Cingapura constrói prédio mais alto do mundo em pré-fabricado

Cada prédio terá 1.074 unidades residenciais e nos andares 19 e 36 haverá grandes vãos para abrigar terraços verdes a céu aberto
 Crédito: ADDP
Cada prédio terá 1.074 unidades residenciais e nos andares 19 e 36 haverá grandes vãos para abrigar terraços verdes a céu aberto

Crédito: ADDP

Duas torres residenciais, cada uma com 56 pavimentos, serão os prédios mais altos do mundo construídos com elementos pré-fabricados de concreto. Os projetos arquitetônicos e estruturais são do escritório ADDP Architects e a execução da obra acontecerá em Cingapura. Os edifícios atingirão mais de 200 metros de altura, contando hall de entrada, andares para área técnica e cobertura. Todas as peças para a montagem dos prédios serão fabricadas em ambiente industrializado e transportadas até o canteiro de obras.

Estima-se que a obra empregue 40% menos mão de obra que uma construção convencional. O projeto arquitetônico já contempla um novo modelo de construção em período de pandemia. “O conceito live-work-play (viver-trabalhar-divertir) atende aquilo que as famílias buscam, que é estar em casa 24 horas por dia”, explica Markus Cheng Thuan Hann, sócio da ADDP Architects. Cada prédio terá 1.074 unidades residenciais e nos andares 19 e 36 haverá grandes vãos para abrigar terraços verdes a céu aberto.

Na construção dos prédios será empregada a tecnologia Prefabricated Prefinished Volumetric Construction (PPVC) (Construção Volumétrica Pré-fabricada). Diferentemente dos sistemas de pré-fabricação convencionais, em que após erguer a estrutura da edificação vem a etapa da montagem das paredes e depois se busca a fase de acabamento, na PPVC a construção é feita por módulos que se encaixam. Salas, quartos, banheiros, cozinhas, lavabos e áreas de serviço chegam montadas no canteiro de obras, incluindo instalações hidrossanitárias, elétrica, janelas e tratamento termoacústico das paredes.

“Cada módulo chegará 80% pronto no canteiro de obras, incluindo impermeabilização, azulejos, pintura, vidros, armários, encanamentos, eletricidade, escadas, fossos de elevadores e outras estruturas. Isso reduzirá muito o tempo de construção e também o desperdício de material. Além de assegurar melhor controle dos processos de produção e de logística. Também haverá um aumento da segurança no local da obra, pois a montagem dos edifícios minimiza a poluição sonora, o volume de poeira e também preserva a saúde no local da obra”, confirma Markus Cheng Thuan Hann.

Torre no Bahrein, com 165 metros de altura, é atualmente a maior com tecnologia pré-fabricada

Tecnologia Prefabricated Prefinished Volumetric Construction (PPVC) (Construção Volumétrica Pré-fabricada) utiliza módulos que se encaixam
 Crédito: Banco de Imagens
Tecnologia Prefabricated Prefinished Volumetric Construction (PPVC) (Construção Volumétrica Pré-fabricada) utiliza módulos que se encaixam

Crédito: Banco de Imagens

As duas torres farão parte do condomínio Avenue South Residence e atendem a nova política habitacional de Cingapura, que determina melhora da produtividade da construção civil em 40%. Os edifícios não só se tornarão os maiores do mundo em construção industrializada do concreto como irão superar em altura o Clement Canopy, que tem 140 metros e atualmente é o maior da cidade-estado construído com a tecnologia de pré-fabricados. No mundo, o maior prédio erguido com esse sistema é o The Breaker Tower, no Bahrein, com 165 metros.

No ENECE 2019 (Encontro Nacional de Engenharia e Consultoria Estrutural) o engenheiro-projetista britânico George Jones, coordenador do GT 6.7 (grupo de trabalho) de Edifícios Altos Pré-Fabricados da fib (International Federation for Structural Concrete), disse que atualmente a tecnologia pode viabilizar torres com até 300 metros de altura, com ampla segurança.

Entrevistado
ADDP Architects (via assessoria de imprensa)

Contato
admin@addp.sg

 

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Itália inaugura ponte com alta tecnologia em Gênova

Visão noturna da ponte San Giorgio, em Gênova-Itália: 95% da energia consumida pela obra de arte será fornecida por placas fotovoltaicas
 Crédito: WeBuild e Fincantieri Infrastructure
Visão noturna da ponte San Giorgio, em Gênova-Itália: 95% da energia consumida pela obra de arte será fornecida por placas fotovoltaicas

Crédito: WeBuild e Fincantieri Infrastructure

A ponte San Giorgio foi inaugurada dia 3 de agosto, em Gênova-Itália. Ela substitui a ponte Morandi, que colapsou há 2 anos após uma série de problemas estruturais. O desabamento causou a morte de 43 pessoas e ocorreu em 14 de agosto de 2018. A execução da nova ponte aconteceu em tempo recorde no país. As obras iniciaram em novembro do mesmo ano e envolveram 500 trabalhadores atuando ininterruptamente, mesmo no período de pandemia que paralisou a Itália.

A San Giorgio tem a alta tecnologia como marca. Construída com estrutura mista (aço e concreto) a obra de arte produzirá 95% da energia que irá

Com pilares construídos em formato elíptico, ponte interrompe o mínimo possível a insolação nas edificações do entorno
 Crédito: WeBuild e Fincantieri Infrastructure
Com pilares construídos em formato elíptico, ponte interrompe o mínimo possível a insolação nas edificações do entorno

Crédito: WeBuild e Fincantieri Infrastructure

consumir, através de placas fotovoltaicas. Também possui sensores em seus pilares, vigas e tabuleiro, que são monitorados por robôs durante 24 horas. A ponte com 1.067 metros de extensão tem design aerodinâmico, para resistir a tempestades e vendavais, além de escudos anti-ruídos em suas laterais.

Outra característica da ponte é que seus pilares construídos com formato elíptico interrompem o mínimo possível a insolação nas edificações do entorno. Com projeto do arquiteto italiano Renzo Piano, a obra de arte sobre o rio Polcevera tem seu tabuleiro sustentado por 18 esguios pilares de concreto armado, separados por 50 metros um do outro. Exceto no vão central, onde a distância entre os pilares é de 100 metros. Nesse setor, a ponte atinge seu ponto mais alto e fica a 40 metros do solo.

Estrutura foi construída em tempo recorde na Itália, com as obras em andamento mesmo quando o país entrou em lockdown por causa da pandemia de COVID-19
 Crédito: WeBuild e Fincantieri Infrastructure
Estrutura foi construída em tempo recorde na Itália, com as obras em andamento mesmo quando o país entrou em lockdown por causa da pandemia de COVID-19

Crédito: WeBuild e Fincantieri Infrastructure

A ponte foi construída com capital privado, através de joint venture entre as empreiteiras WeBuild e Fincantieri Infrastructure, a um custo de 202 milhões de euros (quase 1,3 bilhão de reais). Pedagiada, ela é parte da principal rota de ligação entre Itália e França. Genovês, Renzo Piano ofereceu gratuitamente à sua cidade-natal o projeto arquitetônico da San Giorgio. A estrutura está aberta ao tráfego de veículos desde 5 de agosto. Para sua construção foram produzidos 67 mil m3 de concreto.

Brasil ganha norma técnica para pontes construídas com sistemas mistos

No Brasil, estruturas como as da Itália podem vir a ser construídas, principalmente depois de publicada a inédita norma ABNT NBR 16694 - Projeto de

Placas de aço colocadas abaixo do tabuleiro garantem aerodinâmica para que a ponte resista a tempestades e vendavais
 Crédito: WeBuild e Fincantieri Infrastructure
Placas de aço colocadas abaixo do tabuleiro garantem aerodinâmica para que a ponte resista a tempestades e vendavais

Crédito: WeBuild e Fincantieri Infrastructure

pontes rodoviárias de aço e mistas de aço e concreto. A norma estabelece os requisitos básicos para o projeto de estruturas de pontes e viadutos com sistemas mistos (concreto e aço). Seu texto se baseia nos métodos dos estados limites e todo o trabalho em cima da norma foi desenvolvido pela comissão de estudos de pontes de aço, vinculado ao comitê ABNT/CB-02 (Comitê Brasileiro da Construção Civil). Os coordenadores da norma foram os engenheiros civis Fernando Ottoboni Pinho e Zacarias Chamberlain.

 

 

Entenda a norma técnica ABNT NBR 16694

Entrevistado
WeBuild e Fincantieri Infrastructure, empreiteiras responsáveis pela execução da ponte San Giorgio

Contato
info@webuildgroup.com
press.office@fincantieri.it

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Quer empreender na engenharia? Veja dicas para atrair clientes

Captar clientes é a fase mais desafiadora na carreira do engenheiro civil que se propõe a empreender 
Crédito: Banco de Imagens
Captar clientes é a fase mais desafiadora na carreira do engenheiro civil que se propõe a empreender

Crédito: Banco de Imagens

Vencida a etapa para abrir uma empresa de engenharia, seja ela para atuar em projetos, construções, reformas, laudos ou perícias, eis que chega a fase mais desafiadora: captar clientes. Não existe fórmula perfeita para se atingir essa meta, mas há caminhos trilhados por empreendedores que colheram bons resultados, e que servem de exemplo. O engenheiro civil e YouTuber Alex Wetler pesquisou as melhores soluções e as resumiu em 10 estratégias para captação de clientes na engenharia. Muitas são simples, de fácil execução, e que podem ajudar principalmente engenheiros civis e arquitetos empreendedores que estão iniciando a carreira profissional ou aqueles que buscam ampliar a carteira de clientes.

Confira as 10 estratégias

Mídias sociais
Quem não está na internet declina de impulsionar seu negócio. Por quê? Os clientes estão nas mídias sociais e para atingi-los é importante oferecer conteúdo que desperte o interesse. Eles associam conteúdo de qualidade com conhecimento e autoridade. O raciocínio é o seguinte: se essa empresa ou profissional gera conteúdo bom, é porque ela conhece de sua especialidade e vale a pena contratá-la.
Panfletos
Estratégia simples, mas que ainda traz resultado. Por quê? Segundo os mais recentes dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad Contínua TIC), 1 em cada 4 brasileiros ainda não tem acesso à internet. Esse é um público que pode ser alcançado por panfletos. Mas é importante levar em conta a lei 20/80 (Lei de Pareto) na elaboração da mensagem. Tem que ser direto, com um bom gancho sobre o serviço prestado, capaz de atingir pelo menos 20% dos que receberem o panfleto.
Google ADS
O Google é a principal plataforma de busca do mundo. Com o Google ADS, a ferramenta se torna parceira para divulgar seu trabalho e sua empresa, através de anúncios segmentados. Ela permite atingir o público que está em busca do serviço a ser prestado.
Visitas a grandes obras
Empreendimentos de grande porte costumam terceirizar serviços dentro do canteiro de obras. Com uma empresa regularizada, é possível participar das cotações, no caso das obras privadas, ou licitações, se for uma obra pública.
Boca a boca
Serviços bem prestados levam o cliente a indicar seu trabalho para outro cliente, e assim sucessivamente.
Jornal de bairro
Essa mídia tradicional tem custos menores do que publicar anúncios em jornais de grande circulação, e é possível alcançar clientes com mais rapidez. Um exemplo: imagine um bairro que esteja passando por expansão imobiliária e recebendo benfeitorias público-privadas. Quem adquirir um imóvel na localidade pode precisar de serviços da construção civil. Com o anúncio no jornal que circula na região, as chances de ser visto são maiores.
Cartão de visitas
Um cartão de visita bem organizado e esteticamente atraente pode gerar melhor impressão no cliente do que qualquer endereço de site ou conta de mídia social. Além da primeira impressão positiva, o cartão de visitas tem outras 3 qualidades: o baixo custo, abre janelas de oportunidades para negócios e ajuda a construir a marca da empresa.
Lojas de materiais de construção
Manter contato com esses estabelecimentos é um bom caminho para atrair clientes. É possível conversar com o dono da loja para deixar panfletos e cartões de visita no balcão, acessível a quem estiver procurando um serviço de engenharia civil ou de arquitetura.
Obra com qualidade
Quem busca o serviço da construção civil espera por um resultado final que o satisfaça. Uma obra bem construída, por si só, serve de chamariz para atrair outros clientes.
Síndico
Se a obra em um condomínio for bem feita, o potencial de o síndico sugerir o nome da empresa para outros condomínios é grande.

Assista ao vídeo sobre as 10 estratégias para atrair clientes

Entrevistado
Engenheiro civil e YouTuber Alex Wetler, empreendedor da construção civil

Contato
contato@alexwetler.com.br
www.alexwetler.com.br

 

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Projeto no RN constrói 1ª casa do Brasil com impressora 3D

Estrutura da casa foi construída ao longo de 7 meses, mas pesquisadores trabalham para replicar modelo em 24 horas
 Crédito: 3DHomeConstruction
Estrutura da casa foi construída ao longo de 7 meses, mas pesquisadores trabalham para replicar modelo em 24 horas

Crédito: 3DHomeConstruction

A primeira casa do Brasil construída com a tecnologia de impressão 3D já é realidade no município de Macaíba, no Rio Grande do Norte. Sob a orientação do professor-doutor André Felipe Oliveira de Azevedo Dantas, os engenheiros civis Allynson Aarão César Xavier e Iago Felipe Domingos da Silva, vinculados à Universidade Potiguar (UnP), viabilizaram o processo de impressão utilizando concreto como matéria-prima. Os três também se envolveram com a construção da impressora, ao longo de um projeto que começou há 3 anos. Nesse desenvolvimento, o trio teve o apoio do centro de excelência em pesquisa aplicada da UnP.

A etapa da impressão das paredes estruturais de uma casa com 66,32 m2 se estendeu por quase 7 meses. Ao longo dessa fase foi necessária uma série de ajustes. A impressão ocorreu em local aberto, o que fez com que as mudanças climáticas interferissem no desempenho da máquina. Os engenheiros também precisaram atingir a composição correta do concreto para que pudesse ser bombeado até a impressora. Sem contar que o equipamento passou por vários consertos ao longo da execução do projeto.

O grau de confiabilidade do composto cimentício para alimentar a impressora 3D foi conseguido após 6 meses. Para alcançar a especificação ideal, os pesquisadores contaram com o apoio da equipe de pós-graduação em engenharia de materiais da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte). O software da máquina replica tecnologia consagrada pela chinesa Win Sun e pela russa Apis e lê as seguintes características do concreto: traço, viscosidade, composição e resistência.

André Felipe, Allynson Xavier e Iago da Silva: os idealizadores da impressora e do primeiro projeto brasileiro de construção com impressão 3D 
Crédito: 3DHomeConstruction
André Felipe, Allynson Xavier e Iago da Silva: os idealizadores da impressora e do primeiro projeto brasileiro de construção com impressão 3D

Crédito: 3DHomeConstruction

A casa construída em Macaíba-RN atende padrões de habitação de interesse social (HIS). Os engenheiros civis envolvidos com o projeto estimam que no prazo de 1 ano a tecnologia esteja apta para construir a estrutura de uma casa em 24 horas. A impressora montada na UnP é capaz de construir uma moradia de até 200 m2. O equipamento tem 3 m de altura, 7,6m de largura, e 12 m de comprimento. Segundo o professor-doutor André Felipe Oliveira de Azevedo Dantas, a economia de materiais, custos e mão de obra para viabilizar a casa-protótipo chegou a 30%. “Podemos impactar fortemente o nosso país com um modelo de produtividade diferenciado, diminuindo custos e maximizando lucros”, avalia.

Custo do m2 para construir a casa ficou em torno de 50 reais, mas pode baixar

Considerando apenas a fase de impressão, o custo do m2 para construir a casa ficou em torno de 50 reais. Os pesquisadores, no entanto, asseguram que esse valor pode ser reduzido. “O próximo passo é conseguir investimento para desenvolver a tecnologia, aumentando sua precisão e confiabilidade. Também buscamos criar um modelo de negócio que coloque o produto no mercado, de forma competitiva, e também para dentro das universidades, como instrumento de pesquisa”, diz Allynson Xavier.

Algumas das principais empresas que desenvolvem a tecnologia de impressão 3D fora do Brasil já possuem investimento mensal na ordem de 30 milhões de dólares (cerca de 150 milhões de reais). “Acreditamos que o futuro da construção está nos projetos híbridos, onde a impressão 3D entra como ferramenta para aumentar a produtividade da construção em escala, no caso dos projetos de habitação popular, e também com a precisão para os projetos de alta complexidade geométrica, no caso das edificações de alto padrão”, definem os pesquisadores.

Veja time-lapse da construção casa com impressão 3D

Entrevistado
Professor-doutor André Felipe Oliveira de Azevedo Dantas, do departamento de engenharia civil da Universidade Potiguar, e engenheiros civis Allynson Aarão César Xavier e Iago Felipe Domingos da Silva

Contato
andre.dantas@unp.br
www.instagram.com/3dhomeconstruction/

 

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Futuro das pontes está no concreto de ultra-alto desempenho

Conexões entre pilares e vigas construídas com CUAD se mostram eficazes para aumentar a resistência de pontes. Crédito: FIU
Conexões entre pilares e vigas construídas com CUAD se mostram eficazes para aumentar a resistência de pontes.
Crédito: FIU

Chefe do departamento de engenharia civil da Universidade Internacional da Flórida (Florida International University [FIU]), o professor-doutor Atorod Azizinamini participou recentemente de webinar para explicar a tecnologia da qual está à frente, e que utiliza o concreto de ultra-alto desempenho (CUAD) na recuperação de pontes antigas e na construção de novas obras de arte. O encontro foi promovido pelo Instituto de Engenharia, Ibracon (Instituto Brasileiro do Concreto) e Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada do Concreto).

O CUAD, que em inglês recebe a abreviatura de UHPC (ultra-high performance concrete) tem sido utilizado em dois tipos de obras nos Estados Unidos: na recuperação de pilares de pontes e na construção de pilares sem a utilização de fôrmas. No primeiro caso, os pilares de pontes antigas, algumas com mais de 50 anos, são recobertos com camadas de concreto de ultra-alto desempenho. Nos testes, as estruturas revestidas foram submetidas a cargas laterais axiais e cíclicas verticais constantes e o resultado mostrou que houve aumento de resistência dos elementos. 

Quanto às pontes novas, a FIU desenvolveu fôrmas pré-fabricadas de CUAD. Quando prontas, são transportadas ao local da obra e montadas. Depois, recebem preenchimento com concreto armado, formando a estrutura do pilar. A tecnologia, além de dar maior resistência às estruturas, acelera o processo de construção, pois elimina a etapa de montagem e desmontagem de fôrmas. De acordo com Atorod Azizinamini, além de melhorar o desempenho estrutural, os elementos pré-fabricados de concreto de ultra-alto desempenho atuam como uma camada protetora em ambientes agressivos.

O professor-doutor da FIU também mostrou no webinar a eficácia da aplicação do CUAD nas conexões entre pilares e vigas. Da mesma forma, o material é eficaz para a construção de tabuleiros. Mas não para por aí a utilização do concreto de ultra-alto desempenho. Ele se revela também altamente competente para o uso em impressoras 3D e para o concreto projetado. “No revestimento de túneis, o uso de concreto projetado convencional requer camadas de até 15 centímetros. Já com o UHPC, essa camada pode ser de 3 centímetros”, explica Atorod Azizinamini.

Pré-fabricação só tem a ganhar com o uso do UHPC, diz especialista

Tabuleiro com elementos pré-fabricados de concreto de ultra-alto desempenho: material atende vários requisitos para construção de pontes Crédito: FIU
Tabuleiro com elementos pré-fabricados de concreto de ultra-alto desempenho: material atende vários requisitos para construção de pontes
Crédito: FIU

Segundo a Administração Federal de Rodovias (FHWA) - agência ligada ao Departamento de Transportes dos EUA - aproximadamente 200 pontes nos Estados Unidos já utilizam algum componente de concreto de ultra-alto desempenho em suas estruturas. Sejam construções novas ou que passaram por processo de recuperação. Também cresce o número de pontes pré-fabricadas que utilizam o material. “A pré-fabricação só tem a ganhar com o uso do UHPC”, estima Atorod Azizinamini. Uma das razões, é que o CUAD pode atender expectativa de vida útil de 200 anos ou mais, mesmo em ambientes exigentes, e alcançar facilmente resistências superiores a 150 MPa.

Outro detalhe abordado no webinar pelo professor-doutor da FIU é que o preço do m3 do concreto de ultra-alto desempenho vem baixando ano a ano nos Estados Unidos. Hoje é possível encontrá-lo com valores entre 900 e 1.000 dólares. No começo de sua aplicação, o m3 chegava a custar 5.000 dólares. Apesar do valor ainda elevado, o CUAD pode gerar economia no tempo de execução de obras de arte, no consumo de agregados, além de requerer menos vergalhões em seus elementos - de 5% a 10% a menos, dependendo do tipo de estrutura. “Não tenho dúvida de que o futuro das pontes está no concreto de ultra-alto desempenho”, atesta Atorod Azizinamini. 

Assista ao webinar com o professor-doutor Atorod Azizinamini (requer conhecimento do inglês)

Entrevistado
Reportagem com base no webinar “Utilização de UHPC em pontes norte-americanas”, com o professor-doutor Atorod Azizinamini, promovido pelo Instituto de Engenharia, Ibracon e Abcic

Contato
aazizina@fiu.edu

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Infraestrutura pode gerar 2 milhões de empregos até 2023

Trecho duplicado da BR-381, entre Belo Horizonte-MG e Governador Valadares-MG: pavimento de concreto também é contemplado nas obras de infraestrutura rodoviária propostas pelo ministro Tarcísio Gomes de Freitas Crédito: MInfraestrutura
Trecho duplicado da BR-381, entre Belo Horizonte-MG e Governador Valadares-MG: pavimento de concreto também é contemplado nas obras de infraestrutura rodoviária propostas pelo ministro Tarcísio Gomes de Freitas
Crédito: MInfraestrutura

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, apresentou um plano ousado para colocar em execução 153 obras públicas de grande porte. A proposta envolve projetos rodoviários, ferroviários, aquaviários e aeroportuários. O objetivo é que esses empreendimentos aconteçam no triênio 2021-2022-2023. Se o plano se materializar, o ministério avalia que a construção civil poderá incorporar 2 milhões de vagas no período. É praticamente o mesmo número de empregos diretos que o setor gera atualmente (2,1 milhões). 

Entre as 153 obras propostas, estão 71 empreendimentos rodoviários, 7 ferroviários, 45 aquaviários e 30 aeroportuários. Destacam-se o segundo trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), no interior da Bahia; a duplicação de mais lotes da BR-381, entre Belo Horizonte-MG e Governador Valadares-MG; a repavimentação da BR-319, entre Porto Velho-RO e Manaus-AM; a implantação da Avenida Perimetral, em Santos-SP; o derrocamento do Pedral do Lourenço-PA, na hidrovia Araguaia-Tocantins, além de reformas em 16 aeroportos regionais e no terminal de passageiros de Campo Grande-MS.

As 153 obras que estão no escopo do ministério da Infraestrutura dependem de dotação orçamentária de 40,4 bilhões de reais até 2023. Mas Tarcísio Gomes de Freitas deixa claro que a lista de obras e os recursos para viabilizá-las não englobam a carteira de concessões, cujo volume de investimentos pode chegar a 230 bilhões de reais. O ministro também se mostra confiante em atrair o capital privado para essas privatizações, apesar do quadro recessivo causado pela pandemia de COVID-19.  

Ministério da Infraestrutura atua em várias frentes para atrair investimento privado

“A confiança vem de 4 pilares: portfólio extenso de projetos. Só de rodovias são 17 mil quilômetros. Além disso, são ativos de qualidade, como a Via Dutra (rodovia que liga Rio de Janeiro e São Paulo), o porto de Santos, os aeroportos Santos Dumont e Congonhas e as estradas do Paraná. Também pesa a sofisticação da estruturação dos projetos, que virão acompanhadas de altas taxas de retorno”, afirma.

Ministro Tarcísio Gomes de Freitas: em plena pandemia, inauguração de obras não para. Crédito: MInfraestrutura
Ministro Tarcísio Gomes de Freitas: em plena pandemia, inauguração de obras não para.
Crédito: MInfraestrutura

Tarcísio Gomes de Freitas ainda destaca que o ministério da Infraestrutura tem atuado para desburocratizar as licenças para a execução de obras e ampliar a segurança jurídica ao capital privado interessado em investir. Entre as medidas, estão simplificação de licenças ambientais, nova lei geral de concessões e PPPs, nova lei de licitações e novo marco legal das ferrovias. Algumas dessas propostas já tramitam no Congresso Nacional e outras estão com textos em análise pela Casa Civil, a fim de que possam ser encaminhadas ao legislativo. 

Outro procedimento novo do ministério da Infraestrutura é que nenhum projeto sai do papel sem antes receber o aval do Tribunal de Contas da União. Isso evita paralisações futuras, sobrepreços e minimiza o risco de corrupção em obras públicas. Neste ritmo, o ministro conseguiu, só no período da pandemia (desde março de2020) entregar mais de 20 obras. “Houve investimento de 3,6 bilhões de reais no 1º semestre, sem ferir pilares fiscais”, assegura.

Veja as principais obras entregues no período de pandemia
BR-101, em Sergipe - 9 km de duplicação.
BR-101, na Bahia – 15 km de duplicação.
BR-381, em Minas Gerais -21 km de duplicação.
Nova sala de embarque do aeroporto de Navegantes, em Santa Catarina.
Construção de Instalação Portuária Pública de Pequeno Porte, no Amazonas.
BR-367, em Minas Gerais - adequação de ponte.
BR-116, no Rio Grande do Sul - 27 km de duplicação.
BR-080, em Goiás - 8 km de adequação.
Ampliação do aeroporto de Fortaleza, no Ceará.
BR-163, no Paraná - 8,3 km de duplicação.
Ampliação do terminal de contêineres de Salvador, na Bahia.
BR-392, no Rio Grande do Sul - 6,5 km de duplicação.
BR-432, em Roraima - 48,8 km de pavimentação.
BR-470, em Santa Catarina - 9 km de restauração.
BR-364, em Mato Grosso - 3 km de travessia urbana de Rondonópolis.
BR-158, no Mato Grosso do Sul - alargamento de pontes.
BR-304, no Rio Grande do Norte - alargamento e recuperação de ponte
BR-262, no Mato Grosso do Sul - 15 km de restauração
Arrendamento de cais pesqueiro no Porto de Fortaleza, no Ceará.
BR-230, no Pará - 32 km de pavimentação. 

Assista participação do ministro Tarcísio Gomes de Freitas em entrevista à CNN

Entrevistado
Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas

Contato
aescom@infraestrutura.gov.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Pausar dívida do imóvel ou fazer portabilidade: o que é melhor?

Pausar pagamento das prestações do imóvel apenas prorroga a dívida. Já a portabilidade não é recomendável para quem está perto de quitar o financiamento Crédito: Banco de Imagens
Pausar pagamento das prestações do imóvel apenas prorroga a dívida. Já a portabilidade não é recomendável para quem está perto de quitar o financiamento
Crédito: Banco de Imagens

Desde 27 de julho, a Caixa Econômica Federal estendeu para 180 dias a pausa no pagamento de imóveis financiados pelo banco. A medida faz parte das ações para enfrentar os efeitos causados à economia pela pandemia de COVID-19. Com a taxa Selic caindo mês a mês também cresce a busca pela portabilidade do financiamento de imóveis. Mas o que é melhor no momento: pausar a dívida da casa própria ou transferi-la para outro banco, em condições melhores para pagar as prestações? 

No caso de pausa na dívida, especialistas recomendam que ela só seja feita se houver diminuição na renda familiar e se o pagamento da mensalidade ficar inviável no curto prazo. Principalmente se o contrato for antigo, com taxas de juros acima de 10%. Neste caso, sugerem os analistas, o recomendável é buscar a portabilidade da dívida, com taxas menores. De acordo com o Banco Central, há 570 mil contratos de financiamento da casa própria fechados antes de 2019, e com taxa de juros acima de 10%, que podem pleitear a portabilidade.

Uma exigência para conseguir a portabilidade é estar adimplente, ou seja, com as prestações em dia. Diante da dificuldade em manter as contas dentro do prazo de vencimento, a maioria dos mutuários da Caixa está optando por pausar o financiamento. Dos 5 milhões de clientes do crédito imobiliário, mais de 2,4 milhões já optaram por essa alternativa junto ao banco. O número representa 8,6 bilhões de reais em financiamentos suspensos. Quem pede a pausa terá juros, seguros e taxas acrescidos ao saldo devedor do contrato. A solicitação pode ser feita tanto por clientes em dia quanto aqueles que acumulam até 18 meses de inadimplência.

No caso da portabilidade, que significa a transferência da operação de crédito de uma instituição financeira para outra, com o objetivo de obter condições mais vantajosas em relação ao contrato original, o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Pedro Seixas, destaca que as taxas de juros mais baixas tornam a modalidade atraente. Porém, é preciso estar atento a 3 questões que envolvem a portabilidade: o tempo do contrato e os custos das operações bancárias e cartoriais. O professor da FGV também recomenda que mutuários com contratos próximos do final - aqueles que faltam menos de 5 anos para quitar a dívida - não façam a portabilidade, pois os benefícios são irrisórios ou, em alguns casos, a prestação pode aumentar.

Como fazer a portabilidade

  • Solicite ao banco dados do financiamento: cópia do contrato, saldo devedor e quando vence a operação.
  • De posse desses dados, busque outro banco que ofereça condições mais vantajosas. Ser cliente da instituição ajuda. 
  • O processo de portabilidade é feito entre bancos, com prazo de 5 dias para a instituição que detém o contrato antigo se manifestar.
  • Nesse período, o banco pode procurar o cliente e propor uma renegociação do contrato com condições mais vantajosas. Se aceito, o processo de portabilidade é interrompido.
  • Quando não existe renegociação, o banco original envia as informações necessárias para que a instituição proponente finalize a portabilidade. 
  • A instituição que vai receber a portabilidade quita a dívida anterior junto à instituição original. Essa não pode se negar a fazer a portabilidade. 
  • A portabilidade só pode ser negada se a dívida gerada junto ao novo banco for superior ao saldo devedor e o prazo remanescente para a liquidação da dívida ficar maior que a operação original. 

Entrevistado
Caixa Econômica Federal e Banco Central do Brasil (via assessoria de imprensa)

Contato
imprensa@caixa.gov.br

imprensa@bcb.gov.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Via WhatsApp, varejo da construção aposta na venda consultiva

O segmento precisou reaprender a comercializar, treinar pessoal e prestar a venda consultiva, ou seja, orientar o consumidor a adquirir o produto adequado e o melhor serviço para o tipo de obra pretendida em sua casa. Ainda segundo a Anamaco, a busca por novos formatos de venda ajudou a alavancar os negócios nas lojas. Desde a segunda quinzena de maio, incluindo junho e julho, o varejo da construção detectou crescimento médio de 42% nas vendas, segundo o Termômetro Anamaco. “O WhatsApp virou uma espécie de SOS para orientar o consumidor e finalizar vendas”, diz Geraldo Defalco, presidente da associação.

O dirigente lembra que, em alguns casos, houve pequenas aulas de “faça você mesmo”. “Ocorreu um incentivo à bricolagem, com o vendedor dando consultoria sobre o material mais adequado e orientando como proceder para que a reforma buscada pelo cliente tivesse um bom resultado”, comenta. Em outros casos, o WhatsApp tem servido para repassar aos consumidores opções de prestadores de serviço. Como detectou a Anamaco, os lojistas de bairros formam grupos no aplicativo, com pequenos construtores ou especialistas em reformas, e sugerem aqueles que são de confiança ao cliente.

Lojistas se mostram mais confiantes para o terceiro trimestre de 2020

Além do WhatsApp, as lojas de bairro se valeram também do telefone para manter a relação com os consumidores. A velha prática incorporou novidades para alguns estabelecimentos, como o delivery para a entrega de compras com pouco volume. “Antes da pandemia, havia lojistas que ainda faziam entregas apenas por caminhão e desde que a compra envolvesse insumos como cimento, areia e tijolos”, cita Atila Lira, diretor de comunicação da Anamaco, que registra o quanto parte do comércio de material de construção teve que se adaptar: “Houve um reaprendizado de como comercializar. Além disso, a transformação digital para o setor foi muito grande em espaço curto de tempo.”

Com base nessa mudança de relacionamento com os clientes, os lojistas de materiais de construção se mostram mais confiantes para o terceiro trimestre de 2020 (julho, agosto e setembro). Para 45% deles, as vendas seguirão crescendo. Já 44% avaliam que haverá estabilidade nas vendas, enquanto 11% estimam queda. O levantamento da Anamaco mostra ainda que tintas, revestimentos cerâmicos, materiais elétricos e hidráulicos são os itens mais procurados pelos consumidores nesse período de pandemia. “Isso mostra que as pessoas, de fato, estão cuidando mais de suas casas e investindo em reformas”, finaliza Geraldo Defalco. 

Assista à íntegra do webinar promovido pela Anamaco

Entrevistado
Reportagem com base no webinar “Como agregar valor às vendas em momento desafiador no canal varejo”, promovido pela Anamaco

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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Após ciclone-bomba, seguir norma de vento é primordial

Ciclone-bomba está entre os fenômenos que devem se repetir no Brasil, com as mudanças climáticas: projetos de edificações precisam prever forças mais intensas da natureza Crédito: Banco de Imagens
Ciclone-bomba está entre os fenômenos que devem se repetir no Brasil, com as mudanças climáticas: projetos de edificações precisam prever forças mais intensas da natureza
Crédito: Banco de Imagens

Passando por processo de revisão, a ABNT NBR 6123 (Forças devidas ao vento em edificações) voltou a se destacar depois que um ciclone-bomba atingiu os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul no final de junho de 2020. A manifestação meteorológica mostrou que os projetos construtivos no Brasil ainda ignoram grandes impactos da natureza. Por isso, o coordenador da revisão da norma, o engenheiro civil Acir Mércio Loredo Souza, alerta: “Com a intensificação das mudanças climáticas, o Brasil tende a ser alvo cada vez maior desses fenômenos”. 

Diretor do Laboratório de Aerodinâmica das Construções da UFRGS e presidente da Associação Brasileira de Engenharia do Vento, o professor Acir Mércio Loredo Souza cita o que os projetistas precisam considerar como fenômenos meteorológicos que tendem a ser mais comuns no Brasil de agora em diante. São as tormentas TS (downbursts [tempestades severas causadas por nuvens cumulonimbus], micro-explosões [fortes rajadas de vento] e tornados), além de ciclones extratropicais, subtropicais e tropicais. Ele também destaca que entre 2004 e 2020 já houve 5 ciclones que atingiram a região sul do país ou ameaçaram se aproximar do continente, mas se desfizeram no mar.

Os citados foram o Catarina (2004), a tempestade Anita (2010), o ciclone-bomba (2020) e mais dois fenômenos extratropicais que não causaram danos, e que foram detectados no mar em 2015 e 2016. Por causa dessas recentes mudanças climáticas, o cronograma de revisão da ABNT NBR 6123 foi impactado. O texto da norma tornou-se mais intrínseco. Por exemplo, ela passará a dividir o Brasil em 7 zonas climáticas. “Ainda que não altere sua filosofia, a norma trará atualizações importantes”, diz Acir Mércio. Uma novidade, para facilitar os engenheiros-projetistas, é que haverá um manual de aplicação da norma. 

Revisão prevê maior correlação com outras normas técnicas ligadas à construção civil

A revisão da ABNT NBR 6123 também prevê uma maior correlação com outras normas técnicas. Entre elas, ABNT NBR 6120 (Ações para o cálculo de estruturas de edificações); ABNT NBR 15421 (Projeto de estruturas resistentes a sismos – Procedimento); ABNT NBR 14323 (Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios em situação de incêndio); ABNT NBR 15200 (Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio - Procedimento); ABNT NBR 6118 (Projeto de estruturas de concreto); ABNT NBR 15575 (Desempenho de Edificações Habitacionais); ABNT NBR 7199 (Projeto, Execução e Aplicação de vidros na construção civil) e ABNT NBR 10821 (Esquadrias externas para edificações).

Em suas palestras, o professor Acir Mércio Loredo Souza sempre conclui com a seguinte observação: acidentes causados pelo vento são evitáveis dentro do projeto. No entanto, ele destaca que não se pode confiar tanto em softwares, principalmente aqueles que não fornecem resultados que fazem sentido fisicamente, ou seja, não levam em consideração variações abruptas das forças da natureza, como o ciclone-bomba que atingiu os três estados do sul do país no dia 30 de junho. 

Veja palestra sobre a ABNT NBR 6123

Entrevistado
Reportagem com base em palestra do professor de UFRGS, Acir Mércio Loredo Souza, no Instituto de Engenharia

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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Prédios corporativos sobreviverão se preservarem a saúde

Prédios corporativos na China, e que queiram obter certificações de edificação sustentável, precisam seguir protocolos mais rigorosos, por causa da COVID-19 Crédito: China GBC
Prédios corporativos na China, e que queiram obter certificações de edificação sustentável, precisam seguir protocolos mais rigorosos, por causa da COVID-19
Crédito: China GBC

A China Green Building Council (China GBC) promoveu um estudo sobre o que deve mudar na construção e na manutenção de edifícios corporativos a partir da pandemia causada pelo Coronavírus. Os chineses foram os primeiros afetados pela COVID-19 e o país é também o primeiro a retomar uma rotina de pós-pandemia. A conclusão da pesquisa é que sobreviverão os prédios corporativos que preservem a saúde. Para que voltem a ter fluxo de pessoas trabalhando, as edificações denominadas de “prédios verdes” precisarão seguir protocolos mais rigorosos acrescentados ao ASGB (Assessment Standard for Green Building [Padrão de Avaliação para Edifícios Verdes]). 

O novo ASGB engloba medidas minuciosas para a qualidade da água, qualidade do ar e qualidade dos materiais de construção. Para alguns produtos, exige-se que tenham desempenho antibacteriano, como no caso das tintas e das argamassas de revestimento. Propagado pelo World Green Building Council (WGBC), o protocolo adotado pelos chineses deve se estender para os outros países que constroem “prédios verdes”, incluindo o Brasil. No relatório da China GBC, o ASGB define que “construir é absorver o máximo de tecnologias que levem em consideração itens como segurança, durabilidade, saúde, habitabilidade e acessibilidade”. O documento ainda acrescenta que “os edifícios agora desempenham um papel significativo na prevenção e controle da COVID-19”.

Cinco requisitos passam a disciplinar a construção de “prédios verdes” na China, e que paulatinamente serão absorvidos por outros países, conforme recomendação do WGBC. São os seguintes:

1. “Prédios verdes” precisam ajudar no controle de epidemias
Projetos arquitetônicos devem priorizar ventilação natural, gerenciamento de resíduos, gerenciamento de informações, monitoramento da qualidade do ar e da qualidade da água, além da operação estável dos equipamentos da construção e habilidades do empreendimento para responder às epidemias.

2. “Prédios verdes” devem incluir instalações preventivas
A medida vale principalmente para grandes condomínios e prevê a instalação de salas médicas, controle efetivo de pessoas e veículos, anteparos de transição, salas de isolamento e observação e salas de armazenamento de suprimentos.

3. “Prédios verdes” têm que “isolar” o Coronavírus
Os requisitos do ASGB nesse sentido incluem controle de poluentes; controle do fluxo da exaustão de cozinhas e banheiros; encanamentos selados e tratamento parcial do esgoto antes de lançá-lo nas redes públicas; controle de sistema de ar condicionado por zonas e capaz de dissipar gases nocivos ou que possam proliferar o vírus.

4. “Prédios verdes” precisam ser construídos com materiais que ajudem a combater doenças
Os protocolos do ASGB recomendam o uso de materiais de construção com funções antibacterianas, capazes de controlar a condensação de umidade e evitar o crescimento de bactérias patogênicas como o mofo, e que possam servir de vetores para a proliferação de vírus.

5. “Prédios verdes” devem preservar a saúde
As construções devem contribuir para gerar ambientes saudáveis de moradia e trabalho. Por isso, precisam garantir a saúde dos ocupantes em relação à qualidade da água, do ar, da temperatura ambiente, do isolamento acústico e da segurança sanitária dos moradores ou usuários, no caso de edifícios corporativos.

Entrevistado
World Green Building Council (WGBC) e China Green Building Council (China GBC) (via assessoria de imprensa)

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media@worldgbc.org
chinagbc2008@chinagbc.org.cn

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330