Jaime Lerner criou fundamentos das cidades inteligentes
Entre 1971 e 1974, quando esteve prefeito de Curitiba pela 1ª vez, o arquiteto e urbanista Jaime Lerner começou a pôr em prática os fundamentos que hoje norteiam as chamadas cidades inteligentes – smart cities. Dizia Lerner: “A solução para as cidades está em apenas três medidas: usar menos carros, morar perto do trabalho e separar e reciclar o lixo”. Não é à toa que a capital do Paraná, de forma recorrente, sempre surge com destaque em rankings nacionais e internacionais de melhores cidades para se viver.
Com inovações como o sistema integrado de transporte coletivo e suas canaletas exclusivas, o calçadão para valorizar o pedestre e reduzir o fluxo de veículos no centro da cidade, o Lixo que não é Lixo, a implantação de parques e a criação da Cidade Industrial de Curitiba, o urbanista forneceu o roteiro para as cidades do futuro. Sempre atento à gestão sustentável da cidade, ele consolidou seu projeto entre 1979–1983 e 1989–1992, quando foi eleito prefeito de Curitiba por mais duas vezes.
Lerner morreu dia 27 de maio, aos 83 anos, mas suas ideias estão consolidadas mundo afora. Em maior ou menor grau, quase todas as capitais de outros estados copiaram alguns de seus projetos. Como urbanista, Lerner também desenvolveu planos exclusivos para as seguintes cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Recife, Salvador, Aracaju, Natal, Goiânia, Campo Grande e Niterói. Fora do país, prestou assessoria internacional para Caracas (Venezuela), San Juan (Porto Rico), Shangai (China), Havana (Cuba) e Seul (Coreia do Sul).
Mais de 200 cidades em todo o mundo usam modelo do BRT inventado por Lerner
Sua ideia mais copiada foi a do transporte público que trafega por canaleta exclusiva. O conceito internacionalizou-se como BRT (Bus Rapid Transit) e hoje existe em 226 cidades mundo afora. Em defesa de sua invenção, Lerner sempre combateu projetos de metrô. Dizia que o sistema de transporte que trafega por túneis subterrâneos representa o passado e que o BRT é o futuro.
Em 2015, Jaime Lerner comemorou 50 anos de arquitetura e urbanismo com uma exposição. Nela foi revelada uma paixão sutil do arquiteto pelo concreto aparente. O material foi destaque na residência que ele projetou para morar, e que hoje abriga a Jaime Lerner Arquitetos Associados e o Instituto Jaime Lerner.
Além dos projetos, Jaime Lerner também deixa como legado seu livro Acupuntura Urbana (Travessa dos Editores, 128 páginas). A obra reúne seus pensamentos sobre como corrigir erros urbanísticos das cidades. Publicado pela primeira vez em 2003, o livro foi relançado em 2019, com uma edição revisada e ampliada pelo autor. Uma frase destacada em Acupuntura Urbana resume também o que Lerner pensava sobre as metrópoles: “A cidade não é o problema, a cidade é a solução.”
Entrevistado
Reportagem com base em publicações do CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil) e do Instituto Jaime Lerner, além do conteúdo do filme “Jaime Lerner – Uma História de Sonhos”.
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O que é ESG e por que a construção civil adere aos seus conceitos?
É crescente o número de empresas ligadas à cadeia produtiva da construção civil - principalmente as listadas na bolsa de valores – que estão aderindo ao conceito ESG. Mas o que significa essa sigla? Ela vem de Environment, Social and Governance (meio ambiente, social e governança) e refere-se aos indicadores que medem o impacto das 3 áreas na operação de construtoras, fabricantes de materiais e grandes redes que operam no varejo do setor.
O reconhecimento de uma empresa ESG ocorre através de certificações ou políticas que ela tenha como comprovar ao mercado. Por exemplo, se a companhia possui ISO, pratica políticas de compliance e já construiu edificações ou forneceu materiais para obras sustentáveis, ela tem como requerer junto aos investidores o “selo ESG”.
Nos Estados Unidos, 80% do setor da construção civil que é IPO comprova ser ESG. No Brasil, há cerca de 50 empresas da cadeia produtiva que operam na bolsa de valores – a maioria formada por construtoras (28). Entre elas, todas já buscam comprovar que utilizam os indicadores em seus procedimentos. Um dos motivos é que os investidores do mercado imobiliário estão atentos a quem é e quem não é ESG.
Por se tratar de uma autorregulamentação, ou seja, não há poder público nem organismos que validam a certificação, são os fundos de investimentos, as bolsas de valores e as consultorias que produzem índices de ações que fazem esse acompanhamento. Segundo a GBC Brasil, recentemente a Ágora Investimentos apontou as vantagens competitivas que o “selo ESG” oferece às construtoras. São: maior lucratividade, valuation ao longo do tempo e melhora de imagem perante investidores, empresas e consumidores.
Certificações LEED, AQUA-HQE, PROCEL Edifica e Casa Azul balizam quem busca o “selo ESG”
E para a cadeia produtiva de insumos e materiais de construção, quais as vantagens de ser ESG? Para o mercado, elas passam a ser consideradas environment friendly (amigas do meio ambiente). Empresas que já construíram ou forneceram produtos para edificações sustentáveis com as certificações LEED, AQUA-HQE, PROCEL Edifica e Casa Azul – as mais requisitadas no Brasil – estão mais próximas desse reconhecimento ou já obtiveram ESG por causa dessas credenciais.
Segundo o Centro de Tecnologia de Edificações, “o desempenho ambiental ajuda as empresas imobiliárias a atraírem um público que busca edifícios com certificação ecológica, que priorizem aspectos como a biofilia e ofereçam maior eficiência elétrica e hidráulica, sem deixarem de ser confortáveis, seguros e eficientes. Além disso, o ESG na construção civil tem outro aspecto importante: adequa as empresas à demanda de um mercado que exige respeito ao meio ambiente”.
Veja as 28 construtoras atualmente listadas na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa). Destas, 22 estão incluídas no segmento NM (Novo Mercado) que aponta as ações de companhias que adotam as melhores práticas de governança corporativa e de sustentabilidade, e que se adequam aos indicadores ESG. No segmento do varejo da construção, a rede Quero-Quero, que atua em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e interiores de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é a única com ações NM.
- Alphaville S.A (NM)
- Construtora Adolpho Lindenberg S.A
- Tenda S.A (NM)
- CR2 Empreendimentos Imobiliários S.A
- Cury Construtora e Incorporadora (NM)
- Cyrela Brazil Realty S.A (NM)
- Direcional Engenharia S.A (NM)
- EVEN Construtora e Incorporadora S.A (NM)
- EZTEC Empreendimentos e Participações S.A (NM)
- Gafisa S.A (NM)
- Helbor Empreendimentos S.A (NM)
- Inter Construtora e Incorporadora S.A
- JHSF Participações S.A (NM)
- João Fortes Engenharia S.A
- Kallas Incorporações e Construções S.A
- Lavvi Empreendimentos Imobiliários S.A (NM)
- Melnick Desenvolvimento Imobiliário S.A (NM)
- Mitre Realty Empreendimentos e Participações S.A (NM)
- Moura Dubeux Engenharia S.A (NM)
- MRV Engenharia e Participações S.A (NM)
- PDG Realty S.A (NM)
- Plano&Plano Desenvolvimento Imobiliário S.A (NM)
- RNI Negócios Imobiliários S.A (NM)
- Rossi Residencial S.A (NM)
- Tecnisa S.A (NM)
- Tegra Incorporadora S.A
- Trisul S.A (NM)
- Viver Incorporadora e Construtora S.A (NM)
Entrevistado
Green Building Council Brasil (GBC Brasil), Centro de Tecnologia de Edificações (CTE) e B3 (Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa) (via assessorias de imprensa)
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No Japão, painéis ultrafinos de concreto revestem edifício
O incêndio de um prédio em Londres, que em 2017 causou 79 mortes, desencadeou pesquisas de materiais corta-fogo para o uso em fachadas. No Japão, foi desenvolvido o painel de concreto ultrafino de 3,8 centímetros que reveste um edifício residencial de 11 pavimentos na cidade de Yokohama. O material utilizado é o HPC (abreviatura de hybrid protended concrete [concreto protendido híbrido]) e, como inovação, utiliza fibra de carbono entre seus componentes.
Por causa da eficácia como elemento corta-fogo, e de seu desempenho termoacústico, os painéis revestem, além da fachada, o interior do edifício - tanto as paredes de vedação quanto o teto que encobre as lajes, substituindo placas de gesso acartonado. O material segue a rigorosa legislação do Japão contra incêndio. Uma das exigências é que todo o edifício recentemente construído, independentemente do número de pavimentos, tenha sacada nos apartamentos. A obrigatoriedade não é apenas estética ou arquitetônica, mas serve como ponto de resgate para os bombeiros.
No caso do edifício residencial Kannai Blade, além de atender a norma contra incêndio, os projetistas decidiram colocar brises nas sacadas, para que funcionassem como elementos corta-fogo. Obviamente, os anteparos deveriam ser com materiais resistentes ao fogo. Na construção civil, o melhor deles é o concreto. Foi o que levou o escritório de arquitetura Key Operation Inc., responsável pelo projeto do edifício, a buscar os painéis de HPC da Kooge Concrete, que em 2020 patenteou os elementos ultrafinos.
Fabricante alerta que o concreto protendido híbrido não tem desempenho estrutural
O engenheiro civil Fujio Kawamoto, responsável pelo departamento técnico da Kooge Concrete, detalha as características do HPC. “A espessura do HPC é minimizada com o uso de fios de carbono protendidos na estrutura, o que permite atingir a espessura de 38 milímetros. A razão do nome 'híbrido' deve-se à formulação do concreto, que inclui um expansor e fibras de reforço à base de polipropileno em seu interior. Isso dá flexibilidade e tenacidade ao concreto”, explica.
Kawamoto também explica que outra característica importante do material é que ele permite produzir peças para várias finalidades, como beirais, molduras para janelas, brises, paredes de vedação, fachadas e tetos. O engenheiro revela ainda que a produção das placas tem relação água-cimento de 0,28 e cada placa pode atingir no máximo 2 metros de largura e 7 metros de comprimento. A Kooge Concrete produz o HPC sob encomenda e, dependendo do volume de placas, a produção pode levar de 45 dias a 90 dias.
O fabricante alerta que o HPC não pode ser usado como concreto estrutural. Quanto ao custo, apesar de a produção dos painéis serem praticamente artesanais, o arquiteto Jin Hosoya, que atuou como consultor do escritório Key Operation para o uso de HPC, cita que economizou 300 milhões de ienes - cerca de 2,7 milhões de dólares - no projeto de fachada do residencial Kannai Blade. “A economia veio através da redução de custo de mão de obra para a instalação dos elementos ultrafinos de concreto”, diz.
Entrevistado
Key Operation Inc., escritório de arquitetura, e Kooge Concrete (via departamentos de comunicação)
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No 1º trimestre, PIB da indústria da construção cresce 2,1%
O IBGE divulgou no dia 1º de junho o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do 1º trimestre de 2021. Houve crescimento de 1,2% na comparação com o 4º trimestre de 2020. Essa é a 3ª vez seguida em que a soma dos bens e serviços produzidos no Brasil evolui dentro do quadro de pandemia de COVID-19. Por setores, o PIB do agronegócio foi o que mais avançou entre janeiro, fevereiro e março (5,7%) seguido da indústria (0,7%) e dos serviços (0,4%).
Dentro do segmento indústria, os que mais cresceram foram indústria extrativa (3,2%) e indústria da construção civil (2,1%). Isso mantém os prognósticos positivos de que o setor possa fechar o ano com crescimento de 4%, depois de uma queda de 7% em 2020. No entender da economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, os números da construção civil no 1º trimestre chegam a surpreender.
A economista, porém, prefere aguardar os números do 2º trimestre (abril, maio e junho) para fazer um diagnóstico mais assertivo. “Ainda existem fortes incertezas para que esse crescimento seja consolidado. A maior delas, neste momento, é o incremento no custo dos insumos”, diz. Por outro lado, o setor é visto como altamente resiliente. Haja vista que foi o que mais gerou postos de trabalho com carteira assinada em 2020, no auge da pandemia. Foram 105.248 novas vagas.
Com vacinação em massa, PIB da construção deve confirmar crescimento de 4% em 2021
O resultado do PIB nacional do 1º trimestre gerou uma série de revisões nas projeções para 2021. Nada menos que 35 instituições financeiras e vinculadas à economia estimam que o Brasil pode fechar o ano com crescimento variando entre 3,8% e 5%. Na média, a maioria entende que o país sinaliza que possa crescer 4,5%. “Mesmo com a segunda onda da pandemia de COVID-19, o PIB cresceu no 1º trimestre, pois, diferentemente do ano passado, não houve tantas restrições que impediram o funcionamento das atividades econômicas no país”, avalia a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
Para o presidente da ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) Rodrigo Navarro, a consolidação do crescimento do PIB nacional, e também da construção, vai depender do ritmo de vacinação. “O resultado positivo no 1º trimestre de 2021 mostra que a indústria de materiais de construção está sendo demandada, o que possibilita chegarmos a um crescimento de 4% ainda este ano. De qualquer maneira, é importante ressaltar que se faz necessário acelerar a vacinação em todo país, bem como progredir nas pautas de reformas no Congresso Nacional, para que se minimizem potenciais impactos negativos”, comenta.
Existe a expectativa de que o PIB positivo da construção no 1º trimestre influencie na melhoria de outros índices vinculados ao setor. Um deles é o Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), que em maio teve variação positiva de 2,2 pontos e chegou a 87,2. Foi a 1ª alta registrada em 2021. O ICST vai de 0 a 200 e, a partir de 100, é interpretado que os empresários da construção estão otimistas para investirem em novos empreendimentos imobiliários ou de infraestrutura.
Entrevistado
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE) e Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT)
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Paulo Mendes da Rocha construiu seu legado com concreto armado
O legado deixado pela obra do arquiteto Paulo Mendes da Rocha foi construído literalmente com concreto armado. O material, em sua forma aparente, está presente em todos os seus projetos, passando por casas, museus, ginásios, estádios e capelas. Pertencente à chamada Escola Paulista, cujo mentor é Vilanova Artigas, Paulo Mendes da Rocha a seguiu à risca. O principal conceito da filosofia arquitetônica é: “A arquitetura deve ser crua, limpa, clara e socialmente responsável”.
Um dos principais expoentes da arquitetura brasileira, ao lado do próprio Vilanova Artigas, Oscar Niemeyer e Ruy Ohtake, Mendes da Rocha morreu dia 23 de maio, aos 92 anos, mas o brutalismo de suas construções terá vida longa. Foi o que o fez ser reconhecido internacionalmente, e que em 2006 lhe rendeu o Prêmio Pritzker – considerado o “Nobel da Arquitetura” -, em 2016 o Leão de Ouro da Bienal de Veneza e em 2017 a condecoração RIBA Gold, concedida pelo Royal Institute of British Architects. Poucos dias antes de morrer, foi homenageado também com a medalha de ouro da União Internacional de Arquitetos.
Paulo Mendes da Rocha tem uma obra variada, mas os projetos de museus e de casas foram os que mais se destacaram. São dele o Museu da Língua Portuguesa e o Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia (MuBE) – ambos localizados na cidade de São Paulo -, além do Museu Nacional dos Coches, em Lisboa-Portugal. Entre as casas, destaque para a que o arquiteto construiu nos anos 1960 para morar. Chamada Casa Butantã, por estar no bairro paulistano de mesmo nome, é considerada inovadora, pois foi a primeira no Brasil a utilizar elementos pré-moldados de concreto.
Também é de autoria de Paulo Mendes da Rocha o projeto do estádio Serra Dourada, em Goiânia-GO. Em 2020, o arquiteto doou seu acervo para a Casa da Arquitectura de Lisboa. São 6.300 desenhos feitos à mão, slides, 3 mil fotografias, 300 publicações e maquetes de 320 projetos. Questionado do porquê de ter levado o legado de sua obra para fora do Brasil, ele justificou dizendo que as construções sempre vão continuar no país. “Os prédios que eu construí sempre estarão aqui. Cuidem deles, pois sempre serei um arquiteto brasileiro”, disse.
Como professor da USP, arquiteto também ajudou a formar profissionais
Além de projetar obras, Paulo Mendes da Rocha também atuou como professor na Faculdade de Urbanismo e Arquitetura da USP, entre 1961 e 1969 e depois de 1980 até 1998. Foi também um dos líderes do movimento que resultou na criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), em 2010. A atual presidente nacional do CAU, Nadia Somekh, definiu em nota a importância do arquiteto. “Paulo Mendes da Rocha deixa um legado de obras-primas, resultado de uma prática profissional marcada pela ousadia e apuro tecnológico. Além disso, foi um educador generoso, não apenas como professor, mas também na convivência diária com os colegas com quem trabalhou em projetos e em obras”, diz.
Nascido em Vitória, no Espírito Santo, Paulo Mendes da Rocha começou a exercer a profissão de arquiteto em 1955. Em 1958, ganhou o concurso para projetar o ginásio do Clube Athletico Paulistano, um dos mais tradicionais da capital paulista. A obra foi premiada na Bienal Paulista de 1961 e fez deslanchar a carreira profissional. “A partir daquele projeto me tornei um arquiteto”, declarou, em uma das várias entrevistas concedidas ao longo de sua vida.
Entrevistado
Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), Instituto de Arquitetura do Brasil – departamento São Paulo (IABSP) e Casa da Arquitectura de Lisboa
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Cidades precisam pensar em infraestrutura de alta performance
O Guia Global de Desenho de Ruas, elaborado pela National Association of City Transportation Officials (NACTO) – organismo que reúne 86 prefeituras e gestores de trânsito da América do Norte – define que as ruas atuam como catalisadores para a transformação urbana. Com base nessa premissa, o gerente da regional sul da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), o engenheiro civil Alexsander Maschio, explica que a rua deixou de ser simplesmente pavimento e, por isso, é necessário pensá-la como infraestrutura de alta performance.
No webinar “Infraestrutura de alta performance”, onde participou juntamente com o engenheiro civil Dejalma Frasson Jr., também da regional sul da ABCP, e a engenheira civil Glécia Vieira, da ABCP Nordeste, Alexsander Maschio mostra por que as ruas deixaram de ser apenas pavimento. “Hoje a rua não é apenas o espaço do pavimento onde trafegam os veículos. Ela passou a englobar calçadas, drenagens, mobiliário, arborização, iluminação, sinalização, conexões e ciclovias”, diz.
Em sua apresentação, o gerente da regional sul da ABCP também demonstra como a rua influencia no desenvolvimento econômico e na qualidade de vida de quem irá usufruir de sua infraestrutura. Porém, para cumprir tais funções, a via precisa ter durabilidade, baixa incidência de manutenção, reduzir o impacto ambiental e contribuir para o urbanismo sustentável. Sob essa ótica, diz o palestrante, projetos urbanísticos do século 21 só conseguem ser transformadores de ambientes urbanos se forem viabilizados com materiais cimentícios.
Além de oferecerem mais alternativas urbanísticas, os elementos à base de cimento ajudam a reduzir as ilhas de calor. Na cidade de Ribeirão Preto, a ABCP fez uma medição de temperatura em duas ruas a 100 metros de distância uma da outra. Em uma tarde ensolarada, e com medições simultâneas, a que tinha pavimento intertravado de concreto alcançou temperatura de 51 °C, às 14h30, enquanto a pavimentada com asfalto apontou 68 °C – diferença de 17 °C. “Ruas que emitem menos calor influenciam em todo o ecossistema no seu entorno”, comenta Alexsander Maschio.
Normalização e qualidade industrial dão credibilidade ao uso de materiais cimentícios
Além de minimizar o “efeito estufa”, o uso de materiais cimentícios na urbanização de ruas contribui para que as cidades combatam a impermeabilidade do solo, uma das principais razões de enchentes nos grandes centros urbanos. Por isso, o pavimento e as calçadas com elementos permeáveis entram na definição de infraestrutura de alta performance. No Brasil, essa tecnologia tem o suporte da ABNT NBR 16416 (Pavimentos permeáveis de concreto – Requisitos e procedimentos). A norma técnica define 5 tipos de elementos permeáveis para pavimentos e calçadas: o intertravado com juntas alargadas, o intertravado com áreas vazadas, o intertravado com peças permeáveis, as placas permeáveis e o concreto poroso moldado in loco.
Glécia Vieira lembra que, além de normas técnicas específicas, o pavimento intertravado produzido no Brasil tem qualidade industrial, apelo arquitetônico, resistência e facilidade de execução, haja vista que é crescente o treinamento de mão de obra para atuar em obras com essas características. Por isso, lembra a engenheira civil que representa a ABCP na região nordeste do país, as cidades têm usado com frequência a tecnologia em projetos de reurbanização. Um exemplo é Fortaleza. Há 3 anos, a capital do Ceará adotou o pavimento intertravado em algumas de suas rotas turísticas e mostra que a infraestrutura de alta performance é eficaz, desde que atenda os principais requisitos, que são: qualidade das peças, bom projeto e construção adequada.
Entrevistado
Reportagem com base no webinar “Infraestrutura Viária de Alta Performance – Soluções Construtivas em Concreto”, promovido pela ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland)
Contato
alexsander.maschio@abcp.org.br
dejalma.frasson@abcp.org.br
glecia.vieira@abcp.org.br
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ABECE assume comissões que coordenam normas técnicas de pontes
Acordo entre ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural) passa a dar mais agilidade à revisão das normas técnicas relacionadas a pontes, viadutos, passarelas, túneis e trincheiras (passagens inferiores). Desde maio de 2021, a ABECE incorpora as comissões ABNT/CE-002:125.005 (Comissão de Estudos de Projeto de Pontes de Aço e Mistas), ABNT/CEE-231 (Comissão de Estudo Especial de Pontes de Concreto Simples, Armado e Protendido) e ABNT/CE-002:126:10 (Comissão de Estudo de Estruturas de Madeiras). Essas comissões são responsáveis por manter atualizada a normalização relacionada com estruturas de pontes.
Segundo o vice-presidente de Tecnologia e Qualidade da ABECE, o engenheiro civil Túlio N. Bittencourt, a parceria com a ABNT atende a um dos propósitos da associação de engenheiros de estruturas, que é “a vocação e a responsabilidade de atuar fortemente nas normas de projetos de estruturas em geral”. “Dessa forma, é importante que haja um instrumento rápido para contínuo aprimoramento dessas normas. As pontes se enquadram no contexto geral”, completa. Com a abrangência das comissões, a ABECE pode revisar e definir novas normas tanto para estruturas de concreto simples, armado e protendido quanto para construções em madeira, metálicas ou mistas.
O escopo compreende normas técnicas relacionadas com ações e cargas, projetos, execuções e inspeções, no que concerne à terminologia, requisitos e procedimentos de julgamento, métodos de ensaio de laboratório e campo, critérios de formação, certificação de pessoal e sustentabilidade. Por isso, explica Túlio N. Bittencourt, a ABECE atuará de forma integrada com a CEE-169 (Comissão de Estudo Especial de Serviços de Inspeções de Estruturas de Concretos) e as demais comissões da ABNT correlacionadas com estruturas de pontes. “Esta nova atividade reforça o constante trabalho no fortalecimento da normalização e no desenvolvimento e crescimento das boas condutas na engenharia estrutural brasileira”, reforça a diretoria da ABECE.
Veja as primeiras normas técnicas a serem revisadas dentro do novo formato
De acordo com Túlio N. Bittencourt, as normas de projeto de estruturas deverão ser incorporadas pouco a pouco pela ABECE. As que serão objeto imediato da associação são as seguintes:
– ABNT NBR 7187 (Projeto de pontes de concreto armado e de concreto protendido – Procedimento), que está em consulta pública até 9 de junho.
– ABNT NBR 7188 (Carga móvel rodoviária e de pedestres em pontes, viadutos, passarelas e outras estruturas).
– ABNT NBR 16694 (Projeto de pontes rodoviárias de aço e mistas de aço e concreto).
– ABNT NBR 7189 (Cargas móveis para projeto estrutural de obras ferroviárias), que foi recentemente cancelada.
A ABECE informa ainda que trabalhará em parceria com a comissão CEE-169 na revisão, e possível ampliação de escopo, da ABNT NBR 9452 (Inspeção de pontes, viadutos e passarelas de concreto – Procedimento), e com o CB-099 (Comitê Brasileiro de Qualificação e Certificação de Pessoas) para a criação de uma norma de certificação e qualificação de pessoal. Essa deverá ser similar à NBR 16230 (Inspeção de estruturas de concreto – Qualificação e certificação de pessoal – Requisitos) mas vai atender a inspeção de estruturas metálicas, de madeira, de concreto simples e mistas (concreto armado, protendido e com reforço de materiais não convencionais).
Entrevistado
ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural) (via assessoria de imprensa)
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Altair Santos MTB 2330
EUA elegem obras que usam cimento com escórias de alto-forno
As melhores obras construídas com concretos que utilizam Cimento Portland misturado a escórias de alto-forno foram eleitas recentemente nos Estados Unidos. A escolha partiu da Slag Cement Association (Associação de Cimentos com Escórias) que colocou em votação 5 categorias: durabilidade, alto desempenho, design verde, arquitetura e inovação.
Os projetos mais relevantes foram a estação de tratamento de água de Akron, em Ohio, que venceu na categoria durabilidade. No quesito alto desempenho, ganhou a pista de pavimento em concreto para decolagens e pousos de caças, construída na base da Força Aérea dos EUA, em Avon Park, na Flórida. Na categoria design verde ganhou um edifício residencial de 13 pavimentos, construído em Cincinnati-Ohio.
Já o edifício-garagem do hotel Chesapeake Beach Resort and Spa, construído na Flórida, ganhou o prêmio de melhor arquitetura. Por fim, a recuperação da ponte do lago Tillery, na Carolina do Norte, venceu no quesito inovação. Outros 11 projetos finalistas ganharam menção-honrosa dentro das 5 categorias. Entraram na votação somente obras concluídas em 2020, construídas nos Estados Unidos por empresas norte-americanas e que utilizaram Cimento Portland produzido no país.
Conheça as características das premiadas em cada categoria
Eleita pela durabilidade, a estação de tratamento de água de Akron, em Ohio, usou cimento com até 35% de escórias em sua composição. A opção pelo material ocorreu depois que testes de laboratório indicaram que ele resultaria em um concreto com até 68 MPa, apto a atender aos requisitos de contração, permeabilidade e controle de temperatura exigidos pelo projeto. A obra consumiu 7.645 m³ de concreto.
Vencedora no quesito alto desempenho, a pista da base da Força Aérea em Avon Park, na Flórida, consumiu 13.762 m³ de concreto. Houve mistura de 28% de escória de alto-forno no cimento usado para produzir as placas que compõem o pavimento. Pelo projeto, era importante que elas atingissem resistência à flexão de 6 MPa em 28 dias.
O edifício The Blonde Apartments, com 13 pavimentos, venceu a categoria design verde. A escória de alto-forno foi usada na proporção de 30% para melhorar o desempenho térmico da construção. Também serviu para conferir uma curva de resistência de 41 MPa ao concreto, aos 28 dias.
O edifício-garagem do hotel Chesapeake Beach Resort and Spa, construído na Flórida, ganhou o prêmio de melhor arquitetura e usou Cimento Portland com 50% de mistura de escórias de alto-forno. A obra, com capacidade para 700 veículos, foi construída com peças pré-moldadas de concreto. As resistências dos elementos variaram de 27 MPa a 35 MPa.
Considerada uma obra inovadora, a recuperação da ponte do lago Tillery, na Carolina do Norte, usou 1.739 m³ de concreto com Cimento Portland com 36% de escória de alto-forno. O objetivo da mistura foi aumentar a durabilidade do concreto, que atingiu 78 MPa, após 28 dias, e mitigar a reação álcali-sílica (RAS). O projeto seguiu o desenho arquitetônico original da ponte, construída em 1927 e com 4 arcos.
Entrevistado
Slag Cement Association (Associação de Cimentos com Escórias) (via departamento de comunicação)
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info@slagcement.org
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Altair Santos MTB 2330
Concreto sustenta maior ponte pedonal do ocidente
Dois grandes pilares de concreto com formato em “V” sustentam a maior ponte pedonal (somente para pedestres) do ocidente, construída em Arouca, no norte de Portugal. As estruturas tem 35,5 metros de altura e cada uma consumiu 1.060 m³ de concreto com mais de 100 MPa de resistência. As fundações dos pilares têm 42 estacas encravadas em rochas e as características especiais do concreto usado na obra se devem às forças dos ventos na região.
A ponte pedonal tem vão de 516,5 metros e está a 175 metros de altura, cruzando o vale do rio Paiva. Apesar da finalidade turística, sob o ponto de vista da engenharia é considerada uma das obras modelares da Europa. O projeto foi concebido dentro do Itecons (Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e Sustentabilidade da Universidade de Coimbra).
O engenheiro civil António Tadeu, que atuou na equipe de projetistas do Itecons, fala dos desafios da obra. “A ideia inicial era a de uma ponte com cerca de 300 metros de vão e 90 metros acima do rio. A topografia local levou a uma primeira revisão do projeto. Por fim, as condições geológicas conduziram ao projeto original, com um vão 516,5 metros e uma altura acima do rio de cerca de 175 metros”, explica.
O tabuleiro da ponte exclusiva para pedestres conta com 127 seções metálicas sustentadas por cabos secundários ligados aos cabos de aço principais, os quais estão fixados nas torres de concreto. Cada cabo principal é constituído por sete cabos de aço agrupados por placas metálicas. A passarela da ponte pedonal de Arouca mede 1,2 metro e foi projetada para suportar simultaneamente 1.825 pessoas – levando em conta o peso médio de 75 quilos.
Teste em túnel de vento definiu tipo de pavimento para o tráfego de pedestres na 516 Arouca
Uma ponte em escala menor foi construída e testada no túnel de vento do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, em Lisboa-Portugal. Após os testes foi sugerido que o pavimento para o tráfego de pedestres fosse do tipo grelha metálica para não oferecer resistência ao vento e tornar a estrutura mais estável. O projeto da ponte foi concebido em 2016, as obras começaram em 2018 e a conclusão ocorreu no final de 2020.
A inauguração oficial aconteceu dia 2 de maio de 2021. O custo da obra ficou em 2,3 milhões de euros, com 800 mil euros financiados pela União Europeia. A expectativa é que a ponte se torne um dos principais pontos turísticos de Portugal durante o verão no hemisfério norte. Os ingressos custam 10 euros para crianças acima de 6 anos e jovens até 17 anos, assim como idosos. Adultos até 65 anos pagam 12 euros. Moradores locais pagam 5 euros a cada 3 anos para transitar pela ponte.
A ponte pedonal nasce com uma polêmica. Reivindica ser a maior do mundo com essas características, mas descobriu-se que no Nepal a ponte Baglung Parbat tem vão de 567 metros. Assim, a 516 Arouca, como foi batizada a estrutura portuguesa, pode ser chamada de a maior do ocidente. No Brasil, a maior ponte pedonal é a estrutura metálica construída em 1889, em São Fidélis-RJ. Primeiramente, ela era uma ponte ferroviária e depois atendeu ao tráfego rodoviário da cidade, quando ficou conhecida como a “ponte de um carro só”. Em 2020, foi reinaugurada apenas para o tráfego de pedestres e bicicletas. A estrutura cruza o rio Paraíba do Sul e tem 440 metros. As 10 maiores pontes pedonais do mundo, considerando a extensão do vão, são as seguintes:
1. Baglung Parbat, Nepal – 567 metros
2. 516 Arouca, Portugal – 516 metros
3. Represa Wanjiazhai, China – 500 metros
4. Charles Kunonen, Suíça – 494 metros
5. Kushma Bungy, Nepal – 490 metros
6. Huangchuansanxia Glass, China – 460 metros
7. Barragem Rappbode, Alemanha – 458 metros
8. Daqingshan Glass Footbridge, China – 450 metros
9. Longguwan Glass Footbridge, China – 445 metros
10. Glass Hongyagu, China – 445 metros
Assista ao vídeo da 516 Arouca
Veja vídeo da ponte pedonal de São Fidélis, no Rio de Janeiro
Entrevistado
Itecons (Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e Sustentabilidade da Universidade de Coimbra) (via assessoria de imprensa)
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Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330
Leilão da Cedae tira obras de saneamento básico da inércia
Primeira estatal privatizada depois do marco legal do saneamento básico, a Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgoto do Rio de Janeiro) promete tirar da inércia as obras relacionadas com o setor. Os vencedores da concessão assumiram o compromisso de investir 35 bilhões de reais para universalizar o sistema de abastecimento de água e de coleta de esgoto no estado, além de despoluir áreas relevantes, como a Baía de Guanabara.
Outra razão que movimenta o mercado é o sucesso do leilão de 30 de abril de 2021, que arrecadou mais de 22 bilhões de reais. Isso despertou outros estados a iniciarem processos de privatização. Amapá, Rio Grande do Sul, Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rondônia tendem a seguir o Rio de Janeiro. No entender de analistas da Fundação Getúlio Vargas, a privatização da Cedae criou um divisor de águas no saneamento básico brasileiro. “Agora há o ‘A.C’ e o ‘D.C’ no setor: o antes e o depois da Cedae”, dizem.
A análise da Fundação Getúlio Vargas é de que o setor de saneamento básico no Brasil tende a se tornar o mais atraente para investidores. A razão é simples: existe demanda e o poder público está convencido de que não tem capacidade de investimento para cumprir o que exige a lei, que é atingir a universalização até 2033. “O cenário mudou muito. Governadores e prefeitos estão quase que compelidos a buscar a privatização de suas companhias ou de parte delas. Isso gera perspectivas de muitos negócios, com projetos para todos os tipos de investimentos”, avalia Guilherme Albuquerque, chefe do departamento de Parcerias Público-Privadas do BNDES.
Só as estatais de São Paulo, Minas Gerais e Paraná têm investido na melhoria dos serviços
Segundo Laura Bedeschi Rego de Mattos, chefe do departamento de saneamento ambiental do BNDES, o gap de investimento no saneamento básico é quase 3 vezes menor do que o mínimo necessário para que estados e municípios consigam atingir a universalização. Em sua apresentação, a especialista lembra que atualmente o Brasil tem apenas 3 estados que conseguem manter melhorias do serviço: São Paulo (Sabesp), Minas Gerais (Copasa) e Paraná (Sanepar). Mesmo assim, as companhias paulista, mineira e paranaense investem apenas a metade do que deveriam.
A situação é crítica no norte e no nordeste do país, onde o déficit no abastecimento de água atinge 67% da população e o de esgoto abrange 49% dos habitantes das duas regiões, aponta a FGV. Para se ter ideia de quanto a privatização do saneamento básico vai atrair recursos, Guilherme Albuquerque cita o volume de recursos movimentados pela Cedae antes e depois da concessão. “Por ano, a Cedae investia 183 milhões de reais no setor. Agora, vai investir 2 bilhões e 188 milhões de reais”, compara.
A expectativa é que a privatização da Cedae gere 45 mil postos de trabalho diretos e indiretos. Um dos setores mais beneficiados será o da construção civil, principalmente o segmento de artefatos de concreto. Atualmente, apenas 7% dos municípios brasileiros contam com a participação da iniciativa privada no saneamento básico, o que engloba uma população de aproximadamente 30 milhões de pessoas. Estima-se que o marco legal estenda a participação do capital privado para 50% das cidades nos próximos 10 anos.
Entrevistado
Reportagem com base no webinar “Novos desafios para o financiamento do setor de água e saneamento no Brasil”, promovido pela Fundação Getúlio Vargas
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