Proposta sugere juros de 5% ao ano para financiar imóveis

Em épocas de crise, investidor se sente mais seguro em procurar ativos que ofereçam menor risco, como os imóveis. Crédito: Banco de Imagens
Em épocas de crise, investidor se sente mais seguro em procurar ativos que ofereçam menor risco, como os imóveis.
Crédito: Banco de Imagens

Através da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), empresários da construção civil levaram ao Banco Central a proposta que cria uma nova linha de financiamento para a compra de imóveis. Nela, a taxa de juros é atrelada à remuneração da caderneta de poupança e fica abaixo da média de mercado. A intenção é de que, após o turbilhão da crise provocado pela pandemia de Coronavírus, a sugestão esteja formatada para ir ao mercado. O estudo prevê que seria possível oferecer ao consumidor uma taxa de juros em torno de 5% ao ano, patamar inferior à média de 7,5% ao ano praticado nas atuais linhas com recursos captados através da poupança. 

Segundo o presidente da Abrainc, Luiz França, a proposta tem potencial para se tornar uma ferramenta importante no reaquecimento do mercado, depois que a crise passar. “A caderneta está rendendo hoje 2,62% ao ano, mais Taxa Referencial (TR). Se o banco captar esses recursos e emprestar aos consumidores com um ganho de 2 pontos percentuais, mais alguma folga, seria possível oferecer uma taxa de 5% ao ano nessa linha. É uma medida que servirá de estímulo às vendas de imóveis, mas sem prejudicar os bancos, porque garante o spread para a instituição financeira. Se o consumidor estiver em dúvida nessa crise, tenderá a decidir comprar o imóvel, porque é um juro baixo”, avalia França.

Trava da poupança gera menor risco, caso a Selic volte a crescer acima de 8,5%

No caso da nova modalidade de crédito sugerida pela Abrainc, a medida carrega um fator de risco que precisa ser levado em conta pelos consumidores: os juros do contrato de financiamento podem oscilar de acordo com a remuneração da poupança, que é variável. Pelas regras do Banco Central, a caderneta rende 70% da taxa básica da economia (Selic) mais Taxa Referencial (TR) - isso quando a Selic está abaixo de 8,5%. Hoje, equivale aos 2,62% citados acima. Porém, quando os juros estiverem acima de 8,5%, o rendimento da poupança passa a ser de 0,5% ao mês mais a TR. Nesse caso, o percentual seria de 6,2% ao ano. O presidente da Abrainc entende que, mesmo assim, o risco é baixo. “A remuneração da poupança tem a trava de 6,2% ao ano, mesmo caso a Selic dispare para 10% ou 15%”, diz.

A proposta de financiamento mais barato para a compra de imóvel é bem vista pelo professor do MBA em Gestão de Negócios, de Incorporação Imobiliária e da Construção Civil da Fundação Getulio Vargas (FGV), Sérgio Cano. Para ele, quando existe crise econômica que abala os mercados mundiais, as pessoas se sentem mais seguras em investir em um ativo real, um ativo fixo, que, no caso, é o imóvel. “A pessoa sabe que aquele imóvel, por mais que possa ter uma desvalorização por algum tempo, se for o caso, ela tem um patrimônio, tem um ativo garantido e fixo. É diferente de quando se está no mercado financeiro, cuja volatilidade é muito grande e pode ocorrer perda de dinheiro. Em um primeiro momento, diria que pode haver até um incremento na procura por imóveis por conta dessa crise”, analisa.

Entrevistado
Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) (via assessoria de imprensa)

Contato
comunicacao@abrainc.org.br
contato@abecip.org.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


No pós-pandemia, construtoras serão empresas tecnológicas

Construção modular está entre as tendências que devem ganhar adesão no período pós-pandemia. Crédito: Banco de Imagens
Construção modular está entre as tendências que devem ganhar adesão no período pós-pandemia.
Crédito: Banco de Imagens

Compartilhamento de informações, sinergia e adesão às novas tecnologias são alguns dos conceitos que tendem a proliferar entre as construtoras na era pós-pandemia. Antes mesmo das mudanças impostas pela COVID-19, empresas mais visionárias já vinham acenando para a robótica, a Inteligência Artificial e outros sistemas que possibilitam transformar o canteiro de obras em uma linha de produção. Agora, isso tende a ganhar maior velocidade e a se espalhar pelo setor da construção civil, avaliam especialistas. 

Ao contrário do que se possa imaginar, esse panorama não se restringe ao mercado internacional, mas diz respeito ao Brasil também. Pesquisa conjunta com 330 construtoras que atuam no país, feita pelo Centro de Tecnologia de Edificações (CTE), pela EnRedes e pelo Instituto Quorum Brasil, mostra que 12% delas adotam Inteligência Artificial em seus processos. Já 28% estudam soluções com impressão 3D e 19% utilizam BIM em seus projetos. Além disso, 100% dos entrevistados admitiram que a transição de construtoras para empresas de tecnologia da construção passa pela qualificação dos trabalhadores. 

No pós-pandemia, a nova regra que irá predominar no canteiro de obras será a valorização da atividade produtiva com menor gasto por hora, avaliam as empresas que participaram da pesquisa. Neste ponto, as construtoras ainda reconhecem que enfrentam dificuldades na hora de contratar. Para 62%, existem dificuldades em encontrar mão de obra qualificada. A fim de compensar essa escassez, 81% disseram estar dispostas a ofertar salários maiores para conseguir profissionais bem treinados.  Muitos dos gestores que participaram da pesquisa também disseram que recorrem a institutos tecnológicos de educação para encontrar a mão de obra de que necessitam. Um exemplo é o Instituto Senai de Tecnologia em Construção Civil, localizado em Ponta Grossa-PR.

Mercado da construção sofrerá mudanças importantes na próxima década

O estudo “Tendências globais e disrupções no setor da construção”, apresentado por Paulo Vandor, sócio-fundador da L.E.K. Consulting no Brasil, confirma que o mercado da construção sofrerá mudanças importantes na próxima década, e que devem ser impulsionadas pela era pós-pandemia. Segundo o levantamento, haverá modernização da cadeia de valor, cujas principais tendências são a construção modular e semi-modular, uso intensivo de componentes pré-fabricados, utilização de sistemas BIM, automação dos métodos de construção e globalização da cadeia de produção. “Inovar na construção civil será questão de sobrevivência”, avalia Vandor.

Reforçando os estudos anteriores, a McKinsey&Company detectou em pesquisa recente que há muito espaço para a implantação de processos inovadores na construção civil. Principalmente, porque o setor sempre se mostrou refratário à adoção de sistemas novos no canteiro de obras. Estudo da consultoria revela que a produtividade na construção global evoluiu 1% ao ano de 2000 até 2019, enquanto o segmento industrial avançou 3,6% ao ano. “Existe muito espaço na construção civil para o uso de tecnologia digital, automação de processos, capacitação da mão de obra e industrialização”, conclui relatório da pesquisa.

Acompanhe o estudo “Tendências globais e disrupções no setor da construção”

Assista ao vídeo sobre produtividade na construção civil

Entrevistado
Centro de Tecnologia de Edificações (CTE), EnRedes e L.E.K. Consulting no Brasil

Contato
comunicacao@cte.com.br
enredes@cte.com.br
pressus@lek.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


CREA e CAU adiam cobranças de engenheiros e arquitetos

O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) deliberou que os CREAs poderão prorrogar o vencimento das anuidades profissionais, tanto de pessoas físicas quanto jurídicas. A proposta permite que as parcelas de março, abril, maio e junho sejam prorrogadas para setembro, outubro, novembro e dezembro, sem cobrança de encargos legais, juros, correção monetária ou restrições administrativas. A decisão também propõe que a quitação à vista das anuidades profissionais possa ser feita em parcela única no mês de setembro. Assim, todas as empresas e profissionais seguem considerados adimplentes nos próximos seis meses. 

O CAU BR (Conselho de Arquitetura e Urbanismo) adotou medida semelhante, adiando o pagamento da anuidade para 31 de julho de 2020, sem a cobrança de encargos ou multas. No caso de parcelamento, foi dada carência de 60 dias. A decisão vale para empresas e arquitetos autônomos.  A presidente do CAU-PR, Margareth Menezes, havia solicitado ao presidente do CAU BR, Luciano Guimarães, a prorrogação por 6 meses para o pagamento das anuidades. Anteriormente, o prazo previsto para o pagamento das anuidades era 31 de maio.

No caso do sistema Confea/CREA, a decisão foi assinada pelo presidente em exercício, o engenheiro civil Osmar Barros Júnior, no dia 24 de março de 2020. “Estamos permanentemente atentos à evolução do cenário e às determinações governamentais. Outras medidas financeiras e administrativas poderão ser tomadas como forma de enfrentamento a esta situação vulnerável e de oscilação”, diz, referindo-se à pandemia de Coronavírus. A decisão leva em consideração que a paralisação da economia, em decorrência do alastramento da COVID-19 e do necessário isolamento social, afeta diretamente a categoria profissional ligada ao Sistema Confea/CREA.

CREAs esclarecem que não têm como parar uma obra por questões relativas à doença

O CREA-PR foi um dos primeiros a seguir a resolução do Confea. “A decisão sobre novas datas de vencimento da anuidade foi tomada por conta do atual cenário e dos impactos financeiros que a sociedade está vivendo em razão das medidas de contenção ao Coronavírus. Estamos trabalhando com olhar atento às necessidades de nosso principal público, os engenheiros, cartógrafos e agrônomos”, enfatiza o presidente em exercício do CREA-PR, o engenheiro agrônomo Osvaldo Danhoni. Na região sul do país, o CREA-SC e o CREA-RS também seguiram as orientações do Confea.

Os demais CREAs adotaram igualmente o adiamento das parcelas recolhidas pelos profissionais. Os conselhos regionais também se comprometeram a ajudar na fiscalização das obras, para ver se os canteiros estão protegendo os trabalhadores da COVID-19. No entanto, os CREAs esclarecem que não têm como parar uma obra por questões relativas à doença. Essa é uma ação que cabe a outros organismos ligados à saúde pública, à Defesa Civil e às prefeituras. Os conselhos regionais também reafirmam a área de atuação. “Cabe a nós fiscalizar a atuação de pessoas físicas e jurídicas não-habilitadas nas áreas da engenharia, agronomia e geociências”, salientam, em nota conjunta.

No caso de a fiscalização do CREA detectar que um canteiro de obras não tomou medidas de proteção contra o Coronavírus, a orientação é que os fiscais exijam que o responsável-técnico adote procedimentos de prevenção, sem, no entanto, poder multá-lo. As medidas preventivas são as seguintes:

Trabalhadores
- Ao chegar na obra, faça a higienização com álcool gel e, na falta dele, com água e sabão.
- Use sempre máscara e luvas se precisar contatar outros colegas de trabalho.
- Uma vez dentro da obra, evite contato com público externo, como sair para locais com aglomeração de pessoas.
- Evitar contato físico com qualquer pessoa da equipe, como apertos de mão, beijos, abraços etc.
- Usar os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) adequados.
- Ao chegar em casa, higienizar objetos pessoais, maçaneta da porta e mãos, e tomar banho. Além disso, separe suas roupas das de outras pessoas que residam na mesma casa.

Empresas
- Manter sempre à disposição os produtos essenciais para prevenção, como álcool gel 70% e sabão, orientando para que sejam usados com frequência na higienização das mãos e dos objetos de trabalho.
- Manter sempre as conversas de conscientização, orientando a equipe sempre que necessário sobre as formas corretas de prevenção. Promova o diálogo, com a participação do mestre de obras e do engenheiro de segurança do trabalho para tirar as possíveis dúvidas.

Sobre a obra
- Restringir o acesso e a circulação de pessoas e fornecedores que não trabalham no local.
- Implantar ação de distanciamento social em ambientes fechados, e avaliar a implantação de turnos diferenciados.
- Afastamento imediato de pessoas consideradas do grupo de risco: idosos com mais de 60 anos e aqueles que apresentem doenças pré-existentes que podem ser potencializadas com a COVID-19.
- Caso seja possível, providenciar transporte privado exclusivo para a equipe, evitando assim a aglomeração no transporte público.

Veja vídeo sobre boas práticas no canteiro de obras

Entrevistado
Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) (via assessoria de imprensa)

Contato
gco@confea.org.br
atendimento@caubr.gov.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Nos outros países, construção também se blinda da COVID-19

Nos Estados Unidos, os canteiros de obras estão ativos, mas ritmo desacelerou por falta de materiais e mão de obra. Crédito: Banco de Imagens
Nos Estados Unidos, os canteiros de obras estão ativos, mas ritmo desacelerou por falta de materiais e mão de obra.
Crédito: Banco de Imagens

Na China - primeiro país atingido pelo novo Coronavírus - um pacote de medidas foi recentemente anunciado para estimular a construção civil. O objetivo é superar as perdas com produtividade durante o período de quarentena. Por isso, o governo decidiu empenhar recursos em infraestrutura sanitária, energia, transporte e habitação. 

A medida coincide com o que a China já havia feito em 2008, quando a crise financeira que atingiu os Estados Unidos se espalhou pelo mundo. Naquele ano, para sustentar seu crescimento, o país implantou um pacote de estímulo às obras de infraestrutura que chegou a 572 bilhões de dólares.

Para Ren Zheping, economista-chefe da China Evergrande, principal incorporadora chinesa, investir na construção civil será a maneira mais simples e eficaz de os chineses compensarem a crise epidêmica e econômica causada pela COVID-19. “As obras de infraestrutura podem estabilizar o emprego, liberar o potencial de crescimento e melhorar a competitividade no longo prazo”, avalia.

Na Índia, o segundo país mais populoso do planeta, e onde foi decretado toque de recolher nacional, o governo decidiu destinar o equivalente a 65 dólares quinzenais para cada trabalhador da construção civil. Na indústria formal do setor trabalham 35 milhões de indianos, o que aumenta a preocupação do governo em preservar esse segmento da economia.

Nos Estados Unidos, a National Association of Home Builders (Associação Nacional dos Construtores de Casas) conseguiu um pacto para que os canteiros de obras não sejam desativados, desde que sigam as medidas de prevenção. O organismo também negocia um pacote de incentivos com o governo. 

País que se tornou o epicentro da epidemia, os Estados Unidos enfrentam os seguintes problemas em suas obras:
1. Apesar de estarem liberados para atuar, muitos trabalhadores estão preferindo o isolamento voluntário com medo de se infectar, o que está gerando escassez de mão de obra.
2. Como cerca de 40% dos materiais de construção usados nos EUA são importados da China - principalmente os de acabamento -, as mercadorias estão demorando a chegar e muitas obras se encontram paradas.
3. Os financiadores de projetos recuaram e pararam de investir em obras, principalmente as ligadas ao turismo.
4. Grandes construtoras dos EUA empreendem no país todo e possuem equipes de engenheiros que se deslocam continuamente. Com a epidemia, os voos estão praticamente paralisados e a supervisão das obras está comprometida.
5. Os contratos nos EUA são muito rigorosos quanto ao atraso no cronograma das obras. As empresas já buscam soluções jurídicas para anular as cláusulas e evitar pagar multas pesadas.
6. A epidemia lançou uma imprevisibilidade sobre o setor e a construção civil não trabalha assim, principalmente nos EUA onde a regra é: na construção, tudo se resume a tempo e dinheiro. 

Dos países-membros da International Housing Association, poucos paralisaram os canteiros de obras

Dos países-membros da International Housing Association (Associação Internacional da Habitação), os únicos que determinaram o fechamento dos canteiros de obras foram Itália, Espanha e Japão. Países como Inglaterra, Portugal, França e Canadá estudam adotar medidas semelhantes, mas antes buscam garantias dos governos para obter um prazo de carência para as empresas que contraíram empréstimos. Há também nações que não interromperam os trabalhos, mas sofrem com a falta de insumos. São os casos dos chamados Países Baixos (Holanda, Bélgica e Luxemburgo) e da Escandinávia (Noruega, Suécia, Dinamarca e Finlândia).

A indústria da construção civil brasileira também faz parte da International Housing Association. No país, o setor age para enfrentar 4 problemas emergenciais: redução nas vendas, paralisação de obras, falta de crédito e dificuldade para receber faturas. Por outro lado, os organismos associativos se uniram para apresentar ao governo um documento propositivo sobre os tipos de obras que podem ajudar a retomar o crescimento econômico na fase pós-epidemia. Elas devem se concentrar nas áreas da habitação, do saneamento básico e da infraestrutura.

Veja vídeo sobre as ações da construção civil brasileira em tempos de Coronavírus

Entrevistado
International Housing Association (Associação Internacional da Habitação) e National Association of Home Builders (Associação Nacional dos Construtores de Casas) (via assessoria de imprensa)

Contato
info@nahb.org
IHASecretariat@nahb.org

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Home office não é novidade, mas exige disciplina

No home office é importante ter um local adequado e entender que a jornada é um dia normal de trabalho, porém em casa.  Crédito: Banco de Imagens
No home office é importante ter um local adequado e entender que a jornada é um dia normal de trabalho, porém em casa.
Crédito: Banco de Imagens

O conceito de home office passou a ser regra entre empresas e trabalhadores no período de epidemia do novo Coronavírus e de confinamento social. Se o modelo de trabalho remoto é novidade aos que atuam nos espaços físicos das corporações, para 3,8 milhões de brasileiros essa modalidade já é rotina. Segundo dados mais recentes do IBGE, é este o número de profissionais com curso técnico ou superior que atuam em home office no país, dos quais 0,8% são engenheiros civis. 

O contingente cresce a cada ano e já passa de 7% dos cerca de 430 mil engenheiros com registro no sistema Confea/CREA. Na arquitetura, o volume de trabalhadores em home office é ainda maior e chega a 15%, entre os que possuem registro no CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo). Em comum, o que todos os profissionais que atuam nesse modelo precisam ter é disciplina. “A disciplina é a base. Com ela, grande parte dos problemas com produtividade, horários e organização é solucionada”, orientam especialistas em processos organizacionais de trabalho remoto.

A principal lição de quem atua em home office é entender que a jornada é um dia normal de trabalho, porém em casa. Por isso, é adequado ter um local preparado para esse fim. Outra recomendação é que se evite trabalhar em horários alternativos, como à noite ou de madrugada, assim como transformar a cama ou o sofá em local de trabalho. No entanto, o maior desafio do home office é conseguir separar a vida pessoal da profissional. A rotina de trabalho não pode se misturar com a rotina pessoal.

As práticas de processos organizacionais recomendam que, quando uma empresa decide adotar o home office para parte de seus colaboradores, isso deve ser feito gradualmente. No entanto, a epidemia fez com que o conceito fosse adotado repentinamente para a maioria dos profissionais. Neste caso, o alinhamento das prioridades e a definição de regras com a equipe e os chefes são salutares. No período em que durar o confinamento social é importante focar nos resultados.

Cuidar da cibersegurança no trabalho remoto preserva o trabalhador e a empresa

Outro item que merece atenção importante é como se preparar para os contatos virtuais com as equipes, já que eles se sobrepõem aos contatos físicos nesse momento. Se a empresa escolher o WhatsApp como ferramenta, recomenda-se que os administradores formem grupos pequenos e por setor, separando comunicados de conversas. A vídeo-chamada no WhatsApp também pode ser uma solução eficiente para reuniões rápidas, e com até 4 pessoas.

Outro ponto importante é cuidar da cibersegurança no trabalho remoto. Se a empresa libera notebooks para que seus colaboradores atuem em home office, o recomendável é que os equipamentos tenham sistemas de proteção para atuar em outras redes que não sejam as da empresa. A prática protege arquivos corporativos fora das quatro paredes do escritório. 

Dados de 2019 da consultoria de recursos humanos Robert Half mostram que 47% das empresas brasileiras já vinham adotando o home office para departamentos de tecnologia, marketing, recursos humanos, jurídico e administrativo. Da mesma forma, as multinacionais que atuam no país. O mesmo estudo revela que 83% dos profissionais que tiveram que se deslocar para o home office conseguiram se adaptar à nova realidade de trabalho. 

Entrevistado
IBGE (instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia), CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo) e consultoria Robert Half (via assessoria de imprensa)

Contato
comunica@ibge.gov.br
gco@confea.org.br
atendimento@caubr.gov.br
rh@roberthalf.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Como tirar vantagem profissional do isolamento social

O especialista define o momento como “uma fase de reciclagem para aquele profissional que souber se organizar diante do caos”. “Use esse tempo extra como um presente. Meu conselho é seguir um caminho mais desafiador e alocar seu tempo para empreendimentos produtivos e significativos”, sugere. Jack Kelly também enxerga o momento como “muito bom” para quem está procurando trabalho ou quer mudar de emprego. “À luz da bagunça atual em que estamos é possível enxergar oportunidades. Inicie uma pesquisa de emprego agressiva. Faça uma lista de empresas nas quais gostaria de trabalhar. Atualize seu currículo, atualize seu perfil do LinkedIn, interaja nas mídias sociais para criar sua marca e ser notado”, recomenda.

O headhunter avalia que se o home office veio para ficar no mercado de trabalho, as entrevistas de emprego online (por vídeo) também devem se tornar padrão. Por isso, ele indica treinar, treinar e treinar. “A entrevista por vídeo está se tornando a opção preferida. Treine até se sentir confortável. Grave você mesmo seus vídeos e descubra como melhorar o visual, a dicção e a argumentação. Tempo não irá faltar nesta quarentena. Com certeza, quando for chamado para esse tipo de entrevista estará preparado para enfrentá-la, desde que tenha treinado”, alerta. 

Leia livros, ouça podcasts e assista vídeos sobre seu campo de atuação 

Para todos os profissionais, Jack Kelly ainda recomenda usar o tempo extra proporcionado pela quarentena para adquirir conhecimento em sua área. “Baixe e leia livros. Se não gosta de ler, há vários ótimos podcasts e vídeos do YouTube que podem ajudar a se auto-aperfeiçoar, aprendendo sobre novos tópicos e mantendo-se a par das novidades em seu campo de atuação. Lembre-se: o ideal é aprender tudo o que for possível sobre a carreira escolhida. Porém, se não estiver satisfeito com sua vida profissional, use o momento para desenvolver uma nova estratégia que o leve a atingir novos objetivos”, diz.   

Por fim, o headhunter ainda destaca que o profissional que enfrenta a quarentena não pode descuidar da saúde e do condicionamento físico. “Mantenha uma rotina de exercícios e cuide da saúde, principalmente por que o vírus se aproveita da baixa imunidade. Pense em como você se sentirá bem ao voltar ao trabalho com a aparência em forma e bem-humorado, enquanto seus colegas de trabalho poderão ter ganhado alguns quilos a mais por terem passado esse período sentados no sofá e tomando sorvete”, conclui.

Entrevistado
Jack Kelly, CEO da WeCruitr - startup de recrutamento recentemente fundada em Nova York. Também é colunista da revista Forbes, onde escreveu o artigo “Como aproveitar ao máximo o tempo gasto no isolamento social” (How to make the most of time spent social distancing) que serviu de fonte para a reportagem.

Contato
twitter.com/wecruitr_io
www.linkedin.com/in/jackkellycsg
Jack@WeCruitr.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Cooperação na forma de informação

Vivemos um momento que exige a cooperação de todos. Assim, a Cimento Itambé traz algo fundamental nos dias de hoje: informação

No “Massa Cinzenta”, você encontra as notícias mais relevantes da construção civil, assuntos que impactam o setor e dicas de como enfrentar muitas das novas dificuldades impostas pela atual circunstância. Aproveite esta ferramenta confiável para se manter esclarecido e atualizado. Mais do que nunca, o “Massa Cinzenta” será um valioso aliado da construção civil.


Construção civil se une para obter garantias do governo

Apesar do número reduzido de trabalhadores, canteiros de obras não paralisaram atividades por causa da pandemia. Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil
Apesar do número reduzido de trabalhadores, canteiros de obras não paralisaram atividades por causa da pandemia.
Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil

Os efeitos da pandemia de Coronavírus na economia brasileira mobilizam os organismos ligados à construção civil. O objetivo é minimizar os impactos com medidas que permitam ao setor seguir com a produção, mantendo as linhas de crédito e sem paralisar o fluxo de obras e o comércio de materiais de construção. Sensíveis aos apelos, o governo federal e os governos estaduais sinalizam que a construção civil terá atenção especial. Entre as decisões já tomadas estão a redução das taxas de juros e a prorrogação de pagamentos por parte da Caixa Econômica Federal. 

Essas medidas, ligadas à atuação da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) em Brasília, são as seguintes:
- Micro e pequenas empresas com faturamento anual entre 360 mil reais e 10 milhões de reais poderão buscar junto à Caixa nova linha de crédito para colocar a sua folha de pagamento em dia. O financiamento poderá ser pago em 36 meses, com taxa de juros de 3,75% ao ano.
- A empresa que tomar o financiamento não poderá demitir por 2 meses os empregados com salários financiados.
- Carência de até 90 dias nas operações parceladas de capital de giro e renegociação, para micro e pequenas empresas.
- Linhas de crédito especiais, com até 6 meses de carência, para empresas que atuam nos setores de comércio e prestação de serviços.
- Linhas de aquisição de máquinas e equipamentos com taxas reduzidas e até 60 meses para pagamento.
- Contratos habitacionais de pessoa física ganham pausa estendida de 90 dias (3 prestações).
- Empresas também poderão solicitar pausa estendida de 90 dias em seus contratos habitacionais

Já a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) e a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) mobilizam a Frente Parlamentar em Defesa do Comércio de Materiais de Construção - composta por 202 deputados - para reverter decretos que determinaram o fechamento de estabelecimentos comerciais ligados ao setor. 

A justificativa é que as lojas de material de construção vendem produtos para reparos, manutenção, limpeza, higienização e assepsia do lar, e que são importantes para preservar a saúde da população. Além disso, a atuação do setor impediu ainda que boa parte dos estados não proibisse que canteiros de obras seguissem ativos, desde que respeitando as orientações para prevenir a doença e fazendo com que os trabalhadores usem EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual).

Abramat e Anamaco trabalham pela defesa de quase 2 milhões de empregos

O presidente da Abramat, Rodrigo Navarro, afirma que está buscando sinergia com outros setores da economia, a fim de apresentar propostas que ajudem a manter o mercado de materiais de construção ativo. “É hora de trabalharmos em conjunto para, de forma criativa e proativa, chegar a respostas efetivas para esse momento. Os focos do setor estão muito claros. Em primeiro lugar, prezar pela saúde das pessoas. Na sequência, o setor trabalha arduamente, em várias frentes, para preservar caixa e condição de solvência para efetuar os pagamentos, levando assim à manutenção dos empregos", comenta.

 A indústria de materiais de construção é responsável pelo emprego de cerca de 620.000 pessoas, segundo dados da Abramat. Já o comércio varejista de materiais de construção envolve 140 mil lojas em todo o país e emprega mais de 1 milhão de trabalhadores. Por isso, Daniele Alonso, diretora de relações institucionais da Anamaco, diz estar confiante que os governos estaduais vão passar a tratar o setor como primordial e permitir que ele reabra as portas. “O que queremos é que haja uma uniformização quanto à classificação do segmento de material de construção como sendo de produtos essenciais”, diz. 

Em contrapartida, o setor varejista de material de construção se compromete a adotar horários reduzidos de abertura ao público, reforçar os modelos de entrega domiciliar e atender as exigências sanitárias de combate à Covid-19 dentro das lojas.

Veja o compromisso da Anamaco no combate à Covid-19 dentro das lojas de materiais de construção

Entrevistado
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) e Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) (via assessoria de imprensa)

Contato
ascom@cbic.org.br
abramat@abramat.org.br
www.anamaco.com.br/contato

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Cartilhas orientam sobre relações de trabalho na quarentena

Medida Provisória 927/2020 flexibilizou temas como teletrabalho e home office durante o período de pandemia. Crédito: Banco de Imagens
Medida Provisória 927/2020 flexibilizou temas como teletrabalho e home office durante o período de pandemia.
Crédito: Banco de Imagens

Organismos ligados à cadeia produtiva da construção civil, como CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Fecomércio (Federação do Comércio) e SeconciBrasil (Associação dos Serviços Sociais da Indústria da Construção Civil), vêm publicando cartilhas que orientam empregadores e empregados sobre as relações de trabalho durante o período de quarentena proporcionado pela pandemia de Coronavírus no Brasil. Úteis, elas servem de guia e se baseiam na recente Medida Provisória 927/2020, publicada em 22 de março de 2020, que trata de questões trabalhistas para o enfrentamento da emergência de saúde pública. 

O mesmo procedimento - de publicar cartilhas - tem sido adotado por escritórios de advocacia especializados em questões trabalhistas. As redes sociais também são usadas para propagar informações relevantes, das quais boa parte se encaixa no setor da construção civil. Entre elas, as transmissões ao vivo que a CBIC tem feito semanalmente no Youtube para atualizar decisões que envolvam relações trabalhistas. “Estamos num momento em que precisamos entender o que a legislação traz para o setor, no que se refere a relações do trabalho, e o que ela disciplina, para que as empresas possam tomar a melhor decisão”, destaca Fernando Guedes Ferreira Filho, vice-presidente da área de Política de Relações Trabalhistas da CBIC.

No período em que estiver em vigor o decreto de calamidade pública, empregador e empregado precisam estar atentos ao texto da Medida Provisória 927/2020, que flexibilizou temas como teletrabalho e home office, férias individuais, férias coletivas, trabalho em feriados, banco de horas e recolhimento do FGTS.  Combinada com a lei 13.979/20, que dispõe sobre as medidas a serem adotadas no período da pandemia, a MP define também o que fazer quando o empregado vier a ficar infectado pela COVID-19. As cartilhas dos organismos trazem todas as informações relevantes. 

Medidas de higienização em canteiros de obras e alojamentos

Da mesma forma, esses guias orientam as medidas de higienização que devem ser tomadas principalmente em canteiros de obras e alojamentos. A cartilha da CBIC destaca as seguintes obrigações:
1. Uso obrigatório de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como máscara, luvas, óculos de proteção, etc.
2. Lavagem e assepsia diária dos equipamentos e vestimentas.
3. Álcool em gel 70% nas dependências comunitárias do canteiro de obras.
4. Evitar equipes numerosas nas mesmas células de trabalho.
5. Adotar turnos diferenciados de trabalho, inclusive nos refeitórios.
6. Ter mecanismos para identificar funcionário com os sintomas da COVID-19.
7. Se estiver infectado, o trabalhador deve ser retirado do convívio com os demais colegas e orientado a procurar a unidade de saúde mais próxima.

Os Seconci regionais também têm agido para disseminar as medidas de proteção à saúde dos trabalhadores da construção civil, tomando as seguintes ações:
1. Equipes médicas remotas para atender e orientar os trabalhadores por meio de telemedicina.
2. Envio de equipes médicas aos canteiros para agilizarem eventuais diagnósticos.
3. Campanhas para conseguir equipamentos para os hospitais-referência dos trabalhadores da construção civil. 

Assista vídeo que analisa o setor da construção civil diante da crise do Coronavírus

Fique por dentro das mudanças definidas pela MP 927/2020

Acesse o FAQ da FIESP sobre as relações trabalhistas em tempos de pandemia
https://coronavirus.fiesp.com.br/faq.html

Veja medidas de higienização no ambiente de trabalho

Veja a cartilha da CBIC

Veja a cartilha da Fecomércio

Entenda os impactos jurídicos no período de risco da Covid-19

Entrevistado
Reportagem com base nas cartilhas de CBIC, Fecomércio, Seconci e FIESP

Contato
ascom@cbic.org.br
guias@fecomercio.com.br
federacao@fiesp.ind.br
seconcibrasil@gmail.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Pandemia joga luz sobre obras paradas na área de saúde

Hospital inacabado em Divinópolis-MG: exemplo do volume de obras abandonadas na área de saúde no país. Crédito: Prefeitura de Divinópolis
Hospital inacabado em Divinópolis-MG: exemplo do volume de obras
abandonadas na área de saúde no país.
Crédito: Prefeitura de Divinópolis

Parte dos recursos mobilizados pelo governo federal para o combate ao Coronavírus poderá ter como destino as obras inacabadas vinculadas com a área de saúde. A aprovação do decreto de calamidade pública no país abre caminho para que verbas irriguem tais projetos. 

O primeiro passo foi dado em 25 de março de 2020, quando o Senado Federal destravou recursos que viabilizam a retomada de obras paralisadas em hospitais, UPAs (Unidades de Pronto-atendimento) e UBS (Unidades Básicas de Saúde). Foi aprovado projeto de lei que permite a estados e municípios usarem saldos de repasses do ministério da Saúde de anos anteriores para serviços de saúde distintos dos previstos originalmente. 

A prática é vetada pela Constituição, mas foi autorizada para que recursos avaliados em cerca de 16 bilhões de reais sejam investidos no combate ao Coronavírus. Parte dessa verba - cerca de 6 bilhões de reais - deve ir para obras inacabadas, sem que tenham que enfrentar entraves burocráticos.

Com o estado de calamidade pública, o próprio ministério da Saúde pode executar integralmente o orçamento de R$ 134,7 bilhões de reais, sem cumprir determinados trâmites. Diante do período de exceção, que vai até 31 de dezembro de 2020, a burocracia para a liberação de recursos é minimizada, assim como as exigências para a execução de despesas. Um exemplo é a flexibilidade da Lei de Licitações (Lei 8.666/1993) para a contratação de obras relacionadas com a saúde.

Entre 2010 e 2019, déficit de leitos hospitalares só aumentou no Brasil

As soluções emergenciais para minimizar o impacto da pandemia no Brasil jogam luz sobre a redução de leitos hospitalares no país ao longo de 10 anos. Segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), 2.127 hospitais privados, com um total de 92.645 leitos, deixaram de operar entre 2010 e 2019. Descontados os estabelecimentos e leitos que abriram no período, o saldo corresponde a um recuo de 11,6% no número de hospitais privados (560 unidades a menos) e de 11,8% em leitos (menos 34.741 unidades). 

No mesmo período, o número de hospitais públicos aumentou 17,1% (355 estabelecimentos) e o de leitos públicos 6,6% (9.200 unidades). O recuo privado não foi compensado pelo pequeno avanço público. Como resultado, o sistema inteiro sofreu redução na oferta. Em 2010, havia 2,23 leitos por mil habitantes - índice muito aquém da média internacional, de 3,2 por mil. Passados 10 anos, há 1,91 leito por mil. 

Para compensar o déficit, hospitais de campanha surgem como solução emergencial para compensar a demanda por leitos. Nas cidades de Fortaleza-CE, Salvador-BA, Brasília-DF, Rio de Janeiro-RJ, São Paulo-SP, Chapecó-SC e Porto Alegre-RS estão em construção esse tipo de instalação. Por outro lado, o mais recente levantamento do Tribunal de Contas da União registra 2.185 unidades de saúde com obras paralisadas no país. A maioria se concentra nos seguintes estados: Bahia, São Paulo, Maranhão, Ceará e Minas Gerais.

Entrevistado
Confederação Nacional de Saúde, Conselho Nacional de Saúde e ministério da Saúde (via assessoria de imprensa)

Contato
cns@saude.gov.br
imprensa.saes@saude.gov.br
www.cnsaude.org.br/fale-conosco

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330