Conheça as melhores obras pré-fabricadas dos EUA

Estádio do Texas Rangers: fachada pré-fabricada que imita os tijolos cerâmicos artesanais Crédito: PCI
Estádio do Texas Rangers: fachada pré-fabricada que imita os tijolos cerâmicos artesanais
Crédito: PCI

A edição 2021 da PCI Design Awards elegeu as 26 melhores obras concluídas em 2020 nos Estados Unidos, e que utilizaram a tecnologia de pré-fabricados e pré-moldados de concreto. A votação ocorre anualmente, e é promovida pelo Precast/Prestressed Concrete Institute (PCI) (Instituto do Concreto Pré-fabricado e Pré-moldado). O resultado foi divulgado dia 26 de janeiro de 2021 e o evento de premiação acontece dia 21 de maio.

Nos EUA, a Precast/Prestressed Concrete Institute equivale à Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada do Concreto) no Brasil. “Mais uma vez, a indústria de concreto pré-moldado deu o seu melhor e entregou muitos produtos inspiradores e projetos impressionantes”, diz o CEO da PCI, Bob Risser. Além das 26 obras premiadas, 12 receberam menção honrosa.

Resort Juno Winter Park, na Flórida: construção modular em concreto permitiu que edifícios com 268 unidades fossem construídos em 11 meses Crédito: PCI
Resort Juno Winter Park, na Flórida: construção modular em concreto permitiu que edifícios com 268 unidades fossem construídos em 11 meses
Crédito: PCI

Entre os projetos contemplados está o novo estádio do Texas Rangers, que disputa a principal liga de beisebol dos EUA. O projeto original previa que a fachada fosse revestida com tijolo cerâmico artesanal, assentado um a um. Isso inviabilizaria o cronograma. A solução foi criar uma fachada pré-fabricada que imita os tijolos aparentes idealizados pela arquitetura. Os elementos estruturais do estádio também são pré-fabricados. Ao todo, 1.650 componentes, como vigas, colunas e paredes estruturais, sustentam a obra.

Museu da Academy Awards, em Los Angeles: peças foram pré-moldadas in loco e usaram cimento personalizado para não haver variação de cores nos elementos Crédito: PCI
Museu da Academy Awards, em Los Angeles: peças foram pré-moldadas in loco e usaram cimento personalizado para não haver variação de cores nos elementos
Crédito: PCI

inovação também esteve presente na construção do novo museu da Academy Awards, em Los Angeles, que reúne a história do cinema produzido em Hollywood. A obra tem o formato de uma esfera de concreto com cúpula de vidro. As peças foram pré-moldadas in loco, pois produzi-las em uma fábrica tornaria a logística de transporte muito onerosa. O desafio para construir o museu se concentrou no tipo de cimento usado no concreto. Foi necessário que o fabricante produzisse um lote único do material, com agregados da mesma fonte, para que não houvesse variação de cor na produção das peças. 

Projetos em BIM, impressão 3D e estruturas imunes a patologias do concreto  

Já o resort Juno Winter Park, na Flórida, foi premiado por causa da precisão dos elementos usados na estrutura do condomínio de prédios T+6 (térreo mais 6 pavimentos). Concebida dentro do conceito de construção modular em concreto a obra foi toda projetada em BIM. Isso permitiu que as 268 unidades que compõem os edifícios fossem executadas em tempo recorde: 11 meses. Os painéis foram pré-moldados com concreto protendido. 

Pontes sobre o rio Williams, em Vermont: concreto de alto desempenho e armaduras em aço inox para evitar patologias como a RAA Crédito: PCI
Pontes sobre o rio Williams, em Vermont: concreto de alto desempenho e armaduras em aço inox para evitar patologias como a RAA
Crédito: PCI

No estado de Vermont, duas pontes sobre o rio Williams também foram reconhecidas pela PCI como modelares em construção industrializada. Projetadas para ter vida útil mínima de 100 anos, as obras de arte receberam peças pré-moldadas produzidas com concreto de 70 MPa e armaduras em aço inox. Motivo: como a região tem alta umidade, causada por nevascas no inverno e chuvas nas estações mais quentes, as pontes precisavam ter suas estruturas protegidas de patologias como RAA (reações álcali-agregadas) que, aliás, causaram a falência das pontes antigas que estavam no local, e que foram demolidas. 

Outra obra emblemática é o edifício alto erguido em Nova York, o One South First. O prédio com 42 pavimentos teve sua fachada produzida com impressão 3D. Foi usado cimento branco e as 2.500 janelas da edificação foram acopladas durante a produção das peças de concreto. O resultado foi uma redução drástica na quantidade de homens-hora para montar a fachada. No sistema convencional, os projetistas estimavam até 60 homens-hora. O número baixou para 14 homens-hora.

One South First, em Nova York: prédio com 42 pavimentos teve sua fachada produzida com impressão 3D em concreto Crédito: PCI
One South First, em Nova York: prédio com 42 pavimentos teve sua fachada produzida com impressão 3D em concreto
Crédito: PCI

 

Entrevistado

Precast/Prestressed Concrete Institute (PCI) (via assessoria de comunicação)

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tbagsarian@pci.org
www.pci.org 

Jornalista responsável:

Altair Santos MTB 2330


Pontes precisam ser funcionais, seguras, duráveis e bonitas

Viaduc de Millau, na França: obra resume conceito difundido por Ian Firth, de que obras de arte precisam ser funcionais, seguras, duráveis, elegantes e bonitas Crédito: Éditions Timée
Viaduc de Millau, na França: obra resume conceito difundido por Ian Firth, de que obras de arte precisam ser funcionais, seguras, duráveis, elegantes e bonitas
Crédito: Éditions Timée

Conhecido internacionalmente por seus projetos estruturais, o engenheiro civil britânico Ian Firth aponta que o atual desafio de pontes e viadutos é superar o dilema “inovação versus risco”. Ao participar da conferência Future of Bridges, o projetista cita que os engenheiros precisam avançar nos conceitos de construção, usufruindo de novos materiais e tecnologias, mas também têm que estar prontos para “dar um passo atrás”. “Os engenheiros estão caminhando sobre uma linha em que precisam seguir as lições já aprendidas, mas também são estimulados a inovar. Encontrar o equilíbrio é o desafio. Por isso, é importante dar um passo à frente, mas continuar olhando para trás”, diz. 

Para Ian Firth, 5 adjetivos definem se uma obra de arte será bem-sucedida ou não. “As pontes precisam ser funcionais, seguras e duráveis, mas também devem ser elegantes e bonitas”, resume. Segundo o engenheiro-projetista britânico, o modelo mais bem acabado de sua análise é o Viaduc de Millau, na França. Trata-se da ponte estaiada mais alta do mundo, com 343 metros de altura, e localizada no vale do rio Tam, no sudoeste francês. “Nessa obra houve uma sinergia perfeita entre engenharia estrutural, arquitetura e inovação”, avalia. Por outro lado, Firth alerta para o uso de materiais e tecnologias que não foram devidamente testados e que causam o aumento de risco nas obras de arte. 

Projetos de pontes e viadutos precisam prever o que vai acontecer daqui a 100 anos 

Ele cita o caso da passarela para pedestres que desabou em Miami-EUA, em 2018, e que era a primeira construção estrutural do mundo a usar concreto autolimpanteO engenheiro afirma que o mesmo vale para tecnologias que pregam o uso de grafeno no lugar de armaduras de açoassim como sensores, concreto regenerativo, estruturas com baixa emissão de carbono, impressão 3D e outras inovações que já estão disponíveis para a construção de pontes e viadutos. “O contratante da obra pode querer usar uma série de novidades, mas o projetista precisa avaliar se elas são fundamentais para a qualidade e a vida útil do projeto. Tem ainda a questão do custo”, cita Firth. 

engenheiro-projetista britânico também alerta para o outro lado da moeda, ou seja, o contratante que quer baratear o preço da obra e incentiva o uso de materiais de baixa qualidade. “Precisamos ajudar os clientes a entender a importância da segurança, do valor da vida, e usar isso como base para a tomada de decisões. A esperança é que isso leve a pontes de melhor desempenho”, completa. Firth finaliza a palestra realçando que projetos de pontes e viadutos precisam prever o que vai acontecer daqui a 100 anos. “O mundo necessita de pontes. Temos obrigação de fazê-las bonitas e bem construídasAlém disso, precisamos projetá-las para durarem no mínimo 100 anos. Até onde se sabe, só há um material capaz de cumprir esses requisitos: o concreto”, conclui.  

Veja vídeo com palestra de Ian Firth 

Entrevistado
Reportagem com base na conferência “Future of Bridges” e na palestra “Pontes precisam ser bonitas”, do engenheiro-estrutural britânico Ian Firth 

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ian@ianfirth.com
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Altair Santos MTB 2330


Paraná fará parte de projeto-piloto do Casa Verde e Amarela

Painel no SindusCon-PR sinalizou como a construção civil do Paraná irá se beneficiar do programa Casa Verde e Amarela Crédito: Guilherme Santos/Cohapar
Painel no SindusCon-PR sinalizou como a construção civil do Paraná irá se beneficiar do programa Casa Verde e Amarela
Crédito: Guilherme Santos/Cohapar

Em painel promovido pelo SindusCon-PR, dia 25 de janeiro de 2021, o secretário nacional de habitação do ministério do Desenvolvimento Regional, Alfredo Santos, revelou que o Paraná está entre os estados escolhidos para viabilizar projetos-pilotos do programa Casa Verde e Amarela 

O projeto será escolhido através de concurso público e a informação foi confirmada pelo presidente da Cohapar, Jorge Lange. “Estamos com uma parceria muito estreita com a secretaria nacional de habitação, e esse projeto terá a participação do Paraná. Ele começa pela doação de terrenos nos municípios que aderirem ao Casa Verde e Amarela”, revela.  

Segundo Alfredo Santos, o concurso vai selecionar 3 projetos. O que irá pesar são itens como inovação, sustentabilidade, emprego de tecnologias e construção industrializada do concreto. “Ainda que a gente construa com qualidade, a maior parte de nossas obras habitacionais é tijolo a tijolo. Isso gera passivos ambientais e atrasos no cronograma. Precisamos reduzir prazos e reduzir custos. Por isso, lançaremos o concurso nacional de projetos para encontrarmos uma nova forma de construir”, diz. 

O regulamento do concurso contará com a assessoria técnica da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ). Trata-se de uma agência alemã de desenvolvimento sustentável na área habitacional. O trabalho da GIZ será induzir soluções que enquadrem as habitações de interesse social no Brasil à Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575). A participação alemã no projeto foi confirmada em outubro de 2020, durante o evento online do 67º Fórum Nacional de Habitação de Interesse Social. 

No painel promovido pelo SindusCon-PR, Alfredo Santos expôs números sobre o quadro habitacional no Paraná, e que ajudaram o estado a ser um dos escolhidos para receber projetos-pilotos do Casa Verde e Amarela. O secretário nacional de habitação ressaltou ainda que o Paraná é um dos mais eficazes no uso do orçamento para habitação popular destinado pelo governo federal, através de recursos do FGTS. 

Déficit habitacional no Paraná é um dos mais baixos do país 

Por isso, o déficit habitacional no estado é baixo se comparado à estatística nacional. O Brasil, segundo dados de 2019 da fundação João Pinheiro, tem carência de 5 milhões e 900 mil unidades habitacionais. “Para o país zerar esses números, e ainda atender demanda de novas famílias que surgem, precisa produzir 1 milhão e 250 mil de unidades por ano”, alerta Alfredo Santos. Já o Paraná tem déficit habitacional de 248.555 unidades, das quais 144.118 atenderiam famílias que comprometem mais de 30% da renda mensal com pagamento de aluguel, 62.595 para quem reside em domicílios precários e 5.702 para quem vive em coabitação 

Pelos dados trazidos pela secretaria nacional de habitação, o principal problema do Paraná na área de habitação é a inadequação de domicílios, que chegam a 1.105.720 unidades em todos o estado. São casas sem banheiro, sem piso, sem reboco ou com escassez de janelas. As que se enquadram nesse grupo somam 770.953. Tem também as que se encontram na situação de inadequação fundiária, ou seja, não possuem registro de imóvel, e que chegam a 108.371. Por fim, as carentes de infraestrutura. Essas são 392.883, e não contam com água encanada, ligação com rede de esgoto, fornecimento adequado de energia elétrica, rua asfaltada ou calçadas. O Casa Verde e Amarela promete regularizar essas habitações.  

Veja a íntegra do painel promovido pelo SindusCon-PR 

Entrevistado
Reportagem com base no painel “O novo programa Casa Verde e Amarela”, promovido pelo SindusCon-PR 

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Altair Santos MTB 2330


Com concreto tudo é possível. Até construir uma ilha em NY

Construída no local do antigo Pier 55 de Nova York, a Little Island é um investimento privado de 250 milhões de dólares, cujo projeto foi concebido em 2014 Crédito: Little Island
Construída no local do antigo Pier 55 de Nova York, a Little Island é um investimento privado de 250 milhões de dólares, cujo projeto foi concebido em 2014
Crédito: Little Island

Prevista para ser inaugurada entre abril e maio de 2021, a Little Island, em Nova York-EUA, é a prova de que o concreto é o material mais versátil do planeta. Com ele, é possível construir tudo, inclusive uma ilha artificial à beira do rio Hudson 

O projeto da obra está entre os mais ousados, sob o ponto de vista da engenharia e da arquitetura. A Little Island é formada por 267 pilares de concreto pré-moldado encravados no principal rio de Nova York. Os pilares sustentam 132 enormes peças de concreto pré-fabricado, que se encaixam como um quebra-cabeça para formar a plataforma da ilha.  

Cada estrutura pesa cerca de 70 toneladas, em média. Para fabricá-las, foram criadas fôrmas de EPS recobertas com espuma de poliuretano. O concreto consumido para construir todas as peças chegou ao volume de 10.200 m3. A fim de que os elementos se encaixassem perfeitamente, os projetistas da britânica Arup usaram a ferramenta BIM para gerar scripts paramétricos em 3D. Isso guiou os processos de fabricação de cada uma das estruturas, cuja margem de erro ficou limitada a 3 milímetros. 

Little Island é formada por 132 elementos pré-fabricados, que se encaixam milimetricamente, como um quebra-cabeça Crédito: Little Island
Little Island é formada por 132 elementos pré-fabricados, que se encaixam milimetricamente, como um quebra-cabeça
Crédito: Little Island

A construção da Little Island é financiada com recursos privados da Hudson River Park Trust e do milionário e filantropo nova-iorquino Barry Diller, a um custo de 250 milhões de dólares. O projeto arquitetônico é do Heatherwick Studio, que venceu um concurso público realizado em 2014. Porém, em 2017, chegou a ser considerado inviável, até que as tecnologias do concreto mostraram que a obra tinha como sair do papel. 

A Fort Miller Company foi responsável pela fabricação dos pré-moldados. Quando prontas, as peças foram transportadas por caminhão, da fábrica até as margens do rio Hudson, em um percurso de viagem de uma hora. Antes de serem embarcados em barcaças, os elementos eram montados e viajavam de 4 em 4 unidades até o canteiro de obras da Little Island. Um guindaste flutuante foi usado para encaixar as peças no conjunto de estacas. 

Little Island é ponto de partida para a construção pré-fabricada com alta complexidade  

Little island. Encontra-se em fase de paisagismo e previsão é que seja aberta ao público na primavera do hemisfério norte, entre abril e maio de 2021 Crédito: Little Island
Little Island. Encontra-se em fase de paisagismo e previsão é que seja aberta ao público na primavera do hemisfério norte, entre abril e maio de 2021
Crédito: Little Island

Mais de cem espécies diferentes de árvores e plantas nativas adequadas ao clima de Nova York estarão na Little Island, que se encontra em fase de paisagismo. A construção ainda terá um teatro a céu aberto para 700 lugares e poderá receber até 3.500 pessoas por dia para caminhadas em suas trilhas. O espaço mede 9.800 m2. 

Para os engenheiros-projetistas da ArupYong-Wook Jo, David Farnsworth e Jacob WiestArup, a Little Island pode ser considerada um ponto de partida inovador para a construção pré-fabricada com alta complexidade, a partir do uso do BIM e do design digital. “O principal desafio de gerar, projetar, comunicar e fabricar a geometria complexa foi superado com o uso intensivo de scripts paramétricos, automação e comunicação de dados digitais na fase de projeto e concepção dos elementos”, dizem os projetistas. 

Com 9.800 m², a Little Island foi projetada para ser um parque de concreto à beira do rio Hudson, em Nova York Crédito: Little Island
Com 9.800 m², a Little Island foi projetada para ser um parque de concreto à beira do rio Hudson, em Nova York
Crédito: Little Island

Para eles, a tecnologia de pré-moldados de concreto ultrapassou o convencional para viabilizar a Little Island. Por causa da complexidade do projeto, e da burocracia para conseguir liberar a construção, a obra sofreu atraso de 48 meses. “Nesse período, fizemos descobertas importantes para o futuro da construção industrializada do concreto”, completam os engenheiros. 

Estrutura que sustenta a Little Island é formada por 267 pilares pré-moldados de concreto Crédito: Little Island
Estrutura que sustenta a Little Island é formada por 267 pilares pré-moldados de concreto
Crédito: Little Island

Veja vídeo sobre o processo de fabricação e montagem das estruturas da Little Island 

Entrevistado
Assessoria de comunicação da Little Island e da Arup Engenharia 

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press@littleisland.org
info@littleisland.org
media@arup.com 

Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330

 

 


Entre as 10 maiores construtoras do mundo, 6 são chinesas

Chengdu Tianfu Airport: a mais recente obra da China State Construction & Engineering, maior construtora do mundo Crédito: CSCEC
Chengdu Tianfu Airport: a mais recente obra da China State Construction & Engineering, maior construtora do mundo
Crédito: CSCEC

Na construção civil, a China já detém o título de maior do mundo. Segundo a mais recente edição do ranking ICON 200, que lista as 200 grandes empreiteiras do planeta, 6 das 10 maiores construtoras do mundo são chinesas. Elas ocupam 1º, 2º, 3º, 4º, 6º e 9º postos do ranking. A maior de todas é a China State Construction & Engineering, cuja receita anual chega a 203,1 bilhões de dólares.  

A líder é seguida pelas compatriotas China Railway Group (faturamento anual de 124,3 bilhões de dólares), China Railway Construction Corporation (120,6 bilhões de dólares) e China Communications Construction (80,7 bilhões de dólares). As outras duas chinesas que se destacam no ranking são Metallurgical Corporation of China (49,2 bilhões de dólares) e Shanghai Construction Group (29,4 bilhões). 

O que surpreende no desempenho das grandes empreiteiras chinesas é que todas tiveram crescimento em seus balanços. A China State Construction & Engineering havia faturado 178,9 bilhões de dólares em 2018 e saltou para 203,1 bilhões em 2019. Para 2020, cujos balanços consolidados ainda não foram divulgados, a expectativa é que a receita anual da empreiteira fique entre 210 bilhões e 220 bilhões, mesmo em um ano impactado pela pandemia de COVID-19. 

Dados divulgados pela revista Fortune mostram que a gigante estatal obteve novos negócios no valor de 136 bilhões de dólares no 1º semestre de 2020, com crescimento de 4,8% a mais que no mesmo período de 2019. A China State Construction & Engineering tem atuação destacada na construção habitacional chinesa, mas marca presença também em obras de infraestrutura na África, em outros países asiáticos e na Rússia. O volume de negócios a faz ocupar a posição número 18 no ranking das 500 maiores empresas do mundo, segundo a Fortune, considerando companhias de todos os setores da economia. 

Somente duas construtoras brasileiras aparecem em ranking global 

Completam o top 10 a francesa Vinci, em 5º lugar; a espanhola ACS, em 7º; a francesa Bouygues, em 8º, e a alemã Hochtief, em 10º. No ranking ICON 200, as brasileiras melhor posicionadas são a MRV Engenharia, que aparece em 183º lugar (faturamento anual de 1 bilhão e 542 milhões de dólares) e a Andrade Gutierrez, na 197ª posição (766 milhões de dólares)Em relação ao ranking do ano anterior, as duas inverteram de posições. Na lista baseada nos balanços de 2018, e divulgada em 2019, a Andrade Gutierrez aparecia em 184º e a MRV em 199º. 

A publicação Construção Latino-Americana, que elabora um ranking do continente, revela que as duas empreiteiras brasileiras também aparecem como as únicas do país no top 10 de sua lista. A MRV desponta na 3ª colocação e a Andrade Gutierrez em 8º. O levantamento leva em consideração não apenas empresas com sede no continente, mas também espanholas e portuguesas que tocam obras na América Latina. A chilena Sidgo Koppers (receita anual de 2,33 bilhões de dólares) e a espanhola Sacyr (1,6 bilhão de dólares) lideram o ranking. 

Entrevistado 
Reportagem com base no ranking 2019/2020 das revistas International Construction e Construção Latino-Americana, publicadas pelo KHL Groups 

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info@khl.com 

Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330


Brasil tem 369 mil engenheiros civis e 202 mil arquitetos

No Brasil, aumento de vagas para engenheiros civis no regime PJ aumentou 31% em 2020, na comparação com 2019 Crédito: Banco de Imagens
No Brasil, as vagas para engenheiros civis no regime PJ aumentaram 31% em 2020, na comparação com 2019
Crédito: Banco de Imagens

Dados do Sistema Confea/CREA e do CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo) revelam que o Brasil tem atualmente 368.930 engenheiros civis graduados, e com registro profissional ativo, e 202.588 arquitetos e urbanistas em condições de exercer a profissão. 

Para esses profissionais, diminuíram as vagas formais de emprego, mas cresceram as que se enquadram dentro do regime PJ (Pessoas Jurídica). Segundo os recentes números de consultorias que acompanham o mercado de trabalho para engenheiros civisem 2020 o aumento de oferta de vagas nessas condições chegou a 31% na comparação com 2019. 

“Esse aumento de profissionais PJ no mercado de trabalho iniciou em abril de 2020. Por conta da pandemia, algumas empresas começaram a demitir em um primeiro momento, depois congelaram as vagas e, quando passaram a recontratar, lançaram mão do regime PJ”, diz a executiva da consultoria Revelo, Patrícia Carvalho, especializada em recrutamento, em entrevista ao jornal Valor Econômico.  

Essa nova realidade já chegou também a quem se candidata a vagas de trainee. “É muito importante formar o engenheiro para empreender. A tendência é que seja cada vez menor o número de engenheiros que trabalham como empregados, mas será crescente o volume de oportunidades por projeto. Criar essa cultura do empreendedorismo é um desafio para as universidades. Não estamos aqui incentivando a pejotização, mas estimulando o empreendedorismo inovador”, afirma o presidente do Confea, o engenheiro civil Joel Krüger, ao participar do webinar Engenharia & Inovação, promovido pelo CREA-BA.    

Em 2020, engenharia civil teve mercado de trabalho mais aquecido que arquitetura 

O mesmo cenário se apresenta para os profissionais da arquitetura e urbanismo, que, ao contrário da engenharia civil, registraram queda no volume de contratações em 2020. De acordo com o CAU, os serviços do setor fecharam o ano passado com recuo de 6,3% na comparação com 2019. Mas 9 estados e o Distrito Federal tiveram crescimento nas atividades que envolvem a arquitetura e urbanismo. Foram Acre (+18%), Amazonas (+18%), Roraima (13%), Amapá (+6%)Mato Grosso (+13%), Goiás (+3%), Ceará (+6%), Sergipe (+4%), Paraná (+1%) e Distrito Federal (+6%). As maiores quedas aconteceram nos mercados de São Paulo (-13%), Rio de Janeiro (-21%) e Bahia (-21%). 

A engenharia civil, ao contrário da arquitetura e urbanismo, teve o mercado de trabalho aquecido em 2020 por conta da quantidade de projetos desengavetados, e que resultaram em dezenas de instalações de canteiros de obras pelo país. “Conseguimos manter um bom nível de empregabilidade dos profissionais vinculados ao sistema Confea/CREA, apesar da pandemia”, comenta Joel Krüger.  

Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados dia 28 de janeiro de 2021 pelo ministério da Economia revelam que a construção civil liderou o ranking de contratações em 2020 e fechou o ano com saldo positivo de 112.174, ou seja, contratou 1.570.835 trabalhadores e demitiu 1.458.661. Atualmente, o estoque de trabalhadores que atua no setor é de 2.279.099. O Caged considera em suas estatísticas apenas os empregos formais, com carteira de trabalho assinada. 

Assista ao webinar Engenharia & Inovação, promovido pelo CREA-BA 

Veja dados completos do mercado de trabalho para arquitetos e urbanistas 

Entrevistado

Sistema Confea/CREA, Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) e ministério da Economia (via assessoria de imprensa) 

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gco@confea.org.br
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imprensa@economia.gov.br

Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330


Indústria de materiais de construção estima crescer 4% em 2021

Construção civil teve baixíssimos casos de infecção por COVID-19 e manteve a produtividade em 2020, o que foi decisivo para o desempenho do setor Crédito: CNI
Construção civil teve baixíssimos casos de infecção por COVID-19 e manteve a produtividade em 2020, o que foi decisivo para o desempenho do setor
Crédito: CNI

Índice Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) divulgado dia 18 de janeiro de 2021 mostra que o desempenho do setor teve queda leve em 2020, inferior à expectativa criada quando o país foi impactado pela pandemia de COVID-19. O desempenho ficou negativo em 0,4% contra o -2,8% estimado ao longo do ano passado.

O balanço animador faz a Abramat prever crescimento de 4% em 2021, como explica o presidente da associação, Rodrigo Navarro. “A previsão divulgada no índice da Abramat se baseia no atual elevado nível de atividade do setor da construção. Observamos aquecimento tanto no segmento imobiliário como nas obras de pequeno porte e reformas, que se refletem nas vendas do varejo”, explica.

O dirigente também alerta para a recuperação da infraestrutura do país, a fim de que o crescimento seja sustentável. "Falta a retomada das obras paradas e de infraestrutura, área onde esperamos maior vigor este ano, até pela aprovação do novo marco regulatório do saneamento básico. Dessa forma, podemos falar em um sentimento de otimismo moderado e cauteloso neste início de ano para o setor", diz.

Navarro relaciona a análise às incertezas vinculadas à vacinação em massa e à oscilação do câmbio. “Há a expectativa de retomada da economia brasileira e mundial a partir da imunização contra a COVID-19. No entanto, há incertezas. Qual será o alcance da imunização? Como ficará a variação cambial do dólar, e seus reflexos na cadeia de suprimentos, que depende da importação de insumos?”, questiona.

Trabalhadores da construção civil são incluídos no grupo prioritário para vacinação

Medida do ministério da Saúde, tomada dia 22 de janeiro, ameniza parte da apreensão do presidente da Abramat. Os trabalhadores da construção civil foram incluídos no grupo prioritário para vacinação contra COVID-19. Também foram acrescentados trabalhadores do setor de transportes rodoviário e aeroportuários, como caminhoneiros, motoristas e cobradores de ônibus, metroviários, aeronautas, trabalhadores da área de navegação e de portos e também da área industrial. “Optou-se por priorizar a proteção dos indivíduos com maior risco de infecção e a preservação do funcionamento dos serviços essenciais”, afirma documento da Secretaria de Vigilância em Saúde do ministério da Saúde.

Para o presidente do SindusCon-SP, a medida do ministério da Saúde, de incluir os trabalhadores da construção civil entre as prioridades para a vacinação, é bem recebida pelo setor. No entanto, até que a vacina chegue efetivamente, ele pede que as construtoras redobrem os cuidados. “O momento é muito preocupante diante da escalada da doença, e os canteiros de obras seguem agindo de forma correta, reforçando diariamente o rigor nas medidas de prevenção”, comenta Odair Senra.

Na média nacional, os casos de infectados na atividade da construção civil não chegam a 1%. A pandemia também afetou pouco o cronograma das obras. Ao longo de 2020, apenas 2% precisou paralisar as atividades em algum período entre março e dezembro. São números que ajudaram a assegurar o bom desempenho do setor no ano passado.

Entrevistado
Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção)

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abramat@abramat.org.br

Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330


Organismos de classe da construção civil se unem por reformas 

Organismos ligados à cadeia produtiva da construção civil cobram andamento das reformas paradas no Congresso Nacional Crédito: Pedro França/Agência Senado
Organismos ligados à cadeia produtiva da construção civil cobram andamento das reformas paradas no Congresso Nacional
Crédito: Pedro França/Agência Senado

Através de manifesto publicado no jornal O Estado de S. Paulo, na edição de 19 de janeiro de 2021, organismos de classe da construção civil pediram urgência no encaminhamento das reformas tributária e administrativa, além de compromisso com o teto de gastos e com o ajuste fiscal. O documento, assinado por 21 representantes do setor, tem o objetivo de alertar o governo federal e o Congresso Nacional para que medidas econômicas recoloquem o país nos trilhos do crescimento e possam manter a construção civil como locomotiva do desenvolvimento do país.

Os organismos que assinam o manifesto destacam 9 pontos que servem de alerta para os poderes da República. São eles:

- As instituições precisam ser sólidas para a sustentação da democracia e da governabilidade, com absoluta harmonia e independência dos poderes, o mesmo ocorrendo internamente em cada poder.

- Os poderes devem estar voltados à política de Estado e não de governo, orientados para o que é de inegável interesse público e não meramente corporativo ou político.

- O respeito ao teto de gastos públicos tem de ser sagrado, mesmo em momento tão difícil quanto o atual.

- O ajuste fiscal deve ser capaz de efetivamente reduzir a dívida pública, que hoje está em 91% do PIB, uma das maiores do planeta entre os países de renda média.

- A articulação entre os três poderes e as três esferas de governo deve ser garantida por meio de um pacto federativo apartidário.

- O programa de concessões e privatizações tem de continuar e abrir caminho aos investimentos locais e internacionais indispensáveis ao desenvolvimento e à massiva geração de empregos.

- Os marcos regulatórios convergentes com as metas do crescimento sustentado devem ser rapidamente aprovados.

- A confirmação da autonomia do Banco Central não pode mais ser postergada.

- A reforma administrativa, assim como a simplificação tributária, deve ser prontamente realizada.

Manifesto reitera compromisso em ajudar o Brasil a se desenvolver

O manifesto também pede compromisso com a imunização contra a COVID-19, através da vacinação, e reitera que “segurança jurídica, crédito, juros baixos e inflação controlada geram confiança, que é o combustível do empreendedor”. “Acreditamos na necessidade urgente da imunização coletiva contra a COVID-19, para tranquilizar a população e acelerar a retomada econômica”, diz o documento, que estende seu apelo aos parlamentares. “A atuação dos novos líderes do Congresso Nacional será decisiva. Engajamento, mobilização, propostas e ação. É isto que o país pede a todos nós. Estamos prontos e à disposição para ajudar a construir o Brasil que queremos”, destaca.

Assinam o manifesto as seguintes instituições:

Abemi (Associação Brasileira de Engenharia Industrial)

Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária)

Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias)

Abrinstal (Associação Brasileira pela Conformidade e Eficiência nas Instalações)

ADEMI-RJ (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro)

ADITBrasil (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico de Nordeste Brasileiro)

ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil)

Aelo (Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano)

Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping)

Apeop (Associação para o Progresso de Empresas de Obras de Infraestrutura)

Associação Comercial de São Paulo

Brasinfa (Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações de Classe de Infraestrutura)

CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção)

Cofeci-Creci (Conselho Federal de Corretores de Imóveis)

Deconcic (Departamento da Indústria da Construção e Mineração da FIESP)

Fiabci-Brasil (Federação Internacional Imobiliária)

Instituto de Engenharia

Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo)

Sinaenco (Sindicato da Arquitetura e da Engenharia Consultiva)

SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo)

Sinicesp (Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo)

Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração)

Entrevistado
Reportagem com base no conteúdo do manifesto “Prioridade aos Brasileiros”, divulgado por 21 organismos de classe ligados ao setor da construção civil

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Altair Santos MTB 2330


Veto ao Casa Verde e Amarela afeta pequenas construtoras

Casa Verde e Amarela permite renegociação para construtoras que não conseguiram concluir obras do Minha Casa Minha Vida Crédito: Agência Brasília
Casa Verde e Amarela permite renegociação para construtoras que não conseguiram concluir obras do Minha Casa Minha Vida
Crédito: Agência Brasília

Publicada no Diário Oficial da União de 13 de janeiro de 2021, a sanção do Casa Verde e Amarela recebeu um veto que afeta as pequenas construtoras que venham a se vincular ao programa habitacional. O projeto aprovado no Congresso Nacional tinha um dispositivo em que as empresas contratadas para erguer unidades no valor de até 124 mil reais fossem beneficiadas por um Regime Especial de Tributação. Elas pagariam tributos equivalentes a 4% da receita mensal, unificando as alíquotas do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, do PIS/Pasep, da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e da Cofins.

Com o veto, os pequenos construtores alegam que poderão vir a pagar mais tributos do que construtoras voltadas para edificações de alto padrão. "Um apartamento de alto padrão paga 4% de imposto e uma casa popular vai pagar 6,7%, o que é muito ruim para o programa. Agora temos que nos mobilizar para derrubar isso", diz André Montenegro, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e empresário do ramo da construção civil que atua no segmento de Habitação de Interesse Social (HIS). Para o dirigente, o veto foi uma “surpresa negativa”.

O governo federal alega que a unificação de tributos descumpre a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei de Responsabilidade Fiscal. "Apesar de meritória a intenção, a proposição encontra óbice jurídico por não apresentar a estimativa do respectivo impacto orçamentário e medidas compensatórias correspondentes, em violação às regras da Lei de Responsabilidade Fiscal e Lei de Diretrizes Orçamentárias", informa a secretária-geral da Presidência da República.

Para amenizar o impacto do veto, foi concedida uma segunda chance para as construtoras que não entregaram moradias contratadas no programa Minha Casa Minha Vida. Elas poderão terminar o empreendimento sem cobrança da dívida gerada por estourar os prazos de execução das obras. Essas empresas terão até 30 meses para concluir os empreendimentos sem aumento de custos para a União, podendo contar com ajuda financeira do estado ou do município, em conjunto com algum agente financeiro - exceto a Caixa Econômica Federal.

Veto ainda pode ser derrubado em sessão conjunta do Congresso Nacional

Ao manifestar interesse pela renegociação, as construtoras terão que declarar quais unidades habitacionais têm viabilidade de execução. Isso abre a possibilidade de se entregar menos imóveis que o financiamento original previa. Por outro lado, parcelas pendentes de liberação, retidas por descumprimento do contrato original, dependerão da conclusão das obras, sem adiantamentos.

Todas essas novas medidas relacionadas ao Casa Verde e Amarela, incluindo o veto presidencial, voltarão a ser analisadas na Câmara e no Senado, ainda sem data marcada, que poderão confirmar a decisão do poder executivo ou derrubá-la. Para rejeição do veto é necessária a maioria absoluta dos votos de deputados (257) e senadores (41) em sessão conjunta do Congresso Nacional.

O Casa Verde e Amarela alcança famílias com renda mensal de até 7 mil reais, que vivem em áreas urbanas, e renda anual de até 84 mil reais, para as que residem em regiões rurais. O programa divide o público-alvo em três faixas de renda familiar: até 2 mil reais mensais, de 2 mil reais a 4 mil reais, e de 4 mil reais a 7 mil reais. Somente aqueles com renda até 4 mil reais em área urbana ou com renda anual de até 48 mil reais em área rural poderão contar com subvenção da União para adequar as parcelas ao orçamento familiar. As taxas de juros serão diferentes para as regiões do país: no Norte e no Nordeste, elas ficam entre 4,25% e 4,5% ao ano, a depender da faixa de renda familiar, enquanto no restante do país serão de 5%.

Entrevistado
Ministério do Desenvolvimento Regional (via assessoria de imprensa)

Contato
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Altair Santos MTB 2330


Saiba qual é a obra que mais consome concreto no mundo

Prevista para entrar em operação em 2022, e com mais de 80% de suas obras concluídas, a hidrelétrica Grand Renaissance (Grande Renascença) localizada na Etiópia, é atualmente o projeto de engenharia que mais consome concreto no mundo. Os cálculos estimam que, ao final da execução, tenham sido lançados 10,5 milhões de m³ do material para erguer a barragem 

Construída no percurso do rio Nilo Azul, a usina está na divisa da Etiópia com Sudão, na região conhecida como África Subsaariana. O orçamento da usina é de 4,6 bilhões de dólares e o maior volume de concretagem se deu entre 2013 e 2015. Em dezembro de 2014, a obra recebeu 23.200 m³ de concreto por dia. canteiro de obras foi instalado em 2011 e a empreiteira italiana WeBuild Group lidera o consórcio dconstrução, que engloba ainda empresas etíopes, francesas e chinesas. 

barragem principal, construída com Concreto Compactado a Rolo (CCR), tem 1.780 m de comprimento e 175 m de altura. A obra gerou um reservatório com área de 1.680 km², capaz de armazenar 70 km³ de águaprojeto também envolve uma barragem de enrocamento com fachada de concreto (do inglês, Concrete Face Rockfill Dam [CFRD]) com 5 quilômetros de comprimento e 60 m de altura. 

Com o nome oficial de Grand Ethiopian Renaissance Dam (GERD) hidrelétrica não poupou recursos tecnológicos na etapa de levantamentos topográficos e geológicos. Foram utilizados satélites, varredura a laser e fotogrametria por drones. A construção da usina também propiciou um salto na indústria cimenteira da Etiópia, cujo governo não abriu mão de que fosse empregado material nacional na obra. 

Construção da usina transforma Etiópia no 3º maior consumidor de cimento da África  

Os cimentos etíopes mostraram-se inicialmente inadequados para produzir o concreto de acordo com as especificações exigidas pelos projetistas da RenaissanceHouve a contratação de laboratoristasde químicos e de engenheiros europeus para melhorar o processo de fabricação e a qualidade do cimento disponível no mercado etíope. São empregados dois tipos de Cimento Portland na obra: o pozolânico e o de alta resistência ao sulfato - equivalentes ao CP IV-32 RS Cimento Itambé considerado cimento resistente a sulfatos pela NBR 16697 - Cimento Portland - Requisitos. 

Desde 2011, por conta do fornecimento de material para a construção da hidrelétrica, a produção de cimento na Etiópia cresceu a taxas próximas de 10% ao ano. Atualmente, o país produz 16,5 milhões de toneladas anualmente (dados de 2019) e é o 3º da África em consumo de cimento, atrás de Nigéria e África do Sul.  

A maior hidrelétrica do continente africano vai comportar 16 turbinas e terá capacidade instalada de 6.000 MW. A Binacional Itaipu (Brasil-Paraguai) tem 14.000 MW e a Três Gargantas, na China, 22.400 MW de capacidade instalada. Mesmo sendo a obra em execução que mais consome concreto atualmente, a Renaissance também não irá superar volume total de concreto de Três Gargantas, que recebeu 16 milhões de m³, e nem de Itaipu, com 12,7 milhões de m³. 

Veja vídeo oficial sobre a construção da Grand Ethiopian Renaissance Dam 

Entrevistado
Consórcio WeBuild Group (via assessoria de comunicação) 

Contato
media@webuildgroup.com 

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Altair Santos MTB 2330