Principal obra da Tamoios, maior túnel do Brasil é 100% vazado
A duplicação do trecho de serra da Rodovia dos Tamoios, principal ligação com o litoral norte paulista, terá o mais longo túnel do Brasil, com 5,5 quilômetros de extensão e seção de 122 m². Na 1ª semana de julho de 2021, a perfuração das rochas foi 100% concluída. O vazamento do túnel – termo técnico usado pela engenharia – utilizou tuneladora combinada com explosões. A obra, que é a mais complexa da rodovia, tem o formato de ferradura e gerou consumo de 80 mil m³ de concreto para dar sustentação às paredes, juntamente com tirantes-chumbadores.
Além do grande volume de concreto, a operação para abrir o maior túnel rodoviário do Brasil resultou em 1,7 milhão de m³ de rocha escavada e transportada. Foram detonadas 3 mil toneladas de explosivos e utilizados 85 mil tirantes-chumbadores de 4,5 metros de comprimento cada um. Já o número de equipamentos de grande porte na etapa de escavação chegou a 94. Essas máquinas também foram utilizadas para a abertura de outros quatro túneis que compõem o complexo da Tamoios que corta a Serra do Mar e se estende por 21,52 quilômetros. Porém, o trecho mais desafiador para a engenharia é o que está entre os municípios de Caraguatatuba e Paraibuna.
Nesse traçado de 12,6 quilômetros concentram-se os 5 túneis e 11 obras de arte, que incluem uma ponte, um pontilhão e 9 viadutos. O conjunto de construções tem o objetivo de manter a declividade de subida da serra em 5%, além de atender o projeto com curvas menos acentuadas e faixas de rolamento mais largas. Quando a duplicação estiver concluída, o trecho em construção atenderá o fluxo de veículo no sentido litoral-Vale do Paraíba, enquanto a estrada antiga será usada pelos veículos que descem em direção ao litoral norte. A previsão é que o novo trecho da Rodovia dos Tamoios seja concluído no 1º semestre de 2022. Toda a obra estima consumir cerca de 300 mil m³ de concreto.
Perfuração do túnel empregou tecnologias nunca utilizadas na engenharia brasileira
A perfuração do principal túnel do novo trecho da Tamoios contou com uma equipe de 300 pessoas. Também foram empregadas tecnologias nunca usadas no Brasil pela empreiteira Queiroz Galvão. Por se tratar de obra em reserva de Mata Atlântica, para acessar um dos emboques do túnel foi necessário construir uma escada com 1.200 degraus e desnível de 420 metros de altura. Outro equipamento utilizado foi o teleférico de carga para o transporte de trabalhadores, materiais e equipamentos, o que evitou danificar a mata. O manejo de infiltrações de águas subterrâneas também se revelou um desafio. Houve trechos em que foram enfrentadas infiltrações de 80 mil litros por hora.
Além do túnel mais extenso do Brasil, a Rodovia dos Tamoios também terá o segundo maior túnel do país, com 3.675 metros. Entre as obras de arte, a maior será um viaduto com 930 metros. Para atender as etapas de concretagem, uma central dosadora com capacidade para 150 m³/hora foi instalada no canteiro de obras. Nos túneis, o pavimento rígido tem 24 centímetros de espessura, de acordo com especificações do projeto. A Tamoios, também conhecida como SP-99, foi inaugurada em 1957 e o traçado atual tem 84,5 quilômetros.
Entrevistado
Construtora Queiroz Galvão e Concessionária Tamoios (via assessorias de imprensa)
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Trimestre de leilões de rodovias começa com “Estrada da Soja”
A concessão da “Estrada da Soja”, que corresponde aos trechos da BR-163 e da BR-230, entre o Mato Grosso e a hidrovia do rio Tapajós, no Pará, abriu o trimestre de leilões de rodovias no Brasil. Entre julho e setembro, são aguardadas as concessões da Via Dutra (BR-116), juntamente com a Rio-Santos (BR-101) – ambas ligam São Paulo e Rio de Janeiro – e também estão no escopo das privatizações as BRs 381 e 262, entre Minas Gerais e Espírito Santo.
São ativos que têm a expectativa de gerar mais de 20 bilhões de reais em investimentos, e que só aguardam a análise do Tribunal de Contas da União (TCU) para que sejam anunciadas as datas dos leilões. A expectativa maior recai sobre a Via Dutra, cujo leilão deve garantir ao menos 14,5 bilhões em investimentos ao longo dos mais de 600 quilômetros da rodovia. Caso se confirme o valor, será a maior concessão rodoviária da história do Brasil.
“Essa transformação logística é uma política pública de longo prazo, onde as mudanças serão percebidas daqui a 20 anos, 30 anos. Estamos dando somente o pontapé inicial, planejando as concessões dentro de critérios que atendam o mercado e os interesses nacionais, e repassando à iniciativa privada o maior número de ativos em infraestrutura”, explica a secretária de Fomento, Planejamento e Parcerias do Ministério da Infraestrutura (MInfra), Natália Marcassa.
Um desses ativos recentemente repassados à iniciativa privada foi o trecho de 1.009 quilômetros das BRs 163 e 230, no trecho entre as cidades de Sinop, no Mato Grosso, e Miritituba, no Pará. O consórcio Via Brasil venceu o leilão no dia 8 de julho, com o compromisso de investir 1,8 bilhão de reais em segurança viária e manutenção, e mais 1,05 bilhão de reais em serviços ao usuário. A concessão será válida por um período de 10 anos, renováveis por mais 2 anos.
Entre as obras previstas, estão 42,87 quilômetros de faixas adicionais, 30,24 quilômetros de vias marginais, acessos definitivos aos terminais portuários de Miritituba, Santarenzinho e Itapacurá – todos no Pará -, além de 8 novos dispositivos de interconexão em desnível, 7 passarelas de pedestres e implantação de 340 quilômetros de acostamentos. O consórcio Via Brasil é formado pela Conasa Infraestrutura, Zetta Infraestrutura e Participações, Construtora Rocha Cavalcante e M4 Investimentos.
São Paulo privatiza aeroportos regionais e Amapá prepara leilão de saneamento básico
O 3º trimestre de 2021 também começa com a privatização de 22 aeroportos regionais no estado de São Paulo, que aconteceu dia 15 de julho. O volume de investimentos durante 30 anos de concessão será de 447 milhões de reais. O consórcio Aeroportos Paulista, liderado pela Socicam, levou o bloco Noroeste, composto pelos terminais de São José do Rio Preto, Presidente Prudente, Araçatuba, Barretos, Assis, Dracena, Votuporanga, Penápolis, Tupã, Andradina e Presidente Epitácio.
Já o bloco Sudeste foi vencido pelo consórcio Voa NW-Voa SE, e inclui os aeroportos de Ribeirão Preto, Bauru-Arealva, Marília, Araraquara, São Carlos, Sorocaba, Franca, Guaratinguetá, Avaré-Arandu, Registro e São Manuel. Entre agosto e setembro, o governo de São Paulo colocará em leilão parques estaduais e trechos de rodovias estaduais.
Outro estado que se prepara para um superleilão é o Amapá. No começo de setembro está marcada a licitação da concessão de saneamento básico de todos os 16 municípios amapaenses. Será a 1ª vez que uma concessionária de saneamento terá 100% de seus ativos privatizados em um único lance. São previstos investimentos na ordem de 3 bilhões de reais. A concessão é vista como um estímulo a outros estados, desde que seja bem sucedida e feche com chave de ouro o rol de leilões agendados para o 3º trimestre.
Entrevistado
Ministério da Infraestrutura (via assessoria de imprensa)
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Qual o perfil do novo profissional da construção civil?
Com o avanço da engenharia 4.0 qual o perfil do profissional que o setor da construção civil procura? Para o professor Abilio Weber, diretor da Escola SENAI de Construção Civil localizada na cidade de São Paulo-SP, o mercado atualmente está focado em 3 tipos de profissionais: os especializados em construção imobiliária, os que têm conhecimento em obras de infraestrutura e os que buscam atuar no segmento de reformas.
Em entrevista ao canal da Concrete Show no YouTube, Abilio Weber ressalta que os fabricantes de material de construção atualmente têm dado atenção especial ao setor que presta serviço ao cliente final. “Esse segmento é imenso, pois é aquele ligado às reformas. O fabricante de materiais atualmente tem um foco muito grande nesse pessoal. Por quê? Os produtos desses fabricantes seguem normas muito rigorosas e a má aplicação na obra reflete na marca. Então, há uma intensa preocupação em qualificar esses profissionais”, ressalta.
Quanto aos que atuam na construção imobiliária e em obras de infraestrutura, o diretor da Escola SENAI de Construção Civil de São Paulo-SP os qualifica como “operacionais”. São aqueles profissionais treinados, que são contratados para executar uma função específica durante determinada etapa da obra. Eles são conhecidos como operacionais, e são valorizados pela qualidade do serviço e pela produtividade. Geralmente, atuam nas empresas terceirizadas contratadas pelas construtoras e incorporadoras por empreitada”, diz.
Formação de quem quer atuar na construção civil dá salto de qualidade
Abilio Weber afirma que recentemente o SENAI tem percebido um salto de qualidade no perfil dos profissionais que buscam seus cursos voltados para a construção civil. “De 2017 para cá, tem havido uma procura grande de pessoas que atuavam na indústria de transformação, e que perderam seus empregos no chão da fábrica por causa da automatização. Eles migraram para a construção civil e têm um elevado grau de formação. São diferenciados. São profissionais que buscam especialização na área de instalações, seja elétrica, hidráulica, serralheria, vidraçaria etc. Alguns deles possuem, inclusive, formação acadêmica em engenharia e arquitetura e têm o objetivo de aprender a parte operacional para montar pequenas empreiteiras”, comenta.
Na entrevista, o diretor da Escola SENAI de Construção Civil de São Paulo-SP alertou que engenheiros civis e arquitetos devem estar atentos ao BIM (modelagem de informação da construção) e aos movimentos de novas tecnologias na construção civil. “Para o profissional do tático, do planejamento e do operacional é relevante buscar formação que embase conhecimento técnico e tecnológico dos materiais e dos processos construtivos. Por quê? Primeiro, porque essas ferramentas vão diminuir muito as perdas por retrabalho. Segundo, porque a demanda por essas tecnologias vai crescer. Já estamos vendo a impressão 3D em concreto”, destaca.
Assista à entrevista do diretor da Escola Do SENAI ao Concrete Show
Entrevistado
Reportagem com base na entrevista do diretor da Escola SENAI de Construção Civil de São Paulo-SP, Abilio Weber, ao canal da Concrete Show no YouTube
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MIT filma hidratação do cimento e antevê futuro do concreto
Pesquisadores do MIT Concrete Sustainability Hub – o braço do Massachusetts Institute of Tecnology que estuda a sustentabilidade do concreto -, conseguiram um avanço que, segundo o líder do estudo, o professor-doutor Franz-Josef Ulm, pode mudar a forma como se faz concreto. Usando a tecnologia conhecida como microespectroscopia Raman, a equipe filmou as reações moleculares que ocorrem durante a fase de hidratação do Cimento Portland, quando o material se junta a outros agregados para dar origem ao concreto.
Até então, o que as pesquisas haviam conseguido eram fotografias em preto e branco de momentos das reações moleculares. A tecnologia aplicada permite não apenas filmar toda a fase de hidratação como obter imagens coloridas. Segundo Franz-Josef Ulm, na prática a pesquisa levará a aditivos mais eficazes, assim como concretos que emitam menor volume de CO₂. “Também poderemos saber com precisão o tempo de cura de um concreto e seu grau de confiabilidade para determinada obra. Enfim, deixamos de pescar no escuro”, diz.
Franz-Josef Ulm, que é professor de engenharia civil e ambiental e diretor do MIT Concrete Sustainability Hub, define o estudo como um “momento Irmãos Lumière para a ciência do concreto”. Ele se refere aos dois irmãos que inauguraram a era da projeção de filmes no final do século 19. Da mesma forma, diz Ulm, a equipe do MIT conseguiu vislumbrar a hidratação do cimento em estágio inicial, o que também pode ser equiparado ao surgimento do cinema em Technicolor, em comparação com as fotos em preto e branco de pesquisas anteriores.
Com melhor compreensão da química do cimento, os pesquisadores avaliam os próximos passos. “Poderemos saber com maior precisão em que grau os componentes do material podem ser alterados, a fim de que ele gere concretos com menor impacto nas emissões ou adicionar ingredientes que serão capazes de absorver ativamente o dióxido de carbono“, diz Admir Masic, professor-associado que integra a equipe de pesquisa do MIT Concrete Sustainability Hub.
Indústria de impressão 3D em concreto pode ser a mais beneficiada
De acordo com os pesquisadores, tecnologias de última geração usadas na construção civil, como a impressão 3D em concreto, devem ser as mais beneficiadas pelo estudo do MIT. “A impressão 3D em concreto depende da extrusão de camadas de concreto em um processo precisamente medido e coordenado, durante o qual a lama líquida se transforma em concreto sólido. Saber quando o concreto vai endurecer é a questão mais crítica da impressão 3D. Até chegar à composição ideal do material há muitas tentativas e erros. Esse estudo permitirá definir a especificação do concreto que será usado na impressora”, afirma a pós-doutora Hee-Jeong Rachel Kim, que também atua na pesquisa.
Os cientistas explicam o porquê do entusiasmo com o estudo. “Antes, a hidratação do cimento só podia ser observada como um ponto no tempo. Agora conseguimos observar continuamente o que acontece no período de hidratação. Por exemplo, o silicato de cálcio hidratado (CSH) é o principal ingrediente de ligação do cimento. Porém, ele tem uma natureza amorfa. Com a tecnologia que estamos aplicando, verificar sua estrutura, distribuição e como se desenvolve durante o processo de cura é algo incrível de se observar”, finaliza Hee-Jeong Rachel Kim.
Entrevistado
Concrete Sustainability Hub, do Massachusetts Institute of Tecnology (via departamento de comunicação)
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cshub@mit.edu
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Tóquio 2021: conheça as principais obras das Olimpíadas
Os jogos olímpicos de Tóquio começam dia 23 de julho. A pandemia de COVID-19 adiou o evento global em um ano. Das 43 instalações esportivas que serão usadas nas competições, a maioria é herança das Olimpíadas de 1964 e foi reformada. Só 8 foram recentemente construídas e entregues em 2019. A principal delas é o estádio olímpico, com capacidade para 68 mil pessoas. Também são novos o centro aquático, a arena para o torneio de voleibol, o ginásio para as competições de ginástica, o local das disputas de levantamento de peso, o espaço para os torneios de badminton e pentatlo moderno, a área para canoagem e remo e o estádio para as disputas de beisebol.
Não haverá presença de público nas construções que irão sediar o evento esportivo em Tóquio. O motivo está relacionado com o fato de o Japão ainda estar em estado de emergência por causa da pandemia. No entanto, mais de 18 mil pessoas de 206 países, entre atletas, comissões técnicas e equipes de apoio, começam a desembarcar no país até o dia de abertura dos jogos. Por isso, os maiores recursos para a organização das Olimpíadas foram investidos no projeto da vila olímpica. Trata-se de um complexo de 21 edificações, com alturas que variam de 10 a 18 pavimentos. Após o fim do evento, eles irão se transformar em um bairro sustentável na região da Baía de Tóquio.
A construção da vila olímpica consumiu 2 bilhões de dólares. Por ocupar 44 mil m² de uma área nobre da capital japonesa, cada apartamento é vendido pelo equivalente a 1,5 milhão de dólares e boa parte já foi negociada. A prefeitura de Tóquio estima que o bairro sustentável estará 100% incorporado à cena urbana da cidade até 2024. Além da construção das edificações, a vila olímpica envolveu também a infraestrutura urbana, com a abertura de avenidas que ligam o local com outras regiões de Tóquio. A conexão dos atletas com as competições será feita exclusivamente por ônibus que trafegarão em vias exclusivas.
Antigo lixão flutuante na Baía de Tóquio foi transformado em parque linear
Depois da vila olímpica, a obra que mais consumiu recursos foi o estádio olímpico. A execução do projeto custou 1,4 bilhão de dólares. O responsável pela construção foi o consórcio formado pelo escritório de arquitetura Kengo Kuma, a empreiteira Taisei Corporation e a empresa de projetos estruturais Azusa Sekkei Corporation. O estádio também foi o que mais consumiu concreto armado entre as obras para os jogos olímpicos. Foram 113 mil m³. A segunda construção em volume de concreto foi o centro aquático, com 50,3 mil m³.
Outra obra que chama a atenção, entre as que compõem os equipamentos olímpicos, é a Sea Forest Waterway. No local serão disputadas as provas de remo e canoagem. A área era um lixão flutuante na Baía de Tóquio, que foi transformada em um parque linear de 2 km². A estrutura é composta por duas ilhas artificiais separadas pelas raias de competição. Aproximadamente 40% da energia consumida no local é gerada por usinas eólicas e placas fotovoltaicas. A Sea Forest Waterway se liga com a área urbana da cidade pela Tokyo Gate Bridge. A construção foi concluída em junho de 2019.
Entrevistado
Comitê Organizador Tóquio 2020/2021 (via departamento de comunicação)
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pressoffice@tokyo2020.jp
Jornalista responsável:
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Tóquio 2021: conheça as principais obras das Olimpíadas
Os jogos olímpicos de Tóquio começam dia 23 de julho. A pandemia de COVID-19 adiou o evento global em um ano. Das 43 instalações esportivas que serão usadas nas competições, a maioria é herança das Olimpíadas de 1964 e foi reformada. Só 8 foram recentemente construídas e entregues em 2019. A principal delas é o estádio olímpico, com capacidade para 68 mil pessoas. Também são novos o centro aquático, a arena para o torneio de voleibol, o ginásio para as competições de ginástica, o local das disputas de levantamento de peso, o espaço para os torneios de badminton e pentatlo moderno, a área para canoagem e remo e o estádio para as disputas de beisebol.
Não haverá presença de público nas construções que irão sediar o evento esportivo em Tóquio. O motivo está relacionado com o fato de o Japão ainda estar em estado de emergência por causa da pandemia. No entanto, mais de 18 mil pessoas de 206 países, entre atletas, comissões técnicas e equipes de apoio, começam a desembarcar no país até o dia de abertura dos jogos. Por isso, os maiores recursos para a organização das Olimpíadas foram investidos no projeto da vila olímpica. Trata-se de um complexo de 21 edificações, com alturas que variam de 10 a 18 pavimentos. Após o fim do evento, eles irão se transformar em um bairro sustentável na região da Baía de Tóquio.
A construção da vila olímpica consumiu 2 bilhões de dólares. Por ocupar 44 mil m² de uma área nobre da capital japonesa, cada apartamento é vendido pelo equivalente a 1,5 milhão de dólares e boa parte já foi negociada. A prefeitura de Tóquio estima que o bairro sustentável estará 100% incorporado à cena urbana da cidade até 2024. Além da construção das edificações, a vila olímpica envolveu também a infraestrutura urbana, com a abertura de avenidas que ligam o local com outras regiões de Tóquio. A conexão dos atletas com as competições será feita exclusivamente por ônibus que trafegarão em vias exclusivas.
Antigo lixão flutuante na Baía de Tóquio foi transformado em parque linear
Depois da vila olímpica, a obra que mais consumiu recursos foi o estádio olímpico. A execução do projeto custou 1,4 bilhão de dólares. O responsável pela construção foi o consórcio formado pelo escritório de arquitetura Kengo Kuma, a empreiteira Taisei Corporation e a empresa de projetos estruturais Azusa Sekkei Corporation. O estádio também foi o que mais consumiu concreto armado entre as obras para os jogos olímpicos. Foram 113 mil m³. A segunda construção em volume de concreto foi o centro aquático, com 50,3 mil m³.
Outra obra que chama a atenção, entre as que compõem os equipamentos olímpicos, é a Sea Forest Waterway. No local serão disputadas as provas de remo e canoagem. A área era um lixão flutuante na Baía de Tóquio, que foi transformada em um parque linear de 2 km². A estrutura é composta por duas ilhas artificiais separadas pelas raias de competição. Aproximadamente 40% da energia consumida no local é gerada por usinas eólicas e placas fotovoltaicas. A Sea Forest Waterway se liga com a área urbana da cidade pela Tokyo Gate Bridge. A construção foi concluída em junho de 2019.
Entrevistado
Comitê Organizador Tóquio 2020/2021 (via departamento de comunicação)
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Altair Santos MTB 2330
Norma de Desempenho: onde ela acertou e onde precisa evoluir
Desde 2018, a Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575) encontra-se em processo de revisão. Existe a expectativa de que a atualização completa seja publicada em 2022. Recentemente, ocorreu a revisão da parte que trata de desempenho acústico, e que está em consulta pública. Na opinião do pesquisador-sênior do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), o doutor em engenharia civil Claudio Mitidieri, o processo de revisão traz avanços consideráveis. “Novos requisitos melhoraram a qualidade acústica dos blocos de concreto e cerâmicos, assim como das paredes de concreto e paredes de drywall. Com isso, foram alcançados melhores parâmetros de isolamento acústico para paredes de alvenaria, que saíram dos 38 dB (decibéis) para até 50 dB”, afirma.
Mitidieri tratou da revisão da ABNT NBR 15575 em palestra virtual no AECweb Conference. Em sua análise, ele destaca os pontos em que a Norma de Desempenho está bem avaliada e onde ela precisa evoluir. O pesquisador-sênior do IPT cita que a parte revisada de desempenho acústico conseguiu, por exemplo, equalizar os problemas recorrentes que envolviam projetos de apartamentos tipo estúdio. Essas unidades, que aliam convivência, trabalho e repouso em um único espaço, tinham uma acústica mais adequada com escritórios do que com residências. “A resolução agora é que os estúdios tenham acústica adequada com dormitórios e não com escritórios”, explica.
No IPT, Mitidieri atua no Laboratório de Tecnologia e Desempenho de Sistemas Construtivos. Por isso, ele acompanha o grupo de trabalho que promove a revisão da ABNT NBR 15575. Segundo o doutor em engenharia civil, a parte de acústica da norma ainda deve avançar nos pontos que tratam de impacto de pisos e ruídos entre ambientes dentro da mesma unidade habitacional. Além disso, entende Claudio Mitidieri, que é necessário evoluir na qualidade das paredes que separam as áreas comuns dos prédios residenciais e as paredes entre unidades geminadas – neste caso, a análise vale também para as casas térreas.
Na parte sobre segurança ao fogo, outras normas vão influenciar a ABNT NBR 15575
Quanto à parte da ABNT NBR 15575 que trata da segurança ao fogo, Mitidieri lembra que ela ainda não entrou em análise pela comissão revisora, mas afirma que, quando isso ocorrer, deverá ser observado um conjunto de normas específicas sobre o tema. São elas:
– ABNT NBR 16626 (Classificação da reação ao fogo de produtos de construção)
– ABNT NBR 16841 (Comportamento ao fogo de telhados e revestimentos de cobertura submetidos a uma fonte de ignição externa)
– ABNT NBR 16951 (Reação ao fogo de sistemas e revestimentos externos de fachadas – Método de ensaio, classificação e aplicação dos resultados de propagação do fogo nas superfícies das fachadas)
– ABNT NBR 16945 (Classificação da resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações)
– ABNT NBR 14925 (Elementos construtivos envidraçados resistentes ao fogo para compartimentação)
– ABNT NBR 16755 (Requisitos de segurança para construção e instalação de elevadores -Inspeções e ensaios – Determinação da resistência ao fogo de portas de pavimento de elevadores).
Com relação às partes da Norma de Desempenho que tratam de durabilidade e desempenho térmico, Mitidieri fez a seguinte observação. “O capítulo que aborda durabilidade ainda não entrou em processo de revisão, mas já houve avanços nos métodos de ensaio. Já o capítulo da norma que abrange desempenho térmico teve emendas publicadas em março de 2021, porém novas adequações ainda dependem do SiNAT (Sistema Nacional de Avaliações Técnicas) para que os requisitos cheguem aos sistemas construtivos”, finaliza.
Assista à palestra do pesquisador-sênior do PIT, Claudio Mitidieri (entre 2h04min até 2h30min)
Entrevistado
Reportagem com base na palestra “Norma de Desempenho: onde avançamos e onde patinamos”, ocorrida no AECweb Conference
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contato@email.aecweb.com.br
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Norma de Desempenho: onde ela acertou e onde precisa evoluir
Desde 2018, a Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575) encontra-se em processo de revisão. Existe a expectativa de que a atualização completa seja publicada em 2022. Recentemente, ocorreu a revisão da parte que trata de desempenho acústico, e que está em consulta pública. Na opinião do pesquisador-sênior do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), o doutor em engenharia civil Claudio Mitidieri, o processo de revisão traz avanços consideráveis. “Novos requisitos melhoraram a qualidade acústica dos blocos de concreto e cerâmicos, assim como das paredes de concreto e paredes de drywall. Com isso, foram alcançados melhores parâmetros de isolamento acústico para paredes de alvenaria, que saíram dos 38 dB (decibéis) para até 50 dB”, afirma.
Mitidieri tratou da revisão da ABNT NBR 15575 em palestra virtual no AECweb Conference. Em sua análise, ele destaca os pontos em que a Norma de Desempenho está bem avaliada e onde ela precisa evoluir. O pesquisador-sênior do IPT cita que a parte revisada de desempenho acústico conseguiu, por exemplo, equalizar os problemas recorrentes que envolviam projetos de apartamentos tipo estúdio. Essas unidades, que aliam convivência, trabalho e repouso em um único espaço, tinham uma acústica mais adequada com escritórios do que com residências. “A resolução agora é que os estúdios tenham acústica adequada com dormitórios e não com escritórios”, explica.
No IPT, Mitidieri atua no Laboratório de Tecnologia e Desempenho de Sistemas Construtivos. Por isso, ele acompanha o grupo de trabalho que promove a revisão da ABNT NBR 15575. Segundo o doutor em engenharia civil, a parte de acústica da norma ainda deve avançar nos pontos que tratam de impacto de pisos e ruídos entre ambientes dentro da mesma unidade habitacional. Além disso, entende Claudio Mitidieri, que é necessário evoluir na qualidade das paredes que separam as áreas comuns dos prédios residenciais e as paredes entre unidades geminadas – neste caso, a análise vale também para as casas térreas.
Na parte sobre segurança ao fogo, outras normas vão influenciar a ABNT NBR 15575
Quanto à parte da ABNT NBR 15575 que trata da segurança ao fogo, Mitidieri lembra que ela ainda não entrou em análise pela comissão revisora, mas afirma que, quando isso ocorrer, deverá ser observado um conjunto de normas específicas sobre o tema. São elas:
– ABNT NBR 16626 (Classificação da reação ao fogo de produtos de construção)
– ABNT NBR 16841 (Comportamento ao fogo de telhados e revestimentos de cobertura submetidos a uma fonte de ignição externa)
– ABNT NBR 16951 (Reação ao fogo de sistemas e revestimentos externos de fachadas – Método de ensaio, classificação e aplicação dos resultados de propagação do fogo nas superfícies das fachadas)
– ABNT NBR 16945 (Classificação da resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações)
– ABNT NBR 14925 (Elementos construtivos envidraçados resistentes ao fogo para compartimentação)
– ABNT NBR 16755 (Requisitos de segurança para construção e instalação de elevadores -Inspeções e ensaios – Determinação da resistência ao fogo de portas de pavimento de elevadores).
Com relação às partes da Norma de Desempenho que tratam de durabilidade e desempenho térmico, Mitidieri fez a seguinte observação. “O capítulo que aborda durabilidade ainda não entrou em processo de revisão, mas já houve avanços nos métodos de ensaio. Já o capítulo da norma que abrange desempenho térmico teve emendas publicadas em março de 2021, porém novas adequações ainda dependem do SiNAT (Sistema Nacional de Avaliações Técnicas) para que os requisitos cheguem aos sistemas construtivos”, finaliza.
Assista à palestra do pesquisador-sênior do PIT, Claudio Mitidieri (entre 2h04min até 2h30min)
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Reportagem com base na palestra “Norma de Desempenho: onde avançamos e onde patinamos”, ocorrida no AECweb Conference
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Universidade obtém patente para agregado leve de concreto
Em abril de 2021, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) concedeu patente para o invento desenvolvido na Universidade Feevale, localizada em Novo Hamburgo-RS. Trata-se de areia leve especial à base de farelo de resíduos do couro wet-blue – rejeito dos curtumes que produzem matéria-prima para a indústria calçadista. O percentual de 25% da areia leve, junto a 75% de areia de rio, produz um agregado, que, segundo os pesquisadores da Feevale, pode substituir o EPS e a vermiculita.
“O invento é um agregado leve alternativo para argamassas à base de Cimento Portland e para a produção de componentes não-estruturais para a construção civil, como blocos de concreto para alvenaria de vedação, divisórias leves e forros”, explica a equipe formada por Patrice Monteiro de Aquim, Vanessa Scheffler Silveira, Alexandre Silva de Vargas e Luiz Carlos Robinson.
A pesquisa aconteceu no âmbito do programa de pós-graduação em Tecnologia de Materiais e Processos Industriais da Feevale. A região onde a universidade gaúcha está localizada, no Vale do Rio do Sinos, é conhecida nacionalmente como um polo da indústria calçadista. Por isso, o rejeito de wet-blue causa forte impacto ambiental devido ao grande volume que vai para descarte nos aterros industriais.
Trata-se de resíduo sólido perigoso, como classifica a ABNT, através da norma técnica ABNT NBR 10004 (Resíduos Sólidos – Classificação). Por isso, antes de ser convertido em areia leve, o rejeito é submetido a um processo de hidrólise para a retirada do óxido de Cromo – substância usada para curtir o couro.
Universidades públicas lideram pedidos de patentes no Brasil
O Brasil é um dos principais beneficiadores de couro do mundo. Há mais de 300 curtumes no país. A maior parte da produção é exportada para aproximadamente 80 países, gerando receita anual de 3 bilhões de dólares. Para cada tonelada de couro tratado, quase 40% vira resíduo. São 375 quilos que podem ser transformados em farelo e, consequentemente, servir de agregado leve para a construção civil.
A pesquisa que resultou em areia leve especial à base de farelo de resíduos do couro wet-blue foi a primeira patente obtida pela Feevale. De acordo com o INPI, no Brasil as universidades são as que mais fazem pedidos de depósitos de patentes junto ao instituto. Dos 25 que lideram o ranking, 19 são universidades públicas. Destaque para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que lidera a lista, com 358 solicitações no período 2014-2019, seguida da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com 357, e Universidade de São Paulo (USP), com 325.
Na relação das 10 primeiras, ainda aparecem a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com 321 pedidos de patente; a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG); com 258; a Universidade Federal do Paraná (UFPR), com 240; a Unesp (Universidade Estadual Paulista), com 227, e a Universidade Federal do Ceará (UFC), com 217. Apenas duas empresas estão no top 10: a Petrobras, na 5ª colocação, com 263 solicitações de patente, e a Whiripool, em 7º, com 246.
Entrevistado
Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia da Feevale (via assessorias de imprensa)
Contatos
imprensa@inpi.gov.br
nitt@feevale.br
imprensa@feevale.br
Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330
Universidade obtém patente para agregado leve de concreto
Em abril de 2021, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) concedeu patente para o invento desenvolvido na Universidade Feevale, localizada em Novo Hamburgo-RS. Trata-se de areia leve especial à base de farelo de resíduos do couro wet-blue – rejeito dos curtumes que produzem matéria-prima para a indústria calçadista. O percentual de 25% da areia leve, junto a 75% de areia de rio, produz um agregado, que, segundo os pesquisadores da Feevale, pode substituir o EPS e a vermiculita.
“O invento é um agregado leve alternativo para argamassas à base de Cimento Portland e para a produção de componentes não-estruturais para a construção civil, como blocos de concreto para alvenaria de vedação, divisórias leves e forros”, explica a equipe formada por Patrice Monteiro de Aquim, Vanessa Scheffler Silveira, Alexandre Silva de Vargas e Luiz Carlos Robinson.
A pesquisa aconteceu no âmbito do programa de pós-graduação em Tecnologia de Materiais e Processos Industriais da Feevale. A região onde a universidade gaúcha está localizada, no Vale do Rio do Sinos, é conhecida nacionalmente como um polo da indústria calçadista. Por isso, o rejeito de wet-blue causa forte impacto ambiental devido ao grande volume que vai para descarte nos aterros industriais.
Trata-se de resíduo sólido perigoso, como classifica a ABNT, através da norma técnica ABNT NBR 10004 (Resíduos Sólidos – Classificação). Por isso, antes de ser convertido em areia leve, o rejeito é submetido a um processo de hidrólise para a retirada do óxido de Cromo – substância usada para curtir o couro.
Universidades públicas lideram pedidos de patentes no Brasil
O Brasil é um dos principais beneficiadores de couro do mundo. Há mais de 300 curtumes no país. A maior parte da produção é exportada para aproximadamente 80 países, gerando receita anual de 3 bilhões de dólares. Para cada tonelada de couro tratado, quase 40% vira resíduo. São 375 quilos que podem ser transformados em farelo e, consequentemente, servir de agregado leve para a construção civil.
A pesquisa que resultou em areia leve especial à base de farelo de resíduos do couro wet-blue foi a primeira patente obtida pela Feevale. De acordo com o INPI, no Brasil as universidades são as que mais fazem pedidos de depósitos de patentes junto ao instituto. Dos 25 que lideram o ranking, 19 são universidades públicas. Destaque para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que lidera a lista, com 358 solicitações no período 2014-2019, seguida da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com 357, e Universidade de São Paulo (USP), com 325.
Na relação das 10 primeiras, ainda aparecem a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com 321 pedidos de patente; a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG); com 258; a Universidade Federal do Paraná (UFPR), com 240; a Unesp (Universidade Estadual Paulista), com 227, e a Universidade Federal do Ceará (UFC), com 217. Apenas duas empresas estão no top 10: a Petrobras, na 5ª colocação, com 263 solicitações de patente, e a Whiripool, em 7º, com 246.
Entrevistado
Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia da Feevale (via assessorias de imprensa)
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