Sim, é possível produzir cimento com menor emissão de CO₂
Até a metade deste século não há previsão de que o consumo de Cimento Portland vá diminuir. Todas as projeções indicam que em 2050 a produção mundial sairá dos atuais 4 bilhões de toneladas por ano para chegar aos 5 bilhões de toneladas. Isto mostra o quanto o material é imprescindível para que a humanidade possa progredir, mas impõe um desafio à indústria da construção civil: como continuar usando cimento e concreto em escala elevada sem aumentar a emissão de CO₂?
Na 4ª edição da Semana Acadêmica de Engenharia, promovida pelo Instituto de Engenharia do Paraná, o doutor em engenharia civil Jorge Luiz Christofolli tratou desse assunto em palestra online. Ele cita algumas possibilidades para mitigar a emissão de CO₂, que são: minimizar o consumo de concreto através do aumento das resistências com o uso de aditivos de última geração, o que permite diminuir o volume e peso das estruturas. No cimento podemos reduzir o teor de clínquer, tema tratado em sua tese de doutorado.
A pesquisa utilizou modelos matemáticos de empacotamento de partículas, a fim de diminuir o número de vazios e aumentar a resistência do cimento e concreto. No estudo foram utilizados materiais como o fíler, a nano-sílica e a argila calcinada (metacaulim) em alto grau de finura para substituir parcialmente o clínquer.
Nos ensaios conseguimos reduzir a emissão de CO₂ em 39% para a produção do cimento.
“Também produzimos um cimento que substituiu 50% de clínquer, e que obteve ganho de resistência, chegando a 68 MPa aos 28 dias. Obviamente, foram ensaios de laboratório, mas que mostraram ser possível diminuir a emissão de CO₂ através da redução do percentual de clínquer, e ainda aumentar a resistência do cimento e do concreto”, explica Jorge Luiz Christofolli.
“O fundamento principal da minha tese é mostrar que é possível produzir cimento e concreto com uma redução importante da pegada de CO₂”, relata.
Gerente de desenvolvimento técnico da Concrebras, Jorge Luiz Christofolli ainda destaca em sua palestra porque o Cimento Portland está entre os materiais mais usados no mundo. “Ele é barato, não tem material substituto com igual performance e sua matéria-prima é abundante na crosta terrestre.”, finaliza.
Assista à palestra “Como mitigar a pegada do CO₂ na produção de cimento e concreto”
Entrevistado
Reportagem com base na palestra “Como mitigar a pegada do CO₂ na produção de cimento e concreto”, do engenheiro civil Jorge Luiz Christofolli, durante a 4ª edição da Semana Acadêmica de Engenharia, promovida pelo Instituto de Engenharia do Paraná
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Desafio das novas concessões é levar tecnologia às rodovias
O secretário de infraestrutura terrestre do Ministério da Infraestrutura (MInfra), Marcello da Costa Vieira, afirma que o desafio das futuras concessões de rodovias é levar tecnologia para a estrada. “Os próximos leilões vão conceder 20 mil quilômetros de rodovias. Quando eles ocorrerem, a expectativa é que já tenhamos 5G no Brasil. Isso vai representar o futuro para as estradas”, disse, ao participar do evento virtual Smart.Con.
Segundo o secretário, além do usuário poder contar com acesso a dados de internet em todo o trecho percorrido, a segurança na rodovia também terá um salto de qualidade. “A Tecnologia de Informação estará presente, o que permite monitorar o tráfego com câmeras de última geração, que estarão conectadas com uma central de controle em Brasília. As inovações também permitirão trocar as praças de pedágio pelo sistema free flow”, revela.
O free flow dispensa as praças de pedágio e o pagamento ocorre de acordo com a quantidade de quilômetros rodados. A tecnologia já é adotada em 20 países e o monitoramento é feito por radares que leem chips instalados nos veículos. A implantação depende do 5G. De acordo com Marcello Vieira, as primeiras rodovias a agregarem essa alta tecnologia no Brasil serão a Via Dutra, a Rio-Teresópolis e a BR-040, no trecho entre Rio de Janeiro-RJ e Juiz de Fora-MG.
Principal concessão rodoviária do Brasil, Dutra vai a leilão no dia 29 de outubro
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, ao anunciar que a Dutra irá a leilão no dia 29 de outubro de 2021, confirmou que a rodovia será a mais moderna do Brasil. “Teremos a Nova Dutra toda iluminada com led. Vamos combater o roubo de carga com monitoramento. Será uma rodovia extremamente inteligente. Não é só mobilidade, é mais do que isso. É segurança também”, afirma.
Quem arrematar a Dutra, que engloba um trecho de 625 quilômetros entre as regiões metropolitanas das cidades de São Paulo-SP e Rio de Janeiro-RJ, levará também a concessão da Rio-Santos – trecho da BR-101 entre os litorais de São Paulo e Rio de Janeiro. O investimento previsto nas duas rodovias, ao longo de 30 anos, é estimado em 14,8 bilhões de reais.
Além de contar com tecnologia de compartilhamento de dados ao longo de toda a extensão, a modernização da Dutra e da Rio-Santos vai incluir as seguintes obras:
Dutra
– Implantação da nova subida para Serra das Araras, no Rio de Janeiro-RJ, em um trecho de 16,2 quilômetros, que passará a contar com 4 faixas.
– 590 quilômetros de faixas adicionais, 144 quilômetros de vias marginais e mais de 400 obras estruturais, além de passagens de fauna e passarelas.
– 3 novos pontos de parada para caminhoneiros.
Rio-Santos
– Duplicação de 80,2 quilômetros, até Angra dos Reis.
– 1 novo ponto de parada para caminhoneiros.
Desde 1996, a administração da Dutra é de responsabilidade da concessionária CCR Nova Dutra. O contrato de concessão de 25 anos termina em 28 de fevereiro de 2022.
Entrevistado
Reportagem com base na participação do secretário de infraestrutura terrestre do Ministério da Infraestrutura (MInfra), Marcello da Costa Vieira, no evento Smart.Con
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Em laboratório, é criado o concreto mais resistente do mundo
Uma nova geração de UHPC (Ultra-high Performance Concrete) foi desenvolvida na Universidade de Kanazawa, no Japão. Conhecido no Brasil como CUAD (concreto de ultra-alto desempenho) esse material atinge resistências que variam entre 200 MPa e 300 MPa. Já o concreto obtido em laboratório, e denominado de PFC (porosity-free concrete [concreto livre de porosidade]) chegou a 400 MPa de resistência à compressão, tornando-se o tipo de concreto mais forte já produzido no mundo.
A pesquisa foi publicada no International Journal of Civil Engineering e revela que o segredo do estudo foi aumentar de 1% para 2% o teor das fibras de aço incorporadas ao material, em relação à totalidade de componentes do concreto. Juntamente com o uso de aditivos superplastificantes, o reforço com fibras elevou em até 50% a resistência do PFC ao impacto, na comparação aos concretos de alto desempenho (CAD) – neste quesito comparativo, o UHPC alcança percentuais máximos de 30% a 40%.
O estudo mostra ainda que foram usadas fibras de aço com 9 milímetros de comprimento e diâmetro de 0,15 milímetros. Nos ensaios, o volume de fibras chegou ao máximo de 160 kg/m³, ou seja, o dobro do utilizado nos concretos de alto desempenho, que podem chegar até a 80 kg/m³. Em termos de comparação, os concretos convencionais reforçados com fibra de aço costumam utilizar de 20 kg/m³ a 40 kg/m³.
A equipe de pesquisadores também relata que a precisão dos testes em laboratório, utilizando vigas como corpos de prova, chegou a 80%. O processo de cura das peças testadas usou a técnica de “cura a vapor”, com temperatura máxima de 90 ͦC, seguida de “cura térmica”, com temperatura máxima de 180 ͦC, e intervalo de 48 horas entre elas.
Embora seja um trabalho científico para verificar os limites do concreto, os pesquisadores da Universidade de Kanazawa acreditam que o material desenvolvido possa, futuramente, chegar às aplicações práticas da engenharia. ”A descoberta dá uma contribuição significativa para a compreensão do papel do PFC na melhoria da segurança de muitas estruturas grandes, incluindo prédios altos, pontes e estradas”, avalia o professor-doutor Yusuke Kurihashi, do departamento de engenharia estrutural da Universidade de Kanazawa.
Junto com Yusuke Kurihashi, também assinam a pesquisa os professores-doutores Katsuya Kono e Masato Komuro. “O desenvolvimento contínuo de materiais de construção é particularmente importante em áreas onde desastres naturais frequentes ameaçam a integridade das estruturas. Nossos testes de impacto em uma variedade de amostras revelaram que o PFC é capaz de suportar abalos sísmicos, explosões e impactos causados por aeronaves”, revela Yusuke Kurihashi, no texto do International Journal of Civil Engineering.
Novos testes publicados em 2021 garantiram maior flexibilidade ao material
Após a primeira publicação, em fevereiro de 2020, os pesquisadores continuaram testando o PFC e, em janeiro de 2021, voltaram a divulgar uma atualização do trabalho, desta vez no Structural Journal, que é a revista científica da ACI (Americam Concrete Institute). As fibras de aço foram reforçadas com polímeros e fibras de aramida. O novo estudo mostra que, apesar da capacidade de resistência ter se mantido praticamente inalterada, preservando os 400 MPa, o material ganhou em capacidade à flexão.
Os próprios autores ainda consideram a pesquisa como um “trabalho experimental”. Por isso, não conseguem estimar por quanto o mercado poderia precificar o m³ do concreto livre de porosidade. Comparativamente, o UHPC, quando começou a ser usado em obras estruturais nos Estados Unidos, custava até 3 mil dólares a jarda cúbica – equivalente a 0,7645 m³ – para elementos moldados in loco. Hoje, indústrias norte-americanas de pré-fabricados têm conseguido reduzir pela metade o valor, ou seja, vender a jarda cúbica por 1.500 dólares.
Entrevistado
Reportagem com base na publicação do International Journal of Civil Engineering, que traz a pesquisa desenvolvida dentro da Universidade de Kanazawa, no Japão
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Em laboratório, é criado o concreto mais resistente do mundo
Uma nova geração de UHPC (Ultra-high Performance Concrete) foi desenvolvida na Universidade de Kanazawa, no Japão. Conhecido no Brasil como CUAD (concreto de ultra-alto desempenho) esse material atinge resistências que variam entre 200 MPa e 300 MPa. Já o concreto obtido em laboratório, e denominado de PFC (porosity-free concrete [concreto livre de porosidade]) chegou a 400 MPa de resistência à compressão, tornando-se o tipo de concreto mais forte já produzido no mundo.
A pesquisa foi publicada no International Journal of Civil Engineering e revela que o segredo do estudo foi aumentar de 1% para 2% o teor das fibras de aço incorporadas ao material, em relação à totalidade de componentes do concreto. Juntamente com o uso de aditivos superplastificantes, o reforço com fibras elevou em até 50% a resistência do PFC ao impacto, na comparação aos concretos de alto desempenho (CAD) – neste quesito comparativo, o UHPC alcança percentuais máximos de 30% a 40%.
O estudo mostra ainda que foram usadas fibras de aço com 9 milímetros de comprimento e diâmetro de 0,15 milímetros. Nos ensaios, o volume de fibras chegou ao máximo de 160 kg/m³, ou seja, o dobro do utilizado nos concretos de alto desempenho, que podem chegar até a 80 kg/m³. Em termos de comparação, os concretos convencionais reforçados com fibra de aço costumam utilizar de 20 kg/m³ a 40 kg/m³.
A equipe de pesquisadores também relata que a precisão dos testes em laboratório, utilizando vigas como corpos de prova, chegou a 80%. O processo de cura das peças testadas usou a técnica de “cura a vapor”, com temperatura máxima de 90 ͦC, seguida de “cura térmica”, com temperatura máxima de 180 ͦC, e intervalo de 48 horas entre elas.
Embora seja um trabalho científico para verificar os limites do concreto, os pesquisadores da Universidade de Kanazawa acreditam que o material desenvolvido possa, futuramente, chegar às aplicações práticas da engenharia. ”A descoberta dá uma contribuição significativa para a compreensão do papel do PFC na melhoria da segurança de muitas estruturas grandes, incluindo prédios altos, pontes e estradas”, avalia o professor-doutor Yusuke Kurihashi, do departamento de engenharia estrutural da Universidade de Kanazawa.
Junto com Yusuke Kurihashi, também assinam a pesquisa os professores-doutores Katsuya Kono e Masato Komuro. “O desenvolvimento contínuo de materiais de construção é particularmente importante em áreas onde desastres naturais frequentes ameaçam a integridade das estruturas. Nossos testes de impacto em uma variedade de amostras revelaram que o PFC é capaz de suportar abalos sísmicos, explosões e impactos causados por aeronaves”, revela Yusuke Kurihashi, no texto do International Journal of Civil Engineering.
Novos testes publicados em 2021 garantiram maior flexibilidade ao material
Após a primeira publicação, em fevereiro de 2020, os pesquisadores continuaram testando o PFC e, em janeiro de 2021, voltaram a divulgar uma atualização do trabalho, desta vez no Structural Journal, que é a revista científica da ACI (Americam Concrete Institute). As fibras de aço foram reforçadas com polímeros e fibras de aramida. O novo estudo mostra que, apesar da capacidade de resistência ter se mantido praticamente inalterada, preservando os 400 MPa, o material ganhou em capacidade à flexão.
Os próprios autores ainda consideram a pesquisa como um “trabalho experimental”. Por isso, não conseguem estimar por quanto o mercado poderia precificar o m³ do concreto livre de porosidade. Comparativamente, o UHPC, quando começou a ser usado em obras estruturais nos Estados Unidos, custava até 3 mil dólares a jarda cúbica – equivalente a 0,7645 m³ – para elementos moldados in loco. Hoje, indústrias norte-americanas de pré-fabricados têm conseguido reduzir pela metade o valor, ou seja, vender a jarda cúbica por 1.500 dólares.
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Reportagem com base na publicação do International Journal of Civil Engineering, que traz a pesquisa desenvolvida dentro da Universidade de Kanazawa, no Japão
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Qual o cenário para as construtechs no Brasil e no mundo?
Entre os setores que movimentam a economia mundial, a construção civil é apontada como um dos mais atrasados na implementação de novos processos e adesão a tecnologias inovadoras. A consultoria McKinsey & Company define o segmento como de “baixíssima digitalização nos canteiros de obras e com excessivos métodos artesanais”. Para mudar esse cenário, desde o ano 2000 começaram a surgir as chamadas construtechs. Passados mais de 20 anos, quais as perspectivas para essas startups da construção no Brasil e no mundo?
Em palestra online na 4ª edição da Semana Acadêmica de Engenharia, promovida pelo Instituto de Engenharia do Paraná, o doutor em engenharia civil Bruno Soares Carvalho fez um resumo de como o mercado das construtechs vem abrindo espaço na cadeia produtiva da construção civil. “O segmento de construtechs tem amplo mercado a ser desbravado na construção civil. Por ser um setor que ainda utiliza processos atrasados, para as construtechs isso significa oportunidade”, diz. O engenheiro ainda destaca que a construção modular é a principal alavanca a impulsionar as startups da construção civil.
A construção modular movimentou 82,3 bilhões de dólares em 2020, em todo o mundo. A previsão é chegar a 108,8 bilhões de dólares em 2025, o que garantiria crescimento médio de 5,75% ao ano. Já a construção civil tradicional tem previsão de crescer, em média, 3,2% ao ano no mesmo período (2020-2025). “As construtechs bem-sucedidas nessa área são as que conseguem mostrar ao mercado que têm um produto confiável e inovador, e que ao mesmo tempo possui preço competitivo. Do outro lado, o que o investidor busca é aumento de produtividade e redução de custos para sua obra”, revela Bruno Soares Carvalho.
Em 5 anos, surgimento de construtechs e proptechs no Brasil cresceu 235%
No Brasil e no mundo, as construtechs estão expandindo seus mercados através dos hubs de inovação, das incubadoras, das grandes empresas da construção e das big techs. Entre as 20 maiores startups da construção civil do mundo, duas são brasileiras: a catarinense Brasil ao Cubo, recentemente adquirida pelo grupo Gerdau, e a paranaense TecVerde. De olho nesse mercado, a Construtora Tenda anunciou em junho de 2021 a criação da construtech Alea. A startup nasce com aporte de 400 milhões de reais e o foco será a construção modular para atender o programa Casa Verde e Amarela.
De acordo com pesquisa da Terracotta Ventures – empresa de investimentos em negócios de tecnologia no setor de construção e mercado imobiliário -, o Brasil tem atualmente 839 construtechs e proptechs (startups do mercado imobiliário) ativas. Houve um crescimento de 235% em 5 anos, aponta o estudo, que mostra ainda que 95% dessas empresas que atuam em território nacional estão localizadas entre as regiões sul e sudeste do país. “Há um amplo espaço para que elas cresçam nos estados do nordeste e norte do país”, aponta Bruno Soares Carvalho, que também é fundador de uma construtech: a Oak Offsite Construções.
Assista à palestra “Construtechs: edificações offsite na construção civil”
Entrevistado
Reportagem com base na palestra online “Construtechs: edificações offsite na construção civil”, do engenheiro civil Bruno Soares Carvalho, durante a 4ª edição da Semana Acadêmica de Engenharia, promovida pelo Instituto de Engenharia do Paraná
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Qual o cenário para as construtechs no Brasil e no mundo?
Entre os setores que movimentam a economia mundial, a construção civil é apontada como um dos mais atrasados na implementação de novos processos e adesão a tecnologias inovadoras. A consultoria McKinsey & Company define o segmento como de “baixíssima digitalização nos canteiros de obras e com excessivos métodos artesanais”. Para mudar esse cenário, desde o ano 2000 começaram a surgir as chamadas construtechs. Passados mais de 20 anos, quais as perspectivas para essas startups da construção no Brasil e no mundo?
Em palestra online na 4ª edição da Semana Acadêmica de Engenharia, promovida pelo Instituto de Engenharia do Paraná, o doutor em engenharia civil Bruno Soares Carvalho fez um resumo de como o mercado das construtechs vem abrindo espaço na cadeia produtiva da construção civil. “O segmento de construtechs tem amplo mercado a ser desbravado na construção civil. Por ser um setor que ainda utiliza processos atrasados, para as construtechs isso significa oportunidade”, diz. O engenheiro ainda destaca que a construção modular é a principal alavanca a impulsionar as startups da construção civil.
A construção modular movimentou 82,3 bilhões de dólares em 2020, em todo o mundo. A previsão é chegar a 108,8 bilhões de dólares em 2025, o que garantiria crescimento médio de 5,75% ao ano. Já a construção civil tradicional tem previsão de crescer, em média, 3,2% ao ano no mesmo período (2020-2025). “As construtechs bem-sucedidas nessa área são as que conseguem mostrar ao mercado que têm um produto confiável e inovador, e que ao mesmo tempo possui preço competitivo. Do outro lado, o que o investidor busca é aumento de produtividade e redução de custos para sua obra”, revela Bruno Soares Carvalho.
Em 5 anos, surgimento de construtechs e proptechs no Brasil cresceu 235%
No Brasil e no mundo, as construtechs estão expandindo seus mercados através dos hubs de inovação, das incubadoras, das grandes empresas da construção e das big techs. Entre as 20 maiores startups da construção civil do mundo, duas são brasileiras: a catarinense Brasil ao Cubo, recentemente adquirida pelo grupo Gerdau, e a paranaense TecVerde. De olho nesse mercado, a Construtora Tenda anunciou em junho de 2021 a criação da construtech Alea. A startup nasce com aporte de 400 milhões de reais e o foco será a construção modular para atender o programa Casa Verde e Amarela.
De acordo com pesquisa da Terracotta Ventures – empresa de investimentos em negócios de tecnologia no setor de construção e mercado imobiliário -, o Brasil tem atualmente 839 construtechs e proptechs (startups do mercado imobiliário) ativas. Houve um crescimento de 235% em 5 anos, aponta o estudo, que mostra ainda que 95% dessas empresas que atuam em território nacional estão localizadas entre as regiões sul e sudeste do país. “Há um amplo espaço para que elas cresçam nos estados do nordeste e norte do país”, aponta Bruno Soares Carvalho, que também é fundador de uma construtech: a Oak Offsite Construções.
Assista à palestra “Construtechs: edificações offsite na construção civil”
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Reportagem com base na palestra online “Construtechs: edificações offsite na construção civil”, do engenheiro civil Bruno Soares Carvalho, durante a 4ª edição da Semana Acadêmica de Engenharia, promovida pelo Instituto de Engenharia do Paraná
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Concreto + EPS na construção de casas: do experimento à confiabilidade
No Brasil, os sistemas construtivos que utilizam EPS (poliestireno expandido) estão ultrapassando a barreira do experimento para se tornarem confiáveis. Isso ocorre graças à acreditação que recebem do Sistema Nacional de Avaliação Técnica (SiNAT), vinculado ao Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), e da chancela de institutos como o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e o Lactec. Esses organismos têm realizado ensaios que comprovam a eficácia da combinação que une EPS e concreto, principalmente para a construção de casas térreas.
Além disso, a Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575), nas partes que tratam de estruturas de paredes e desempenho termoacústico, também valida os sistemas que utilizam EPS no lugar dos tradicionais blocos de vedação. Com o aumento da credibilidade, o sistema inovador vê aumentar sua fatia no mercado de construção de casas, principalmente nas regiões centro-oeste e centro-sul do Brasil. Porém, não no volume que já existe na Europa (Itália e Alemanha, principalmente), nos Estados Unidos e no Canadá, onde o uso de poliestireno expandido como isolante térmico e acústico de paredes já ocorre desde meados dos anos 1960.
O EPS também é empregado em grandes obras, seja como estabilizador de solo, em fundações, em lajes e também diretamente no concreto, substituindo a brita quando as especificações do material exigem que ele tenha baixa densidade. No caso das tecnologias para a construção de casas, predominam 3 sistemas: o que utiliza painéis monolíticos revestidos com malha de aço e argamassa estrutural, o que usa fôrmas de EPS preenchidas com concreto com 25 MPa de resistência e o que aplica placas de EPS entre blocos de concreto.
Saiba as vantagens e eventuais desvantagens dos sistemas que usam paredes com EPS
– Tempo de execução da obra pode reduzir em até 60%.
– Baixa geração de entulho.
– Reduz risco de manifestações patológicas no concreto.
– Minimiza consumo energético para manter o conforto térmico da casa.
– Retarda a propagação do fogo.
– Tem excelente desempenho acústico.
– Dependendo do projeto e da qualidade de execução, pode reduzir o custo da obra (tanto na fase de construção quanto na de manutenção).
As alegadas desvantagens da tecnologia de construção de casas com EPS se relacionam com futuras reformas no imóvel, que venham a exigir a quebra de paredes ou a integração com áreas construídas em outro sistema construtivo. A espessura das paredes, que com os revestimentos podem chegar a 17 cm, também pode limitar a área útil da unidade em terrenos com dimensões estreitas.
Enquadrada na categoria de construção sustentável e disruptiva, a tecnologia que utiliza sistemas com EPS foi recentemente debatida em evento online promovido pelo grupo IDD – o 2º BLSIC (BIM, Lean, Sustainability and Industrialized Construction). De acordo com o engenheiro civil Cesar Henrique Sato Daher, um dos fundadores do IDD, o evento mostrou que não são apenas os softwares e as plataformas online que compõem a revolução 4.0 na construção civil. “Existem muitos sistemas construtivos aliados a sistemas de gestão, que permitem construir com mais qualidade, menores prazos e menos desperdícios”, resume, referindo-se à construção com poliestireno expandido.
Entrevistado
Entrevista com base no evento online “Alvenaria estrutural com fôrmas EPS preenchidas com concreto”, que ocorreu dentro 2º BLSIC (BIM, Lean, Sustainability and Industrialized Construction), promovido pelo grupo IDD
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Em alta, mercado de skate aquece também a construção civil
As 3 medalhas de prata conquistadas pelo Brasil nas modalidades olímpicas de skate movimentaram o mercado do esporte no país. Em buscas na internet, o segmento cresceu 1.150% durante os jogos de Tóquio. Também aumentou o número de adeptos. Segundo dados da Confederação Brasileira de Skate, atualmente há mais de 5 milhões de skatistas no país – entre profissionais e amadores. E eles precisam de locais para praticar o esporte, o que beneficia também a construção civil. As principais prefeituras do país já anunciaram que irão revitalizar as pistas já existentes e construir novos espaços.
O material que predomina nessas obras é o concreto armado. Mas para ter durabilidade, uma pista de skate precisa seguir procedimentos bem específicos, que vão desde o estudo do solo até as propriedades do concreto que será lançado na construção. Por exemplo, se houver lençol freático no local em que será instalada a pista, e se não for feita a correta impermeabilização do terreno, o risco de ocorrerem infiltrações é considerável. Essa recomendação vale para as estruturas que ficam a céu aberto, e que no Brasil são predominantes.
As pistas mais comuns construídas em áreas públicas são as do tipo bowl (semelhante a uma piscina vazia), mini ramp (uma rampa de frente para outra) e a plaza (planície com obstáculos e elementos como corrimãos e escadas). Independentemente do modelo a ser construído, as fundações devem atender a ABNT NBR 6122:2019 – projeto e execução de fundações. Na maioria das pistas de skate, devido às baixas cargas atuantes, pode-se executar uma fundação superficial, também chamada de rasa ou direta, conforme recomendação normativa.
Nos casos das pistas de skate do tipo bowl recomenda-se utilizar uma fundação composta por pilares e vigas de cintamento para conferir maior durabilidade e reduzir o surgimento de manifestações patológicas. Quanto às fôrmas que irão moldar o desenho da pista, deve-se dar preferência aos compensados navais tratados e aos madeirites próprios para a construção de pistas de skate. Já o concreto a ser aplicado na obra precisa ser o dosado em central, com resistência variando entre 30 MPa e 40 MPa. O acompanhamento do processo de cura deve ser rigoroso.
Complexo para skatistas de Porto Alegre consumiu 940 m³ de concreto
O acabamento exige muito cuidado nas transições da pista e deve ser executado em um processo artesanal, ou seja, manualmente. Existem desempenadeiras especiais para as áreas curvas, côncavas e convexas. Nas superfícies planas é recomendado o uso de alisadores de concreto. Os escritórios de arquitetura e urbanismo especializados na construção de pistas de skate em áreas públicas sugerem que a técnica usada no acabamento da obra deve ser a mesma utilizada nos sistemas que usam concreto polido.
Entre as cidades que possuem projetos para pistas de skate, o caso mais emblemático é o de Porto Alegre-RS. Está em fase final de execução o maior complexo da América Latina para skatistas. A estrutura já foi certificada pela Confederação Brasileira do Skate e poderá receber competições oficiais nacionais e internacionais. O investimento na pista chega a 2,4 milhões de reais e o projeto teve a consultoria dos dois principais escritórios de arquitetura especializados nesse tipo de obra no Brasil: o Spot Skateparks e o Rio Ramp Design.
A área total da pista abrange 6.268 m². A construção recebeu 940,20 m³ de concreto e 19,50 toneladas de aço. O complexo conta com cinco formatos de pistas: três verticais (bowl, flow park e snake run) e dois da modalidade street (plaza e flow). Todas estão localizadas no trecho 3 da Orla do Guaíba. A revitalização dessa área tem como tema central a prática de esportes. Em um trecho de 1,6 quilômetro estão em construção 29 espaços para modalidades esportivas, além de ciclovia. O investimento total é de 53,4 milhões de reais.
Entrevistado
Prefeitura de Porto Alegre, Spot Skateparks e Rio Ramp Design (via assessorias de imprensa)
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gabinete.smim@portoalegre.rs.gov.br
contato@skatespot.com.br
contato@riorampdesign.com
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Em alta, mercado de skate aquece também a construção civil
As 3 medalhas de prata conquistadas pelo Brasil nas modalidades olímpicas de skate movimentaram o mercado do esporte no país. Em buscas na internet, o segmento cresceu 1.150% durante os jogos de Tóquio. Também aumentou o número de adeptos. Segundo dados da Confederação Brasileira de Skate, atualmente há mais de 5 milhões de skatistas no país – entre profissionais e amadores. E eles precisam de locais para praticar o esporte, o que beneficia também a construção civil. As principais prefeituras do país já anunciaram que irão revitalizar as pistas já existentes e construir novos espaços.
O material que predomina nessas obras é o concreto armado. Mas para ter durabilidade, uma pista de skate precisa seguir procedimentos bem específicos, que vão desde o estudo do solo até as propriedades do concreto que será lançado na construção. Por exemplo, se houver lençol freático no local em que será instalada a pista, e se não for feita a correta impermeabilização do terreno, o risco de ocorrerem infiltrações é considerável. Essa recomendação vale para as estruturas que ficam a céu aberto, e que no Brasil são predominantes.
As pistas mais comuns construídas em áreas públicas são as do tipo bowl (semelhante a uma piscina vazia), mini ramp (uma rampa de frente para outra) e a plaza (planície com obstáculos e elementos como corrimãos e escadas). Independentemente do modelo a ser construído, as fundações devem atender a ABNT NBR 6122:2019 – projeto e execução de fundações. Na maioria das pistas de skate, devido às baixas cargas atuantes, pode-se executar uma fundação superficial, também chamada de rasa ou direta, conforme recomendação normativa.
Nos casos das pistas de skate do tipo bowl recomenda-se utilizar uma fundação composta por pilares e vigas de cintamento para conferir maior durabilidade e reduzir o surgimento de manifestações patológicas. Quanto às fôrmas que irão moldar o desenho da pista, deve-se dar preferência aos compensados navais tratados e aos madeirites próprios para a construção de pistas de skate. Já o concreto a ser aplicado na obra precisa ser o dosado em central, com resistência variando entre 30 MPa e 40 MPa. O acompanhamento do processo de cura deve ser rigoroso.
Complexo para skatistas de Porto Alegre consumiu 940 m³ de concreto
O acabamento exige muito cuidado nas transições da pista e deve ser executado em um processo artesanal, ou seja, manualmente. Existem desempenadeiras especiais para as áreas curvas, côncavas e convexas. Nas superfícies planas é recomendado o uso de alisadores de concreto. Os escritórios de arquitetura e urbanismo especializados na construção de pistas de skate em áreas públicas sugerem que a técnica usada no acabamento da obra deve ser a mesma utilizada nos sistemas que usam concreto polido.
Entre as cidades que possuem projetos para pistas de skate, o caso mais emblemático é o de Porto Alegre-RS. Está em fase final de execução o maior complexo da América Latina para skatistas. A estrutura já foi certificada pela Confederação Brasileira do Skate e poderá receber competições oficiais nacionais e internacionais. O investimento na pista chega a 2,4 milhões de reais e o projeto teve a consultoria dos dois principais escritórios de arquitetura especializados nesse tipo de obra no Brasil: o Spot Skateparks e o Rio Ramp Design.
A área total da pista abrange 6.268 m². A construção recebeu 940,20 m³ de concreto e 19,50 toneladas de aço. O complexo conta com cinco formatos de pistas: três verticais (bowl, flow park e snake run) e dois da modalidade street (plaza e flow). Todas estão localizadas no trecho 3 da Orla do Guaíba. A revitalização dessa área tem como tema central a prática de esportes. Em um trecho de 1,6 quilômetro estão em construção 29 espaços para modalidades esportivas, além de ciclovia. O investimento total é de 53,4 milhões de reais.
Entrevistado
Prefeitura de Porto Alegre, Spot Skateparks e Rio Ramp Design (via assessorias de imprensa)
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Saiba quanto a construção civil da América Latina vai crescer até 2025
Recente relatório da GlobalData, voltado para a construção civil na América Latina, mostra o Brasil como carro-chefe do continente na retomada do crescimento. A empresa britânica de consultoria e pesquisa avalia que o setor latino-americano pode crescer 9,7% em 2021, comparado com 2020, e 5,6% em 2022. No período 2023-2025, a taxa de crescimento nos países da região deve se estabilizar na média anual de 3,1%, aponta o relatório.
O documento também prevê que em 2023 a construção civil da América Latina retomará o ritmo de produtividade que havia conseguido em 2019, mas que foi retraído pela pandemia de COVID-19. A GlobalData ainda avalia que, apesar de ter iniciado o processo de vacinação em massa da população depois de países como Uruguai e Chile, o setor construtivo brasileiro tende a ter os melhores índices de crescimento do continente.
“A atividade da construção civil no Brasil vem surpreendendo”, relata a economista Dariani Tani, que assina o relatório para a América Latina. A análise também destaca que o recente pacote de estímulo à infraestrutura, anunciado pelos Estados Unidos, e a valorização das commodities, por causa do aumento do consumo na China, serão fatores que irão influenciar o crescimento da construção no continente e, em especial, no Brasil. “Haverá um contágio positivo dessas condições econômicas globais nos países latino-americanos”, completa o relatório.
A análise da GlobalData faz parte de um amplo documento publicado no final de junho de 2021, intitulado “Perspectivas globais da construção até 2025” (Global Construction Outlook to 2025). Além da América Latina, foram analisados os cenários para as seguintes regiões: América do Norte, Europa ocidental, Leste europeu, sul e sudeste asiático, nordeste asiático, Australásia, Oriente Médio, Norte da África e Sub-África do Saara.
Nos 65 principais mercados do mundo, construção civil deve crescer 5,7% em 2021
Ao todo, o estudo avalia o mercado de 65 países. A perspectiva é que a construção civil global crescerá 5,7% em 2021, após queda de 2,4% em 2020. De 2022 a 2025, a produção mundial deve registrar crescimento médio de 3,7% ao ano. “A previsão para a produção global da construção é baseada no pressuposto de que os governos e as autoridades de saúde pública não reintroduzirão políticas rígidas de bloqueio e que os canteiros de obras serão capazes de continuar operando com baixo risco de interrupção”, cita Danny Richards, economista-chefe da GlobalData.
A análise também avalia que o mundo continuará experimentando alta dos preços nas commodities da construção civil, como cimento e aço. “O aumento da atividade de construção, combinado com interrupções nas cadeias de abastecimento e altos custos de transporte, tende a manter elevados os preços dos materiais de construção. A demanda global por aço, por exemplo, tem superado a oferta. Também há relatos de escassez de materiais importantes nos principais mercados, como madeira, cimento e agregados”, completa o economista-chefe da GlobalData.
Entrevistado
Reportagem com base no capítulo para a América Latina, do relatório “Perspectivas globais da construção até 2025” (Global Construction Outlook to 2025) publicado pela consultoria GlobalData
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Jornalista responsável:
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