Pré-fabricado permite construir prédio mais barato de Berlim

Fachada do Wohnregal: edifício comporta tanto unidades habitacionais quanto escritórios Crédito: FAR
Fachada do Wohnregal: edifício comporta tanto unidades habitacionais quanto escritórios
Crédito: FAR

Em Berlim, na Alemanha, o m2 de um apartamento nos bairros centrais da cidade não custa menos que 5.700 euros, o que equivale a quase 39 mil reais. Já nas regiões mais afastadas da capital alemã, o m2 gira em torno de 3.500 euros, aproximadamente 24,5 mil reais. Trata-se de uma das cidades europeias mais caras para se morar, a ponto de, recentemente, o governo alemão ter determinado o congelamento dos preços dos aluguéis até 2022 ou enquanto durar a pandemia de COVID-19. Estima-se que 85% da população de quase 4 milhões de habitantes de Berlim viva de aluguel. Mas graças ao pré-fabricado de concreto, isso começa a mudar.

Um prédio-protótipo de 6 pavimentos, que pode servir tanto para abrigar escritórios quanto moradias, foi construído ao preço de 1.500 euros o m2, o que equivale a 9.555 reais. A edificação é toda com estruturas pré-fabricadas e o proprietário tem a opção de dividir o espaço com paredes de drywall, seguindo um conjunto de plantas sugeridas pelos arquitetos e projetistas do Studio FAR (Frohn And Rojas). “A pré-fabricação industrial oferece o benefício da construção em série. Isso gera economia de custos e prazos de construção mais curtos. Portanto, atende requisitos importantes para a construção de habitações”, dizem os arquitetos-chefes Marc Frohn e Mario Rojas Toledo.

O edifício foi montado em 6 semanas e concluído em dezembro de 2019. Batizado de Wohnregal, em 2020 passou a concorrer a uma série de prêmios europeus de arquitetura e construção industrializada. O prédio conseguiu o recorde de ser a construção mais rápida e mais barata de Berlim. Todas as suas unidades foram vendidas antecipadamente, cada uma medindo entre 35 m2 e 110 m2. “Com o Wohnregal buscamos o máximo da otimização das estruturas pré-fabricadas e, com isso, mostrar o quanto é econômico utilizar essa tecnologia”, reafirmam os arquitetos.

Visão interna do prédio em Berlim: do piso ao teto, domínio total do pré-fabricado de concreto Crédito: FAR
Visão interna do prédio em Berlim: do piso ao teto, domínio total do pré-fabricado de concreto
Crédito: FAR

Construção brutalista com pré-fabricados de concreto se espalha pela Europa

O prédio de Berlim não é o único exemplo de construção brutalista usando pré-fabricados de concreto. O conceito se espalha pela Europa. Em Portugal, no Vale da Cambra - região conhecida como a “Suíça portuguesa” -, um conjunto de casas foi concebido com base em projeto semelhante, idealizado pelo Studio Summary. “O material predominante é o pré-fabricado bruto, sem necessidade de acabamento. Nem no interior nem no exterior das edificações. Isso contribui para a redução de custos e para a supressão de materiais e de mão de obra”, ressalta a arquiteta Inês Vieira Rodrigues, que fez a gestão da obra.

Em Portugal, o brutalismo do pré-fabricado de concreto inspirou a construção de casas para receber turistas Crédito: Summary
Em Portugal, o brutalismo do pré-fabricado de concreto inspirou a construção de casas para receber turistas
Crédito: Summary

O edifício construído em Berlim e as casas em Portugal concorrem ao Dezeen Awards 2020, um dos mais relevantes prêmios de arquitetura da Europa. Eles competem com o prédio de 100 apartamentos construído em Nantes, na França, para atender o plano de habitação social da cidade. O edifício de 12 pavimentos foi executado em alvenaria estrutural, utilizando blocos de concreto antissísmicos. Os escritórios franceses Tectône e Tact Architectes conceberam o projeto. Os vencedores das várias categorias do Dezeen Awards 2020 serão conhecidos de 23 a 25 de novembro.

Entrevistado

Studio FAR (Frohn And Rojas) (via assessoria de imprensa) e Studio Summary (via assessoria de imprensa)

Contatos
BERLIN@F-A-R.NET
info@summary.pt

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Construção civil gera quase 15% das vagas formais no Brasil

Prefeituras desengavetaram obras e ajudaram a alavancar a geração de empregos na construção civil, em 2020 Crédito: Agência Brasil
Prefeituras desengavetaram obras e ajudaram a alavancar a geração de empregos na construção civil, em 2020
Crédito: Agência Brasil

Desde junho de 2020, a construção civil tem sido responsável por gerar quase 15% (14,43%) de todas as vagas formais ofertadas no mercado de trabalho brasileiro. Outro dado relevante é que desde janeiro o setor já ofertou 102.108 empregos com carteira assinada, apesar da pandemia de COVID-19. Estima-se que, se não fosse a retração causada pela doença, a construção civil fecharia o ano empregando 2 milhões e 500 mil trabalhadores.

Atualmente, o volume está em 2 milhões e 269 mil vagas. “O setor não só recuperou as vagas que perdeu de março a maio como já registra saldo superior a 100 mil novas vagas no acumulado do ano, o que demonstra toda a força e importância da indústria da construção no processo de recuperação da economia nacional”, diz a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.

Outros medidores de desempenho da construção civil mostram a tendência de que a geração de novas vagas prossiga também em novembro. Um deles é o Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getúlio Vargas, que atingiu 95,2 pontos - o maior desde março de 2014 (96,3). Mais um número relevante é o que avalia a capacidade instalada da indústria da construção. Outubro fechou com 66,1% quanto à atividade de máquinas e equipamentos e 75,9% no que se refere à mão de obra.

Significa dizer que o setor está operando com alta produtividade. Para confirmar o momento positivo, o levantamento da Fundação Getúlio Vargas coincide com as sondagens da Confederação Nacional da Indústria (CNI), ou seja, a confiança do empresário da construção mantém-se em viés de alta e com números que não eram registrados desde 2012, quando o país tinha dois megaeventos puxando obras (Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016) e o programa Minha Casa Minha Vida vivia seu auge.

Capitais da região sudeste lideram em volume de geração de empregos

Em outubro, as capitais que mais empregaram na construção civil foram São Paulo-SP, Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA, Belo Horizonte-MG e Brasília-DF. Já a que menos empregou foi Porto Alegre-RS, seguida de Recife-PE. Segundo a economista Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV e do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), o que explica o crescimento da construção mesmo em período de pandemia é o impulso dado ao mercado imobiliário pelas taxas de juros em níveis historicamente baixos. Outro fator é que as prefeituras decidiram desengavetar obras no 1º semestre de 2020, a fim de estimular a geração de empregos.

Para Renato da Fonseca, gerente-executivo de economia da CNI (Confederação Nacional da Indústria) esse crescimento registrado na construção civil - principalmente no segundo semestre de 2020 - precisa de algumas ações do governo para se tornar sustentável e seguir em 2021. “O alto custo da energia elétrica e o alto custo tributário estão entre eles. São fatores que afetam a agenda de competitividade e que reforçam a necessidade de uma reforma tributária urgente. Se isso for feito, a construção civil tem condições de contribuir fortemente para que o Brasil cresça 2% em 2021”, avalia.

Entrevistado
Ministério da Economia (via assessoria de imprensa), Fundação Getúlio Vargas (via assessoria de imprensa) e Confederação Nacional da Indústria (via assessoria de imprensa)

Contatos
imprensa@economia.gov.br
assessoria.fgv@insightnet.com.br
imprensa@cni.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Construção modular com paredes de concreto: veja as vantagens

Sistema usado em Santa Catarina permite montar dois edifícios residenciais ao mesmo tempo Crédito: BPM Pré-Moldados
Sistema usado em Santa Catarina permite montar dois edifícios residenciais ao mesmo tempo
Crédito: BPM Pré-Moldados

Em Santa Catarina, na região de Criciúma-SC, um conjunto habitacional com edifícios T+3 (térreo mais 3 pavimentos) avança em tempo recorde. Em pouco mais de um mês, toda a estrutura de dois prédios consegue ser entregue para a equipe de acabamento finalizar a obra. A velocidade é resultado de tecnologia ainda inovadora no Brasil, apesar de consagrada na Europa, na Ásia e na América do Norte. Trata-se da construção modular com paredes de concreto, que no Brasil tem a BPM Pré-Moldados - cliente da Cimento Itambé - como uma das pioneiras na utilização desse sistema. Na entrevista a seguir, o diretor da empresa, o engenheiro civil Nivaldo de Loyola Richter, explica as vantagens da tecnologia. Confira:

Módulos de paredes de concreto são levados ao canteiro de obras para a montagem: peças têm controle de qualidade e precisão dimensional Crédito: BPM Pré-Moldados
Módulos de paredes de concreto são levados ao canteiro de obras para a montagem: peças têm controle de qualidade e precisão dimensional
Crédito: BPM Pré-Moldados

O sistema de paredes de concreto que a BPM utiliza pode ser definido como construção modular com paredes de concreto?
Sim, a BPM produz peças planas (paredes e lajes) com modulações estabelecidas em conjunto com o arquiteto e a construtora, buscando sempre a racionalização do projeto, dos custos, dos prazos, da utilização de materiais e da mão de obra.

A obra em que está sendo empregada a tecnologia é um condomínio com edifícios T+3 (térreo mais 3 pavimentos). Para edificações com mais pavimentos ela também pode ser aplicada? Qual o limite de pavimentos?
O sistema de paredes de concreto pré-fabricadas não tem limitação quanto ao número de pavimentos. Porém, deve ser verificado o entorno da edificação para análise dos movimentos das gruas e dos guindastes, e acessos para a montagem da obra.

Sistema é respaldado pela norma técnica sobre painéis de parede de concreto pré-moldado e também atende a Norma de Desempenho Crédito: BPM Pré-Moldados
Sistema é respaldado pela norma técnica sobre painéis de parede de concreto pré-moldado e também atende a Norma de Desempenho
Crédito: BPM Pré-Moldados

Em relação ao sistema de paredes de concreto que usa fôrmas montadas “in loco”, quais as vantagens da tecnologia utilizada pela BPM?
São inúmeras as vantagens do sistema pré-fabricado. Destacamos algumas:

- Produção em ambiente industrial, permitindo altíssima produtividade e controle de qualidade.
- Atendimento aos cronogramas, pois tem baixa interferência climática na planta industrial.
- Baixa possibilidade de erros de execução, pois trabalha com equipe altamente especializada.
- Alta velocidade de execução da montagem, diminuindo o período de execução em canteiro.

Mão de obra que atua na montagem das estruturas de concreto precisa ser qualificada e recebe constante treinamento Crédito: BPM Pré-Moldados
Mão de obra que atua na montagem das estruturas de concreto precisa ser qualificada e recebe constante treinamento
Crédito: BPM Pré-Moldados

Além disso, a BPM Pré-Moldados possui seu próprio sistema de produção de concreto, composto por central de fabricação com misturador planetário, com monitoramento de umidade constante e dosagem de agregados a peso. Isso garante maior homogeneidade da mistura e otimização dos traços de concreto utilizados, assim como maior constância na resistência dos concretos produzidos, fatores fundamentais para a garantia da qualidade e durabilidade.

No Brasil, a construção modular com paredes de concreto ainda é pouco utilizada. Porém, é consagrada na Europa, na Ásia e na América do Norte. A BPM teve parceria com algum outro país para desenvolver a tecnologia?
Temos buscado aperfeiçoamento permanente nas tecnologias de fabricação de pré-fabricados. Para tanto, nossa equipe técnica está em constante contato com profissionais europeus para desenvolvimento técnico. Contamos com várias parcerias da Alemanha, Espanha e Itália no desenvolvimento de nossas soluções.

Comparativamente à alvenaria convencional, qual o ganho de tempo de construção de uma edificação com o sistema usado pela BPM?
O sistema BPM é muito rápido, trazendo ganho expressivo no cronograma da obra. Podemos utilizar o empreendimento de 7 prédios que estamos montando atualmente como exemplo. É possível construir dois prédios em paralelo, montando 1 pavimento de 4 apartamentos por semana, em cada bloco. Dessa forma, conseguimos montar 2 edifícios T+3 (térreo mais 3 pavimentos) em aproximadamente 1 mês, liberando 32 apartamentos para as equipes de instalações e acabamento finalizarem a obra.

Peças são produzidas em ambiente industrial e com alta produtividade Crédito: BPM Pré-Moldados
Peças são produzidas em ambiente industrial e com alta produtividade
Crédito: BPM Pré-Moldados

Quais outras vantagens do sistema podem ser elencadas?
- Redução de patologias em geral.
- Controle de qualidade efetivo também na montagem: precisão dimensional, esquadros, prumadas e níveis perfeitos.
- Velocidade de execução tanto na fabricação quanto na montagem.
- Ausência de resíduos em geral e desperdício no canteiro.
- Redução de mão de obra no canteiro (apenas equipe de montagem).
- Dispensa de uso de madeira na obra.
- Dispensa o uso de reboco.
- Dispensa de escoramento das lajes alveolares protendidas.
- Flexibilidade de posicionamento (ou ausência) de paredes internas.
- Lajes com grandes vãos livres.
- Controle total de materiais evitando roubos e desvios no canteiro.
- Garantia do valor final da obra.
- Possibilidade de atendimento de várias faixas de mercado em função do padrão de acabamento a ser adotado.

Olho - “A velocidade, qualidade e segurança geradas pelo sistema de paredes de concreto é o futuro da construção”

Quanto à Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575) principalmente às questões térmicas e acústicas, o sistema cumpre os requisitos?
As paredes de concreto já foram largamente testadas quanto ao atendimento da Norma de Desempenho, sendo que a pré-fabricação incorpora maior controle, velocidade e qualidade na execução. O sistema é respaldado por norma técnica própria, a ABNT NBR 16475:2017 (Painéis de parede de concreto pré-moldado - Requisitos e Procedimentos) que tem por objetivo assegurar todos os requisitos para o melhor desempenho do sistema.

Como a BPM treina suas equipes e qual o ganho, em termos de emprego de mão de obra, na comparação com a construção convencional?
A diferença é enorme. Nas fábricas temos sistemas controlados e automatizados, emprego de mão de obra bem menor, com baixa rotatividade e maior qualificação. Na etapa de montagem utilizamos uma equipe bem reduzida por conta do processo já incorporar boa parte das instalações (embutidas). Também não precisa de reboco e, portanto, temos zero retrabalho. Na obra temos somente conexões pré-determinadas e pequenos ajustes, para somente depois receber as esquadrias, instalações elétricas, gás e hidrossanitárias, revestimentos e pintura.   

Apenas o pessoal de montagem dos painéis atua no canteiro, antes da obra ser entregue às equipes de acabamento Crédito: BPM Pré-Moldados
Apenas o pessoal de montagem dos painéis atua no canteiro, antes da obra ser entregue às equipes de acabamento
Crédito: BPM Pré-Moldados

Os sistemas que utilizam paredes de concreto são o futuro da construção, principalmente a voltada para o setor residencial?
Absolutamente, sim. Não é razoável continuar utilizando um sistema que empilha tijolos ou blocos, monta caixaria, escoramento e armaduras no canteiro, e ainda faz aberturas para instalações “in loco”, gerando assim uma infinidade de resíduos e perdas. Também não podemos esperar anos para entrega de obras. A velocidade, qualidade, menor custo e segurança geradas pelo sistema de paredes de concreto é o futuro da construção.

Em termos de custo, o sistema é competitivo?
O sistema é muito competitivo. Reduz drasticamente o prazo da obra, a incidência da mão de obra, a utilização de matérias-primas, incorporando qualidade e durabilidade à obra. Somente a redução do prazo da obra já seria uma grande vantagem, pois representa antecipação de receita e diminuição de custos indiretos e administrativos. A vantagem também é grande para o usuário, que poderá antecipar o uso de sua moradia. Esta é, sem dúvida, a grande inovação para a construção de prédios na atualidade.

Saiba mais sobre o sistema de construção modular com paredes de concreto usado pela BPM Pré-Moldados

Entrevistado
Engenheiro civil Nivaldo de Loyola Richter, diretor da BPM Pré-Moldados.

Contato
bpm@bpm.com.br
www.bpm.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Na China, robôs movimentam prédio de 7,6 mil toneladas

Com o uso de 198 pés robóticos, engenheiros chineses conseguiram movimentar um prédio de 5 pavimentos e pesando 7,6 mil toneladas. A tecnologia evitou a demolição de uma das mais antigas escolas de Xangai, na China. O deslocamento do edifício com o uso de robôs durou 18 dias e o percurso percorrido foi de 61,9 metros. É a primeira vez que equipamentos robóticos são utilizados para essa finalidade. No terreno em que estava o prédio histórico será construído um centro comercial.

Pilares do prédio foram rompidos para que os pés robóticos pudessem movimentar a edificação por quase 62 metros Crédito: CGTN
Pilares do prédio foram rompidos para que os pés robóticos pudessem movimentar a edificação por quase 62 metros
Crédito: CGTN

A operação para movimentar a construção começou dia 28 de setembro e terminou em 15 de outubro. A princípio, cogitou-se deslocar o edifício através de trilhos ou arrastando-o puxado por veículos pesados. Porém, a arquitetura do prédio pôs em xeque as duas técnicas. A escola localizada no distrito de Huangpu tem formato em “T” e precisava ser virada para percorrer uma trajetória curva, o que seria impossível fazer deslocando-a sobre trilhos ou guinchando a estrutura.

O engenheiro-chefe do projeto, Lan Wuji, conta que antes que os pés robóticos fossem instalados debaixo da base de concreto da Escola Primária Lagena foi necessária uma operação de engenharia civil minuciosa. “A base foi escavada, até que os pilares fossem atingidos. Tivemos que romper os pilares para permitir a movimentação da base do edifício. Depois dessa etapa, o prédio foi levantado por macacos hidráulicos e as pernas robóticas instaladas em pontos estratégicos e fixadas na base”, relata Lan Wuji.

Movimento arquitetônico emprega alta tecnologia para preservar prédios históricos chineses

No local em que a escola irá ficar, novas sapatas e novos pilares de concreto foram projetados para incorporar os pedaços dos pilares antigos do prédio, e assim dar sustentação à edificação. Além da recuperação estrutural, a equipe de engenheiros civis e arquitetos envolvida com a obra já trabalha no retrofit do prédio. O gerente-geral do projeto, Li Jianfeng, explica por que foi empregada alta tecnologia para preservar a escola construída em 1935. “Há um forte movimento arquitetônico na China para preservar prédios históricos e salvá-los da destruição”, diz.

A rápida modernização da China já causou a implosão de importantes patrimônios arquitetônicos em várias regiões do país. Recentemente, os governos das cidades chinesas mais relevantes aderiram a campanhas de preservação e conservação dessas construções, disponibilizando recursos para o uso de tecnologias avançadas. No caso dos pés robóticos, eles foram desenvolvidos em 2018 pela Shanghai Evolution Shift. De acordo com Li Jianfeng, deslocar o prédio por meio de robôs custou 20% menos do que o uso de trilhos ou de veículos pesados.

Recentemente, os chineses também foram notícia no campo da engenharia, ao construir dois grandes hospitais no prazo de 20 dias na cidade de Wuhan, logo no começo da pandemia de COVID-19. Uma das unidades, com capacidade para 1.000 leitos, entrou em operação em 10 dias, depois que os operários começaram do zero a construção. Outra instalação, com 1.600 leitos, ficou pronta no dobro do tempo: 20 dias.

Assista ao vídeo da operação de deslocamento do prédio chinês, com uso de pés robóticos

Entrevistado
China Global Television Network (CGTN), estatal chinesa de comunicação

Contato
info@cgtn.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Conheça as melhores oportunidades para engenheiros civis em 2021

A consultoria Robert Half, com escritórios nos principais países do mundo, lançou recentemente a edição 2021 de seu “Guia Salarial”. Tradicional, o relatório baliza o mercado sobre as tendências profissionais para o ano que vem. No campo da construção civil, as obras que mais devem demandar engenheiros civis serão as voltadas para a saúde, alimentos e bebidas, tecnologia e logística, infraestrutura e mineração. O documento destaca que o Brasil se enquadra nessa análise, sobretudo pelo volume de concessões prometidas para 2021.

Engenheiro civil conectado com as novas tecnologias tem mais chance de aproveitar a janela de oportunidades em 2021 Crédito: Banco de Imagens
Engenheiro civil conectado com as novas tecnologias tem mais chance de aproveitar a janela de oportunidades em 2021
Crédito: Banco de Imagens

A pandemia de COVID-19 adiou para o ano que vem os leilões de 44 ativos de infraestrutura. A expectativa é que os projetos de concessão de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias alcancem 101 bilhões de reais em investimentos durante o período de duração dos contratos. Entre os projetos a serem concedidos à iniciativa privada estão 22 terminais aéreos - entre eles, Congonhas, em São Paulo-SP, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro-RJ -, além de 7 rodovias, 9 terminais portuários, 2 ferrovias e a renovação antecipada de 4 contratos de transporte ferroviário de cargas.

Segundo avaliação do ministro da infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, as concessões podem gerar 2 milhões de empregos diretos e indiretos na construção civil, no triênio 2021-2022-2023. A estimativa é que pelo menos 8% desse volume de vagas projetado pelo governo federal sejam absorvidos por engenheiros civis. A Robert Half destaca em seu guia que, além das grandes obras, a construção imobiliária também deve demandar um número considerável de engenheiros. “Há um apetite forte desse setor por crescimento”, avalia a consultoria, em seu “Guia Salarial”.

Engenheiro civil deve estar cada vez mais comprometido com inovação, tecnologia e sustentabilidade

Para 2021, as funções que mais deverão absorver engenheiros civis, segundo a Robert Half, são as de comprador, engenheiro de aplicação, gerente de operações, gerente de supply chain, gerente de projetos, analista de logística, analista de serviços, gerente de drones, engenheiro de georreferenciamento, engenheiro de dados e engenheiro de inovação. Os salários podem variar de R$ 3.550,00 reais a R$ 68,5 mil reais, dependendo da qualificação do profissional e de seu grau de experiência.

Também vai pesar no preenchimento dessas vagas o comprometimento do engenheiro civil com a inovação, a tecnologia e a sustentabilidade. São essas as palavras-chaves que devem abrir janelas de oportunidades no pós-pandemia.

A Robert Half avalia ainda que terão boas oportunidades aqueles engenheiros civis que se especializarem em logística inteligente. “A pandemia serviu para acelerar a transformação da logística. Todo o processo de armazenagem, circulação e distribuição sofreu mudanças para atingir dois objetivos: otimizar custos e satisfazer o cliente”, diz a consultoria, que aponta as novas habilidades exigidas para o engenheiro civil, além de conhecimento técnico. No campo comportamental, terá que ter comunicação fluente em inglês, flexibilidade, agilidade, equilíbrio emocional, liderança e visão de negócios.

Veja o “Guia Salarial 2021” da Robert Half

Entrevistado
Robert Half International Inc. (via assessoria de imprensa)

Contato
rh@roberthalf.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


MP do Casa Verde e Amarela é prorrogada por 60 dias

A Medida Provisória 996/2020, que cria o programa Casa Verde e Amarela, foi prorrogada por 60 dias. O Congresso Nacional deveria ter colocado em votação até 24 de outubro, a fim de que ela se tornasse lei. Porém, o presidente do parlamento, o senador Davi Alcolumbre, decidiu dia 26 de outubro estender a validade da MP até 26 de dezembro. Nesse período, não é mais possível que a MP 996/2020 receba novas emendas parlamentares, que chegaram a 547. A decisão de Alcolumbre também deve dar agilidade para que o Casa Verde e Amarela se torne lei até o final de 2020. Motivo: devido à pandemia, as MPs passaram a ser analisadas diretamente nos plenários da Câmara e do Senado, sem a necessidade de passar pelas comissões.

Recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) serão a principal alavanca para financiar o Casa Verde e Amarela Crédito: Agência Brasil
Recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) serão a principal alavanca para financiar o Casa Verde e Amarela
Crédito: Agência Brasil

O Casa Verde e Amarela busca ampliar o acesso ao financiamento da casa própria e promover a regularização fundiária. O programa substitui o Minha Casa Minha Vida (MCMV) e pretende beneficiar 1,6 milhão de famílias de baixa renda até 2024. Trata-se de um incremento de 350 mil residências em relação ao que se conseguiria atender com o MCMV. O público-alvo do programa envolve famílias com renda mensal até 7 mil reais, entre as que residem em áreas urbanas, e famílias residentes em regiões rurais com renda anual até R$ 84 mil reais. Haverá subsídio para quem tem renda familiar até R$ 4 mil reais por mês.

Além de financiamento de imóveis e regularização de terras, o programa também prevê ações voltadas à reforma e melhoria de imóveis e a retomada de obras paralisadas. Também deverá ser viabilizada a renegociação de dívidas do financiamento habitacional para as famílias de menor renda. O Casa Verde e Amarela irá utilizar como recursos 25 bilhões do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e 500 milhões do Fundo de Desenvolvimento Social (FDS). A estimativa do governo federal é que os empreendimentos gerem, até 2024, mais de 2,3 milhões de novos postos de trabalho diretos, indiretos e induzidos, de acordo com projeções do ministério do Desenvolvimento Regional.

Mutuários da faixa 1 do Minha Casa Minha Vida poderão renegociar prestações atrasadas

O conceito de faixas de renda do Minha Casa Minha Vida foi substituído por grupos no Casa Verde e Amarela. O 1 beneficia famílias com renda até R$ 2 mil reais; o 2, famílias com renda entre R$ 2 mil reais e R$ 4 mil reais, e o 3, famílias com renda entre R$ 4 mil reais e R$ 7 mil reais. Os que se enquadram no grupo 1 terão acesso à compra subsidiada e financiada, regularização fundiária e melhoria habitacional. Nos grupos 2 e 3, será possível ter financiamento, com taxas pouco superiores às do grupo 1 e regularização fundiária.

O Casa Verde e Amarela também vai permitir a renegociação de dívida dos mutuários do faixa 1 do Minha Casa Minha Vida, cuja renda mensal chega até R$ 1,8 mil reais. Atualmente, a inadimplência é de cerca de 40%, em especial nas famílias com menor renda. Um mutirão de renegociação deverá ser organizado após o fim da pandemia de COVID-19.

Entrevistado
Senado Federal (via Agência Senado)

Contato
imprensasenado@senado.leg.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Crédito imobiliário da Caixa chega a R$ 500 bi

Para contratos assinados até 30 de dezembro de 2020, carência para pagar a 1ª prestação da casa própria será de 6 meses Crédito: Agência Brasil
Para contratos assinados até 30 de dezembro de 2020, carência para pagar a 1ª prestação da casa própria será de 6 meses
Crédito: Agência Brasil

A carteira de crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal atingiu em outubro a marca histórica de 500 bilhões de reais. Segundo o presidente do banco, Pedro Guimarães, as reduções consistentes nas taxas de juros e as inovações no SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) foram decisivas para o aumento do estoque. “Os esforços são uma demonstração de que o foco da Caixa está no setor da construção civil, que é tão importante para o Brasil”, afirma.

O efeito prático desse grande volume de recursos para o crédito imobiliário é a possibilidade de incorporar mais 830 mil famílias a novos contratos habitacionais nos próximos meses. A Caixa destaca ainda que, de janeiro de 2019 a agosto de 2020, a linha de crédito ancorada nos recursos do SBPE evoluiu de 24,8% para 44,9%. “Veja que, apesar de ainda estarmos enfrentando os efeitos da pandemia, há enorme espaço e recursos disponíveis para a população investir na casa própria", observa Guimarães.

O crescimento de recursos para o crédito imobiliário permitiu que a Caixa Econômica Federal anunciasse 4 medidas que passaram a vigorar desde 22 de outubro. São:
1. O banco reduziu as taxas do crédito imobiliário, que passaram a ser 6,25% ao ano + TR (Taxa Referencial).
2. Quem assinar contrato para a aquisição da casa própria até 30 de dezembro de 2020 terá carência de 6 meses para pagar a 1ª prestação.
3. Para os que já possuem contrato, a Caixa criou a modalidade de pagamento parcial da prestação. São duas opções: 75% da mensalidade por até 6 meses ou 50% por até 3 meses. Segundo o banco, a medida poderá beneficiar mais de 620 mil clientes.
4. Para estimular a venda de imóveis, a Caixa vai retomar os feirões da Casa Própria, porém de forma online. Também foi lançado o crédito habitacional digital, que pode ser contratado através do App Habitação Caixa - disponível no Google Play e no App Store.

Prestações de contratos assinados a partir de 22 de outubro caem quase 20%

A queda de juros do crédito imobiliário tem sido uma política da Caixa Econômica Federal. Nos últimos 22 meses, o banco baixou os juros dos financiamentos da casa própria em 2,5 pontos percentuais. Em dezembro de 2018, o mutuário pagava TR mais 8,75% ao ano, como menor taxa. Na apresentação das novas medidas, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, simulou o quanto essa redução representa em financiamentos de 200 mil reais em 360 meses (30 anos) - a maioria dos contratos da Caixa. A prestação inicial, que somava R$ 1.958,48 reais, foi reduzida em quase 20% (19,91%) e caiu para R$ 1.568,52 reais nos contratos assinados a partir do dia 22 de outubro.

Nas linhas de crédito corrigidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que cobram IPCA mais 2,95% ao ano, a diferença é maior. Beneficiada pela baixa inflação em 2020, a prestação inicial para os novos contratos está em R$ 1.040,70 reais - redução de 46% no valor da parcela em relação aos financiamentos concedidos em dezembro de 2018. Somando todas as modalidades de financiamento, a Caixa detém atualmente 69,3% do volume de empréstimos imobiliários, o que equivale a 5,6 milhões de contratos.

Veja as explicações da Caixa sobre o novo momento dos contratos imobiliários

Entrevistado
Reportagem com base na entrevista coletiva do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, concedida dia 14 de outubro, em Brasília-DF

Contato
imprensa@caixa.gov.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Conheça o prédio que sobreviveu à explosão no Líbano

Explosão ocorrida dia 4 de agosto de 2020 afetou apenas os componentes envidraçados do Stone Garden, em Beirute Crédito: Lina Ghotmeh Architecture
Explosão ocorrida dia 4 de agosto de 2020 afetou apenas os componentes envidraçados do Stone Garden, em Beirute
Crédito: Lina Ghotmeh Architecture

A explosão que atingiu Beirute no dia 4 de agosto de 2020 impressionou o mundo. Um depósito com 2.750 toneladas de nitrato de amônio foi aos ares e arrasou a região portuária e central da capital do Líbano em um raio de 14 quilômetros. Em meio aos escombros e um saldo de 202 mortes e mais de 6.500 feridos, uma edificação se destacou por ter se mantido intacta, apesar de estar no epicentro da catástrofe. O prédio residencial Stone Garden, com 13 pavimentos e localizado a pouco mais de 1.500 metros do local da explosão, não sofreu nenhum abalo em sua estrutura e nem em sua fachada.

Concepção arquitetônica do Stone Garden criou aerodinâmica que permitiu ao edifício resistir ao deslocamento de ar causado pela explosão Crédito: Lina Ghotmeh Architecture
Concepção arquitetônica do Stone Garden criou aerodinâmica que permitiu ao edifício resistir ao deslocamento de ar causado pela explosão
Crédito: Lina Ghotmeh Architecture

Os danos se limitaram aos componentes envidraçados das janelas, o que impressionou a comunidade mundial da construção civil. Projetado pela arquiteta franco-libanesa Lina Ghotmeh, o edifício resistiu por duas razões: o conceito arquitetônico, que criou um efeito aerodinâmico capaz de suportar o grande deslocamento de ar causado pela explosão, e as paredes de concreto construídas de forma quase artesanal. O revestimento externo do prédio, com efeitos de estrias ao longo de seus 54.000 m2, também contribuiu para poupá-lo de maiores danos. O acabamento do Stone Garden utiliza uma mistura de argamassa, cimento pigmentado e cascalho.

Paredes de concreto e blocos maciços compõem a estrutura do edifício construído em Beirute Crédito: Lina Ghotmeh Architecture
Paredes de concreto e blocos maciços compõem a estrutura do edifício construído em Beirute
Crédito: Lina Ghotmeh Architecture

A ideia para revestir o edifício veio do avô de Lina Ghotmeh, que foi fabricante de concreto no Líbano e forneceu material para erguer casas e prédios no período em que o país enfrentou a guerra civil, que durou de 1975 a 1990. “Construir edifícios que ficassem em pé em meio às explosões era a principal prioridade naquela época”, diz a arquiteta, que ao longo de sua carreira também ajudou a reconstruir várias edificações que ficaram em ruínas por causa dos bombardeios. Por isso, ela e sua equipe de engenheiros civis aprenderam não só a recuperar construções como a projetar estruturas reforçadas de concreto armado, como a que sustenta o Stone Garden.

Prédio foi construído a 1.500 metros do epicentro da explosão, mas sua estrutura de paredes de concreto e a fachada se mantiveram intactas Crédito: Lina Ghotmeh Architecture
Prédio foi construído a 1.500 metros do epicentro da explosão, mas sua estrutura de paredes de concreto e a fachada se mantiveram intactas
Crédito: Lina Ghotmeh Architecture

Espessa camada de argamassa na fachada protege edifício de patologias do concreto

O edifício foi inaugurado em abril de 2020, com um dos metros quadrados mais caros de Beirute: 4.700 dólares. Suas paredes estruturais foram projetadas para ter 10 centímetros de espessura e mais 35 centímetros de revestimento externo. Segundo a arquiteta Lina Ghotmeh, a argamassa que reveste o prédio não possui apenas função estética, mas tem a tarefa de cumprir os desempenhos térmico e acústico com grande eficácia. Outro objetivo é proteger o prédio de patologias do concreto, como a oxidação das armaduras causada pela penetração de cloretos provenientes da maresia.

Argamassa do revestimento externo tem 35 centímetros de espessura e protege as paredes de concreto contra patologias Crédito: Lina Ghotmeh Architecture
Argamassa do revestimento externo tem 35 centímetros de espessura e protege as paredes de concreto contra patologias
Crédito: Lina Ghotmeh Architecture

Internamente, os apartamentos conservam o estilo de concreto aparente, enquanto as paredes de vedação foram erguidas com blocos maciços de concreto. As fôrmas para a concretagem foram montadas com madeiras rústicas, a pedido da arquiteta, que também fez questão de que a espessa camada de argamassa fosse assentada exclusivamente por trabalhadores, dispensando o uso de máquinas. As estrias desenhadas na fachada foram feitas manualmente, com o uso de cinzéis. “Quis evitar qualquer processo industrial para a construção da fachada. Os trabalhadores que atuaram na obra foram verdadeiros artesãos”, finaliza a arquiteta do edifício que sobreviveu à tragédia no Líbano.

Estrias no revestimento externo foram feitas manualmente, com o uso de cinzéis Crédito: Lina Ghotmeh Architecture
Estrias no revestimento externo foram feitas manualmente, com o uso de cinzéis
Crédito: Lina Ghotmeh Architecture

Entrevistado
Lina Ghotmeh Architecture (via assessoria de imprensa)

Contato
contact@linaghotmeh.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Pós-venda imobiliária em tempos de pandemia: o que tem de novo?

A venda de um imóvel não termina na entrega das chaves ao cliente. O pós-venda é crucial para atingir outros patamares no relacionamento com o comprador. É a chance de fidelizar, transformá-lo em admirador e, mais que isso, promotor da construtora, da incorporadora e também da imobiliária. Ou seja, o pós-venda é uma oportunidade de negócios futuros.

Segundo Fabio Garcez, administrador por formação e especialista em vendas digitais focadas no mercado imobiliário, quando um pós-venda é bem realizado o cliente torna-se defensor da marca e passa a indicar clientes. Indiretamente, isso gera receita para incorporadora, construtora e imobiliária. “O custo de aquisição de cliente indicado é metade do custo gasto para captar o cliente no mercado”, diz Garcez.

Ainda de acordo com o especialista, o cliente promotor da marca pode aumentar de 20% a 50% a receita de uma empresa, apenas por suas indicações. Essa estatística, porém, ainda é realidade em poucas empresas da construção civil no Brasil. “A maioria ainda não desencantou para o pós-venda”, reconhece Fabio Garcez, que faz duas ressalvas para quem quiser qualificar o pós-venda. “O bom é que não há segredo. Basta querer fazer. Mas isso tem que envolver do CEO à recepcionista da empresa”, frisa.

O especialista recomenda seguir 4 passos. O primeiro é mapear o processo de pós-venda da empresa. O segundo é escolher as pessoas certas que vão atuar na qualificação do pós-venda. O terceiro é qualificar o pessoal. Por fim, o quarto passo é usar toda a tecnologia disponível no processo. No entanto, Fabio Garcez destaca que o fator humano é preponderante. Tanto que, em sua opinião, independentemente das estratégias de venda, o corretor continua como o principal elo com o cliente. “Ele é quem abre as portas do pós-venda”, assegura.

Quatro verbos regem a relação empresa-cliente no pós-venda: adotar, reter, expandir e evangelizar

Com base em um conceito conhecido do marketing - o Funil do Pós-Venda -, o especialista entende que 4 verbos regem essa fase da relação empresa-cliente. São eles: adotar (significa dar acompanhamento ao cliente no início de sua experiência com o imóvel), reter (utilizar a aproximação com o cliente para coletar feedbacks e estar à disposição para continuar a atendê-lo), expandir (o cliente demonstra interesse em fazer novos negócios com a empresa) e evangelizar (o cliente se torna promotor e defensor da marca).

De acordo com um estudo da norte-americana HubSpot – desenvolvedora de softwares para marketing - as primeiras 10 semanas do pós-venda são decisivas para obter a fidelização do cliente, a fim de que ele se torne um admirador da marca. Na primeira semana, dependendo do processo de pós-venda de cada empresa, a retenção pode chegar a 15%. Porém, na décima semana, as chances de transformar o cliente em um propagador da marca ultrapassam os 50%. “Todo esse trabalho passa por uma personalização do cliente, de entender suas preferências e de compreender como ele se comporta. Afinal, cada indivíduo reage diferentemente às estratégias de pós-venda”, finaliza o palestrante, que participou recentemente do webinar “As receitas que você pode gerar com o pós-venda”.

Assista ao webinar “As receitas que você pode gerar com o pós-venda”

Entrevistado
Reportagem com base na exposição do palestrante Fabio Garcez, especialista em vendas digitais focadas no mercado imobiliário, durante o webinar “As receitas que você pode gerar com o pós-venda”

Contato
fabio@construtordevendas.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Saiba o que esperar da arquitetura em 2021, depois da pandemia

A pandemia impôs uma profunda transformação na relação das pessoas com espaços físicos, moradias e consumo. O forçado período de confinamento valorizou a decoração, a promoção do bem-estar, os espaços multifuncionais, a integração com a natureza e os cuidados com a boa alimentação e o meio ambiente. Isso se reflete na forma de construir, nos projetos arquitetônicos e influencia também o mercado imobiliário em 2021, segundo estudo recentemente divulgado pelo SEBRAE Inteligência Setorial.

Tudo o que se refere a ambiente construído ganhou protagonismo em tempos de confinamento e distanciamento social. A ferramenta Think With Google – área dedicada a acompanhar e reportar comportamentos de busca dos consumidores e gerar insights para empresas – detectou que o termo “mercado imobiliário” se destaca em todo o mundo. Nesse período de pandemia, as principais buscas relacionadas à construção e à arquitetura são “imóveis à venda”, “reformas de ambientes”, “mobílias”, “revisão da decoração” e “criação de home offices”.

Trabalhar, estudar e conviver: pandemia  mudou o conceito de morar Crédito: Getty Images
Trabalhar, estudar e conviver: pandemia
mudou o conceito de morar
Crédito: Getty Images

Segundo os analistas, tais transformações são decorrência da permanência prolongada do indivíduo dentro da própria residência. “A tendência confirma as previsões dos principais players de pesquisa de comportamento e consumo do mundo, além de demonstrar as oportunidades existentes no setor de arquitetura, construção e design”, diz o boletim do SEBRAE Inteligência Setorial, intitulado “Tendências da arquitetura, construção e design para 2021”.

O relatório mostra que a pandemia mudou o conceito de morar. “As casas agora são o lugar onde vivemos, trabalhamos e nos divertimos; o lar de todas as nossas atividades. Por isso, precisarão ser ambientes superflexíveis, conjugados e multifuncionais”, define o boletim, que aponta também a paleta de cores para 2021. A aposta é em tons mais calmos e mais naturais, sugerindo a influência de texturas similares às encontradas na natureza.

No campo da decoração de interiores, destacam-se os móveis planejados, para otimizar espaços; as luminárias, para passar maior sensação de conforto; os vasos, os espelhos e os porta-retratos. “A valorização de imagens importantes para os moradores da casa deve se destacar na decoração”, sugere o boletim.

Conforto, conveniência e sustentabilidade se tornaram palavras-chaves

Sob o ponto de vista de projeto arquitetônico, a análise cita que a tendência é que se destaquem os ambientes conjugados para sala e cozinha, enquanto o home office vai exigir privacidade. A casa também deverá ter um espaço para entretenimento e a preocupação com ambientes saudáveis, a fim de evitar contaminações. “A construção deve ser sustentável e não pode dispensar o uso da tecnologia e da IoT (Internet das Coisas)”, alerta o boletim.

Equipamentos que regulam a intensidade de luz artificial e de luz natural, bem como o aproveitamento de energia solar e da água da chuva, além de projetos que valorizam a ventilação e a insolação natural não são mais detalhes em uma casa. Conforto, conveniência e sustentabilidade são palavras-chaves nesse período de pandemia e tendem a continuar como referência para a arquitetura no pós-pandemia.

Acesse a íntegra do boletim “Tendências da arquitetura, construção e design para 2021”

Entrevistado
Reportagem com base no conteúdo do boletim “Tendências da arquitetura, construção e design para 2021”, elaborado pelo SEBRAE Inteligência Setorial

Contato
sebraeinteligenciasetorial@rj.sebrae.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330