Concreto predomina em prédios superaltos depois do 11/9
Após o ataque de 11 de setembro de 2001 às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York-EUA, imaginou-se que os projetos de edifícios superaltos – aqueles com 200 m ou mais de altura – seriam interrompidos. Mas aconteceu um efeito contrário.
O mais recente relatório do Conselho de Edifícios Altos e Habitat Urbano (Council on Tall Buildings and Urban Habitat – CTBUH) mostra que o 11 de setembro desencadeou um crescimento impressionante de arranha-céus. Atualmente, 84% dos grandes edifícios existentes no mundo foram construídos depois de 2001.
Nesses 20 anos, os Estados Unidos também perderam o monopólio dos projetos de megatorres. Eles migraram principalmente para a Ásia e o Oriente Médio. Outro dado apontado pelo relatório do CTBUH é que, após 2001, apenas 9% dos edifícios superaltos foram construídos exclusivamente com estruturas de aço. O concreto tornou-se o material predominante em 53% dos projetos, enquanto as estruturas mistas (concreto+aço (37,5%), aço+madeira (0,3%) e concreto+madeira (0,2%) prevalecem em 38% das construções após o 11 de setembro.
Em 2008, foi publicado pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos Estados Unidos (National Institute of Standards and Technology) as causas oficiais da queda das torres gêmeas. O documento foi elaborado pelo engenheiro civil Eduardo Kausel, professor-emérito do departamento de engenharia civil do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Em um dos capítulos, o especialista cita que o padrão de construção de prédios superaltos no século 20 era basicamente o mesmo em todo o mundo: fundações de concreto, núcleo central de aço, vigas e pilares de aço e lajes de concreto.
Significa dizer que as estruturas metálicas predominaram em quase 100% das construções de arranha-céus no século passado. Com o atentado ao World Trade Center, esse paradigma foi literalmente por terra e começou a era das megatorres de concreto. O professor Roberto Chust Carvalho, especialista em estruturas da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) explica o porquê dessa mudança. “O que causou a queda do WTC foram as altas temperaturas a que ficaram expostas as soldas das estruturas de aço. Por isso, nos projetos dos arranha-céus que foram construídos depois de 2001, estruturas à base de concreto foram privilegiadas. O concreto, em caso de incêndio, não derrete”, resume.
Curiosidades sobre os prédios superaltos após o 11 de setembro
– Até 11 de setembro de 2001, havia 285 edifícios com 200 metros ou mais de altura no mundo. Hoje, são mais 1.750.
– Se o World Trade Center ainda estivesse de pé, seria o 31º edifício mais alto do mundo atualmente.
– Antes de 2001, 49% de todos os edifícios superaltos do mundo estavam localizados nos Estados Unidos. Hoje, 15% estão em território norte-americano.
– Até 2001, 80% dos arranha-céus com mais de 200 metros foram construídos como escritórios. Atualmente, 46% são prédios corporativos, 25% são residenciais, 24% são edifícios com operação mista (corporativo e residencial), 4% são hotéis e 1% sedia organizações educacionais.
– Hoje em dia são construídos, em média, 112 arranha-céus por ano no mundo.
Entrevistado
Reportagem com base no relatório “Impacto global do 11/9 nos prédios superaltos”, publicado pelo Conselho de Edifícios Altos e Habitat Urbano (Council on Tall Buildings and Urban Habitat – CTBUH)
Contato
press@ctbuh.org
Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330
Concreto predomina em prédios superaltos depois do 11/9
Após o ataque de 11 de setembro de 2001 às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York-EUA, imaginou-se que os projetos de edifícios superaltos – aqueles com 200 m ou mais de altura – seriam interrompidos. Mas aconteceu um efeito contrário.
O mais recente relatório do Conselho de Edifícios Altos e Habitat Urbano (Council on Tall Buildings and Urban Habitat – CTBUH) mostra que o 11 de setembro desencadeou um crescimento impressionante de arranha-céus. Atualmente, 84% dos grandes edifícios existentes no mundo foram construídos depois de 2001.
Nesses 20 anos, os Estados Unidos também perderam o monopólio dos projetos de megatorres. Eles migraram principalmente para a Ásia e o Oriente Médio. Outro dado apontado pelo relatório do CTBUH é que, após 2001, apenas 9% dos edifícios superaltos foram construídos exclusivamente com estruturas de aço. O concreto tornou-se o material predominante em 53% dos projetos, enquanto as estruturas mistas (concreto+aço (37,5%), aço+madeira (0,3%) e concreto+madeira (0,2%) prevalecem em 38% das construções após o 11 de setembro.
Em 2008, foi publicado pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos Estados Unidos (National Institute of Standards and Technology) as causas oficiais da queda das torres gêmeas. O documento foi elaborado pelo engenheiro civil Eduardo Kausel, professor-emérito do departamento de engenharia civil do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Em um dos capítulos, o especialista cita que o padrão de construção de prédios superaltos no século 20 era basicamente o mesmo em todo o mundo: fundações de concreto, núcleo central de aço, vigas e pilares de aço e lajes de concreto.
Significa dizer que as estruturas metálicas predominaram em quase 100% das construções de arranha-céus no século passado. Com o atentado ao World Trade Center, esse paradigma foi literalmente por terra e começou a era das megatorres de concreto. O professor Roberto Chust Carvalho, especialista em estruturas da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) explica o porquê dessa mudança. “O que causou a queda do WTC foram as altas temperaturas a que ficaram expostas as soldas das estruturas de aço. Por isso, nos projetos dos arranha-céus que foram construídos depois de 2001, estruturas à base de concreto foram privilegiadas. O concreto, em caso de incêndio, não derrete”, resume.
Curiosidades sobre os prédios superaltos após o 11 de setembro
– Até 11 de setembro de 2001, havia 285 edifícios com 200 metros ou mais de altura no mundo. Hoje, são mais 1.750.
– Se o World Trade Center ainda estivesse de pé, seria o 31º edifício mais alto do mundo atualmente.
– Antes de 2001, 49% de todos os edifícios superaltos do mundo estavam localizados nos Estados Unidos. Hoje, 15% estão em território norte-americano.
– Até 2001, 80% dos arranha-céus com mais de 200 metros foram construídos como escritórios. Atualmente, 46% são prédios corporativos, 25% são residenciais, 24% são edifícios com operação mista (corporativo e residencial), 4% são hotéis e 1% sedia organizações educacionais.
– Hoje em dia são construídos, em média, 112 arranha-céus por ano no mundo.
Entrevistado
Reportagem com base no relatório “Impacto global do 11/9 nos prédios superaltos”, publicado pelo Conselho de Edifícios Altos e Habitat Urbano (Council on Tall Buildings and Urban Habitat – CTBUH)
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Concreto absorve CO₂ e compensa emissão durante produção de cimento
Pela primeira vez um relatório da Intergovernmental Panel Climate Change (IPCC), que no Brasil é conhecido como Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, reconhece que a absorção de CO₂ pelo concreto compensa parte da emissão que ocorre durante a produção de Cimento Portland. Segundo o documento do organismo vinculado à ONU, divulgado dia 9 de agosto de 2021, pelo menos metade do gás carbônico emitido na fase de fabricação do cimento é reabsorvida pelo concreto através de um processo natural chamado de carbonatação mineral.
Para Richard Leese, diretor de política industrial, energia e mudanças climáticas da Mineral Products Association (Associação de Produtos Minerais) – organismo que representa a indústria de cimento do Reino Unido -, o reconhecimento do IPCC muda a chave da história quanto ao real volume de emissão de CO₂ atribuído à fabricação de cimento. “Essa contabilidade internacional terá que ser revista”, diz.
Também ouvida sobre o resultado do relatório do IPCC, a engenheira estrutural Jenny Burridge, que atua no The Concrete Centre – centro de inovações em concreto, localizado em Londres -, fez a seguinte constatação: “O concreto absorve CO₂, e isso é um fato. Mas diferentes tipos de concreto absorvem CO₂ em taxas diferentes. O concreto armado tem baixo potencial de carbonatação, pois se ele absorver muito CO₂ isso pode levar à corrosão das armaduras”, alerta.
No entanto, continua a engenheira, os blocos de concreto são muito eficazes na absorção de CO₂. “Os blocos realmente carbonatam muito rapidamente”, diz. O concreto de demolições, que são transformados em agregados, também possuem grande capacidade de carbonatação, completa Jenny Burridge. “Quanto mais triturado estiver o concreto, maior a capacidade de absorver CO₂”, complementa.
No Brasil, a indústria de cimento lança 11% menos CO2 na atmosfera que os números globais do setor
O trecho do relatório do IPCC que aborda que o concreto é um sumidouro de carbonatação do cimento está na página 32 do capítulo 5 do relatório, e diz: “As emissões diretas de carbonatos na produção de cimento estão em torno de 4% do total de emissões de CO₂ fóssil. Houve crescimento de 5,8% na década de 2000 e chegou a cair para 2,4% na década de 2010, mas estabilizou. No entanto, constata-se que há absorção de CO₂ pelas infraestruturas de concreto (carbonatação mineral) o que compensa cerca de metade das emissões de carbonato durante as fases de produção de cimento. Esses resultados são robustos”, conclui a análise.
No Brasil, a indústria de cimento lança 11% menos CO₂ na atmosfera que os números globais do setor. “Enquanto a média mundial de emissão específica encontra-se em cerca de 634 quilos de CO₂ por tonelada de cimento, no Brasil esse valor é de 564 quilos por tonelada de cimento”, demonstram dados recentemente divulgados pelo SNIC (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento). A meta para 2050 é reduzir para 424 quilos por tonelada. Ainda de acordo com dados do SNIC, desde 1990, quando começaram a ser contabilizadas as emissões da indústria de cimento, o volume médio de CO₂ lançado na atmosfera apresenta quedas progressivas.
Veja o relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas
Entrevistado
Reportagem com base no relatório da Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, intitulado Climate Change 2021 – The Physical Science Basis (Mudança Climática 2021 – A base da ciência física)
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ipcc-media@wmo.int
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Altair Santos MTB 2330
Concreto absorve CO₂ e compensa emissão durante produção de cimento
Pela primeira vez um relatório da Intergovernmental Panel Climate Change (IPCC), que no Brasil é conhecido como Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, reconhece que a absorção de CO₂ pelo concreto compensa parte da emissão que ocorre durante a produção de Cimento Portland. Segundo o documento do organismo vinculado à ONU, divulgado dia 9 de agosto de 2021, pelo menos metade do gás carbônico emitido na fase de fabricação do cimento é reabsorvida pelo concreto através de um processo natural chamado de carbonatação mineral.
Para Richard Leese, diretor de política industrial, energia e mudanças climáticas da Mineral Products Association (Associação de Produtos Minerais) – organismo que representa a indústria de cimento do Reino Unido -, o reconhecimento do IPCC muda a chave da história quanto ao real volume de emissão de CO₂ atribuído à fabricação de cimento. “Essa contabilidade internacional terá que ser revista”, diz.
Também ouvida sobre o resultado do relatório do IPCC, a engenheira estrutural Jenny Burridge, que atua no The Concrete Centre – centro de inovações em concreto, localizado em Londres -, fez a seguinte constatação: “O concreto absorve CO₂, e isso é um fato. Mas diferentes tipos de concreto absorvem CO₂ em taxas diferentes. O concreto armado tem baixo potencial de carbonatação, pois se ele absorver muito CO₂ isso pode levar à corrosão das armaduras”, alerta.
No entanto, continua a engenheira, os blocos de concreto são muito eficazes na absorção de CO₂. “Os blocos realmente carbonatam muito rapidamente”, diz. O concreto de demolições, que são transformados em agregados, também possuem grande capacidade de carbonatação, completa Jenny Burridge. “Quanto mais triturado estiver o concreto, maior a capacidade de absorver CO₂”, complementa.
No Brasil, a indústria de cimento lança 11% menos CO2 na atmosfera que os números globais do setor
O trecho do relatório do IPCC que aborda que o concreto é um sumidouro de carbonatação do cimento está na página 32 do capítulo 5 do relatório, e diz: “As emissões diretas de carbonatos na produção de cimento estão em torno de 4% do total de emissões de CO₂ fóssil. Houve crescimento de 5,8% na década de 2000 e chegou a cair para 2,4% na década de 2010, mas estabilizou. No entanto, constata-se que há absorção de CO₂ pelas infraestruturas de concreto (carbonatação mineral) o que compensa cerca de metade das emissões de carbonato durante as fases de produção de cimento. Esses resultados são robustos”, conclui a análise.
No Brasil, a indústria de cimento lança 11% menos CO₂ na atmosfera que os números globais do setor. “Enquanto a média mundial de emissão específica encontra-se em cerca de 634 quilos de CO₂ por tonelada de cimento, no Brasil esse valor é de 564 quilos por tonelada de cimento”, demonstram dados recentemente divulgados pelo SNIC (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento). A meta para 2050 é reduzir para 424 quilos por tonelada. Ainda de acordo com dados do SNIC, desde 1990, quando começaram a ser contabilizadas as emissões da indústria de cimento, o volume médio de CO₂ lançado na atmosfera apresenta quedas progressivas.
Veja o relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas
Entrevistado
Reportagem com base no relatório da Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, intitulado Climate Change 2021 – The Physical Science Basis (Mudança Climática 2021 – A base da ciência física)
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Aquecimento do mercado imobiliário é fenômeno mundial
Estudo da consultoria britânica de real estate Knight Frank, e que abrange os mercados imobiliários de 56 países – incluindo o Brasil -, mostra que o segmento de venda de residências passa por um aquecimento global. Consequentemente, entre o 2º semestre de 2020 e o final do 1º semestre de 2021, o preço médio de uma casa, considerando todos os mercados avaliados na pesquisa, subiu 7,3%.
País por país, a Turquia foi quem registrou as maiores altas (32%), seguida pela Nova Zelândia (22,1%). No mercado latino-americano, dos cinco países avaliados, o Peru teve aumento médio de 10%, seguido de México (6,6%), Brasil (4%), Colômbia (3,2%) e Chile (1,7%). “A pandemia gerou uma profunda reavaliação da necessidade de moradia das pessoas, o que desencadeou uma corrida mundial ao mercado imobiliário. Isso causou a valorização dos imóveis”, diz trecho do estudo.
O Brasil está na 40ª posição no ranking e, segundo a chefe de pesquisa residencial internacional da Knight Frank, Kate Everett-Allen, o mercado imobiliário do país experimenta os mesmos efeitos colaterais causados pelo COVID-19 em outras nações. “Os preços das moradias estão subindo por causa da pandemia, não apesar dela”, diz. “Estabeleceu-se uma corrida por espaço, e as pessoas saíram comprando loucamente”, completa.
A análise da Knight Frank aponta que desde 2006 – antes da explosão da bolha imobiliária ocorrida nos Estados Unidos, e que afetou todo o mundo – não se vê uma corrida por imóveis tão intensa. Mesmo assim, a consultoria avalia que não há risco de ocorrer outra bolha. Os governos aprenderam suficientemente em 2008 para não deixar que os mercados fiquem descontrolados, diz o estudo. No Canadá, por exemplo, a corrida por imóveis causou uma onda de especulações imobiliárias em 2020, mas que foi rapidamente contida pelo Banco Central do país.
No Brasil, juros baixos para financiamento imobiliário ajudaram a impulsionar mercado
Outro fenômeno detectado pela consultoria britânica é que em países com economias desenvolvidas também houve um aumento de demanda pela segunda casa entre as famílias. Nesse segmento, foi registrado crescimento que variou entre 26% e 33% em países como Inglaterra, Alemanha, Áustria, França, Itália, Grécia, Emirados Árabes Unidos, Cingapura e Nova Zelândia. De acordo com a Knight Frank, isso também é reflexo da pandemia. “A busca por um segundo imóvel foi mais crescente em nações que adotaram medidas restritivas de circulação mais severas”, comenta a consultoria.
No Brasil, além da reavaliação de moradia desencadeada pela pandemia, as baixas taxas de juros para financiamento imobiliário também estimularam a busca pela casa própria. Isso fez com que as vendas de apartamentos novos crescessem 46,1% no período de 12 meses, aponta balanço da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O levantamento abrange 162 municípios, sendo 20 capitais, de norte a sul do país. Os números mais relevantes foram registrados nas regiões norte e nordeste, aponta o estudo. “Essa é uma tendência que deve se manter até o final de 2021, pelo menos”, avalia o vice-presidente da área de indústria imobiliária da CBIC, Celso Petrucci.
Entrevistados
Consultoria britânica de real estate Knight Frank e Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) (via assessorias de imprensa)
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Aquecimento do mercado imobiliário é fenômeno mundial
Estudo da consultoria britânica de real estate Knight Frank, e que abrange os mercados imobiliários de 56 países – incluindo o Brasil -, mostra que o segmento de venda de residências passa por um aquecimento global. Consequentemente, entre o 2º semestre de 2020 e o final do 1º semestre de 2021, o preço médio de uma casa, considerando todos os mercados avaliados na pesquisa, subiu 7,3%.
País por país, a Turquia foi quem registrou as maiores altas (32%), seguida pela Nova Zelândia (22,1%). No mercado latino-americano, dos cinco países avaliados, o Peru teve aumento médio de 10%, seguido de México (6,6%), Brasil (4%), Colômbia (3,2%) e Chile (1,7%). “A pandemia gerou uma profunda reavaliação da necessidade de moradia das pessoas, o que desencadeou uma corrida mundial ao mercado imobiliário. Isso causou a valorização dos imóveis”, diz trecho do estudo.
O Brasil está na 40ª posição no ranking e, segundo a chefe de pesquisa residencial internacional da Knight Frank, Kate Everett-Allen, o mercado imobiliário do país experimenta os mesmos efeitos colaterais causados pelo COVID-19 em outras nações. “Os preços das moradias estão subindo por causa da pandemia, não apesar dela”, diz. “Estabeleceu-se uma corrida por espaço, e as pessoas saíram comprando loucamente”, completa.
A análise da Knight Frank aponta que desde 2006 – antes da explosão da bolha imobiliária ocorrida nos Estados Unidos, e que afetou todo o mundo – não se vê uma corrida por imóveis tão intensa. Mesmo assim, a consultoria avalia que não há risco de ocorrer outra bolha. Os governos aprenderam suficientemente em 2008 para não deixar que os mercados fiquem descontrolados, diz o estudo. No Canadá, por exemplo, a corrida por imóveis causou uma onda de especulações imobiliárias em 2020, mas que foi rapidamente contida pelo Banco Central do país.
No Brasil, juros baixos para financiamento imobiliário ajudaram a impulsionar mercado
Outro fenômeno detectado pela consultoria britânica é que em países com economias desenvolvidas também houve um aumento de demanda pela segunda casa entre as famílias. Nesse segmento, foi registrado crescimento que variou entre 26% e 33% em países como Inglaterra, Alemanha, Áustria, França, Itália, Grécia, Emirados Árabes Unidos, Cingapura e Nova Zelândia. De acordo com a Knight Frank, isso também é reflexo da pandemia. “A busca por um segundo imóvel foi mais crescente em nações que adotaram medidas restritivas de circulação mais severas”, comenta a consultoria.
No Brasil, além da reavaliação de moradia desencadeada pela pandemia, as baixas taxas de juros para financiamento imobiliário também estimularam a busca pela casa própria. Isso fez com que as vendas de apartamentos novos crescessem 46,1% no período de 12 meses, aponta balanço da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O levantamento abrange 162 municípios, sendo 20 capitais, de norte a sul do país. Os números mais relevantes foram registrados nas regiões norte e nordeste, aponta o estudo. “Essa é uma tendência que deve se manter até o final de 2021, pelo menos”, avalia o vice-presidente da área de indústria imobiliária da CBIC, Celso Petrucci.
Entrevistados
Consultoria britânica de real estate Knight Frank e Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) (via assessorias de imprensa)
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Brasil terá 1º núcleo de engenharia para Construção 4.0
A Abemi (Associação Brasileira de Engenharia Industrial), em conjunto com o Instituto de Engenharia, o Sinicon (Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada-Infraestrutura) e a consultoria Deloitte, trabalha para implantar no Parque Tecnológico de Sorocaba, no estado de São Paulo, o 1º núcleo de engenharia para Construção 4.0 do Brasil.
O ambiente físico do laboratório contará com todos os equipamentos utilizados em canteiros digitais e disponíveis para atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D), ensino e testes. O núcleo foi batizado de NECSOR 4.0 e a união dos organismos foi definida pelo presidente da Abemi, Gabriel Aidar Abouchar, como Movimento Brasil 4.0.
Para o dirigente, o núcleo é vital para que a construção de infraestrutura do Brasil se posicione no século 21. “Ele vai nos permitir estruturar e avançar na área de construção de infraestrutura brasileira. As empresas nacionais de engenharia e construção precisam implementar iniciativas como esta para acompanhar ou superar as ações de outros países. Quem não acompanhar essa evolução tecnológica ficará obsoleto”, avalia.
Gabriel Aidar Abouchar também entende que o NECSOR 4.0 estimulará o surgimento de outros núcleos pelo país. “A expectativa é que ele venha a ser o precursor de outros centros inovadores no Brasil e que todos possam, por meio de atividades em redes, contribuir para desenvolver e disseminar mais inovações para a indústria brasileira de engenharia e construção”, completa.
O núcleo de Sorocaba-SP vai se concentrar no desenvolvimento de profissionais especializados em BIM, Realidade Virtual (VR) e Realidade Aumentada (AR), Inteligência Artificial (AI) e drones. A expectativa é que as instalações comecem a ser construídas ainda em 2021, para que o núcleo entre em operação em 2022.
Projeto está inserido em linhas de crédito financiadas pela Finep e pelo BNDES
Para o presidente do Instituto de Engenharia, Paulo Ferreira, um dos objetivos do NECSOR 4.0 é mudar o perfil da mão de obra que atua na construção civil. “Não dá mais para empilhar tijolos. A tecnologia bate à porta dos canteiros de obras e precisamos de profissionais qualificados. Além disso, o núcleo surge para gerar empregos e melhorar a produtividade”, afirma. A frase do engenheiro civil é reforçada pela coordenadora do centro de excelência da Deloitte, Danielle Ávila. “A Deloitte entra de maneira gratuita no projeto, impulsionada pelo desejo de ajudar a aumentar a produtividade do setor no Brasil”, assegura.
O Parque Tecnológico de Sorocaba, que promove a interação tecnológica entre empresas, startups e universidades, foi escolhido como ponto de partida do NECSOR 4.0 por que já atua dentro do ProEC 4.0 (Programa Brasileiro de Engenharia e Construção Civil 4.0) que conta com o financiamento da Finep e do BNDES. “Existem grandes investimentos previstos para os próximos 10 anos em energia, infraestrutura, saneamento básico, habitação e mobilidade urbana e a construção civil precisa estar preparada para agregar novas tecnologias”, finaliza o diretor de relações institucionais da Abemi, Telmo Ghiorzi.
Entrevistados
Abemi (Associação Brasileira de Engenharia Industrial) e Parque Tecnológico de Sorocaba (via assessorias de imprensa)
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abemi@abemi.org.br
contato@empts.com.br
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Brasil terá 1º núcleo de engenharia para Construção 4.0
A Abemi (Associação Brasileira de Engenharia Industrial), em conjunto com o Instituto de Engenharia, o Sinicon (Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada-Infraestrutura) e a consultoria Deloitte, trabalha para implantar no Parque Tecnológico de Sorocaba, no estado de São Paulo, o 1º núcleo de engenharia para Construção 4.0 do Brasil.
O ambiente físico do laboratório contará com todos os equipamentos utilizados em canteiros digitais e disponíveis para atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D), ensino e testes. O núcleo foi batizado de NECSOR 4.0 e a união dos organismos foi definida pelo presidente da Abemi, Gabriel Aidar Abouchar, como Movimento Brasil 4.0.
Para o dirigente, o núcleo é vital para que a construção de infraestrutura do Brasil se posicione no século 21. “Ele vai nos permitir estruturar e avançar na área de construção de infraestrutura brasileira. As empresas nacionais de engenharia e construção precisam implementar iniciativas como esta para acompanhar ou superar as ações de outros países. Quem não acompanhar essa evolução tecnológica ficará obsoleto”, avalia.
Gabriel Aidar Abouchar também entende que o NECSOR 4.0 estimulará o surgimento de outros núcleos pelo país. “A expectativa é que ele venha a ser o precursor de outros centros inovadores no Brasil e que todos possam, por meio de atividades em redes, contribuir para desenvolver e disseminar mais inovações para a indústria brasileira de engenharia e construção”, completa.
O núcleo de Sorocaba-SP vai se concentrar no desenvolvimento de profissionais especializados em BIM, Realidade Virtual (VR) e Realidade Aumentada (AR), Inteligência Artificial (AI) e drones. A expectativa é que as instalações comecem a ser construídas ainda em 2021, para que o núcleo entre em operação em 2022.
Projeto está inserido em linhas de crédito financiadas pela Finep e pelo BNDES
Para o presidente do Instituto de Engenharia, Paulo Ferreira, um dos objetivos do NECSOR 4.0 é mudar o perfil da mão de obra que atua na construção civil. “Não dá mais para empilhar tijolos. A tecnologia bate à porta dos canteiros de obras e precisamos de profissionais qualificados. Além disso, o núcleo surge para gerar empregos e melhorar a produtividade”, afirma. A frase do engenheiro civil é reforçada pela coordenadora do centro de excelência da Deloitte, Danielle Ávila. “A Deloitte entra de maneira gratuita no projeto, impulsionada pelo desejo de ajudar a aumentar a produtividade do setor no Brasil”, assegura.
O Parque Tecnológico de Sorocaba, que promove a interação tecnológica entre empresas, startups e universidades, foi escolhido como ponto de partida do NECSOR 4.0 por que já atua dentro do ProEC 4.0 (Programa Brasileiro de Engenharia e Construção Civil 4.0) que conta com o financiamento da Finep e do BNDES. “Existem grandes investimentos previstos para os próximos 10 anos em energia, infraestrutura, saneamento básico, habitação e mobilidade urbana e a construção civil precisa estar preparada para agregar novas tecnologias”, finaliza o diretor de relações institucionais da Abemi, Telmo Ghiorzi.
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Produtividade da obra está cada vez mais inserida no projeto
Especialista em produtividade na construção civil, o pesquisador e professor da Escola Politécnica da USP, Ubiraci Espinelli Lemes de Souza, revela que não se pensa mais em produtividade apenas para melhorar o desempenho da mão de obra no canteiro. Em webinar para o Enredes (Ecossistema de relacionamento e inovação do setor da construção) o engenheiro civil mostra que o termo produtividade ganhou um conceito mais amplo.
“Hoje, discutir produtividade é discutir eficiência. E não se discute eficiência sem levar em conta as seguintes nuances: melhorar a produtividade da mão de obra, minimizar a perda de material de construção, extrair o máximo dos equipamentos, manter a pontualidade de entrega da obra, reduzir consumos de água e energia elétrica, dar melhores condições de saúde aos operários, aumentar o lucro da obra e do investidor e diminuir custos”, diz.
Por isso, reforça o professor da USP, a produtividade já deve nascer com o projeto. “O engenheiro-projetista hoje precisa projetar para a produtividade. É óbvio que seu trabalho tem o foco em uma obra segura, mas é necessário privilegiar a produtividade, para depois não ter que ficar mexendo no projeto quando a obra já estiver em andamento”, reforça. “Um projeto que pensa em produtividade na fase de planejamento da obra eleva o ritmo da construção em pelo menos 12%”, completa Espinelli.
O engenheiro civil destaca em sua palestra que muitas vezes não é necessário utilizar as mais modernas tecnologias de TI, automação, integração digital e IoT (Internet das Coisas) para se chegar a bons índices de produtividade. “Por vezes, soluções simples trazem bons resultados”, afirma. Ubiraci Espinelli usou como exemplo um edifício em construção na cidade de São Paulo-SP, em que a abertura de uma via dentro do canteiro de obras, para que os caminhões pudessem entrar por uma rua e sair por outra, melhorou significativamente a produtividade na entrega dos materiais, no armazenamento e no plano de ataque da obra.
Veja 15 recomendações para elevar a produtividade no canteiro de obras
Durante a pandemia, outro índice que passou a ter forte influência na produtividade das obras é a saúde e segurança do trabalho. “Isso não é mais gasto, mas investimento”, comenta Espinelli. O professor da USP também lembra que desenvolver produtos e processos construtivos são igualmente importantes para elevar os índices de produtividade na construção civil. Ele fez um histórico de quanto o setor evoluiu quando adotou a alvenaria estrutural, as paredes de concreto e a industrialização, através de elementos pré-fabricados de concreto.
Porém, Ubiraci Espinelli alerta que utilizar sistemas construtivos que economizam mão de obra, como fôrmas para paredes de concreto e pré-fabricados de concreto, nem sempre asseguram bons resultados em produtividade. “Se não houver treinamento, planejamento e projeto, eles podem gerar desperdício de materiais e acabar usando mais homens/hora por metro quadrado do que uma construção em alvenaria convencional”, diz. “Produtividade tem como princípio intervir para melhorar”, finaliza.
No término do webinar, o professor da USP e os demais participantes do debate deixaram 15 recomendações para elevar a produtividade no canteiro de obras. Confira:
1. Estudo de novas tecnologias para suprir o aumento de custo de materiais.
2. Industrialização de kits hidráulicos e elétricos.
3. Investimento em projetos em BIM.
4. Abastecimento de materiais no formato just in time.
5. Adotar iniciativas que levem ao compartilhamento de conhecimento.
6. Capacitação e treinamento da cadeia produtiva.
7. Diminuir os ciclos de execução de obras.
8. Envolver o RH na gestão de pessoas para elevar a produtividade.
9. Participação do departamento de vendas do produto desde o início do projeto.
10. Mostrar ao projetista que ele também é responsável pela produtividade.
11. Parceria entre os agentes da cadeia para melhorar a produtividade.
12. Investir no ganha-ganha. Se o construtor ganha com a produtividade, os envolvidos na obra também ganham.
13. Desenvolver indicadores setoriais de produtividade.
14. Investir em pessoas, com ênfase naqueles que fazem a gestão da produtividade.
15. Industrializar a construção.
Assista ao webinar “Produtividade no setor da construção”
Entrevistado
Reportagem com base no webinar “Produtividade no setor da construção”, promovido pelo Enredes (Ecossistema de relacionamento e inovação do setor da construção)
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Altair Santos MTB 2330
Produtividade da obra está cada vez mais inserida no projeto
Especialista em produtividade na construção civil, o pesquisador e professor da Escola Politécnica da USP, Ubiraci Espinelli Lemes de Souza, revela que não se pensa mais em produtividade apenas para melhorar o desempenho da mão de obra no canteiro. Em webinar para o Enredes (Ecossistema de relacionamento e inovação do setor da construção) o engenheiro civil mostra que o termo produtividade ganhou um conceito mais amplo.
“Hoje, discutir produtividade é discutir eficiência. E não se discute eficiência sem levar em conta as seguintes nuances: melhorar a produtividade da mão de obra, minimizar a perda de material de construção, extrair o máximo dos equipamentos, manter a pontualidade de entrega da obra, reduzir consumos de água e energia elétrica, dar melhores condições de saúde aos operários, aumentar o lucro da obra e do investidor e diminuir custos”, diz.
Por isso, reforça o professor da USP, a produtividade já deve nascer com o projeto. “O engenheiro-projetista hoje precisa projetar para a produtividade. É óbvio que seu trabalho tem o foco em uma obra segura, mas é necessário privilegiar a produtividade, para depois não ter que ficar mexendo no projeto quando a obra já estiver em andamento”, reforça. “Um projeto que pensa em produtividade na fase de planejamento da obra eleva o ritmo da construção em pelo menos 12%”, completa Espinelli.
O engenheiro civil destaca em sua palestra que muitas vezes não é necessário utilizar as mais modernas tecnologias de TI, automação, integração digital e IoT (Internet das Coisas) para se chegar a bons índices de produtividade. “Por vezes, soluções simples trazem bons resultados”, afirma. Ubiraci Espinelli usou como exemplo um edifício em construção na cidade de São Paulo-SP, em que a abertura de uma via dentro do canteiro de obras, para que os caminhões pudessem entrar por uma rua e sair por outra, melhorou significativamente a produtividade na entrega dos materiais, no armazenamento e no plano de ataque da obra.
Veja 15 recomendações para elevar a produtividade no canteiro de obras
Durante a pandemia, outro índice que passou a ter forte influência na produtividade das obras é a saúde e segurança do trabalho. “Isso não é mais gasto, mas investimento”, comenta Espinelli. O professor da USP também lembra que desenvolver produtos e processos construtivos são igualmente importantes para elevar os índices de produtividade na construção civil. Ele fez um histórico de quanto o setor evoluiu quando adotou a alvenaria estrutural, as paredes de concreto e a industrialização, através de elementos pré-fabricados de concreto.
Porém, Ubiraci Espinelli alerta que utilizar sistemas construtivos que economizam mão de obra, como fôrmas para paredes de concreto e pré-fabricados de concreto, nem sempre asseguram bons resultados em produtividade. “Se não houver treinamento, planejamento e projeto, eles podem gerar desperdício de materiais e acabar usando mais homens/hora por metro quadrado do que uma construção em alvenaria convencional”, diz. “Produtividade tem como princípio intervir para melhorar”, finaliza.
No término do webinar, o professor da USP e os demais participantes do debate deixaram 15 recomendações para elevar a produtividade no canteiro de obras. Confira:
1. Estudo de novas tecnologias para suprir o aumento de custo de materiais.
2. Industrialização de kits hidráulicos e elétricos.
3. Investimento em projetos em BIM.
4. Abastecimento de materiais no formato just in time.
5. Adotar iniciativas que levem ao compartilhamento de conhecimento.
6. Capacitação e treinamento da cadeia produtiva.
7. Diminuir os ciclos de execução de obras.
8. Envolver o RH na gestão de pessoas para elevar a produtividade.
9. Participação do departamento de vendas do produto desde o início do projeto.
10. Mostrar ao projetista que ele também é responsável pela produtividade.
11. Parceria entre os agentes da cadeia para melhorar a produtividade.
12. Investir no ganha-ganha. Se o construtor ganha com a produtividade, os envolvidos na obra também ganham.
13. Desenvolver indicadores setoriais de produtividade.
14. Investir em pessoas, com ênfase naqueles que fazem a gestão da produtividade.
15. Industrializar a construção.
Assista ao webinar “Produtividade no setor da construção”
Entrevistado
Reportagem com base no webinar “Produtividade no setor da construção”, promovido pelo Enredes (Ecossistema de relacionamento e inovação do setor da construção)
Contatos
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Jornalista responsável:
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