Paraná terá 1ª rodovia de concreto projetada em BIM

Tecnologia whitetopping permite que o pavimento de concreto use o asfalto deteriorado como base na restauração de rodovias Crédito: Banco de Imagens
Tecnologia whitetopping permite que o pavimento de concreto use o asfalto deteriorado como base na restauração de rodovias
Crédito: Banco de Imagens

O trecho de 59 quilômetros e 55 metros da rodovia estadual PRC-280, entre o município de Palmas-PR e o entroncamento com a BR-153, será o 1º do Paraná a receber pavimento de concreto projetado com a tecnologia BIM (Building Information Modeling). Desde 2019, o estado só aceita projetos rodoviários apresentados dentro da ferramenta. Porém, nenhum até agora havia contemplado o revestimento rígido.

A metodologia permite “construir virtualmente”, fazer as devidas correções e depois executá-la no local da obra. A expectativa do governo do Paraná é que o trecho sirva de referência para outras obras rodoviárias no estado. “Estamos apostando em um modelo mais transparente de execução. É uma modelagem para o que planejamos para o futuro das obras no Paraná”, acrescenta o secretário estadual de infraestrutura e logística, Sandro Alex.

O diretor-geral do DER-PR (Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná), Fernando Furiatti Saboia, reforça essa visão do governo estadual. “A restauração com pavimento de concreto garante uma pista em excelentes condições e custará menos do que uma restauração com pavimento asfáltico, que exigiria reparos em toda a base. Outra grande vantagem é que o pavimento de concreto tem uma vida útil muito maior e exige menos serviços de conservação. Esta obra poderá servir de exemplo para iniciativas semelhantes no futuro”, diz.

No traçado será usada a tecnologia whitetopping (concreto sobre asfalto). As placas terão espessura de 22 centímetros e a vida útil mínima do pavimento está prevista para 20 anos. A rodovia também terá alargamento de 40 centímetros em cada lado. O custo da obra será 10,92% menor do que o orçado com pavimento asfáltico. O valor final da licitação é de 106 milhões e 890 mil reais, enquanto o orçamento estipulado nos estudos de viabilidade era de 120 milhões de reais.

Whitetopping proporciona uma obra rápida, com custo menor e mais sustentável

Estado atual da PRC-280, no trecho próximo de Palmas-PR: pavimento asfáltico não suporta volume do tráfego pesado que passa diariamente pela rodovia Crédito: @PRC280
Estado atual da PRC-280, no trecho próximo de Palmas-PR: pavimento asfáltico não suporta volume do tráfego pesado que passa diariamente pela rodovia
Crédito: @PRC280

PRC-280 é o principal corredor do sudoeste do Paraná, escoando as produções agrícola e madeireira da região. Segundo dados do DER-PR, diariamente passam 1.826 veículos pesados pelo trecho a ser restaurado. Por isso a opção pelo pavimento rígido. Segundo o gerente da regional sul da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), o engenheiro civil Alexsander Maschio, a opção pela tecnologia whitetopping proporciona uma obra rápida, com custo menor e mais sustentável.

“O whitetopping é uma tendência, pois a partir desta tecnologia é possível utilizar o pavimento remanescente, deteriorado, como fundação do novo pavimento. Isso reduz custos, otimiza prazos e proporciona uma solução mais sustentável do ponto de vista ambiental, pois não tem bota-fora e remoção. Diria que o whitetopping é a melhor alternativa para a restauração das rodovias brasileiras atualmente”, explica.

Alexsander Maschio também destaca que o trecho da PRC-280 será o maior sob a gestão do DER-PR a receber pavimento de concreto no Paraná. No entanto, sob a jurisdição do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), há outro traçado longo no estado. Trata-se do trecho da BR-163, entre Cascavel-PR e Marmelândia-PR, com 70 quilômetros de extensão. Por isso, o engenheiro civil reforça o trabalho da ABCP nessas conquistas. “A ABCP tem atuado junto aos organismos públicos para desmistificar questões ligadas ao pavimento de concreto, principalmente no que diz respeito ao custo e ao processo executivo”, completa.

Entrevistados
- Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) e Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística do Paraná (via assessorias de imprensa)
- Engenheiro civil Alexsander Maschio, gerente da regional sul da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland)

Contatos
seil@seil.pr.gov.br
alexsander.maschio@abcp.org.br

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Altair Santos MTB 2330


Caixa lança em março pacote para pequenas e médias construtoras

Projetos habitacionais com até 60 unidades já recebem benefícios da Caixa, e vem mais incentivos por aí Crédito: Agência Brasil
Projetos habitacionais com até 60 unidades já recebem benefícios da Caixa, e vem mais incentivos por aí
Crédito: Agência Brasil

Caixa Econômica Federal lança em março um pacote de medidas que pretende desburocratizar os projetos habitacionais financiados pelo banco, além de ofertar mais recursos para pequenas e médias construtoras do país. A prioridade são as empresas que atuam com habitações de interesse social, dentro do Casa Verde e Amarela.

O procedimento da Caixa é mais um passo na direção da expansão do crédito imobiliário. Em 2020, o banco liberou 53 bilhões e 700 milhões de reais em contratações pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Outro fator está relacionado com o aumento da inflação da construção civil. O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumula taxa de 12,01% em 12 meses (fevereiro de 2020 a janeiro de 2021).

As medidas que virão em março acontecem ao longo do mês. Entre elas, está a possibilidade do construtor obter, via Caixa, 100% do custo da obra quando começar a executá-la. Outra decisão anunciada envolve projetos com recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo). Caso o valor liberado não permita concluir a construção, a Caixa poderá viabilizar crédito suplementar para que a execução seja finalizada.

Além disso, desde 15 de fevereiro já está em vigor o programa Incorporadora Fácil. Nele, a Caixa faz uma avaliação diferenciada para pequenos projetos, o que reduz para no máximo 10 dias a análise técnica e a documentação de empreendimentos com até 60 unidades habitacionais, sejam horizontais ou verticais.

banco também simplificou o modelo de avaliação de risco das construtoras com faturamento até 150 milhões de reais. O prazo caiu de 12 dias para 1 dia. Pelo novo sistema, o gerente da agência da Caixa de onde parte o financiamento para a obra ganha autonomia para inserir as informações, processar e liberar o resultado da avaliação.

Conheça as medidas que passam a valer de 8 a 26 de março

8 de março
Simplificação da aprovação de limite de crédito para empresas com faturamento superior a 30 milhões de reais.

10 de março
A Caixa passa a adotar o Nível de Desempenho Técnico. Significa que construtoras com expertise e performance técnica em obras ganharão ritos diferenciados de avaliação e qualificação, o que facilitará o acesso ao crédito.

15 de março
Passa a valer a Manifestação de Viabilidade Prévia de Engenharia (MVP). Isso reorganiza a esteira de contratação, com avaliações em paralelo e assinatura de memorando, o que agiliza a tramitação da proposta. Firmada a intenção de contratação é realizada a análise de engenharia completa.

26 de março
Será considerada a suplementação de recursos para o projeto. A medida vale para as operações enquadradas dentro do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo). Caso haja aumento de custo da obra, que extrapole o valor do financiamento inicial, existirá a possibilidade da Caixa liberar um valor suplementar para que o empreendimento seja concluído. A nova orientação é para que o banco, estudando caso a caso, também possa financiar até 100% do custo da obra a ser executada.

Entrevistado
Caixa Econômica Federal (via assessoria de imprensa)

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imprensa@caixa.gov.br

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Transportar cimento em trem é tendência mundial

Composição de vagões carregados com cimento no Reino Unido: cresce transporte do insumo por ferrovias Crédito: Cornwall Railway Society
Composição de vagões carregados com cimento no Reino Unido: cresce transporte do insumo por ferrovias
Crédito: Cornwall Railway Society

No Brasil, segundo dados da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (Anut), o volume de cimento transportado por trem caiu 8% em 2020. O percentual contraria tendência mundial, onde o insumo viaja cada vez mais sobre trilhos. As causas são econômicas, sanitárias e sustentáveis. A econômica se baseia em dados do Banco Mundial, que revela: dependendo do país, o transporte por modal ferroviário pode reduzir em até 6 vezes o custo do frete.

A sanitária é que, por causa da pandemia de COVID-19, países europeus e asiáticos, além de Estados Unidos e Canadá, passaram a estimular o transporte de cargas por trem para diminuir o risco de contágio entre caminhoneiros. Já a razão sustentável mostra que a cada 50 mil toneladas de cimento transportadas por trem é possível reduzir a emissão de CO2 em 321 toneladas. Equivale a tirar 4.600 viagens de caminhões das rodovias ou plantar 1.800 árvores.

O fato do Brasil ter estatísticas que contrariam a tendência mundial no transporte de cimento também está relacionado com o subuso do modal ferroviário no país, onde apenas 15% de toda a carga movimentada viaja por trem. O ministério da Infraestrutura projeta alcançar o volume de 31% a partir de 2025. Em termos comparativos, nos Estados Unidos são 35%. Além disso, a malha ferroviária nos EUA é 9 vezes maior que a do Brasil.

Estudo de 2018 da Fundação Dom Cabral mostra que o país reduziria em 2,4% o custo total de transporte caso 10% da carga movimentada por caminhões fosse transferida para trens. Isso significa economia de 4 bilhões de reais a 5 bilhões de reais na movimentação anual de carga no Brasil. “Nenhum país de dimensão continental consegue ser competitivo se não tiver um sistema ferroviário forte. Grandes distâncias são vencidas através de modos de transportes que carregam características de volume para se atingir eficiência logística pela economia de escala e de distância”, diz o professor Paulo Resende, coordenador do estudo.

No BRICS, Brasil só transporta mais cimento por trens que a África do Sul

Dos países que integram o bloco conhecido como BRICS (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul), o Brasil só transporta mais cimento por trens que a África do Sul. A Índia, por exemplo, fechou 2020 com aumento de 35% no volume de insumo carregado em modal ferroviário. A Rússia foi mais modesta, mas conseguiu aumentar a carga de cimento por trens em 2% no ano passado. Recordista, a China transportou 131 milhões de toneladas métricas por ferrovias em 2020. O setor chinês de cimento também conseguiu aumentar a produção em 2020. Cresceu 1% (de 2 bilhões e 140 milhões de toneladas para 2 bilhões e 160 milhões de toneladas).

Para Sandra Gehenot, diretora de frete da União Internacional de Ferrovias (UIC, do inglês International Union of Railways), o trem é o meio de transporte que mais cresce na pandemia. "Na crise causada pelo COVID-19 vimos como o transporte ferroviário se transformou na espinha dorsal da sociedade e revelou-se um sistema de transporte sustentável", afirma. A análise vai ao encontro a dados recentes divulgados pela Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária). São apontadas 5 razões relevantes para se optar pelo trem no transporte de cargas:

  1. Ao percorrer 1 quilômetro, um caminhão consome 13 vezes mais energia que um trem para transportar uma tonelada de frete.
    2. Uma via férrea de um único par de trilhos equivale a uma via expressa de 14 pistas paralelas.
    3. Um comboio de 200 vagões transporta tanto quanto 400 carretas rodoviárias.
    4. Acrescentar um único trem de frete à rede equivale a retirar da circulação até 280 caminhões.
    5. Rodovias transportam 3 vezes mais cargas que ferrovias, mas o custo é 6 vezes maior.

Entrevistados
União Internacional de Ferrovias (UIC), Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (Anut) e Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária) (via assessorias de comunicação)

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anut@anut.org.br
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Altair Santos MTB 2330


Obras de edifícios são as que mais consomem concreto

Concretagem em edifício: construção imobiliária consome 61% do insumo produzido em todo o mundo Crédito: CNI
Concretagem em edifício: construção imobiliária consome 61% do insumo produzido em todo o mundo
Crédito: CNI

Na 1ª rodada da Conferência Global do Concreto, realizada virtualmente no começo de fevereiro de 2021, e promovida pela Associação Global de Cimento e Concreto (GCCA, do inglês Global Cement and Concrete Association), foi apresentado levantamento sobre quais obras mais consomem concreto no mundo. A construção de edifícios é líder disparada. De acordo com a pesquisa, que teve a participação da European Ready Mixed Concrete Organization (ERMCO), 61% de todo o concreto do planeta vai para erguer prédios, seja para fins habitacionais ou comerciais.

As obras de infraestrutura aparecem na 2ª posição, com 20%, seguidas pelos pavimentos urbanos e rodovias de concreto, que somam 14%. Outros tipos de construção consomem 5% do concreto produzido mundialmente. Apenas em alguns países africanos, que investem maciçamente em obras de infraestrutura, como é o caso da Etiópia, é que a construção de edifícios não aparece entre os empreendimentos que mais consomem concreto.

A tendência mundial é que a construção imobiliária siga à frente nesse ranking. Nos Estados Unidos, por exemplo, o grupo de inteligência de mercado da PCA (Portland Cement Association) espera que o consumo de cimento cresça quase 1% em 2021, impulsionado principalmente pela construção residencial. No Brasil, as obras imobiliárias garantiram 80% das vendas de cimento em 2020, o que permitiu que o setor crescesse 10,9%, de acordo com dados divulgados pelo SNIC (Sindicato Nacional da Indústria de Cimento). Para 2021, a projeção é de crescimento de 1%, calcado em novos projetos imobiliários.

Edifícios do futuro apontam para a construção industrializada do concreto e o BIM

Na Conferência Global do Concreto, diante da realidade de que edifícios são as construções que mais absorvem o insumo no planeta, o que se discutiu foram soluções que tornem essas obras mais sustentáveis. A resposta, aponta Andrew Minson, diretor de sustentabilidade da Associação Global de Cimento e Concreto (GCCA), está na construção industrializada do concreto e no uso do BIM (Building Information Modeling). “Precisamos aumentar o ciclo de vida útil dos edifícios e torná-los menos emissores de CO2”, resume.

Minson e os demais debatedores da conferência, que reuniu 101 representantes do setor mundial de cimento e concreto, defendem que partes das estruturas dos edifícios possam ser montadas e remontadas. “As projeções da Agência Internacional de Energia (IEA, do inglês International Energy Agency) indicam que, em 2050, a demanda global por cimento poderá chegar a 5 bilhões de toneladas. Para compensar esse aumento, as obras precisarão ser mais sustentáveis e eficazes, prolongando seu ciclo de vida útil e permitindo que estruturas possam ser reutilizadas em novas obras”, propõe.

Os debates prosseguirão dia 14 de setembro de 2021, quando acontece a 2ª rodada virtual da conferência. O tema será “O futuro do concreto”. Para baixar o relatório do que foi discutido na 1ª rodada acesse o link.

Entrevistado
Reportagem com base no relatório da 1ª rodada da Conferência Global do Concreto, promovida pela Global Cement and Concrete Association

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Altair Santos MTB 2330


Brasil precisa de engenheiros que saibam diagnosticar RAA

Em 2021, o CT 201 (comitê técnico 201 do Instituto Brasileiro do Concreto [IBRACON]) ganha uma nova denominação. Deixa de se chamar comitê técnico de RAA (reação álcali-agregado) e passa a adotar o nome de comitê técnico de Reações expansivas no concreto, dividindo-se em dois subcomitês: Reação álcali-agregado, que será coordenado pelo geólogo e doutor em engenharia civil, Claudio Sbrighi Neto, e Formação de Etringita Tardia (DEF), coordenado pelo gerente de tecnologia da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), o também geólogo Arnaldo Forti Battagin.

O porquê dessa divisão Battagin explica no webinar “Medidas preventivas para evitar manifestações patológicas no concreto pela reação álcali-agregado (RAA)”, promovido pela ABCP. “Existe no Brasil uma equipe muito pequena de pesquisadores e especialistas em diagnosticar RAA e DEF. A ideia do comitê do IBRACON é ampliar o número de profissionais, e também ajudar a capacitar laboratórios no país”, revela. A preocupação em expandir esse conhecimento é diretamente proporcional aos danos que a RAA costuma causar às estruturas de concreto quando não é prevenida ou diagnosticada ainda no início.

No jargão do meio técnico, a reação álcali-agregado é também chamada de “câncer do concreto”. Pior: em recente pesquisa, descobriu-se que no Brasil 60% das obras que têm algum tipo de estrutura de concreto não realizam ensaios de prevenção. Da mesma forma, cerca de 60% dos engenheiros civis que estão no mercado desconhecem a patologia. Por esse motivo, em 2018 foi publicada norma técnica específica sobre RAA: a ABNT NBR 15577 (Agregados - Reatividade álcali-agregado) que conta com 7 partes. No mesmo ano, o IBRACON publicou o Guia de prevenção de reação álcali-agregado.

Patologia age indiscriminadamente: de elementos não-estruturais a obras de grande porte

Para Arnaldo Forti Battagin, um dos autores do guia, o mais importante agora é alertar sobre os riscos da RAA e como preveni-la. A patologia, como mostra o gerente de tecnologia da ABCP, age indiscriminadamente no concreto. Pode ser desde a RAA do tipo A, que atinge elementos não-estruturais e tem consequências insignificantes, como pode ser a do tipo D, que tem grande potencial de destruição quando se manifesta em obras de grande porte, como pontes, viadutos, estádios, hidrelétricas, estruturas nucleares e barragens. “O diagnóstico sobre RAA precisa sempre analisar o tipo de estrutura, as condições ambientais e as dimensões estruturais”, ensina.

Descoberta em 1940, na Califórnia-EUA, a reação álcali-agregado provoca uma série de efeitos deletérios nas estruturas de concreto: fissuração, desplacamento, perda de estanqueidade, perda de aderência da argamassa, movimentação ou abertura de junta, entre outras. Por isso, Arnaldo Forti Battagin reforça a importância de se fazer a análise de risco da obra. “Quem faz isso? O proprietário do empreendimento é o responsável por requisitá-la, seja para o engenheiro-projetista, para o engenheiro responsável pela obra ou para um engenheiro contratado especificamente para fazer essa análise”, completa. Daí, a necessidade de se formar profissionais especializados no diagnóstico da RAA.

Assista à íntegra da palestra do gerente de tecnologia da ABCP, Arnaldo Forti Battagin

Entrevistado
Reportagem com base no webinar “Medidas preventivas para evitar manifestações patológicas no concreto pela reação álcali-agregado (RAA)”, promovido pela ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland)

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Altair Santos MTB 2330


Pujança do mercado imobiliário vai continuar em 2021?

Intenção de compra de imóveis em 2021 encontra-se no patamar do período pré-pandemia, em 2020 Crédito: Banco de Imagens
Intenção de compra de imóveis em 2021 encontra-se no patamar do período pré-pandemia, em 2020
Crédito: Banco de Imagens

A expectativa do mercado imobiliário é de que o ano de 2021 bata o recorde de financiamentos de imóveis e de lançamentos. Caso se confirme a previsão, terá superado 2012 e 2013, que até hoje sustentam o título de anos mais promissores para o mercado imobiliário em duas décadas. Quem faz essa análise são os sócios da Brain Inteligência Estratégica, Marcos Kahtalian e Fábio Tadeu Araújo. “O ano de 2021 tem grandes chances de superar 2012 e 2013, principalmente no segmento de luxo e de outros tipos de imóveis não-vinculados ao Casa Verde e Amarela. Em 2020 nunca foi tão positivo vender imóvel no Brasil, e deve continuar em 2021”, avaliam, em participação no webinar “Como será o desempenho do Mercado Imobiliário em 2021: perspectivas e desafios”.

A previsão se baseia em três pilares: 1. Será um ano com menos impactos negativos, haja vista que a sociedade já aprendeu a conviver com a pandemia de COVID-19 e está na expectativa de um processo de vacinação em massa; 2. A política de juros baixos e de intensa oferta de crédito imobiliário tende a continuar; 3. O consumidor segue estimulado a fazer um upgrade em sua moradia, a fim de se adaptar ao modelo home office e oferecer mais conforto à família. “Em nossa mais recente pesquisa, a intenção de compra de imóveis encontra-se no patamar do período pré-pandemia. Antes de março de 2020, 43% dos entrevistados diziam que queriam adquirir uma nova moradia. Agora, são 41%. O percentual encontra-se dentro da margem de erro”, cita Fábio Tadeu Araújo.

Mudanças comportamentais estimulam a compra de imóveis

Dessa porcentagem que indica pretensão de comprar um outro imóvel, 45% dizem querer uma moradia nova. Outro detalhe que chama a atenção na pesquisa apresentada pela Brain Inteligência Estratégica é que 78% desse público está voltado para o segmento residencial. “A construção imobiliária residencial puxou a economia e a geração de empregos em 2020 e vai continuar em 2021”, analisa Marcos Kahtalian. No ano passado, 450 mil imóveis foram financiados com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e do FGTS em todo o país. Isso movimentou 123 bilhões e 970 milhões de reais. Um detalhe nesse volume de recursos é que ele estimulou a compra da casa para morar, e não para investir. Apenas 14% tiveram a intenção de usar o imóvel adquirido para locação.

Marcos Kahtalian e Fábio Tadeu Araújo também comentaram as mudanças comportamentais que a pandemia desencadeou no mercado imobiliário. “O setor tornou-se mais tecnológico. Adaptou-se rapidamente às ferramentas de venda online. Quanto ao consumidor, cresceu a busca por casas em rua e imóveis diferenciados. Só não muda um detalhe no comportamento de quem busca um imóvel novo: o amor à primeira vista. A pesquisa mostra que quase 1/3 dos que foram às compras só visitaram um imóvel para fechar o negócio. Ou seja, o comprador pesquisou pela internet, se informou, se encantou e se apaixonou quando fez a visita física”, comenta Kahtalian.

Assista ao vídeo para ver gráficos da pesquisa realizada pela Brain Inteligência Estratégica

Entrevistado
Reportagem com base no webinar “Como será o desempenho do Mercado Imobiliário em 2021: perspectivas e desafios”, promovido pela Brain Inteligência Estratégica

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Altair Santos MTB 2330


Norma de concreto dosado em central está em consulta pública

A nova nomenclatura da ABNT NBR 7212 foi proposta pelo integrante da comissão do CB-018, o engenheiro civil Lydio Bandeira. “Desta forma, ao tomarem conhecimento do seu título, as construtoras entenderão que a norma técnica também trata de questões referentes ao fornecimento de concreto e, consequentemente, estabelece regras para a relação concreteira-construtora”, explica.

Sem sofrer atualização desde 2012, a ABNT NBR 7212 tornou-se prioridade entre as normas que estão sob os cuidados do Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados. Um dos motivos é que na década passada houve um avanço tecnológico significativo na produção e no transporte do concreto. Além disso, a revisão permitirá que novas tecnologias sejam incorporadas ao concreto dosado em central.

Nova ABNT NBT 7212 vai contribuir para aumentar a produtividade no canteiro de obras

O presidente da ABESC (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem) o engenheiro civil Jairo Abud, cita o que já ocorre, por exemplo, nos Estados Unidos, onde sistemas automatizados para dosagem, mistura e transporte têm elevado a qualidade do concreto dosado em central. “Lá já ocorre a medição eletrônica do slump (consistência) do concreto, ainda dentro da betoneira, com o uso de sensores instalados em todo o balão”, relata.

Para Jairo Abud, a nova ABNT NBT 7212 também vai contribuir para aumentar a produtividade no canteiro de obras. Ele salienta ainda que para se chegar a uma norma técnica eficaz é necessário ter consenso entre construtoras, fabricantes de aditivos e concreteiras. “Todos os agentes precisam estar em comum acordo para que tenhamos as melhores práticas possíveis. Por isso, esse processo de revisão é demorado”, explica.

A expectativa é de que, se o período de consulta pública não gerar muitas objeções técnicas ao texto da nova norma, a ABNT NBR 7212:2021 possa entrar em vigor ainda no 1º semestre deste ano. Em seu novo texto, a norma técnica estabelece os requisitos para o preparo de concreto dosado em central, incluindo controle de qualidade dos materiais, dosagem, mistura, transporte e entrega do concreto, bem como para as operações de controle e análise do seu processo do preparo. Vale lembrar que, quando aprovada, ela cancela e substitui a ABNT NBR 7212:2012.

Entrevistado
CB-018 (Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados) da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)

Contato 
cb-18@abcp.org.br

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Altair Santos MTB 2330


Jeddah Tower: obra do prédio mais alto do mundo parou. Por quê?

Imagem de janeiro de 2021 mostra como está o Jeddah Tower atualmente: nenhuma movimentação na obra Crédito: Jeddah Economic Company
Imagem de janeiro de 2021 mostra como está o Jeddah Tower atualmente: nenhuma movimentação na obra
Crédito: Jeddah Economic Company

O projeto do Jeddah Tower foi lançado em 2013 com a pretensão de ser o prédio mais alto do mundo. Prevê alcançar 1.008 metros e consumir 515 mil m³ de concreto, superando o Burj Khalifa, que tem 828 metros de altura e 330 mil m³ de concreto em suas estruturas. O início da construção sofreu atrasos, mas acelerou em 2015 e seguiu até o começo de 2018, quando paralisou. A previsão era que o edifício fosse inaugurado no final de 2020, mas agora nem os construtores nem o governo da Arábia Saudita arriscam dizer quando as obras serão concluídas.

Quem passa pela cidade de Jeddah vê que apenas 1/4 da edificação está em pé. A torre inacabada chegou aos 256 metros de altura e enfrenta outro obstáculo: a pandemia de COVID-19. Os recursos para viabilizá-la reduziram sensivelmente por causa de outras prioridades para combater a doença. Além disso, um de seus incorporadores é a Bill Gate’s Cascade Investment Management, com 47,5% de participação. A empresa leva o nome de Bill Gates, o 3º homem mais rico do mundo. O problema é que o multibilionário mudou o foco: passou a investir em projetos com baixa emissão de carbono, o que não é o caso da Jeddah Tower.

O diretor do escritório Thornton Tomasetti, Robert Sinn - responsável pelo projeto estrutural do prédio -, confirma que atualmente é impossível estabelecer uma data para a conclusão da obra. “O projeto da torre foi interrompido há cerca de dois anos, mas temos esperança de que recomece este ano (2021)”, comenta. Para não dizer que a construção está 100% paralisada, o projeto de urbanização em torno da edificação segue em andamento, mas em ritmo lento. Estima-se que a produtividade do canteiro de obras, na comparação com o que seria se o Jeddah Tower estivesse em execução plena, não chegue a 10%.

Mesmo com futuro incerto, estrutura já construída do edifício é superlativa 

Jeddah Tower foi projetado para atingir 1.008 metros de altura, com uso da tecnologia de paredes de concreto Crédito: Jeddah Economic Company
Jeddah Tower foi projetado para atingir 1.008 metros de altura, com uso da tecnologia de paredes de concreto
Crédito: Jeddah Economic Company

Mesmo com a obra praticamente interrompida, a estrutura já construída é superlativa. Possui 270 estacas de concreto armado com 1,8 metro de diâmetro e resistência de 115 MPa, que atingem até 105 metros de profundidade. Elas sustentam uma fundação em formato de jangada, também em concreto armado, com 5 metros de espessura. Esse conjunto foi projetado para suportar uma carga de 860.000 toneladas.

Outra característica do edifício é que ele não possui pilares. Como o desenho arquitetônico lembra um “Y”, o Jeddah Tower tem um núcleo de concreto de onde partem paredes de concreto com resistência de 85 Mpa, e que formam o corpo da estrutura. Com a tecnologia de paredes de concreto, os projetistas estimavam que poderiam consolidar um pavimento a cada 14 dias. No entanto, os primeiros 25 andares avançaram ao ritmo de 1 pavimento a cada 35 dias.

Além da Bill Gate’s Cascade Investment Management, a incorporação do edifício também tem a participação da Jeddah Economic Company. Já a empreiteira responsável pela execução é a Saudi Binladin Group. Há ainda um pool de empresas britânicas, alemãs e norte-americanas ligadas ao projeto, para fornecer tecnologias que serão agregadas à construção. No auge da obra, entre 2015 e 2017, o canteiro de obras do Jeddah Tower chegou a empregar 9 mil trabalhadores da construção civil.

Entrevistado 
Saudi Binladin Group e Jeddah Economic Company (via departamentos de comunicação)

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Altair Santos MTB 2330


No mundo, 150 cidades inteligentes estão em construção

Eko Atlantic, na Nigéria: para construir a cidade foi preciso um aterro que movimentou 95 milhões de m³ de areia Crédito: Eko Atlantic
Eko Atlantic, na Nigéria: para construir a cidade foi preciso um aterro que movimentou 95 milhões de m³ de areia
Crédito: Eko Atlantic

Levantamento da revista Forbes aponta que 150 cidades inteligentes estão em construção no planeta. A lista leva em conta projetos lançados na década passada (2011-2020) e que buscam revolucionar o jeito de viver em meios urbanos. As obras acontecem em 40 países, mas as nações localizadas no Oriente Médio e na Ásia lideram o movimento, que se expande também pela África e pela América Latina.

Na Nigéria, por exemplo, está em construção um dos projetos mais ousados: a Eko Atlantic. Para viabilizar a obra foi necessário fazer um aterro que movimentou 95 milhões de m³ de areia, sobre o Oceano Atlântico. A cidade também é cercada por uma muralha de 8 quilômetros de extensão, que recebeu 100 mil blocos de concreto do tipo accropodeobjetivo é blindá-la de tsunamis. 

No Equador, avança o projeto da Yachay Tech. O propósito é erguer uma cidade universitária focada na pesquisa tecnológica e na inovação científica. A execução da obra começou em 2012 e a previsão é que seja concluída em 2040. Nada, porém, se compara ao projeto NEOM, em construção na Arábia Saudita. Com investimento de 500 bilhões de dólares, os sauditas querem transformá-la no Vale do Silício” do Oriente Médio. A pretensão é que seja um polo avançado de pesquisas voltadas à energia renovável, à biotecnologia e à mídia. 

Lusail City: junto com principal estádio da Copa do Mundo de 2022 está em construção a cidade inteligente do Catar Crédito: Qatar2022
Lusail City: junto com principal estádio da Copa do Mundo de 2022 está em construção a cidade inteligente do Catar
Crédito: Qatar2022

Será a maior cidade inteligente do mundo. Localizada na província de Taruk, às margens do Mar Vermelho, NEOM ocupa uma área 33 vezes maior que Nova York, nos Estados UnidosDentro delas serão construídas outras 16 cidades inteligentes, que funcionarão como satélites da metrópole. Entre elas, a mais ousada é a The Line. O projeto lançado no começo de 2021 prevê uma cidade linear, com extensão de 170 quilômetros. Nela não haverá espaço para nenhum veículo movido à combustão. O pedestre, as bicicletas e os transportes públicos elétricos terão 100% de prioridade. 

Grandes corporações também entram nesse concorrido mercado imobiliário  

Paralelamente à NEOM, a Arábia Saudita constrói a King Abdullah Economic CityOs países árabes competem entre si por projetos de cidades inteligentes. Os Emirados Árabes Unidos estão finalizando dentro da região metropolitana de Abu Dhabi a inovadora Masdar, cuja meta é viabilizar o primeiro centro urbano do mundo com emissão zero de carbono. Já o Catar acelera a execução da cidade de Lusail, que será o principal legado urbanístico da Copa do Mundo Fifa 2022.

Woven City, no Japão: aos pés do Monte Fuji, Toyota lança projeto para construir sua própria cidade inteligente Crédito: Toyota Woven City
Woven City, no Japão: aos pés do Monte Fuji, Toyota lança projeto para construir sua própria cidade inteligente
Crédito: Toyota Woven City

Mas há também cidades inteligentes bancadas por grandes corporações. A Toyota lançou recentemente o projeto da Woven City. A ideia é que ela seja habitada principalmente por pesquisadores. Em troca, eles terão que desenvolver tecnologias inovadoras no campo da robótica, mobilidade, construção 4.0 e casas inteligentes. A cidade terá uma área de 708.200 m², localizada na base do Monte Fuji, no Japão. A Tesla, gigante dos veículos elétricos, é outra que planeja construir não uma, mas várias cidades inteligentes nos Estados Unidos e na Europa: as TeslaCities 

Brasil, apesar do pioneirismo na construção de uma cidade inteligente, quando viabilizou Brasília no final dos anos 1950, atualmente não possui nenhum projeto que abranja o stricto sensu do conceito. O país tem se concentrado mais em construir bairros inteligentes. O projeto mais conhecido é o da Smart City Laguna, localizado no município de São Gonçalo do Amarante, no Ceará. No mundo, outras cidades inteligentes relevantes são as seguintes: Alamein New City (Egito), Cyberjaya (Malásia), Cidade Econômica do Egito (Egito), Gujarat International Finance Tec City (Índia), Iskandar Malásia (Malásia), Jazan Economic City (Arábia Saudita), Kabul New City (Afeganistão), Konza Technology City (Quênia), Lavasa (Índia), Mohammed VI Green City (Marrocos), Rawabi (Palestina), Sejong (Coreia do Sul), Songdo (Coreia do Sul), Sri City (Índia) e Tatu City (Quênia).

The Line, na Arábia Saudita: cidade faz parte do projeto NEOM e não terá ruas nem veículos à combustão circulando em sua área Crédito: NEOM
The Line, na Arábia Saudita: cidade faz parte do projeto NEOM e não terá ruas nem veículos à combustão circulando em sua área
Crédito: NEOM

Entrevistado
Reportagem com base em relatório da organização NewCities, e em publicação da revista Forbes

Contato
contact@newcities.org

Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330


Por que a resolução 64/2020 causa tanta polêmica?

Objetivo da resolução 64/2020 é desburocratizar a construção civil brasileira e torná-la mais produtiva e competitiva Crédito: Banco de Imagens
Objetivo da resolução 64/2020 é desburocratizar a construção civil brasileira e torná-la mais produtiva e competitiva
Crédito: Banco de Imagens

Em dezembro de 2020, o ministério da Economia publicou a resolução 64/2020. Atendendo princípios da lei de liberdade econômica, a medida busca desburocratizar a construção civil e facilita a obtenção de licenciamentos como alvará de construção e Habite-se para obras de baixo riscoRepresentantes do mercado imobiliário comemoram a decisão. Alegam que o tempo para execução e venda de um empreendimento deve se tornar entre 40% e 60% mais rápido, dependendo das leis de cada município.  

Já organismos como Confea/CREA e CAU entendem que a resolução pode dificultar a fiscalização e estimular o exercício ilegal da profissão de arquitetura e urbanismo e engenharia civilO primeiro efeito da polêmica foi o adiamento da entrada em vigor da 64/2020, que estava prevista para 1º de março de 2021 nas cidades de São Paulo-SP, Rio de Janeiro-RJ e Distrito Federal, 1º de junho nas demais capitais e 1º de setembro em todos os municípios do país.  

Dia 3 de fevereiro, o ministério da Economia emitiu nota em que confirma a postergação da 64/2020. Dada a complexidade e abrangência da medida fica estabelecida a intenção de que a resolução seja revisada antes de sua entrada em vigor”, diz trecho da publicação. Junto com integrantes do Confea/CREA e do CAU, organismos do governo vão formar um grupo de trabalho com duração de 30 dias para adequar o texto. “O projeto gerou bastante debate e visões divergentes”, admite o presidente do Confea/CREA, o engenheiro civil Joel Krüger. Já o CAU chegou a alegar que a medida era inconstitucional. 

Com a formação do grupo de trabalho, o foco estará em 5 pontos: 

1. Desenvolvimento de um canal para licenciamento declaratório de obras e edificações de baixo risco, aplicado somente aos municípios que vierem a aderir à proposta.

2. Valorização da responsabilidade técnica de profissionais habilitados, tais como arquitetos, urbanistas e engenheiros, no processo de licenciamento declaratório.

3. Criação de um balcão único para o encaminhamento de informações, de forma a alimentar todos os organismos governamentais envolvidos (municípios, estados e União).

4. Preservação integral do exercício de poder de polícia (fiscalização e punição) de todos os organismos governamentais envolvidos, bem como da autonomia de municípios e Corpo de Bombeiros em definir os conceitos de baixo risco aplicáveis às suas jurisdições.

5. Integração e transparência de dados, a fim de valorizar os cidadãos de boa-fé e monitorar os efeitos da resolução nas suas diversas esferas. 

Mercado imobiliário compara resolução à chegada do Uber no Brasil 

Em seu texto original, a 64/2020 define como obras de baixo risco aquelas com até 1.750 m², e com máximo de 3 pavimentos. Para empreendimentos com essas características, bastaria ao construtor e ao incorporador fazer uma declaração por meio digital, fornecendo dados do projeto, que estaria dispensado dburocracia para requerer alvará de construção e, consequentemente, Habite-se quando a obra fosse concluída. A medida também abrange reformas e demolição e deixa em aberto para que municípios e estados estabeleçam outros parâmetros técnicos que definam obras de baixo risco. 

Ao baixar a resolução, o ministério da Economia alega a necessidade de desburocratizar a construção civil brasileira, a fim de torná-la mais produtiva e competitiva e tirá-la da posição 170 do ranking de ambiente de bons negócios do Banco Mundial. Em parceria com o Serpro, o governo chegou a publicar um guia para orientar o procedimento dentro da 64/2020. Trata-se do “Obra Legal” Para o mercado imobiliário, a 64/20202 é vista como o “Uber da construção civil brasileira”.  

Acesse a íntegra da resolução 64/2020 

Veja o que pensa o mercado imobiliário sobre a 64/2020 

Entrevistados
Ministério da Economia, Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea/CREA), Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) e IBREP (Instituto Brasileiro da Educação Profissional do Mercado Imobiliário) (via assessoria de imprensa) 

Contatos
gco@confea.org.br
atendimento@caubr.gov.br
imprensa@economia.gov.br
contato@ibrep.com.br 

Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330