Informação é a base do desenvolvimento do século 21
A importância da informação para o setor da construção civil foi tema de um dos seminários do 93º ENIC (Encontro Nacional da Indústria da Construção), que pelo 2º ano consecutivo foi realizado virtualmente. Os debatedores reforçaram que o universo dos algoritmos e da inteligência artificial será o propulsor da economia do século 21, como explica Rafael Lucchesi, diretor de educação e tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e diretor-geral do SENAI.
“Se o petróleo e o aço foram os principais fatores de desenvolvimento econômico no século 20, a informação é a base do século 21. O melhor exemplo é o Google. A empresa nasceu numa garagem, mas tinha dois componentes importantes para seu sucesso: um algoritmo de busca de informação e um bom modelo de negócio, que é ganhar dinheiro com o clique no mouse. No caso da construção civil, que engloba várias cadeias produtivas, ela vai precisar se integrar a esse novo mundo para gerar novas formas de negócios e de sistemas de construção”, afirma.
Outro participante do debate, o economista Fábio Tadeu Araújo, sócio-diretor da Brain Inteligência Estratégica, avalia que a chegada do 5G no Brasil tende a desencadear esse processo de mudança dentro da construção civil. Ele reforça ainda que os SindusCons terão papel estratégico para a formação de uma base de dados que alimente as construtoras.
“A chegada do 5G vai permitir levar às construtoras de pequeno e médio porte as estratégias que as megaconstrutoras já utilizam, por terem construído suas próprias bases de dados. Os SindusCons, como catalisadores de informações, podem contribuir muito nesse processo de construir estratégias para as empresas, a partir das informações de que eles dispõem”, diz.
Fluxo de informações está pulverizado nos canteiros de obras
Renato Ferreira Machado Michel, presidente do SindusCon-MG, entende que o fluxo de informações na construção civil é mais difícil de obter, pois as plantas dessa indústria são os canteiros de obras. “Diferentemente de outros setores industriais, em que as plantas têm endereço fixo, no nosso segmento cada canteiro de obras é uma planta industrial, e eles são centenas ou até milhares em cada cidade. Nossa indústria é itinerante, pois termina uma obra ela muda de endereço. Assim, a coleta de informações é mais complicada”, explica.
Por isso, reforça Fábio Tadeu Araújo, a pesquisa é tão importante para o setor. “Hoje existem dois tipos de pesquisas que atendem a construção civil. Uma é a pesquisa de produto, que quase a totalidade do mercado imobiliário faz. Ela é de curto prazo. É quase como consultar a previsão do tempo. O que o setor precisa se acostumar a fazer são as pesquisas exploratórias, e que trazem resultados de longo prazo. Pois essas buscam entender as tendências que vão influenciar o mercado ao longo de uma década, por exemplo”, completa.
Rafael Menin, diretor-presidente da MRV Engenharia, serviu como case para o debate, explicando como a empresa conseguiu se tornar a maior construtora do Brasil. “A informação foi fundamental para nosso crescimento. Atuamos em mais de 100 cidades do país, e tivemos que entender como o mercado de cada um desses municípios se comporta para ajustarmos nossos produtos. Há peculiaridades em cada um deles, mas pontos em comum também. Um deles é que o cliente virou usuário, ou seja, ele hoje não busca apenas um apartamento ou uma casa. Ele quer uma solução de moradia para os vários anos em que vai ocupar aquele imóvel. Isso a MRV foi entender realizando muita pesquisa e coletando e armazenando informações”, revela.
Entrevistado
Reportagem com base no seminário “Importância da informação na construção”, realizado no 1º dia do 93º ENIC (Encontro Nacional da Indústria da Construção)
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Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330
Parque linear de concreto transforma cena urbana de Miami
O Underline é um parque linear de 16 quilômetros localizado abaixo do metrô elevado de Miami, nos Estados Unidos. Além de calçadas e ciclovias, o projeto urbano conta com espaços para a prática de esportes e áreas verdes. Desde fevereiro de 2021, um trecho do Underline já está liberado para o público. O cronograma de obras prevê que o parque linear será construído em 3 etapas. A próxima será inaugurada em 2023 e a previsão é que esteja 100% concluído em 2025.
A obra de mobilidade urbana é mais do que uma área de lazer para Miami. Ela vai melhorar a acessibilidade em oito estações do metrô elevado. Atenderá diretamente 107 mil moradores da região e permitirá o acesso ao transporte público para uma universidade, 24 escolas, 2 hospitais, 3 unidades de atendimento de urgência, 4 shopping centers e 10 mil empresas. Além disso, vai melhorar o tráfego em 30 cruzamentos e modernizar a iluminação pública no entorno do parque linear.
O projeto envolve também a recuperação ambiental da região que cerca o Underline. Serão plantadas 100 mil novas plantas e árvores ao longo dos 16 quilômetros. A iniciativa para construir o parque nasceu em 2014, através de moradores da região, que fundaram a organização sem fins lucrativos Friends of The Underline. Em 2016, o projeto foi aceito pela prefeitura de Miami e orçado em 120 milhões de dólares. O financiamento foi viabilizado por uma parceria público-privada e o projeto é assinado pelo escritório nova-iorquino de arquitetura e paisagismo James Corner Field Operations.
Atropelamento em 2013 desencadeou projeto que resultou na construção do parque
Para Meg Daly, que liderou a iniciativa de fundação da Friends of The Underline, o Underline é também uma vitória pessoal. Em 2013, ela foi atropelada quando andava de bicicleta em Miami. Com um braço quebrado, e sem conseguir dirigir automóvel, passou a utilizar o metrô elevado da cidade e percebeu o quanto a área abaixo dos trilhos estava degradada. “Era um caminho negligenciado, sujo e hostil. Hoje vemos que o espaço que estava morto abaixo da linha do metrô se reinventou e passa a melhorar a qualidade de vida das pessoas”, diz Meg Daly.
A ideia inspiradora estimula iniciativas semelhantes em outras cidades dos Estados Unidos e do mundo. No Brasil, por exemplo, o projeto de urbanismo do monotrilho em construção na cidade de São Paulo também prevê o aproveitamento da área abaixo das estruturas de concreto para melhorar a mobilidade urbana de ciclistas e pedestres. No entanto, a obra ficou paralisada por quase 3 anos e só começou a ser retomada em setembro de 2021, com previsão de que seja concluída em 2023.
O monotrilho de São Paulo vai se movimentar sobre vigas elevadas de concreto, com 30 metros cada uma. O projeto prevê a instalação de 573 vigas para uma linha que percorrerá pouco mais de 17 quilômetros. Antes da paralisação da obra foram instaladas 436 peças pré-moldadas. Faltam 137 para que toda a estrutura esteja pronta. O trecho da fase final da obra vai ligar o Aeroporto de Congonhas às linhas de metrô e trem que passam paralelamente à Marginal Pinheiros.
Entrevistado
Parceria Público-Privada The Underline, gestora das obras do parque linear em Miami-EUA (via assessoria de imprensa)
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hello@theunderline.org
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Altair Santos MTB 2330
Construção civil busca consolidar crescimento no 4º trimestre
A construção civil vive a expectativa de que neste 4º trimestre de 2021 (outubro, novembro e dezembro) todas as projeções feitas para o setor ao longo do ano venham a se confirmar. Organismos que medem o desempenho da construção civil, como a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), avaliam que o PIB do setor possa fechar o ano entre 4% e 5%. Outros segmentos são ainda mais otimistas. A Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), por exemplo, projeta que a indústria de fabricantes de materiais de construção possa crescer 8%.
Já o varejo, representado pela Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção), estima que o crescimento tem capacidade para chegar a 16%. Entre o final de outubro e o começo de novembro o IBGE divulga o desempenho da construção civil no 3º trimestre (julho, agosto e setembro). O número que for anunciado também vai balizar as expectativas sobre o fechamento de 2021. Vale lembrar que no 2º semestre o PIB da construção cresceu 2,7%, enquanto o PIB nacional recuou 0,1%.
Para os analistas econômicos, a construção civil pode encerrar o ano com números bem mais positivos que os projetados até agora. A assessora econômica da CBIC e do SindusCon-MG, Ieda Vasconcelos, está entre os que fazem previsões otimistas. “A nossa expectativa começou com um crescimento do PIB do setor de 4,5% no início do ano. Depois, passamos para 4%. Voltamos em julho para 4,5%, e essa estimativa já é revista para 5%”, diz.
Preparação de terrenos para obras e lançamentos imobiliários são sinais de mercado aquecido
De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos de construção do FGV IBRE, os sinais de desaceleração registrados em setembro por alguns segmentos não são suficientes para apontar uma inversão do ciclo de crescimento do setor. “Há dois dados relevantes que ainda mostram sinais de aquecimento: o grande volume de preparação de terrenos para novas obras e os lançamentos pelas incorporadoras”, revela Castelo.
O presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) Luiz Antonio França, avalia que a recente decisão da Caixa Econômica Federal, de reduzir as taxas de juros para algumas linhas de financiamento imobiliário, tende a manter o mercado aquecido no 4º trimestre, mesmo em um cenário de inflação alta. “A medida beneficia compradores de todas as faixas de renda. Aumentou a capacidade de endividamento das famílias em 6% e também deve estimular a competitividade entre os bancos que oferecem financiamento imobiliário”, comenta.
Isso reflete na geração de empregos. No acumulado de 12 meses (outubro de 2020 a setembro de 2021) o saldo de vagas com carteira assinada na construção civil chega a 288.985. Com o bom desempenho, o Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostra que a construção civil brasileira tem atualmente 2.511.526 mil trabalhadores atuando formalmente no setor. “Voltamos a atravessar a fronteira de 2,5 milhões de trabalhadores, o que não ocorria desde 2015”, destaca Ieda Vasconcelos, cuja expectativa é que o 4º trimestre de 2021 impulsione ainda mais esses números.
Entrevistados
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV IBRE) e Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) (via assessorias de imprensa)
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Argila de belterra é alternativa para clínquer de baixo carbono
Há um ano, a Universidade Federal do Pará (UFPA) divulgou o resultado da pesquisa que usa resíduos de bauxita misturados ao calcário para produzir um clínquer que emite menores volumes de CO₂ na produção de Cimento Portland. Os testes ocorreram em laboratório, na escala de 35% de resíduos de bauxita e 65% de calcário.
O estudo da UFPA não é inédito no Brasil. UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e Poli-USP têm pesquisas semelhantes. No entanto, foi o trabalho desenvolvida no Pará que despertou o interesse da Universidade Martin Luther Halle-Wittenberg, na Alemanha, e que fez a pesquisa avançar. Artigo publicado na revista científica Sustainable Materials and Technologies (Materiais e Tecnologias Sustentáveis) mostra que a argila de belterra revelou-se mais eficaz que a bauxita para produzir um clínquer de baixo carbono.
A argila de belterra reveste as jazidas de bauxita, com camadas que superam 30 metros de altura. Descartada pela mineração, ela foi testada pela universidade alemã na ordem de 60% de argila de belterra e 40% de calcário. Os pesquisadores conseguiram produzir, em laboratório, um cimento que emitiu 30% menos CO₂ que o insumo convencional.
Segundo o professor-doutor do Instituto de Geociências e Geologia da Martin Luther Halle-Wittenberg, Herbert Pöllmann, uma das explicações dadas pelos pesquisadores para a baixa emissão é que o clínquer que utiliza argila de belterra necessita de menores temperaturas no forno. “Em vez de 1.450 °C, a clinquerização ocorre a 1.250 °C”, diz.
Nenhum cimento ainda consegue competir com o Cimento Portland em larga escala
Por conter sulfoaluminato de cálcio, o Cimento Portland produzido no laboratório da Universidade Martin Luther Halle-Wittenberg permite produzir o material conhecido como Cimento Aluminoso. Trata-se de um cimento que ainda não obteve confiabilidade suficiente para ser produzido em escala comercial. Ao coordenar a pesquisa na Poli-USP, o professor-doutor Rafael Pillegi fez a seguinte observação em 2014: “Em termos de propriedades mecânicas, a argamassa produzida com cimento à base de resíduos de bauxita não tem diferença nenhuma do Cimento Portland convencional. Já a questão da durabilidade é mais delicada, por conta do sódio presente no material.”
De fato, os ensaios realizados na universidade Martin Luther Halle-Wittenberg demonstraram que o concreto produzido com argila de belterra atingiu resistência máxima de 40 MPa após 28 dias de cura. O problema está mesmo na durabilidade. Há estudos realizados pela ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) que demonstram que agregados de bauxita na composição do cimento provocam, ao longo do tempo, expansão no concreto e deterioração da estrutura.
O geólogo Arnaldo Battagin, gerente de laboratórios da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), já havia feito essa observação em palestra concedida em 2019. “O cimento de sulfalominato de cálcio, com tempo de pega de 10 minutos e cuja resistência máxima é atingida nas primeiras 12 horas, é um cimento que possui norma técnica na Europa, mas que a confiança sobre a durabilidade ainda não está madura”, expôs. Para finalizar, Battagin faz a seguinte reflexão: “Nenhum cimento ainda consegue competir com o Cimento Portland em larga escala.”
A pesquisa iniciada na Universidade Federal do Pará, e que ganhou a parceria da Martin Luther Halle-Wittenberg, foi publicada na Sustainable Materials and Technologies em agosto de 2021.
Acesse o estudo divulgado na revista científica Sustainable Materials and Technologies
Entrevistado
Instituto de Geociências e Geologia da Universidade Martin Luther Halle-Wittenberg, com parecer da ABCP (via assessorias de imprensa)
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presse@uni-halle.de
dcc@abcp.org.br
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Argila de belterra é alternativa para clínquer de baixo carbono
Há um ano, a Universidade Federal do Pará (UFPA) divulgou o resultado da pesquisa que usa resíduos de bauxita misturados ao calcário para produzir um clínquer que emite menores volumes de CO₂ na produção de Cimento Portland. Os testes ocorreram em laboratório, na escala de 35% de resíduos de bauxita e 65% de calcário.
O estudo da UFPA não é inédito no Brasil. UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e Poli-USP têm pesquisas semelhantes. No entanto, foi o trabalho desenvolvida no Pará que despertou o interesse da Universidade Martin Luther Halle-Wittenberg, na Alemanha, e que fez a pesquisa avançar. Artigo publicado na revista científica Sustainable Materials and Technologies (Materiais e Tecnologias Sustentáveis) mostra que a argila de belterra revelou-se mais eficaz que a bauxita para produzir um clínquer de baixo carbono.
A argila de belterra reveste as jazidas de bauxita, com camadas que superam 30 metros de altura. Descartada pela mineração, ela foi testada pela universidade alemã na ordem de 60% de argila de belterra e 40% de calcário. Os pesquisadores conseguiram produzir, em laboratório, um cimento que emitiu 30% menos CO₂ que o insumo convencional.
Segundo o professor-doutor do Instituto de Geociências e Geologia da Martin Luther Halle-Wittenberg, Herbert Pöllmann, uma das explicações dadas pelos pesquisadores para a baixa emissão é que o clínquer que utiliza argila de belterra necessita de menores temperaturas no forno. “Em vez de 1.450 °C, a clinquerização ocorre a 1.250 °C”, diz.
Nenhum cimento ainda consegue competir com o Cimento Portland em larga escala
Por conter sulfoaluminato de cálcio, o Cimento Portland produzido no laboratório da Universidade Martin Luther Halle-Wittenberg permite produzir o material conhecido como Cimento Aluminoso. Trata-se de um cimento que ainda não obteve confiabilidade suficiente para ser produzido em escala comercial. Ao coordenar a pesquisa na Poli-USP, o professor-doutor Rafael Pillegi fez a seguinte observação em 2014: “Em termos de propriedades mecânicas, a argamassa produzida com cimento à base de resíduos de bauxita não tem diferença nenhuma do Cimento Portland convencional. Já a questão da durabilidade é mais delicada, por conta do sódio presente no material.”
De fato, os ensaios realizados na universidade Martin Luther Halle-Wittenberg demonstraram que o concreto produzido com argila de belterra atingiu resistência máxima de 40 MPa após 28 dias de cura. O problema está mesmo na durabilidade. Há estudos realizados pela ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) que demonstram que agregados de bauxita na composição do cimento provocam, ao longo do tempo, expansão no concreto e deterioração da estrutura.
O geólogo Arnaldo Battagin, gerente de laboratórios da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), já havia feito essa observação em palestra concedida em 2019. “O cimento de sulfalominato de cálcio, com tempo de pega de 10 minutos e cuja resistência máxima é atingida nas primeiras 12 horas, é um cimento que possui norma técnica na Europa, mas que a confiança sobre a durabilidade ainda não está madura”, expôs. Para finalizar, Battagin faz a seguinte reflexão: “Nenhum cimento ainda consegue competir com o Cimento Portland em larga escala.”
A pesquisa iniciada na Universidade Federal do Pará, e que ganhou a parceria da Martin Luther Halle-Wittenberg, foi publicada na Sustainable Materials and Technologies em agosto de 2021.
Acesse o estudo divulgado na revista científica Sustainable Materials and Technologies
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Inspeção de obras de arte especiais: prática descolada da norma
Nos meses de junho e julho de 2021, a ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural) e o IBRACON (Instituto Brasileiro do Concreto) assumiram o comando de duas comissões importantes da ABNT. No caso da ABECE, a CEE-231 (Comissão Especial de Estudos de Projeto de Estruturas Metálicas). Já o IBRACON agora é responsável pela CEE-169 (Comissão de Estudo Especial de Serviços de Inspeções de Estruturas Especiais de Concretos, Mistas, de Alvenaria e de Pedra).
A primeira interação entre as comissões controladas por ABECE e IBRACON envolve a ABNT NBR 9452:2019 (Inspeção de pontes, viadutos e passarelas – Procedimento). Os integrantes da CEE-231 solicitaram ao coordenador da ABNT/CEE-169 que seja ampliado o escopo da norma técnica, para que nela possam ser incluídas obras de arte especiais de aço e mistas de aço e concreto. Na opinião dos engenheiros de estruturas, é relevante que a ABNT NBR 9452:2019 tenha o mesmo modelo de abordagem para as inspeções, independentemente do sistema estrutural que predomine em pontes, viadutos e passarelas.
Atualmente, a ABNT NBR 9452:2019 prioriza obras de arte especiais construídas em concreto. Por isso, após a interação entre a CEE-231 e a CEE-169, a norma técnica volta a entrar em processo de revisão. O objetivo é cobrir as lacunas no texto da ABNT NBR 9452 e possibilitar que a prática não fique descolada da norma técnica. Atualmente, os inspetores de pontes, viadutos e passarelas metálicas buscam a normalização internacional como referência para executar o trabalho. “Hoje, na prática, há uma ausência de norma para inspeções em obras de arte especiais construídas com estruturas metálicas”, reforça a engenheira civil e pesquisadora do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), Gisleine Coelho de Campos.
Inspeção rotineira das estruturas deve ocorrer pelo menos uma vez por ano
Recentemente, pesquisadores do IPT e inspetores de pontes, viadutos e passarelas participaram de um webinar para discutir exatamente as lacunas que existem entre o dia a dia de suas operações e a norma técnica brasileira. Eles dizem ser muito importante as atuações de ABECE e IBRACON para fazer essa correção de rota. Além disso, alertam que, mesmo no caso da ABNT NBR 9452:2019 ser bem criteriosa quanto às obras de arte especiais construídas em concreto, a prática raramente segue os prazos de inspeções definidos em norma.
Há 4 tipos de inspeções: a cadastral, que deve ser feita ao fim da execução da obra, antes de sua inauguração; a rotineira, que precisa ocorrer anualmente; a especial, realizada em intervalos que podem variar de 5 anos a 8 anos, dependendo das condições de manutenção da obra de arte, e a extraordinária, quando ocorre algum dano à obra. Essas análises periódicas permitem aos inspetores dar notas às obras de arte especiais, que podem ser de 5 a 1 – 5 (excelente), 4 (boa), 3 (regular), 2 (ruim) e 1 (crítica). “Por não ocorrer inspeções como define a norma técnica é que vemos aumentar o número de danos e colapsos neste tipo de obras”, alerta Gisleine Coelho de Campos.
Assista ao webinar “Inspeções em pontes, viadutos e passarelas” (é necessário fazer cadastro para ter acesso ao vídeo)
Entrevistado
Reportagem com base no webinar “Inspeções em pontes, viadutos e passarelas”, promovido pelo AECWeb, além de ABECE e IBRACON (via assessorias de imprensa)
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Inspeção de obras de arte especiais: prática descolada da norma
Nos meses de junho e julho de 2021, a ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural) e o IBRACON (Instituto Brasileiro do Concreto) assumiram o comando de duas comissões importantes da ABNT. No caso da ABECE, a CEE-231 (Comissão Especial de Estudos de Projeto de Estruturas Metálicas). Já o IBRACON agora é responsável pela CEE-169 (Comissão de Estudo Especial de Serviços de Inspeções de Estruturas Especiais de Concretos, Mistas, de Alvenaria e de Pedra).
A primeira interação entre as comissões controladas por ABECE e IBRACON envolve a ABNT NBR 9452:2019 (Inspeção de pontes, viadutos e passarelas – Procedimento). Os integrantes da CEE-231 solicitaram ao coordenador da ABNT/CEE-169 que seja ampliado o escopo da norma técnica, para que nela possam ser incluídas obras de arte especiais de aço e mistas de aço e concreto. Na opinião dos engenheiros de estruturas, é relevante que a ABNT NBR 9452:2019 tenha o mesmo modelo de abordagem para as inspeções, independentemente do sistema estrutural que predomine em pontes, viadutos e passarelas.
Atualmente, a ABNT NBR 9452:2019 prioriza obras de arte especiais construídas em concreto. Por isso, após a interação entre a CEE-231 e a CEE-169, a norma técnica volta a entrar em processo de revisão. O objetivo é cobrir as lacunas no texto da ABNT NBR 9452 e possibilitar que a prática não fique descolada da norma técnica. Atualmente, os inspetores de pontes, viadutos e passarelas metálicas buscam a normalização internacional como referência para executar o trabalho. “Hoje, na prática, há uma ausência de norma para inspeções em obras de arte especiais construídas com estruturas metálicas”, reforça a engenheira civil e pesquisadora do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), Gisleine Coelho de Campos.
Inspeção rotineira das estruturas deve ocorrer pelo menos uma vez por ano
Recentemente, pesquisadores do IPT e inspetores de pontes, viadutos e passarelas participaram de um webinar para discutir exatamente as lacunas que existem entre o dia a dia de suas operações e a norma técnica brasileira. Eles dizem ser muito importante as atuações de ABECE e IBRACON para fazer essa correção de rota. Além disso, alertam que, mesmo no caso da ABNT NBR 9452:2019 ser bem criteriosa quanto às obras de arte especiais construídas em concreto, a prática raramente segue os prazos de inspeções definidos em norma.
Há 4 tipos de inspeções: a cadastral, que deve ser feita ao fim da execução da obra, antes de sua inauguração; a rotineira, que precisa ocorrer anualmente; a especial, realizada em intervalos que podem variar de 5 anos a 8 anos, dependendo das condições de manutenção da obra de arte, e a extraordinária, quando ocorre algum dano à obra. Essas análises periódicas permitem aos inspetores dar notas às obras de arte especiais, que podem ser de 5 a 1 – 5 (excelente), 4 (boa), 3 (regular), 2 (ruim) e 1 (crítica). “Por não ocorrer inspeções como define a norma técnica é que vemos aumentar o número de danos e colapsos neste tipo de obras”, alerta Gisleine Coelho de Campos.
Assista ao webinar “Inspeções em pontes, viadutos e passarelas” (é necessário fazer cadastro para ter acesso ao vídeo)
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Reportagem com base no webinar “Inspeções em pontes, viadutos e passarelas”, promovido pelo AECWeb, além de ABECE e IBRACON (via assessorias de imprensa)
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Sustentabilidade ambiental já influencia quase 50% das construtoras
Pesquisa encomendada pelo World Green Building Council (WGBC) revela que 47% das construtoras de 83 países – incluindo o Brasil – já levam em consideração as questões ambientalmente sustentáveis quando projetam edificações. O estudo foi divulgado no final de agosto de 2021, e ouviu 1.000 construtoras e escritórios de engenharia e arquitetura das nações que integram o conselho do WGBC.
A pesquisa, realizada em parceria com a empresa alemã SAP SE – especializada em softwares de gestão -, também mostra que 47% das construtoras entrevistadas disseram não adotar projetos de construções verdes por que eles são mais complexos. Outra alegação é que a margem de lucro sobre os empreendimentos ainda não estimula aderir aos projetos que priorizam obras sustentáveis.
O estudo do WGBC também revela que, mesmo entre as empresas que disseram não adotar projetos de edificações verdes, algumas delas buscam dar preferência a uma cadeia de suprimentos sustentáveis em suas obras. Isso eleva o nível de envolvimento das construtoras com a construção verde para 59%.
Para Catherine Lynch, diretora de marketing, engenharia, construção e operações da SAP SE, e que atuou na elaboração da pesquisa, o estudo demonstra uma tendência mundial. “À medida que mais executivos percebem que as escolhas sustentáveis são realmente boas para os negócios, mais empresas de engenharia e construção definirão compromissos de sustentabilidade e adotarão práticas sustentáveis em seus negócios”, avalia.
A pesquisa destaca 3 fatores que influenciam o crescimento da construção sustentável. O primeiro deles são as regulamentações governamentais, que passaram a dar incentivos fiscais para projetos de edificações verdes. Dos países filiados ao WGBC, 30% já adotam políticas favoráveis a esse modelo de construção.
Clientes e investidores demonstram predileção em consumir as chamadas edificações verdes
Outro quesito é que a opção por construir dentro de parâmetros de sustentabilidade exige que as empresas evoluam nos itens planejamento e gerenciamento de obras. Não é à toa que 37% das que dizem projetar dentro dos conceitos de construção sustentável já utilizam BIM (modelos de informação para a construção) e já adotam ou estudam adotar construções com impressão 3D em concreto.
O terceiro fator decisivo a favor das edificações verdes são as crescentes preocupações ambientais de clientes e incorporadores. Isso ocasiona uma predileção de quem compra imóveis e investe em empreendimentos imobiliários pela construção sustentável. “À medida que aumenta a demanda por questões ambientais, um número crescente de investidores e consumidores questiona os métodos tradicionais de construção e pressiona por práticas de negócios mais sustentáveis”, afirma Catherine Lynch.
Já Cristina Gamboa, CEO do World Green Building Council, salienta que a pesquisa sinaliza uma tendência, mas ela alerta que é preciso acelerar processos para que as construtoras que ainda não adotam conceitos de construção sustentável o façam. “Soluções climáticas passam pelo ambiente construído. Então, é urgente que o setor da construção civil aja para alcançarmos metas definidas internacionalmente no médio e longo prazo”, finaliza.
Entrevistado
World Green Building Council (WGBC) e SAP SE (via assessorias de imprensa)
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media@worldgbc.org
info@sap.com
Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330
Sustentabilidade ambiental já influencia quase 50% das construtoras
Pesquisa encomendada pelo World Green Building Council (WGBC) revela que 47% das construtoras de 83 países – incluindo o Brasil – já levam em consideração as questões ambientalmente sustentáveis quando projetam edificações. O estudo foi divulgado no final de agosto de 2021, e ouviu 1.000 construtoras e escritórios de engenharia e arquitetura das nações que integram o conselho do WGBC.
A pesquisa, realizada em parceria com a empresa alemã SAP SE – especializada em softwares de gestão -, também mostra que 47% das construtoras entrevistadas disseram não adotar projetos de construções verdes por que eles são mais complexos. Outra alegação é que a margem de lucro sobre os empreendimentos ainda não estimula aderir aos projetos que priorizam obras sustentáveis.
O estudo do WGBC também revela que, mesmo entre as empresas que disseram não adotar projetos de edificações verdes, algumas delas buscam dar preferência a uma cadeia de suprimentos sustentáveis em suas obras. Isso eleva o nível de envolvimento das construtoras com a construção verde para 59%.
Para Catherine Lynch, diretora de marketing, engenharia, construção e operações da SAP SE, e que atuou na elaboração da pesquisa, o estudo demonstra uma tendência mundial. “À medida que mais executivos percebem que as escolhas sustentáveis são realmente boas para os negócios, mais empresas de engenharia e construção definirão compromissos de sustentabilidade e adotarão práticas sustentáveis em seus negócios”, avalia.
A pesquisa destaca 3 fatores que influenciam o crescimento da construção sustentável. O primeiro deles são as regulamentações governamentais, que passaram a dar incentivos fiscais para projetos de edificações verdes. Dos países filiados ao WGBC, 30% já adotam políticas favoráveis a esse modelo de construção.
Clientes e investidores demonstram predileção em consumir as chamadas edificações verdes
Outro quesito é que a opção por construir dentro de parâmetros de sustentabilidade exige que as empresas evoluam nos itens planejamento e gerenciamento de obras. Não é à toa que 37% das que dizem projetar dentro dos conceitos de construção sustentável já utilizam BIM (modelos de informação para a construção) e já adotam ou estudam adotar construções com impressão 3D em concreto.
O terceiro fator decisivo a favor das edificações verdes são as crescentes preocupações ambientais de clientes e incorporadores. Isso ocasiona uma predileção de quem compra imóveis e investe em empreendimentos imobiliários pela construção sustentável. “À medida que aumenta a demanda por questões ambientais, um número crescente de investidores e consumidores questiona os métodos tradicionais de construção e pressiona por práticas de negócios mais sustentáveis”, afirma Catherine Lynch.
Já Cristina Gamboa, CEO do World Green Building Council, salienta que a pesquisa sinaliza uma tendência, mas ela alerta que é preciso acelerar processos para que as construtoras que ainda não adotam conceitos de construção sustentável o façam. “Soluções climáticas passam pelo ambiente construído. Então, é urgente que o setor da construção civil aja para alcançarmos metas definidas internacionalmente no médio e longo prazo”, finaliza.
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Paredes de concreto: o que muda com a revisão da norma técnica?
A ABNT NBR 16055 (Parede de concreto moldada no local para a construção de edificações – Requisitos e procedimentos) está em processo de revisão. Criada em 2012, a norma técnica interage diretamente com a ABNT NBR 6118 (Projeto de estruturas de concreto – Procedimento) e com a recentemente publicada ABNT NBR 16868 (Alvenaria Estrutural). Além disso, sua atualização se tornou necessária por duas razões: adequar-se à Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575) e definir parâmetros tecnológicos para atender prédios altos.
Edificações com paredes de concreto que ultrapassam os 20 pavimentos começaram a proliferar no Brasil desde 2015. Atualmente, os dois maiores prédios construídos com a tecnologia estão em Minas Gerais. Em Ipatinga-MG, foi construído o Iguaçu Nobre, com 25 pavimentos e 73 metros de altura. Já em Governador Valadares-MG está em execução o Ibituruna Tower, com 28 pavimentos e 83 metros de altura. Até 2023, ambos serão superados pelo Aurora Exclusive Home, em Balneário Camboriú-SC, projetado para alcançar 50 pavimentos e 160 metros de altura.
Segundo o engenheiro civil Marcelo Rios, que representa a ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural) na comissão revisora da ABNT NBR 16055, uma das prioridades da revisão da norma é exatamente mostrar que a tecnologia não se limita a projetos de pequenos prédios. “Existia o mito de que paredes de concreto só serviam para projetos de edifícios com até 5 pavimentos. A revisão da norma desmistifica isso, deixando claro que a tecnologia atende qualquer número de pavimentos”, esclarece.
Projetos para prédios altos devem ter paredes com telas duplas e usar concreto autoadensável
O engenheiro civil Rubens Monge Silveira, que coordena o grupo sobre paredes de concreto da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), e que também atua na revisão da ABNT NBR 16055, explica o que muda na tecnologia quando a proposta é construir até 15 pavimentos e acima de 15 pavimentos. “Os edifícios altos utilizam a mesma técnica construtiva utilizada para os edifícios baixos. Entretanto, uma das diferenças é que, nos edifícios altos, utilizam-se telas duplas no lugar de uma única tela na parede. Isso, a partir de projetos com mais de 15 pavimentos”, relata.
A revisão da norma para paredes de concreto também vai recomendar que o concreto autoadensável é o ideal para projetos que utilizem o sistema construtivo. O engenheiro Luís Alberto Borin, representante da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem (Abesc) no grupo que revisa a ABNT NBR 16055, comenta que a norma não tem como obrigar o uso de concreto autoadensável para o preenchimento das fôrmas para paredes de concreto, mas afirma que suas características são as mais compatíveis com a tecnologia. Quanto ao tipo de Cimento Portland mais adequado para a produção do concreto que vai preencher as fôrmas, Luís Borin destaca o CP V-ARI, por ter alta resistência inicial e propiciar desforma rápida.
Existe a expectativa de que o texto revisado da ABNT NBR 16055 entre em consulta pública até o final de 2021.
Acompanhe as alterações na ABNT NBR 16055, de acordo com ABCP e Abesc
Veja o que muda na ABNT NBR 16055, sob o ponto de vista da ABECE
Entrevistado
Reportagem com base nas palestras online sobre a revisão da ABNT NBR 16055, promovidas pela ABCP, Abesc e ABECE
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Jornalista responsável:
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