudo, continua acreditando no Brasil. Esperamos retomar imediatamente a confiança dos empresários do setor e caminhar de forma criativa, planejada e sustentável para a necessária retomada do desenvolvimento do Brasil”, conclui.
Veja o relatório completo divulgado no 13º ConstruBusiness
Assista os painéis realizados no 13º ConstruBusiness
Entrevistado
Reportagem com base no conteúdo apresentado durante o 13º ConstruBusiness, realizado em dezembro de 2019
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Sarjeta permeável é alternativa para bocas de lobo
A ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) está desenvolvendo o projeto da sarjeta com concreto permeável. A solução é uma alternativa urbana para bocas de lobo, que costumam entupir e dificultar a vazão das águas pluviais - provenientes das chuvas -, contribuindo para as enchentes nos grandes centros urbanos do país. O trabalho é liderado pelos engenheiros Mariana Marchioni, Claudio Oliveira e Gianfranco Becciu. O trio instalou um protótipo na sede da ABCP, que mereceu destaque no 4th International Electronic Conference on Water Sciences (4ª Conferência Eletrônica Internacional em Ciências da Água (ECWS-4)).
O projeto propõe substituir a sarjeta tradicional por uma estrutura de concreto permeável e uma base que funciona como um dreno francês. O objetivo é evitar o acúmulo de água na sarjeta e os problemas com a manutenção das bocas de lobo. “A manutenção das bocas de lobo é um dos principais custos na gestão da drenagem urbana nos municípios”, explica Mariana Marchioni. A pesquisadora ainda ressalta que o sistema ajuda também a melhorar a qualidade da água que chega até a rede de drenagem. “Além de melhorar a vazão, o concreto permeável possibilita que a água que chega até a rede de drenagem passe por filtros”, diz.
O sistema instalado no estacionamento da ABCP possui uma calha de 15 metros de comprimento, com uma área de captação de 400 m². Seu desempenho foi comparado a calhas convencionais de dimensões semelhantes, e localizadas no mesmo estacionamento. A percepção dos pesquisadores, relatado no estudo enviado ao ECWS-4, é que a superfície porosa do concreto permeável, assentada em base de cascalho, ajuda a controlar o escoamento na rede de esgoto. Isso ocorre por causa do armazenamento temporário das águas pluviais dentro das camadas porosas da estrutura.
Protótipo segue ensaios recomendados pela ABNT NBR 16416:2015
Os primeiros resultados obtidos com a sarjeta permeável mostram um valor altíssimo de capacidade de infiltração do concreto permeável, na ordem de 10-3 m/s medidos com o ensaio mencionado na ABNT NBR 16416:2015 - Pavimentos permeáveis de concreto - Requisitos e procedimentos. Além de seguir a norma técnica, a engenheira faz outra ressalva. “Para que a construção do pavimento permeável garanta a infiltração da água, é preciso considerar toda a estrutura do pavimento e conhecer dados da região, como o tipo de solo, o nível do lençol freático e a frequência de chuvas”, destaca.
O estudo que resultou no protótipo da sarjeta permeável é mais um passo nas pesquisas que a ABCP desenvolve desde 2010 sobre pavimento permeável. Na cidade de São Paulo, a associação já montou outros protótipos em um trecho de calçada no bairro Jardins e outro no estacionamento da Universidade de São Paulo (USP). O empenho neste tipo de pesquisa se dá porque o custo de execução do pavimento permeável é menor quando comparado com outros sistemas utilizados no combate às enchentes, como os chamados “piscinões”, que, além do alto custo de implantação, também demandam custo de manutenção com limpezas periódicas.
Assista a palestra de Mariana Marchioni na ABCP, sobre pavimento permeável e ABNT NBR 16416
Entrevistado
Reportagem com base no projeto apresentado na 4ª Conferência Eletrônica Internacional em Ciências da Água (ECWS-4)
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330