Construção civil imobiliária domina ranking de obras

Líder do ranking, a mineira Direcional Engenharia aposta na construção de edifícios com paredes de concreto para aumentar a produtividade e ter maior volume de obras Crédito: Direcional Engenharia
Líder do ranking, a mineira Direcional Engenharia aposta na construção de edifícios com paredes de concreto para aumentar a produtividade e ter maior volume de obras
Crédito: Direcional Engenharia

Entre as 100 construtoras que mais têm obras em andamento no Brasil, 100% estão ligadas à construção imobiliária - casas, prédios residenciais, edifícios corporativos e galpões industriais. É o que revela o ranking da INTEC do Brasil. Foi a primeira vez que a Construtech mediu o desempenho das empresas que atuam no país. A definição do ranking teve como principal critério o volume de m2 construído nos 12 meses anteriores à apuração de dados para a composição da lista, que foi fechada em maio de 2020. 

As 10 principais construtoras, segundo o ranking, são as seguintes: 1ª Direcional; 2ª Pacaembu; 3ª Toledo Ferrari; 4ª BN Engenharia; 5ª Construtora Tenda; 6ª Grupo Plaenge; 7ª Construtora Cyrela; 8ª Cury Construtora; 9ª MPD; 10ª Caprem. A lista também destaca empresas com atuação regional, que são Thá Engenharia, no Sul; Moura Debeux, no Nordeste; Toledo Ferrari, no Sudeste; Construtora Capital, no Norte, e Consciente Construtora, no Centro-Oeste.

A coordenadora da pesquisa que resultou no ranking, Yanka Alencar, afirma que o objetivo é mostrar também como as construtoras estão inovando e se reinventando, e como elas influenciam a cadeia produtiva e comercial da construção civil. “O volume de metros quadrados é o principal critério, mas também o tipo de empreendimento e a qualidade da obra influenciam na classificação, o que a torna mais justa e acessível para construtoras de todos os portes”, destaca.

Sondagem da CNI também mostra que otimismo está em construtoras do setor imobiliário

Se o ranking da INTEC do Brasil é dominado pela construção civil imobiliária, o mesmo acontece com a mais recente edição da Sondagem da Indústria da Construção, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O boletim de julho mostra que os mais otimistas são exatamente os que atuam em obras do setor imobiliário. Entre os que operam no segmento, a expectativa para os próximos 6 meses está mais próxima da linha dos 50 pontos, que separa o otimismo do pessimismo. 

Isso sinaliza que os empresários esperam estabilidade do nível de atividade (50,1 pontos) e queda menos acentuada no emprego (49,4 pontos), assim como nas compras de matérias-primas (49,5 pontos) e em novos empreendimentos e serviços (48 pontos), já que esses índices estão pouco abaixo dos 50 pontos.  “Embora os indicadores continuem abaixo dos 50 pontos, sinalizando queda, houve uma redução significativa nessa tendência, o que contribuiu para que os empresários estejam mais confiantes, principalmente os do setor imobiliário”, comenta o gerente de análise econômica da CNI, Marcelo Azevedo. 

A Sondagem da Indústria da Construção foi realizada de 1º a 13 de julho, com 453 construtoras e incorporadoras, sendo 159 de pequeno porte, 196 de médio porte e 98 de grande porte.  Essa foi a 3ª alta consecutiva do índice, após quedas em março e abril. Entre a equipe da CNI que elabora a pesquisa, existe a expectativa de que na próxima medição, a ser divulgada em agosto, o otimismo da construção civil já se aproxime da média histórica de 53,5 pontos, alavancada principalmente pela construção civil imobiliária.

Acesse o ranking 2020 das 100 empresas que mais constroem no Brasil

Entrevistado
INTEC do Brasil e Confederação Nacional da Indústria (via assessoria de imprensa)

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ranking@intecbrasil.com.br
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Blocos de concreto bio-reforçado preservam orla marítima

Bloco de concreto bio-reforçado serve de abrigo para vidas marinhas, como algas e crustáceos Crédito: ECOncrete Tech
Bloco de concreto bio-reforçado serve de abrigo para vidas marinhas, como algas e crustáceos
Crédito: ECOncrete Tech

Em Israel, a bióloga-marinha Shimrit Perkol-Finkel juntou-se ao especialista em engenharia verde, Ido Sella, para criar blocos pré-fabricados de concreto que ajudam a conter o avanço do mar sobre orlas de regiões urbanizadas. Eles criaram um material diferente do convencional. Conseguiram um concreto com baixo teor de carbono que, moldado em fôrmas especiais, mimetiza as pedras das costas rochosas, o que facilita a colonização de algas, corais, crustáceos e peixes. A invenção foi batizada de concreto bio-reforçado e em 2019 a revista norte-americana Time colocou a criação israelense entre as 100 melhores invenções do ano. 

O produto também recebeu os prêmios Global Biomimicry Design e Beyond Bauhaus -prototyping the future, pelo excelente desempenho ecológico e estrutural. Segundo Shimrit Perkol-Finkel, as peças podem atender projetos de quebra-mares, diques ou paredões. “Os elementos são produzidos para estabilizar a construção em áreas costeiras. Eles ajudam a controlar a erosão e protegem dutos e cabos submersos. O objetivo é formar paredões ecológicos com unidades modulares pré-moldadas esculpidas e personalizáveis de acordo com os padrões de cada região litorânea", explica a bióloga. O concreto bio-reforçado já está presente em obras na Europa, Ásia e Estados Unidos.

O que diferencia o material é o aditivo desenvolvido e patenteado pela startup do engenheiro Ido Sella e de Shimrit Perkol-Finkel: a ECOncrete Tech. O produto químico é biológico e ajuda a reduzir o risco de ataques de cloretos e outras patologias às estruturas que ficam submersas. Também possibilita uma economia média de 10% de cimento, reduzindo a pegada de carbono das peças pré-fabricadas. A dosagem do aditivo depende de características como salinidade, temperatura média da água e pH. “A composição do concreto é cuidadosamente adaptada a cada projeto, o que influencia também na dosagem do aditivo”, revela Ido Sella.

Projeto busca recuperar o bioma da baía de San Diego, na Califórnia-EUA

Projetos de revitalização de orlas na Ásia, na Europa e na América do Norte já utilizam a criação israelense Crédito: ECOncrete Tech
Projetos de revitalização de orlas na Ásia, na Europa e na América do Norte já utilizam a criação israelense
Crédito: ECOncrete Tech

Recentemente, a startup fundada em 2012, na cidade israelense de Tel Aviv, recebeu um aporte financeiro de 5 milhões de dólares. Os recursos serão utilizados no desenvolvimento do concreto bio-reforçado. “É hora de fazer uma mudança e definir novos padrões ambientais para a construção costeira e marinha. Não queremos interromper o progresso, mas queremos progredir de uma maneira que permita que a vida marinha prospere, usando soluções baseadas na natureza e na engenharia ecológica”, define Shimrit Perkol-Finkel, que em 2019 também ganhou o prêmio Mulheres Inovadoras da União Europeia.

Atualmente, o empreendimento mais importante envolvendo os artefatos da ECOncrete está na baía de San Diego, na Califórnia-EUA. A incubadora de economia azul - termo relacionado à preservação do meio ambiente marinho - do porto de San Diego contratou a empresa israelense para criar uma área de quebra-mares que possa restaurar o ecossistema local, melhorar a qualidade da água do mar na região e permitir um monitoramento ambiental mais abrangente. O contrato foi assinado em julho de 2019 e encontra-se na fase de elaboração do projeto, com atraso causado pela pandemia de COVID-19 nos Estados Unidos.

Veja vídeo sobre o concreto bio-reforçado

Entrevistado
ECOncrete Tech (via assessoria de imprensa)

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Conheça o lado social do pavimento urbano de concreto

Programa “pavimentação comunitária” permite que moradores escolham o tipo de pavimento: blocos de concreto intertravado, concreto ou asfalto Crédito: Prefeitura de São Bento do Sul-SC
Programa “pavimentação comunitária” permite que moradores escolham o tipo de pavimento: blocos de concreto intertravado, concreto ou asfalto
Crédito: Prefeitura de São Bento do Sul-SC

Muito se fala do uso do pavimento de concreto em rodovias ou em grandes projetos urbanos, por causa de vantagens como durabilidade e custo na comparação com o asfalto. Porém, o que pouco se comenta é o aspecto social da pavimentação urbana de concreto. 

No webinar “Pavimento Urbano de Concreto”, os engenheiros civis Diego A. Jaramillo, diretor de pavimentos da Federación Iberoamericana del Hormigón Premezclado (FIHP), e Alexsander Maschio, gerente-regional da ABCP Sul, abordam essa característica do pavimento rígido. “As comunidades querem que suas ruas durem para a vida toda. Além disso, o pavimento de concreto traz para elas a sensação de um ambiente mais limpo, com menos risco de doenças”, diz Jaramillo, que incentiva esse tipo de ação na Colômbia. 

Já Alex Maschio reforçou essa característica do pavimento urbano de concreto, lembrando que a Constituição Federal de 1988, que tem um viés social, propõe que obras públicas tenham durabilidade e austeridade nos custos. “Existem dois princípios, o da eficiência e o da economicidade, que tratam disso”, afirma. 

No caso do princípio da eficiência, fala que é preciso prestar serviço público de forma rápida e eficiente sem onerar os cofres públicos ao ponto de causar desperdícios. Quanto ao princípio da economicidade, ele define que é preciso obter o melhor resultado estratégico possível de uma determinada alocação de recursos financeiros. “Ou seja, são dois princípios legais que vão ao encontro do que o pavimento urbano de concreto oferece na comparação com o pavimento asfáltico”, completa Maschio.

No interior, prefeituras estão rompendo o paradigma do asfalto

Em São Bento do Sul-SC, moradores dividem com a prefeitura o custo da pavimentação de concreto Crédito: Prefeitura de São Bento do Sul-SC
Em São Bento do Sul-SC, moradores dividem com a prefeitura o custo da pavimentação de concreto
Crédito: Prefeitura de São Bento do Sul-SC

A austeridade pregada pela Constituição tem feito prefeitos de cidades do interior romperem o paradigma do asfalto e abrirem espaço para pavimentação urbana de concreto. Alex Maschio citou exemplos que vêm acontecendo principalmente no Paraná e em Santa Catarina. Em Rio Negrinho-SC, a prefeitura licitou 11 ruas com pavimento de concreto; em Ponta Grossa-PR, um loteamento optou por pavimentar as ruas com concreto. 

Também no Paraná, na cidade de Fazenda Rio Grande, será construída uma rua-modelo com pavimento de concreto. Já São Bento do Sul-SC tem um sistema mais consolidado. O programa “pavimentação comunitária” permite que os moradores escolham qual tipo de pavimento preferem em suas ruas: asfalto, concreto ou blocos de concreto intertravado. 

Quando a opção é pelo concreto, a população que adere ao programa em São Bento do Sul-SC contrata e paga a concreteira, enquanto a prefeitura entra com a regularização, a compactação do subleito e a execução da sub-base para receber o pavimento. Para Diego A. Jaramillo, iniciativas como essa são fundamentais para criar uma cultura favorável ao pavimento urbano de concreto. 

Ele cita como exemplo a cidade de Barranquilla, que é a 4ª maior metrópole da Colômbia (cerca de 2 milhões de habitantes) e onde 85% das ruas são pavimentadas com concreto. “Criou-se uma cultura na população e a prefeitura não ousa mudar isso”, diz. O dirigente da FIHP entende que é perfeitamente possível fazer isso em outras localidades, principalmente utilizando a tecnologia conhecida como whitetopping, que é o uso do concreto no recapeamento de pavimento asfáltico. “Hoje é a técnica mais bem-sucedida em bairros de cidades da América Latina”, assegura.

Veja o webinar “Pavimento Urbano de Concreto”

Entrevistado
Reportagem com base nas palestras apresentadas no webinar “Pavimento Urbano de Concreto”, promovido pela Concrete Show

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atendimento.concreteshow@informa.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Pandemia impõe novos desafios à produtividade da construção

Aumento da produtividade na construção civil deve ser antecedido pelo desejo de inovar das empresas Crédito: CBIC
Aumento da produtividade na construção civil deve ser antecedido pelo desejo de inovar das empresas
Crédito: CBIC

Três especialistas em analisar a produtividade da construção civil trataram recentemente dos desafios que a pandemia de COVID-19 vem impondo ao setor. Durante webinar promovido pelo Centro de Inovação em Construção Sustentável da USP (CICS-USP), a pesquisadora e economista da FGV/IBRE, Ana Maria Castelo; o professor da Poli-USP, Ubiraci Espinelli, e o engenheiro civil Luis Henrique Ceotto avaliaram os obstáculos e apontaram caminhos para que a construção civil brasileira alcance níveis de competitividade compatíveis com países europeus e asiáticos, além de Estados Unidos e Canadá.

Para Ana Maria Castelo, preocupa o fato do Brasil produzir nos canteiros de obras apenas 23% do que países de Primeiro Mundo conseguem em seus empreendimentos. Outro dado alarmante é que, na comparação com outros segmentos industriais brasileiros, a construção civil tem produtividade 32% menor. “Em 2015, a FGV mediu a produtividade da construção civil e, de lá para cá, o cenário não melhorou. Pelo contrário, de 2007 a 2018 a produtividade da construção no Brasil registrou queda de 12%. Isso é reflexo também do cenário conjuntural e dos fundamentos da economia”, diz Castelo.

A economista, no entanto, concorda com Ubiraci Espinelli quando constata que existe um número cada vez maior de empresas da construção atentas em melhorar a produtividade através da qualificação da mão de obra e da melhoria de gestão. O resultado, como mostra o professor da Poli-USP, é significativo. Ele acompanha estatísticas relacionadas ao desperdício de materiais nos canteiros de obras desde os anos 1990. Naquela época, os números eram preocupantes. “Comparando dados da virada do século com os atuais, as boas construtoras conseguiram reduzir as perdas de materiais de construção nos canteiros em 50%”, revela.

Para Ubiraci Espinelli, o problema dessa melhoria de produtividade é que ela não é linear, ou seja, não se espalha por todas as construtoras do país. “A produtividade da construção vem evoluindo, porém numa razão menor do que o ideal. No entanto, a percepção é de que, embora o valor médio não tenha tido tendência forte de evolução, é viável melhorá-la. Principalmente, quando há melhoria dos projetos, adequação dos processos e organização nos canteiros de obras”, avalia o professor da Poli-USP, que acrescenta: “Produtividade é uma alavanca para o crescimento do PIB de um país.”

Formato tributário e de financiamento de obras no Brasil não estimula produtividade

O engenheiro civil Luis Henrique Ceotto compreende que o aumento da produtividade na construção civil deve ser antecedido pelo desejo de inovar das empresas. “A inovação é o principal fator de aumento de produtividade em todos os setores da economia. Na construção civil, temos no Brasil hoje toda a tecnologia disponível no mundo, mas não usamos. Insistimos na ideia de empilhar tijolos e nas consequentes práticas construtivas artesanais, muito improdutivas. A inovação que mais precisamos em nosso setor é aquela que concilia essas tecnologias com a estratégia de negócio de cada empresa”, afirma.

Além da inovação, Ceotto salienta que o formato tributário e de financiamento de obras no Brasil precisaria mudar para estimular a produtividade. Para ele, é necessário alcançar a isonomia tributária entre processos artesanais e industrializados. Além disso, o modelo de financiamento imobiliário praticado no país estimula os processos artesanais e de baixa produtividade. “Alta produtividade significa alta velocidade no ciclo de negócios e aumento da velocidade do retorno do capital investido. Quanto menor o ciclo, maior será a rentabilidade, mesmo com margens menores. Além disso, menores ciclos de negócio significam menores riscos e mais assertividade do planejamento estratégico das empresas”, conclui.

Entrevistado
Reportagem com base no webinar “Produtividade na construção civil”, promovido pelo Centro de Inovação em Construção Sustentável da USP (CICS-USP)

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CICS@lme.pcc.usp.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Pesquisa usa bauxita para criar cimento de baixo carbono

Bauxita extraída no Pará deixa 500 mil toneladas por ano de resíduos. Objetivo é usar rejeitos na composição de Cimento Portland Crédito: Hydro
Bauxita extraída no Pará deixa 500 mil toneladas por ano de resíduos. Objetivo é usar rejeitos na composição de Cimento Portland
Crédito: Hydr

A Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria com empresas norueguesas, começou a pesquisar como produzir Cimento Portland de baixo carbono utilizando resíduos de bauxita. O mineral é a matéria-prima do alumínio e as indústrias instaladas no Pará geram 500 mil toneladas por ano de resíduos.

Segundo o professor-doutor Márcio Barata, da área de geologia da UFPA, o objetivo é substituir 35% do calcário pela bauxita na composição do cimento. Com esse percentual, os pesquisadores estimam que a produção de um saco de 50 quilos vai lançar na atmosfera metade do CO2 emitido por um saco de cimento convencional. “Além de liberar menos CO2, temos a expectativa de que o produto terá alta resistência e durabilidade”, diz Barata.

A pesquisa está prevista para durar 18 meses, e o início dos trabalhos vai ocorrer a partir de agosto de 2020. De acordo com o professor-doutor Márcio Barata, o estudo não é apenas tecnológico, mas também de alcance ambiental e econômico. Como a região gera um grande volume de resíduos de bauxita, a projeção é que se possa produzir Cimento Portland com um custo 10% a 15% inferior à média da região norte do Brasil.

A coordenação do estudo será do Laboratório de Tecnologia das Construções da UFPA e envolve outros cinco pesquisadores noruegueses. Essa parceria da Universidade Federal do Pará com os noruegueses vem desde 2013, e nasceu no acordo batizado de Consórcio de Pesquisa em Biodiversidade Brasil-Noruega (BRC). Também participam a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e a Universidade de Oslo. 

Sob o ponto de vista ambiental, a UFPA estima que a aplicação industrial de milhares de toneladas de resíduos de bauxita na produção de Cimento Portland de baixo carbono vai diminuir sensivelmente o risco da região de Barcarena voltar a ser atingida por desastres ambientais, como o de 2018. “Vazamentos desses resíduos podem comprometer os cofres hídricos da região. Diminuindo os depósitos, diminuímos as ameaças ao meio ambiente”, frisa Márcio Barata. Além disso, existe a expectativa de que o uso desses resíduos pela indústria cimenteira possa gerar novos empregos no Pará.

Poli-USP e UFSCar também trabalham para adicionar resíduos de bauxita no cimento

A pesquisa a ser desenvolvida pela UFPA não é inédita. Há pelo menos uma década, o Grupo de Engenharia e Microestrutura de Materiais da Universidade Federal de São Carlos (GEMM-UFSCar) e o Laboratório de Microestrutura e Ecoeficiência de Materiais do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (LME-PCC/Poli-USP) trabalham em estudos sobre Cimento Portland de baixo carbono, substituindo percentuais de calcário por bauxita.

Um dos principais pesquisadores nesta área é o professor-doutor do departamento de engenharia de construção civil da Poli-USP, Rafael Pileggi. Em 2014, no auge de seus estudos, ele deu a seguinte declaração sobre o uso de bauxita no Cimento Portland. “O potencial de utilização do resíduo de bauxita como adição a materiais cimentícios surge em um momento muito oportuno, pois este segmento está buscando rotas alternativas para aumentar a capacidade de produção sem elevar seu impacto ambiental”, afirmou. Agora, com a parceria entre noruegueses e UFPA, a expectativa é que se possa produzir cimento de baixo carbono em escala industrial no Brasil a partir de 2030.

Entrevistado
Universidade Federal do Pará (UFPA) (via assessoria de imprensa)

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Venda online da construção quase dobra na pandemia

Mobilização para incluir o setor como atividade essencial foi decisiva para evitar danos maiores ao varejo da construção Crédito: banco de imagens.
Mobilização para incluir o setor como atividade essencial foi decisiva para evitar danos maiores ao varejo da construção
Crédito: banco de imagens.

Dados trazidos pelo CEO da Juntos Somos Mais, Antonio Serrano, indicam que o comércio online de materiais de construção foi o que mais cresceu durante o período de pandemia de COVID-19. “A L.E.K Consulting mostra que o setor da construção foi o que mais evoluiu do offline para o online neste período. Na pré-pandemia, 24% dos consumidores compravam material de construção online. Hoje, são 42%, ou seja, quase dobrou o percentual”, revela.

A informação foi passada no webinar “Varejo na construção: digitalização e mercado pós-pandemia”, no qual também participou o presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) Geraldo Defalco. O dirigente confirma que as vendas online aceleraram e comprova uma recuperação maior do setor neste início de segundo semestre. “A recuperação das vendas nas duas primeiras semanas de julho foram de 36%”, diz.

Antonio Serrano e Geraldo Defalco destacam que quando a pandemia alterou a rotina do país, em março, houve muita apreensão e incertezas sobre como se comportaria o varejo da construção civil. No entanto, a mobilização para incluir o setor como atividade essencial foi decisiva para evitar uma “quebradeira geral”. “Quando houve a determinação do isolamento social, o varejo de material de construção ainda não havia sido incluso como atividade essencial. Provamos que havia baixo risco de contaminação em nossas lojas e conseguimos a reabertura. Isso nos livrou de uma quebradeira grande”, afirma Defalco.

Venda de cimento se destaca no cenário de recuperação dos negócios 

O CEO da Juntos Somos Mais lembra que entre a última semana de março e 1ª quinzena de abril houve queda de 15% nas vendas de material de construção, na comparação com o período pré-pandemia. “Em maio estabilizou e em junho houve uma forte recuperação. A venda de cimento foi o principal exemplo”, comenta. Segundo dados do SNIC (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento), o volume de Cimento Portland vendido no Brasil em junho cresceu 24,2% em relação ao mesmo período de 2019. Em volume, as vendas de cimento em junho no país somaram 5,2 milhões de toneladas.

Os dirigentes que participaram do webinar estimam que o varejo da construção civil vai conseguir preservar o ambiente de vendas aquecidas na pós-pandemia. “O mercado aponta para vetores positivos: taxas de juros mais baixas da história, venda de imóveis em alta e a autoconstrução, seja residencial ou comercial, também com bastante estímulo. Isso mostra o quanto o setor é resiliente e criativo para vencer as dificuldades”, avalia Antonio Serrano. 

Já Geraldo Defalco mostra que a Anamaco detecta recuperação de 36% nas vendas na segunda semana de julho. “As pessoas estão cuidando mais de suas casas. Além disso, o home office exigiu que buscassem mais espaço nas residências, para conciliar trabalho e vida em família. Isso obrigou a construir ou comprar outro imóvel, o que gera mais vendas de materiais de construção”, finaliza.

Cadastre-se e veja o webinar “Varejo na construção: digitalização e mercado pós-pandemia”

Entrevistado
Reportagem com base nas informações passadas durante o webinar “Varejo na construção: digitalização e mercado pós-pandemia”

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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


UFMG é a que mais cresce em ranking de engenharia civil

Campus da UFMG, em Belo Horizonte - MG: engenharia civil da universidade é a 3ª melhor do país e a 5ª no continente latino-americano Crédito: UFMG
Campus da UFMG, em Belo Horizonte - MG: engenharia civil da universidade é a 3ª melhor do país e a 5ª no continente latino-americano
Crédito: UFMG

Entre as universidades brasileiras que oferecem cursos de graduação em engenharia civil, a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) foi a que mais cresceu na edição 2020 do Times Higher Educacion (THE). O ranking avalia 1.250 universidades em todo o mundo, das quais 166 são do continente latino-americano. A UFMG agora é a 3ª do Brasil no ensino de engenharia civil, atrás de USP (Universidade de São Paulo) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), ambas no estado de São Paulo. 

Em anos anteriores, desde que o Brasil passou a integrar o levantamento internacional, a universidade mineira ocupou 11º (2017), 9º (2018) e 8º (2019) lugares no ranking THE. No continente, a graduação de engenharia civil da UFMG está em 5º lugar, antecedida por Universidade Católica do Chile, USP, Unicamp e Instituto de Tecnologia de Monterrey, no México. No mundo, quem melhor ensina a engenharia civil, segundo o THE, é a Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Em nota divulgada pela assessoria de comunicação da UFMG, a reitora Sandra Regina Goulart Almeida comemora o resultado. “A gente não se move pelos rankings, mas uma notícia como esta tem que se comemorar. Temos nos destacado, cada vez mais, nos cenários nacional e internacional. Isso é fruto do nosso esforço para nos tornarmos referência. A satisfação é grande, como é, também, com relação ao que teremos pela frente. Ciência não se faz de um dia pro outro, tem que ser sustentada. O que colhemos hoje é fruto de investimentos passados”, destaca.

UFSC supera UFRGS e surge como a melhor da região sul em 2020

Liderado pela britânica Oxford, o top 10 do ranking Internacional de engenharia civil é predominado pelas universidades norte-americanas. A lista é completada pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia-EUA, Universidade de Stanford-EUA, MIT (Instituto Tecnológico de Massachusetts-EUA), Universidade de Princeton-EUA, Universidade de Harvard-EUA, Universidade de Yale-EUA, Colégio Imperial de Londres-Reino Unido, Universidade John Hopkins-EUA e Universidade da Califórnia-EUA.

Na América Latina, pelo segundo ano seguido, a Universidade Católica do Chile desponta como a melhor graduação em engenharia civil no ranking THE. Na sequência, depois de USP, Unicamp, Instituto de Tecnologia de Monterrey e UFMG, o top 10 do continente é completado por PUC do Rio, Universidade do Chile, UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Universidade dos Andes, na Colômbia. Já o top 10 brasileiro inclui, além de USP, Unicamp, UFMG, PUC RJ, UFSC e Unesp, as seguintes universidades: UFRGS, UnB, Universidade Federal de Pelotas-RS e UFRJ. 

Na região Sul do Brasil, que engloba os estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o ranking das 10 melhores de 2020 no ensino de engenharia civil, segundo as avaliações do Times Higher Educacion, são: UFSC, UFRGS, Universidade Federal de Pelotas-RS, PUC-RS, Universidade de Caxias do Sul-RS, UFPR (Universidade Federal do Paraná), Universidade Federal de Santa Maria-RS, UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) , UEL (Universidade Estadual de Londrina) e PUC-PR. A Cia. de Cimento Itambé possui convênio com duas delas (UFPR e UTFPR ), além da FAE Curitiba

O ranking do Times Higher Education é elaborado com base em cinco indicadores: ensino, pesquisa, citações, visão internacional e transferência de conhecimento para a indústria. As universidades recebem pontuações para cada um desses critérios, que têm pesos diferentes para a nota final. O Brasil tem 61 instituições de ensino superior listadas no ranking.

Acesse o ranking THE

Entrevistado
Times Higher Educacion (THE) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) (via assessorias de imprensa)

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communications@timeshighereducation.com
assessoriadeimprensa@ufmg.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Sai o Minha Casa Minha Vida, entra o Casa Verde Amarela

Programa Casa Verde Amarela quer evitar erros do MCMV, como a construção de conjuntos habitacionais no meio do nada Crédito: Urbel
Programa Casa Verde Amarela quer evitar erros do MCMV, como a construção de conjuntos habitacionais no meio do nada
Crédito: Urbel

Até setembro de 2020 é aguardado o anúncio oficial do novo programa habitacional brasileiro. Sai o Minha Casa Minha Vida, criado em 2009, e entra o Casa Verde Amarela. O novo plano tem características próprias. Vai buscar regularizar pelo menos 12 milhões de moradias que não possuem escritura e facilitar financiamento para que essas unidades familiares sejam reformadas ou reconstruídas. O plano também terá foco na redução de juros para quem for buscar financiamento imobiliário.

Toda a reformulação do programa está sob a responsabilidade do ministro do Desenvolvimento Regional (MDR), Rogério Marinho. O Casa Verde Amarela também pretende retomar as obras de 100 mil unidades contratadas pelo MCMV, e que estão paralisadas. No entanto, as bases do Minha Casa Minha Vida serão reformuladas. O governo federal não irá mais investir em grandes conjuntos habitacionais, mas estimular as famílias a construírem suas próprias casas legalmente. Desde a aquisição e legalização do terreno, passando pelo projeto de arquitetura e a execução de engenharia.

Outra diferença do Casa Verde Amarela para o Minha Casa Minha Vida será a parceria mais intensa com as prefeituras. O ministro Rogério Marinho afirma que o governo federal vai apoiar os municípios brasileiros em programas de regularização fundiária. Segundo ele, o ministério do Desenvolvimento Regional vai transferir metodologia e recursos para o levantamento social, georreferencial e topográfico das habitações a serem regularizadas. Em seguida, as unidades que puderem ser reformadas ou reconstruídas receberão financiamento da Caixa Econômica Federal.

Brasil tem cerca de 60 milhões de unidades habitacionais irregulares

Rogério Marinho lembra que o Brasil tem cerca de 60 milhões de unidades habitacionais irregulares, porém menos de 1/4 delas são passíveis de serem regularizadas. As demais se encontram em áreas não-edificantes, como encostas, pântanos, margens de rios e áreas de preservação. Para o ministro, o Casa Verde Amarela vai ajudar também nestas desocupações e na proteção ambiental.

O objetivo do governo é que o Casa Verde e Amarela não repita erros que, no entender do ministro, foram cometidos no Minha Casa Minha Vida. Entre eles, a construção de conjuntos habitacionais longe de núcleos urbanos e sem infraestrutura, o que acabou transformando os locais em guetos. “O Minha Casa Minha Vida tem acertos, mas também tem exemplos de como não se deveria fazer um programa habitacional”, diz Rogério Marinho.

Para permitir linhas de financiamento mais baratas para o Casa Verde Amarela, o governo também precisa mexer na política de juros do FGTS. No entender do ministro, se o fundo, que é o maior financiador do sistema financeiro habitacional, tiver juros atrelados à taxa Selic será possível incluir 1 milhão de novas famílias no acesso aos empréstimos habitacionais. Além disso, o MDR e o ministério da Economia estudam políticas diferenciadas para as regiões norte e nordeste do país, onde o déficit habitacional é maior. Nos estados dessas regiões, famílias com renda mensal de até 3 mil reais seriam subsidiadas pelo programa, enquanto nos demais estados o subsídio se limitaria às famílias com renda até 2 mil reais.

Entrevistado
Ministério do Desenvolvimento Regional (via assessoria de imprensa)

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imprensa@mdr.gov.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Medidas da Caixa para estimular construção já chegam a 18

Caixa Econômica acompanha movimento da crise causada pela pandemia e busca manter ritmo das obras habitacionais em todo o país Crédito: Agência Brasil
Caixa Econômica acompanha movimento da crise causada pela pandemia e busca manter ritmo das obras habitacionais em todo o país
Crédito: Agência Brasil

Desde março, quando a pandemia de Coronavírus chegou efetivamente ao Brasil, a Caixa Econômica Federal já anunciou 18 medidas de estímulo à construção civil e ao financiamento imobiliário. As iniciativas vão desde pausa nos pagamentos da prestação da casa própria até facilidades para que os construtores captem dinheiro para tocar suas obras. Novas medidas virão, promete o banco, que agora decidiu criar mecanismos para diminuir a burocracia na compra do imóvel.

Entre elas, o registro eletrônico de escrituras e a inclusão dos custos com cartório e Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) no financiamento imobiliário. Com o registro eletrônico, a operação junto aos cartórios, que levava 45 dias, agora será realizada em 5 dias. Além de dispensar a necessidade de encaminhar o contrato físico, o procedimento traz benefícios para construtores e clientes que não têm mais que se deslocar para assinaturas de documentos. 

Quanto ao financiamento de custas e gastos do ITBI, a medida vale para todas as operações residenciais que utilizem recursos do FGTS e do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), e para imóveis com valor de avaliação até 1,5 milhão de reais. Atualmente, esse imposto é pago exclusivamente pelo cliente nos trâmites de registro do contrato de financiamento habitacional. O custo equivale de 2% a 5% do valor do imóvel e a variação percentual depende das custas cartoriais praticadas em cada região do país.

O mais recente pacote de incentivo da Caixa atende também os construtores. As empresas ganham maior flexibilidade na comercialização mínima, que antes era de 30% e agora passa a ser 15% das unidades. Isso para novos empreendimentos. Com essas medidas, a Caixa tem a expectativa de viabilizar 1.280 novos empreendimentos, o que representa mais 156 mil moradias e 485 mil empregos diretos e indiretos na construção civil. 

Confira todas as medidas de estímulo à construção civil imobiliária, desde a chegada da pandemia no Brasil.

Construtoras:

1. Lançamento da linha de crédito atrelada à inflação, com juros de 3,79% ao ano para clientes e 7,80% (taxa de balcão).

2. Redução dos juros na linha tradicional, atrelada à Taxa Referencial (TR), para 6,5% (clientes) e 11,75% (taxa de balcão).

3. Antecipação de até 20% do financiamento para dar início às obras. Nos empreendimentos em andamento e sem atrasos no cronograma, o banco garante 3 meses de recursos para a continuidade das obras.

4. Pausa no pagamento: suspensão de pagamento do empréstimo à produção por até 90 dias, para clientes adimplentes ou com até duas parcelas em atraso, incluindo os contratos em obra.

5. Pagamento parcial da prestação do financiamento, por até 90 dias, para os clientes adimplentes ou com até duas parcelas em atraso.

6. Carência: inclusão ou prorrogação de carência por até 180 dias para os projetos com obras concluídas e em fase de amortização.

7. Prorrogação de obras: possibilidade de adiar o início das obras por até 180 dias e reformulação do cronograma, nos casos de contingências na execução por questões decorrentes da pandemia.

8. Registro eletrônico de contratos, o que vai permitir redução do tempo médio do registro de 45 dias para 5 dias.

9. Possibilidade de utilizar recursos obtidos com a venda de unidades para pagar juros do financiamento do empreendimento.

10. Flexibilidade da exigência mínima de 30% da execução da obra e da venda de unidades para 15%, a fim de liberação do financiamento.

Clientes:

1. Lançamento da linha de financiamento com juros fixos de 8% ao ano para clientes do banco e 9,75% (taxa de balcão).

2. Pausa no pagamento das prestações do financiamento por até 60 dias.

3. Pausa no pagamento das prestações: ampliação por mais 30 dias (totalizando 90 dias).

4. Possibilidade para que clientes com até duas parcelas em atraso possam optar pelo pagamento parcial da prestação do financiamento, por 90 dias.

5. Construção individual: liberação antecipada de duas prestações, sem a vistoria.

6. Carência: prazo de 180 dias para o início do pagamento da primeira prestação em novos contratos.

7. Pausa no pagamento: ampliação por mais 30 dias (totalizando 120 dias).

8. Custos com cartório e ITBI: inclusão desses custos extras nos novos financiamentos.

Veja como a indústria da construção recebe as medidas da Caixa

Entrevistado
Caixa Econômica Federal (via assessoria de imprensa)

Contato
imprensa@caixa.gov.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Design de decoração se redefine e prioriza o concreto

Brutalismo do concreto deixa as fachadas e se une ao cimento queimado na decoração de interiores Crédito: banco de imagens
Brutalismo do concreto deixa as fachadas e se une ao cimento queimado na decoração de interiores
Crédito: banco de imagens

A decoração de interiores se redefine no “novo normal”. Arquitetos têm dado preferência ao concreto aparente, ao cimento queimado e aos revestimentos que imitam o material. Por duas razões: os tons acinzentados dominam as tendências de design para 2020 e a superfície do concreto, segundo testes em laboratório, é uma das mais letais ao Coronavírus  - o microorganismo resiste poucos minutos ao contato, diferentemente do aço e do plástico, por exemplo, onde a sobrevivência pode chegar a horas.

A tendência pelo concreto não se restringe a paredes e pisos. Abrange também os equipamentos funcionais da casa. É o que mostra uma linha de interruptores de luz, tomadas e soquetes criada na Hungria. Ela substitui o plástico e o metal por elementos à base de cimento. Quem projetou foi o escritório Sekhina, para quem, além da estética inovadora, as peças de acabamento reforçam também a segurança do ambiente. “O concreto é apropriado para interruptores e tomadas por causa de suas propriedades isolantes e não-inflamáveis”, diz o idealizador dos objetos, o designer Gábor Kasza.

Interruptor de luz feito à base de cimento: durabilidade acompanha a vida útil do projeto Crédito: Sekhina
Interruptor de luz feito à base de cimento: durabilidade acompanha a vida útil do projeto
Crédito: Sekhina

Os artefatos à base de cimento também têm vida útil altamente prolongada na comparação com os elementos de plástico ou metal usados tradicionalmente nas instalações elétricas. “É como usar um copo de vidro e utilizar copos descartáveis. Os interruptores de concreto vão acompanhar a vida útil de projeto de uma casa. Se ela foi projetada para durar 50 anos, eles vão funcionar por 50 anos,diferente-mente das peças plásticas, mais comuns nos terminais elétricos das residências”, define o designer, que busca investidores para produzir em escala industrial na Europa.

Segundo arquitetos, cor do cimento remete a uma decoração sustentável

Plug para tomada é mais seguro quando aproveita as propriedades de isolamento e não-inflamáveis do concreto Crédito: Sekhina
Plug para tomada é mais seguro quando aproveita as propriedades de isolamento e não-inflamáveis do concreto
Crédito: Sekhina

Além de peças funcionais para a casa, o concreto intensifica a presença no design de móveis, objetos de decoração e até utensílios domésticos. Foi o que pode ser visto na edição 2020 da Expo Revestir, realizada no começo de março - dias antes da pandemia de COVID-19 ser detectada no Brasil e inviabilizar outras feiras e congressos. No evento, os elementos à base de cimento e na cor do concreto predo-minaram. Da mesma forma, o tom cinza característico do material influencia as tintas em 2020. Para os arquitetos, a cor remete a uma decoração sustentável, que será o conceito-chave no decênio que está começando.

Soquetes de concreto também são artefatos que podem substituir os de plástico e de metal Crédito: Sekhina
Soquetes de concreto também são artefatos que podem substituir os de plástico e de metal
Crédito: Sekhina

A tendência já tem até nome: “Padrão Béton”. Porém, o uso do concreto aparente em estruturas externas ou na decoração de interiores não é novo. Tem a influência da tradicional escola de design alemã Bauhaus. No Brasil, ela se juntou ao Brutalismo - movimento arquitetônico que surgiu nos anos 1950 e do qual Oscar Niemeyer foi um de seus principais nomes. Vem do francês Béton Brut (concreto bruto). Linhas retas, materiais pesados e acabamento rústico predominam no trabalho do arquiteto e podem ser vistos não apenas em Brasília, mas em uma série de prédios públicos, igrejas, museus e universidades construídos na metade do século passado no país e em outras nações.

Veja vídeo dos artefatos funcionais da húngara Sekhina

Entrevistado
Escritório de design Sekhina e Expo Revestir (via assessorias de imprensa)

Contato
hello@sekhina.com
imprensa01@exporevestir.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330