Veja como a tecnologia 5G vai transformar a construção civil

Tecnologia 5G permite monitoramento em tempo real de trabalhadores e máquinas em operação no canteiro de obras Crédito: Banco de Imagens
Tecnologia 5G permite monitoramento em tempo real de trabalhadores e máquinas em operação no canteiro de obras
Crédito: Banco de Imagens

Inteligência Artificial (IA), Realidade Aumentada (RA), robótica, BIM, Internet das Coisas (IoT). Essas tecnologias têm se incorporado à construção civil rapidamente, mas apenas em países que já dispõem de tráfego de dados em 5G. Este tipo de conectividade é essencial para que o canteiro de obras possa, por exemplo, compartilhar informações online, acessar dados armazenados na nuvem, melhorar a produtividade e promover alterações de projeto em tempo real. No Brasil, ainda não é possível. O 5G só deve começar a ser testado no país em 2021. No entanto, no exterior já há cases do que se pode fazer com a ultravelocidade de internet móvel na construção civil.

Em maio de 2020, entrou em operação na China o primeiro canteiro de obras inteligente do mundo. Em Pequim, a tecnologia 5G possibilitou acoplar uma série de sistemas de controle que impactam diretamente na qualidade, no custo, no prazo e na segurança da construção. Por exemplo, os EPIs (equipamentos de proteção individual) dos operários possuem sensores vinculados à Inteligência Artificial, e que monitoram temperatura, pressão arterial e frequência cardíaca dos trabalhadores. Em tempos de COVID-19, qualquer alteração nos sinais vitais permite que o trabalhador seja levado a um centro médico. “Em combinação com a função de IA, também podemos identificar se os operários estão usando máscaras no local”, explica Zhao Canzhen, engenheiro-chefe de projetos da China Construction Eighth Engineering Division.

Outra inovação no canteiro inteligente chinês é o monitoramento da obra por drones. Os equipamentos passam as imagens para uma central de engenheiros civis, que faz a checagem do que foi construído e consegue intervir em tempo real, caso esteja ocorrendo algum erro que resulte em retrabalho. “Ao usar o 5G, podemos também monitorar guindastes de torres, acoplados a um sistema de controle de segurança multidimensional. Por isso, vamos explorar continuamente outros usos para 5G nesse canteiro de obras e em outros que serão instalados. O próximo passo é testar robôs-construtores”, diz Zhao Canzhen. Esses experimentos ocorrem na construção de um complexo industrial de alta tecnologia na cidade de Yizhuang, subúrbio de Pequim.

Tecnologia 5G torna a ferramenta BIM indissociável dos projetos

O objetivo dos engenheiros com o canteiro de obras inteligente é elevar a produtividade em 15% e reduzir os custos da construção em 6%. No entanto, após 6 meses de operação, a equipe estima que os percentuais alcançados serão relativamente maiores. O que explica isso é o potencial da tecnologia 5G, cuja taxa de transmissão possibilita enviar até 10 GB de dados por segundo. Para o indiano Varun Kumar Reja, pesquisador do IIT Madras (Indian Institute of Technology) e um especialista em aplicações 5G na construção, a tecnologia tornará a ferramenta BIM indissociável dos projetos. “Não haverá outra forma de utilizar todo o potencial das informações passadas pelas tecnologias disponíveis no canteiro de obras sem o uso do BIM”, afirma.

Além da China, Coreia do Sul e Canadá são os próximos países que se preparam para instalar canteiros de obras inteligentes.

Entrevistado
Ministério das Comunicações (via assessoria de imprensa)
China Construction Eighth Engineering Division (via assessoria de imprensa)
Departamento de engenharia civil do IIT Madras (Indian Institute of Technology) (via assessoria de imprensa)

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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Após 10 anos, Japão conclui paredões contra novos tsunamis

A altura dos paredões varia de 12,5 metros a 15 metros. Houve cidades não atingidas pelo tsunami de 2011, mas que foram alvos de outras ondas gigantes, que também decidiram erguer muralhas próximas do mar. É o caso de Shizuoka, onde uma estrutura com 17,5 quilômetros de extensão, e 15 metros de altura, foi recentemente concluída. Todas as construções usaram a mesma tecnologia: terra armada revestida por muros de contenção montados com peças pré-moldadas de concreto.

Obviamente, as estruturas que impedem a vista do mar dividem a população. Porém, especialistas as defendem. É o caso de Hiroyasu Kawai, diretor do departamento de engenharia do Instituto de Pesquisa de Portos e Aeroportos do Japão. O organismo estuda projetos antitsunamis desde 2004. “Os paredões vão deter os tsunamis e evitar que inundem regiões do país. Mesmo que o tsunami seja maior do que os paredões, as estruturas estão projetadas para suportar o impacto e atrasar a velocidade das inundações, dando tempo para a evacuação das cidades”, explica.

Primeiro muro para combater tsunamis no Japão foi construído entre 1972 e 1984

Parte do dinheiro investido na construção dos paredões foi dividido com as prefeituras locais por empresas japonesas dos setores da construção imobiliária, da infraestrutura, de transportes ferroviários e as gigantes automobilísticas do país. Elas não apenas contribuíram com recursos como colocaram seus departamentos de engenharia para colaborar na elaboração dos projetos das muralhas. A ação conjunta concluiu que a tecnologia com terra armada, aliada a muros de contenção pré-moldados de concreto e compactação do solo com o uso de cimento - método solo-cimento - seria o mais eficaz e menos oneroso para o programa antitsunami do Japão.

O primeiro muro para combater tsunamis no Japão foi construído entre 1972 e 1984, na pequena cidade de Fudai, no norte do Japão. O então prefeito Kotaku Wamura empreendeu suas energias em uma obra que considerava essencial para a população de 3 mil habitantes: construir uma muralha com 15,5 metros de altura e 205 metros de comprimento. Sobrevivente de um tsunami que destruiu o vilarejo em 1933, Wamura gastou cerca de 30 milhões de dólares no empreendimento, que consumiu 61.500 m³ de concreto armado. Em 2011, a construção cumpriu sua função. No grande tsunami de 10 anos atrás, o paredão conteve uma onda com 20 metros de altura e permitiu que Fudai saísse da tragédia com danos mínimos.

Entrevistado
Centro de Pesquisa de Tsunami, do Instituto de Pesquisa de Portos e Aeroportos do Japão (via assessoria de imprensa)

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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Em 2021, varejo da construção irá consolidar inovações de 2020

Drive thru e click&collect são as duas modalidades de compra no varejo que vêm sustentando as vendas de materiais de construção na Europa Crédito: Banco de Imagens
Drive thru e click&collect são as duas modalidades de compra no varejo que vêm sustentando as vendas de materiais de construção na Europa
Crédito: Banco de Imagens

Fórum internacional promovido pela Rede MATCON, que envolve líderes da cadeia do varejo de materiais, máquinas e equipamentos do setor da construção civil, mostra quais as tendências para o setor em 2021. Processos iniciados em 2020, por causa da pandemia de COVID-19, tendem a se consolidar no próximo ano, estimam os analistas. Não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Para o secretário-geral da EDRA-GHIN (European DIY Retail Association [associação de varejistas europeus do faça você mesmo] e Global Home Improvement Network [rede global de reformas residenciais]), John W. Herbert, inovações como o click&collect (clique&busque) e o drive thru  vieram para ficar no varejo da construção.

O do it yourself (faça você mesmo) - no Brasil conhecido como bricolagem - também seguirá em viés de alta, avalia o executivo britânico. “A pandemia levou as pessoas a ficarem mais tempo em casa e as pequenas reformas as atraiu. Pintura, troca de revestimento em uma parede ou piso, aplicação de papel de parede, instalação de prateleiras, enfim, o faça você mesmo cresceu consideravelmente e tende a fazer parte da rotina do consumidor. Também observamos que o click&collect tem atraído os jovens, ou seja, eles gostaram da ideia de escolher o produto na plataforma digital da loja e ir buscar no endereço físico. Por outro lado, os adultos e os idosos têm usado mais o drive thru. Eles utilizam o telefone ou o WhatsApp e vão de carro pegar a mercadoria no setor de entrega da loja”, revela John W. Herbert.

O executivo mostrou que redes do varejo da construção filiadas ao EDRA-GHIN, e que já tinham essas modalidades de venda em seus portfólios, têm se saído melhor na pandemia. Na Alemanha, venderam 16% a mais entre março e outubro; na França, 23%; no Reino Unido, 18,9%; na Itália, 12%; na Espanha, 20%; em Portugal, 12%; na Áustria, 15%; na Suíça, 16%; nos países escandinavos (Dinamarca, Suécia, Noruega, Finlândia, Ilhas Faroé e Islândia), 18%; na Polônia, 6%; na Romênia, 12%; nos Estados Unidos, 25%; no Brasil, 30%, e na Austrália, 22%. Atualmente, a EDRA-GHIN reúne 214 empresas de home centers, as quais têm 32 mil lojas espalhadas em 74 países e movimentam 320 bilhões de euros por ano.

Varejo digital exige capacitação de quem atua no comércio de material de construção

Os participantes do fórum concluíram que os home centers de materiais de construção tendem a se tornar centros logísticos de entrega de pedido. “O consumidor fará sua compra online, a qualquer hora do dia, e passará na loja física para retirar, com hora marcada”, entende John W. Herbert. Os debatedores brasileiros que participaram do encontro concordam com as análises do secretário-geral da EDRA-GHIN, mas avaliam que o país precisará tomar medidas regulatórias para estimular esses novos processos. “Precisamos adequar nosso ambiente regulatório para esse tipo de evolução”, diz Rodrigo Navarro, presidente da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção).

O dirigente também entende que a internet não apenas está transformando as práticas do varejo como tem forçado a requalificação da mão de obra que atua no setor. “O varejo digital exige capacitação e existe uma série de cursos gratuitos na internet. Isso é muito importante não apenas para o colaborador, mas para o dono do comércio de material de construção. Então, para alcançar resultados positivos na venda digital, capacitação é a senha”, afirma. Para Geraldo Defalco, presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção) a preparação do varejo da construção é importante, principalmente nesse período de transição. “As novas gerações estão vindo aí. E elas vão consumir muito mais via smartphone do que na loja física. Significa que precisamos nos preparar para as mudanças que estão em curso”, completa.

Assista ao vídeo do Fórum Internacional MATCON

Veja o vídeo Cenário MATCON

Entrevistado
Reportagem com base nos fóruns virtuais promovidos pela rede MATCON, em parceria com Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) e Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção)

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Pavimentação de concreto avança na região sul do Brasil

Na SC-114, entre Otacílio Costa-SC e Lages-SC, o uso da tecnologia whitetopping renovou a estrada ao longo de 32 quilômetros e 200 metros Crédito: ABCP
Na SC-114, entre Otacílio Costa-SC e Lages-SC, o uso da tecnologia whitetopping renovou a estrada ao longo de 32 quilômetros e 200 metros
Crédito: ABCP

A região sul do país torna-se uma forte aliada da tecnologia do pavimento de concreto em obras rodoviárias. No Paraná, um trecho de 59 quilômetros e 550 metros, entre os municípios de Palmas e União da Vitória, no sul do estado, será restaurado com a tecnologia whitetopping - pavimento de concreto sobre o pavimento asfáltico deteriorado. A mesma técnica já foi aplicada com sucesso na SC 114, em um trecho de 32 quilômetros e 200 metros, ligando Otacílio Costa e Lages, em Santa Catarina. Também em território catarinense, em Timbé do Sul, o trecho da BR-285, na serra da Rocinha, recebe pavimento rígido com 22 centímetros de espessura.

Segundo o engenheiro civil Alexsander Maschio, gerente da regional sul da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) o pavimento de concreto vive um “momento ímpar” nos 3 estados da região sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). “A onda é favorável e precisamos aproveitá-la ao máximo para colocar a solução em concreto no lugar que ela merece”, afirma.

Além do trecho de quase 60 quilômetros da PR-280, Maschio destaca outros projetos no Paraná. “Já está em obra o percurso entre Curitiba e Almirante Tamandaré da PR-092 (Rodovia dos Minérios) cujas pistas principais serão em concreto. Tem também o trecho de aproximadamente 70 quilômetros da BR-163, entre Cascavel e Marmelândia, que está em fase final de execução”, completa.

Duplicação da BR-163, entre Cascavel e Marmelândia, no Paraná: aproximadamente 70 quilômetros de pavimento de concreto Crédito: YouTube
Duplicação da BR-163, entre Cascavel e Marmelândia, no Paraná: aproximadamente 70 quilômetros de pavimento de concreto
Crédito: YouTube

No trecho catarinense da BR-163, em um percurso de aproximadamente 60 quilômetros, entre Dionísio Cerqueira e São Miguel do Oeste, também está bem encaminhada a pavimentação em concreto. A obra já foi licitada e encontra-se em fase de aprovação do projeto executivo, com início dos serviços previsto para o começo de 2021.

Trabalho da ABCP junto a organismos federais e estaduais é incansável

Trecho catarinense da BR-285, na serra da Rocinha: pavimento rígido com 22 centímetros de espessura Crédito: DNIT
Trecho catarinense da BR-285, na serra da Rocinha: pavimento rígido com 22 centímetros de espessura
Crédito: DNIT

No Rio Grande do Sul, a BR-153 também pode receber esse tipo de pavimento. “Como a 153 faz parte do mesmo eixo de escoamento da 163, o qual já contempla vários trechos em concreto no Mato Grosso, no Paraná e em Santa Catarina, creio que haja uma boa possibilidade no trecho gaúcho”, avalia o gerente da regional sul da ABCP.

Alexsander Maschio lembra ainda que existe a opção do pavimento de concreto ser utilizado na Rodovia de Integração do Sul (RIS). A estrada interliga 32 cidades do Rio Grande do Sul e é formada por trechos da BRs 101, 290, 386 e 448. “Um estudo comprovando a viabilidade do concreto foi encaminhado à ANTT, mas, obviamente, depende da validação do grupo CCR, que ganhou a concessão da RIS por 30 anos”, diz o engenheiro civil. A concessionária terá que investir 7,8 bilhões de reais na melhoria da Rodovia de Integração do Sul, além dos gastos de custeio estimados em 5,6 bilhões de reais para conservação, operação e monitoramento da estrada.

Para o gerente da regional sul da ABCP, a profusão de projetos que priorizam o pavimento de concreto nas rodovias paranaenses, catarinenses e gaúchas está relacionada a dois fatores: o trabalho incansável da ABCP junto a organismos federais e estaduais e a viabilidade econômica, em função do elevado aumento dos insumos do asfalto. “Aliado a isso, há um posicionamento do DNIT favorável ao concreto, e que certamente é reflexo do resultado obtido na BR-101 Nordeste e na BR-290, no Rio Grande do Sul, conhecida com Free Way. São referências que dão confiança para que o governo federal busque soluções que fortalecem o pavimento de concreto”, completa.

Entrevistado
Engenheiro civil Alexsander Maschio, gerente da regional sul da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland)

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Com BIM, construção civil incorpora linha de montagem

BIM faz com que projetista se transforme em pré-construtor e construtor em montador Crédito: Ontario Construction News
BIM faz com que projetista se transforme em pré-construtor e construtor em montador
Crédito: Ontario Construction News

A plataforma BIM (do inglês, Building Information Modeling) vai transformar o canteiro de obras em linha de montagem e reconfigurar a construção imobiliária. Isto já ocorre em países onde a ferramenta está consolidada, e será replicado no Brasil. Quem antevê esse futuro é o engenheiro civil Francisco Pedro Oggi, especialista em projetos com pré-moldados. Recentemente, ele palestrou no 16º seminário sobre tecnologias de sistemas prediais, promovido pelo SindusCon-SP, e mostrou, com uma série de cases, como essa revolução já está em curso.

Com precisão milimétrica, o BIM permite que componentes como instalações elétricas, hidrossanitárias e de telefonia cheguem prontas no local da obra e sejam acopladas na estrutura predial como se conecta um motor ao chassi de um automóvel. “A consequência é que a tecnologia gera economia de tempo, de mão de obra e de recursos incomparáveis”, analisa. O engenheiro civil destaca ainda que a industrialização de componentes de sistemas prediais altera conceitos que estão arraigados nos projetistas e nos construtores. “Essa evolução faz do projetista um pré-construtor e do construtor um montador”, completa.

Banheiros prontos para serem instalados em edifício construído na Inglaterra: BIM já está revolucionando a construção civil Crédito: Oldcaste SurePods
Banheiros prontos para serem instalados em edifício construído na Inglaterra: BIM já está revolucionando a construção civil
Crédito: Oldcaste SurePods

Na palestra, o engenheiro civil mostra cases de edifícios em que instalações como banheiros, cozinhas, varandas e áreas de serviço chegam prontas no canteiro de obras. São práticas que estão em curso em países como Canadá, México, Índia, Cingapura e, principalmente, Grã-Bretanha. A startup estatal britânica Homes England deflagrou recentemente o programa MMC (Modern Methods of Construction [modernos métodos de construção]) com o objetivo de construir 1.500 residências na Inglaterra com sistemas baseados na construção industrializada. “Lá, essa política de habitação vem acompanhada de incentivos fiscais, diferentemente do que ocorre no Brasil”, cita Francisco Pedro Oggi.

Não é possível industrializar a construção civil sem o uso do BIM

O engenheiro civil deixa claro que não é possível industrializar a construção civil sem o uso do BIM. No Brasil, a ferramenta está mais disseminada na construção imobiliária. De 2018 para 2020, seu uso deu um salto no segmento. Saiu de 14,8% para 79%, entre as construtoras que a usam integralmente ou parcialmente, de acordo com levantamento da Federação Interamericana da Indústria da Construção (FIIC). Nas obras de infraestrutura, é esperado um crescimento na utilização do BIM a partir de 2021, quando entra em vigor a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM (Estratégia BIM BR).

Trata-se de um decreto do governo federal que obriga o uso da ferramenta em projetos que concorram em licitações públicas, seja na esfera municipal, estadual ou federal. A meta da Estratégia BIM BR é aumentar em 10 vezes a implantação do BIM, para que, até 2024, 50% da cadeia produtiva e de suprimentos da construção civil tenha adotado a ferramenta. Atualmente, estima-se que apenas 9,2% do PIB do setor utiliza a modelagem em suas rotinas de trabalho, de acordo com pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Veja a palestra sobre novas tecnologias para sistemas prediais

Entrevistado
Reportagem com base na palestra do engenheiro civil Francisco Pedro Oggi, sobre tecnologias de sistemas prediais, promovida pelo SindusCon-SP

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sindusconsp@sindusconsp.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Qualidade da obra passa pela dosagem correta do concreto

Quanto maiores os cuidados com a proporção dos materiais que constituem o concreto, melhor a qualidade do produto Crédito: Banco de Imagens
Quanto maiores os cuidados com a proporção dos materiais que constituem o concreto, melhor a qualidade do produto
Crédito: Banco de Imagens

Na Concrete Show Xperience - evento virtual da principal feira brasileira sobre concreto -, o engenheiro civil Rubens Curti repetiu a videoaula sobre “Dosagem do concreto pelo método ABCP”, que já havia apresentado em julho de 2020. Supervisor dos laboratórios em tecnologia de concretos e agregados da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) o engenheiro deixa claro que quanto maiores os cuidados com a proporção dos materiais que constituem o concreto - também conhecido por traço - melhor a qualidade do produto.

A dosagem precisa considerar o tipo de Cimento Portland, os agregados miúdos (areia) e graúdos (pedra brita), a água e novos componentes que passaram a interagir com o concreto, como os aditivos, as fibras e os pigmentos. Também precisa considerar os seguintes requisitos: trabalhabilidade, resistência físico-mecânica, permeabilidade/porosidade, que vão influenciar a durabilidade, condição de exposição e custo. “Esses dados são fundamentais para que se possa realizar uma dosagem adequada do concreto”, relata Curti.

Os esforços mecânicos a que o concreto estará submetido ao longo de sua vida útil também influenciam na dosagem do material. Da mesma forma, a qualidade dos agregados. O ideal é que eles atendam às normas técnicas relacionadas com o concreto, como a ABNT NBR 16697 (Cimento Portland - Requisitos), a ABNT NBR 15900 (Água para amassamento do concreto) e a ABNT NBR 7211 (Agregados para concreto - Especificação). Rubens Curti ressalta ainda que os ensaios em laboratório são igualmente importantes para a dosagem correta do concreto.

Tipo de Cimento Portland também influencia nos cálculos da dosagem

Rubens Curti alerta que todo o concreto precisa ter um desvio padrão mínimo, em função da umidade e do volume dos agregados. Um exemplo: a areia, quando úmida, incha e aumenta seu volume. O tipo de Cimento Portland também influencia nos cálculos da dosagem. Por isso, é importante escolher o Cimento Certo, seguir as especificações do projeto e ter como referências duas normas técnicas: ABNT NBR 6118 (Estruturas de Concreto Armado - Procedimento) e ABNT NBR 12655 (Concreto de Cimento Portland - Preparo, controle, recebimento e aceitação).

Em sua videoaula, Rubens Curti apresenta tabelas práticas para fixar a relação água/cimento (a/c) e o consumo dos agregados miúdos e graúdos, o que torna o método ABCP uma ferramenta prática para a produção de concretos com qualidade. No entanto, ele alerta que são muito importantes os ensaios em laboratório antes de colocar o concreto na obra. Outro detalhe destacado pelo engenheiro é que a metodologia não atende concretos autoadensáveis, concretos de consistência seca, como CCR (Concreto Compactado a Rolo), além de blocos e pisos intertravados. “Esses são concretos com características diferentes”, frisa.

Curti finaliza a videoaula lembrando que existem outros métodos de dosagem, mas o objetivo é único: obter um concreto com qualidade. Ele também ressalta que o uso correto de cada um dos componentes para produzir o material gera economia para a obra e garante melhores níveis de resistência e durabilidade.

Assista à videoaula “Dosagem do concreto pelo método ABCP” (necessário cadastrar)

Acesse pelo canal Concrete Show Xperience

ou pelo ABCPonLINE

Veja a apresentação do engenheiro civil Rubens Curti

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cursos@abcp.org.br

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Construir requer diplomacia e código de ética. Saiba por que

Construção precisa prevenir transtornos contra a vizinhança e proteger quem trafega próximo da obra Crédito: Banco de Imagens
Construção precisa prevenir transtornos contra a vizinhança e proteger quem trafega próximo da obra
Crédito: Banco de Imagens

Principalmente em ambiente urbano, os canteiros de obras estão cercados por vizinhos. O que faz deduzir que, indiretamente, o entorno estará envolvido com a construção. Nem sempre da melhor forma. Barulho, poeira, obstáculos ao trânsito de veículos e pedestres, entre outros componentes, são inexoráveis à obra, mesmo aquelas que utilizam processos industrializados. Para evitar problemas, inclusive com a justiça, o construtor precisa fazer uso da diplomacia e ter um código de ética para alinhar a boa convivência com a vizinhança enquanto a construção estiver em andamento.

Prevenção, canal de comunicação, acordos prévios, planejamento e rotina bem definida do canteiro são medidas que ajudam a evitar transtornos, tanto para quem constrói quanto para quem mora ou trabalha no entorno da obra. Em seu guia de boas práticas, a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) detalha como proceder: “Antes do início da obra, é recomendado informar aos vizinhos sobre o tipo de edificação, os horários de funcionamento do canteiro, períodos e locais de entrada e saída de caminhões etc. Também é importante fornecer os contatos para eventuais reclamações.”

Para o vice-presidente de tecnologia e qualidade do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Carlos Borges, esse canal de comunicação com o entorno da obra deve ser de fácil contato e ágil. “Se for necessário, toque a campainha de cada vizinho e deixe um cartão (com os contatos do responsável pelo relacionamento). Também crie um canal direto de reclamação, para identificar com rapidez os incômodos e traçar um plano de ação para resolver eventuais transtornos”, explica. A orientação, diz, vale para empresas de qualquer tamanho. Se for uma construtora pequena, pelo menos um funcionário deve ser encarregado para essa função”, alerta.

Borges ressalta que os vizinhos devem ser protegidos dos riscos que envolvem a obra. Segundo o dirigente do Secovi-SP, as construtoras têm o dever de alertar o entorno previamente a respeito das fases de obra, dos incômodos que elas podem gerar e negociar os melhores horários para que as atividades ocorram. “Quem não faz isso gasta mais dinheiro, se desgasta mais e tem riscos maiores”, afirma, sugerindo que a construtora use da diplomacia sempre. “Impor pode ser algo péssimo para a imagem da empresa. Hoje, com as redes sociais, algo pequeno se potencializa”, destaca.

Certificações de construções sustentáveis exigem compromisso com o entorno da obra

Atualmente, os próprios códigos de obras da maioria dos municípios brasileiros já estabelecem normas para boas práticas no canteiro. Alguns exigem laudos de vistoria cautelar de vizinhança para autorizar o início da construção. Esses códigos concedem às prefeituras e à justiça, em casos de litígios, meios legais para mediar conflitos dessa natureza. O principal deles está relacionado à perturbação do sossego alheio. Por outro lado, construções que buscam certificações de sustentabilidade, como LEED e Aqua-HQE, devem assumir compromissos com os certificadores para adotar medidas de prevenção contra a poluição sonora e a redução de impactos na atividade construtiva.

Lista dos principais conflitos entre obras e vizinhança
- Cravação de estacas
- Corte de madeira e ferragens
- Entrega de material fora do horário
- Início dos trabalhos antes das 8h ou 9h e encerramento após as 17h ou 18h (dependendo do código de obras do município)
- Excesso de poeira
- Barro espalhado pelas ruas
- Interdição do trânsito para entrada e saída de caminhões
- Entulhos em lugar indevido
- Danos a imóveis vizinhos
- Danos às redes de água, esgoto e energia elétrica

Entrevistado
CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo) (via assessorias de imprensa)

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aspress@secovi.com.br
ascom@cbic.org.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Riscos da atividade profissional na engenharia: como evitar?

Esses riscos, diz o advogado e professor de direito Marcelo Lebre, podem resultar em penalidades disciplinares ou em sanções cíveis e criminais. Para se blindar contra advertências ou punições mais graves, Lebre alerta que é imprescindível conhecer e seguir os regimentos da atividade profissional. Principalmente, ressalta, em uma época em que se convive em uma “sociedade de risco”.

Palestrante na semana paranaense de engenharia, agronomia e geociências (SEPEAG Digital), promovida pelo CREA-PR, o advogado e professor destaca que o termo “sociedade de risco” não foi criado por ele, mas pelo filósofo alemão Ulrich Beck, que em 1986 escreveu livro com título homônimo. Resumidamente, Marcelo Lebre revela que a obra trata da universalização dos riscos. “Ou seja, todos estamos sujeitos a ser vítimas de ato desastroso ou ator de ato desastroso, inclusive no âmbito profissional”, afirma.

Marcelo Lebre relata que esse novo comportamento de uma sociedade em transformação levou a um crescente aumento da judicialização da atividade profissional. No caso da engenharia civil - e todas as demais profissões -, a proteção contra supostas condutas irregulares está no cumprimento das leis, das regras e das normas técnicas. “Regras e normas existem para evitar a judicialização, e não o contrário. A origem do risco está no descumprimento das regras”, frisa.

Análise de risco vira departamento dentro das construtoras

Em sua palestra, o professor e advogado cita um exemplo. “Suponha que em uma construção o engenheiro civil responsável pelo canteiro de obras faz vistas grossas quanto à utilização de EPIs (equipamentos de proteção individual) por parte dos operários. Se ocorrer um acidente fatal, ele pode perder o registro, pagar indenização e responder criminalmente por ter assumido o risco da omissão. Agora, imagine se a falha do engenheiro foi comunicada ao gestor, ao dono da construtora, e esse diz: continue fazendo. Nesse caso, a empresa também responderá de forma direta”, cita.

O mesmo exemplo, complementa Marcelo Lebre, serve para obras que resultam em danos por causa de erros de projeto ou de execução. Por isso, é crescente a preocupação das empresas envolvidas com a engenharia civil quanto à prevenção de riscos. A ponto de a “análise de risco” ter se transformado em departamento dentro das companhias. Hoje, raramente uma obra que envolva grandes recursos e volume considerável de trabalhadores inicia sem que sejam definidas estratégias para minimizar riscos.

Para Marcelo Lebre, isso ocorre por causa da “globalização dos riscos”. “Eles se distribuem de forma não-excludente e ninguém está imune”, finaliza, parafraseando a abertura do livro de Ulrich Beck: “Na modernidade tardia, a produção social de riqueza é acompanhada sistematicamente pela produção social de riscos.”

Veja a palestra do advogado Marcelo Lebre na SEPEAG Digital (a partir de 1h22min)


Acesse a Lei 5.194/1966

Baixe o livro “Sociedade de risco - Rumo a uma outra modernidade”, de Ulrich Beck

Entrevistado
Reportagem com base na palestra do professor de Direito e advogado Marcelo Lebre, durante a semana paranaense de engenharia, agronomia e geociências (SEPEAG Digital), promovida pelo CREA-PR

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Proteção catódica de estruturas de concreto: o que é isso?

Estruturas de concreto expostas ao ambiente marinho são as mais recomendadas para utilizar proteção catódica Crédito: Banco de Imagens
Estruturas de concreto expostas ao ambiente marinho são as mais recomendadas para utilizar proteção catódica
Crédito: Banco de Imagens

Estima-se que, anualmente, 5% do PIB da construção civil global seja destinado para o combate a manifestações patológicas no concreto armado, principalmente as causadas por corrosão das armaduras. Para a pesquisadora do Laboratório de Corrosão e Proteção do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) Adriana de Araújo, esse é um problema cotidiano nas construções. “A corrosão está no nosso dia a dia: nos postes de iluminação, nas calçadas, nas garagens dos edifícios, nas varandas. Por quê? Por falhas de execução, por problemas de manutenção e ou por falta de técnicas de prevenção”, explica a especialista, que desenvolve um amplo estudo sobre as causas dessa patologia, e como combatê-la.

O foco da pesquisa de Adriana de Araújo está concentrado na proteção catódica de estruturas. Segundo ela, essa é umas das 4 técnicas mais utilizadas para proteger a armadura de corrosão. As demais são: substituir a armadura de ferro por aço inoxidável ou aço ao cromo de baixo carbono; interpor barreira com revestimento orgânico na superfície do concreto ou envolvendo a própria armadura, como é o caso da pintura epoxídica, e modificar o meio através de adição de inibidor de corrosão na mistura, que é o procedimento mais utilizado no Brasil.

Quanto à proteção catódica de estruturas, a pesquisadora do IPT ensina que existem dois procedimentos: por corrente impressa ou por corrente galvânica. “As duas técnicas possibilitam mudar a interface da armadura-concreto. Porém, a proteção catódica por corrente impressa é mais utilizada em obras suscetíveis à corrosão por cloretos, e em ambientes expostos à atmosfera marinha. Já a proteção catódica com corrente galvânica utiliza elemento de zinco e aço-carbono e é mais usada em reparos”, relata a especialista, que faz um alerta: “O Brasil está atrasado na edição de normas quanto à corrosão de armaduras em concreto. As normas se apoiam muito na qualidade do concreto e esquecem das armaduras.”

Palavra-chave para evitar problemas com corrosão é passivação da interface armadura-concreto

A proteção catódica de estruturas de concreto não é uma técnica de baixo custo, assim como quase todas as outras que se propõem a combater patologias oriundas de corrosão. O ideal é tomar as medidas preventivas desde a fase de projeto até a execução. Como? Utilizando materiais com especificações corretas, atentar às resistências, ao cobrimento de concreto e ao uso de armaduras adequadas. A palavra-chave para evitar problemas com corrosão é passivação. Trata-se de conseguir manter a interface armadura-concreto com alta alcalinidade (pH entre 12,7 e 13,8). Quando o pH atinge níveis críticos (próximo de 7,5) ocorre o que tecnicamente chama-se de despassivação da armadura. A anomalia é desencadeada, normalmente, por carbonatação ou penetração de íons cloreto na matriz do concreto armado.

Quando a corrosão da armadura ocorre, o dano ao concreto é subsequente. O resultado mais visível é o surgimento de fissuras na parede externa da estrutura. Em situações mais críticas pode acontecer desplacamento. “Esse quadro patológico afeta a funcionalidade e a segurança das estruturas. Usada preventivamente, a proteção catódica conserva a passivação entre a armadura e o concreto”, finaliza Adriana de Araújo.

Veja artigo técnico sobre degradação das estruturas de concreto

Assista ao web seminário sobre proteção catódica de estruturas de concreto (necessário se inscrever)

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Reportagem com base no web seminário “Proteção catódica de estruturas de concreto”, promovido pelo portal AECweb

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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Drones-robôs vão ajudar na restauração do Cristo Redentor

Parte da equipe multidisciplinar que vai atuar na restauração do Cristo Redentor, preparando o monumento para as comemorações de 90 anos Crédito: Santuário Cristo Redentor
Parte da equipe multidisciplinar que vai atuar na restauração do Cristo Redentor, preparando o monumento para as comemorações de 90 anos
Crédito: Santuário Cristo Redentor

A estátua do Cristo Redentor, que em 2021 completa 90 anos, será restaurada com o auxílio da alta tecnologia em favor da engenharia civil. A equipe multidisciplinar que atuará no mapeamento das patologias que afetam a estrutura de concreto armado contará com drones-robôs para detectar danos na obra. Câmeras de alta resolução dos equipamentos têm condições de entregar um amplo diagnóstico aos engenheiros de estruturas, geólogos e arquitetos que estarão envolvidos no restauro da estátua.

Ao todo, 40 profissionais atuarão no retrofit, que precisa ficar pronto antes de 12 de outubro de 2021, quando o Cristo Redentor completará 90 anos. A equipe multidisciplinar conta com pesquisadores de três universidades: UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Também terá o apoio técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Para um diagnóstico minucioso das condições da estrutura do Cristo Redentor, os profissionais envolvidos decidiram que o mapeamento feito pelos drones será realizado em dias chuvosos. “Os detalhes das patologias do concreto presentes no monumento se tornam mais visíveis com a umidade. Dessa forma, todo o levantamento fotográfico será realizado somente em dias chuvosos por drones de alta performance”, explica a arquiteta Cristina Ventura. Nas primeiras investigações, foram detectadas corrosões de armadura no dedo médio direito, na cabeça, na base e no lado esquerdo do corpo da estátua.

Processo de construção da estátua foi semelhante ao de um edifício de 10 pavimentos

A utilização de drones para inspecionar estruturas em lugares pouco acessíveis já é corriqueira em pontes, principalmente as que cortam rios ou vales profundos. No entanto, será a primeira vez que a tecnologia estará à disposição para estudar um monumento. No caso do Cristo Redentor, os robôs poderão indicar também o quanto as descargas atmosféricas danificam a estátua. Com base nas informações, será instalado um sistema de proteção contra relâmpagos. Em média, o Cristo Redentor é atingido por seis raios ao longo de um ano, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

O projeto do monumento foi concebido pelo engenheiro civil e arquiteto Heitor da Silva Costa e a execução ficou a cargo do engenheiro civil Heitor Levy, que comandou um canteiro de obras com quase 1.000 trabalhadores. A construção se estendeu de 1926 a 1931. Ao contrário do que se imagina, a estátua não é um maciço de concreto armado. O processo de construção foi semelhante ao de um edifício de 10 pavimentos. Só que em vez de uma fachada com paredes e janelas, ele recebeu a moldura que dá forma ao Cristo Redentor.

A estátua inovou não apenas pela localização em que foi construída, no topo do Corcovado, mas por ter concepções aerodinâmicas inéditas. O monumento foi construído com uma pequena inclinação de 5 graus para frente, próximo da cabeça, para resistir melhor à velocidade do vento, que pode atingir 100 km/h. Com o mesmo propósito, os braços foram projetados com leves inclinações - um é mais comprido que o outro em 60 centímetros. São detalhes que fazem do Cristo Redentor uma complexa obra da engenharia brasileira.

Entrevistado
Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e Santuário Cristo Redentor (via assessoria de imprensa)

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