Por que o aditivo se tornou o 5º elemento do concreto?

Exigências de desempenho e durabilidade contribuem para a crescente adição de produtos químicos ao material
Variadas aplicações e novas exigências de desempenho fazem com que o concreto tenha que contar com aditivos para atender projetos cada vez mais ousados
Crédito: IBI

No prefácio do “Manual de utilização de aditivos químicos para concreto”, o presidente da ABCP e do SNIC, Paulo Camillo Penna, cita que o aditivo se torna cada vez mais o 5º insumo do concreto, ou seja, o material não é mais composto somente por Cimento Portland, areia, brita e água. “As variadas aplicações e as novas exigências de desempenho, além de trabalhabilidade e durabilidade, fazem com que o concreto tenha que contar com aditivos para atender ousados projetos arquitetônicos e desafiadoras soluções de engenharia”, diz.  

Mas o que são os aditivos químicos para concreto de Cimento Portland? A ABNT NBR 11768-1:2019 (Aditivos químicos para concreto de Cimento Portland) traz a seguinte definição: “Aditivos são produtos químicos adicionados e misturados ao concreto, em quantidades geralmente não superiores a 5% da massa de ligante total. Seu principal objetivo é modificar as propriedades do concreto no estado fresco e/ou no estado endurecido, de forma a otimizar o desempenho da matriz. Fogem à regra aditivos específicos, como os aceleradores de pega para concreto projetado, cuja dosagem pode ultrapassar o limite de 5%.”  
 
Lançada no final de 2021 pelo Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI), a 2ª edição do manual aborda 7 capítulos importantes que possibilitam ao concreto aproveitar as melhores propriedades dos aditivos. São eles: 1. Definição de aditivos químicos para concreto; 2. Tipos de aditivos químicos para concreto; 3. Seleção dos aditivos e sua eficiência no concreto; 4. Fatores operacionais que influenciam a qualidade do concreto com aditivos; 5. Fatores climáticos que influenciam o desempenho dos aditivos; 6. Realização de pedidos de compra de aditivo, e 7. Segurança no manuseio de aditivos. 

Só é possível produzir diferentes tipos de concreto por causa dos aditivos químicos 

O manual tem 11 autores, com formações que vão desde a engenharia civil, passando pela engenharia química, até a engenharia de materiais. Eles confirmam que uma das prioridades dos aditivos químicos é melhorar a durabilidade do concreto. Para atingir esse objetivo, o aditivo age na redução da relação a/c (água/cimento), na minimização de retração e na mitigação de patologias. “Hoje só é possível a produção de diferentes tipos de concreto graças ao embasamento oferecido pelos mais variados tipos de aditivos químicos. Como exemplo, é impensável a produção de concreto autoadensável sem o uso de aditivos RA2 (mais conhecidos por superplastificantes)”, explica um dos autores, o engenheiro civil Igor Torres.  

Outra autora do manual, a engenheira química Ana Paula Andrade, ressalta que os aditivos também contribuem para que o concreto atenda parâmetros de sustentabilidade. “A avaliação desses parâmetros permite compreender como os aditivos podem tornar o concreto mais sustentável. Nesse sentido, destacam-se os redutores de água dos tipos 1 e 2, pois estes precisam reduzir, respectivamente, um percentual mínimo de 8% e 15% de água, que é uma substância fundamental para a vida humana”, ressalta.  

engenheira finaliza lembrando que os aditivos também representam ganho econômico para as obras. “Insumos e recursos financeiros são gastos de forma mais sustentável na construção de estruturas de concreto”, conclui.  

Veja a 2ª edição do Manual de utilização de aditivos químicos para concreto 
 
Entrevistado 
Engenheiro civil Igor Torres e engenheira química Ana Paula Andrade, dois dos 11 autores da 2ª edição do “Manual de utilização de aditivos químicos para concreto”, publicado pelo Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI) 

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Concreto projetado aceita qualquer tipo de cimento?

Maior demanda por concreto projetado acontece no revestimento e na estabilização de túneis
Crédito: Pixabay

Em webinar promovido pela ABCP, sob o título “Concreto projetado: cuidados na elaboração e na aplicação”, o professor do departamento de engenharia de construção civil da Poli-USP, Antonio Domingues de Figueiredo, relata quais os melhores procedimentos para aproveitar toda a eficácia desse tipo de material
 
especialista fez a seguinte observação em sua palestra: “Teoricamente, qualquer tipo de cimento pode ser usado para fazer concreto projetado. Já houve cimentos produzidos especificamente para concreto projetado, mas hoje os cimentos com alta resistência inicial e com adição de escórias de alto-forno, que aumentam a resistência a sulfatos, são mais eficazes para atender as demandas tecnológicas de projeção.”  

Antonio Domingues de Figueiredo complementa seu comentário com a seguinte observação: “Cimentos com adição de metacaulim e sílica ativa também são interessantes, principalmente em túneis sob pressão de lençóis freáticos, pois o uso desse cimento na composição do concreto projetado ajuda no combate à lixiviação de hidróxido de cálcio.” 

O professor da Poli-USP também reforça em sua palestra que, independentemente do tipo de cimento, é necessário que o insumo tenha excelente compatibilidade com os aditivos dispersantes usados no concreto projetado, assim como os aditivos aceleradores de pega e endurecimento

Concreto projetado cumpre função estrutural e sua principal aplicação ocorre em túneis  

Domingues de Figueiredo lembra que o concreto projetado cumpre função estrutural, e que sua principal aplicação está na estabilização de túneis. Mas há exceções, como a que ocorreu na Espanha, onde o material foi utilizado para construir a cobertura do restaurante do parque oceanográfico de Valencia. Neste caso, foi utilizado concreto projetado reforçado com fibras. 

Independentemente da função que o concreto projetado irá desempenhar, o material deve atender aos requisitos da ABNT NBR 14026 (Concreto projetado – especificações). Outras normas também abordam esse tipo de concreto. “Recomendo usar todas”, destaca o professor da Poli-USP, que cita um exemplo: “Se for usado concreto projetado reforçado com fibra deve-se seguir as normas que citam concreto com fibras.” 

Além da normalização, a mão de obra é outro requisito importante para que uma estrutura em concreto projetado seja bem executada. Quem opera o equipamento que lança o material é chamado de “mangoteiro”. “Não é qualquer um que pode ser ‘mangoteiro’. A qualificação e a segurança da mão de obra exigem experiência. Se um equipamento não está ajustado adequadamente pode causar acidentes graves. Além disso, a execução precisa ser feita com técnica, senão haverá desperdício de material e aumento de custo”, ressalta. 

Quanto ao mercado desse tipo de concreto, Antonio Domingues de Figueiredo entende que as projeções são otimistas. As concessões de rodovias e ferrovias, além das novas licitações de metrô em capitais como São Paulo-SP, Salvador-BA e Belo Horizonte-MG, sinalizam que haverá aumento da demanda pelo material. “O Brasil tende a entrar numa fase de grandes obras de infraestrutura e o concreto projetado será muito utilizado”, finaliza.  

Veja a palestra concedida à ABCP 

Entrevistado 
Reportagem com base na palestra “Concreto projetado: cuidados na elaboração e na aplicação”, concedida pelo professor da Poli-USP, Antonio Domingues de Figueiredo, à Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) 

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dcc@abcp.org.br 

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Qual é o tamanho médio da casa própria do brasileiro?

Pesquisa da Fipe mostra evolução na capacidade das famílias de financiar imóveis com metragens maiores
Entre 2018 e 2021, a metragem da casa própria dos programas habitacionais aumentou 14%
Crédito: MDR

Estudo da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), encomendado pela ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), revela que o tamanho médio da casa própria que os brasileiros conseguem financiar mede 66 m². Houve uma evolução, pois em 2018 eram 58 m². Já os 10% mais ricos do país financiam, em média, casas com 136 m². A pesquisa utilizou dados do Banco Central, do IBGE e do índice FipeZap, que utiliza informações do mercado imobiliário de 16 capitais e do Distrito Federal. 

Segundo Eduardo Zylberstajn, economista e consultor da Fipe, o crescimento de 14% na metragem das casas financiadas pela maioria das famílias brasileiras mostra a evolução dos programas habitacionais do país. “O imóvel tem se tornado mais acessível para as famílias. O Brasil vem melhorando ao longo das últimas décadas. Manter a economia em uma trajetória de controle da dívida e responsabilidade fiscal é essencial para a manutenção desse cenário”, explica.  

pesquisa também mostra que, apesar do financiamento imobiliário mais longo se estender por até 35 anos, em média o mutuário consegue quitar seu imóvel em 25,4 anos. Já os 10% mais ricos zeram seus débitos com financiamento imobiliário em 2 anos. O estudo também fragmentou a pesquisa por estado. Ele mostra que as casas com as maiores metragens estão no Distrito Federal – 104,7 m², em média. Já as menores estão no Maranhão, com 34,4 m², em média. 

Foram utilizadas informações de todas as capitais das regiões sul e sudeste, 5 da região nordeste, 3 da centro-oeste e uma da região norte, além do Distrito Federal. Esse mapeamento organizado pela Fipe revela o quanto é importante o financiamento imobiliário. Se não existisse a modalidade, uma família com faixa de renda entre 2 e 3 salários mínimos levaria 43,8 anos para poupar os recursos necessários para adquirir a casa própria. O estudo também mostra que mesmo uma família do topo da pirâmide salarial demoraria mais tempo para comprar um imóvel se não existisse financiamento – neste caso, de 4 a 8 anos

Veja onde o país precisa evoluir para combater melhor o déficit habitacional  

Por fim, a pesquisa da Fipe extrai 6 conclusões dos dados coletados, que são os seguintes: 

1. Ampliar o acesso à moradia própria é um dos principais desafios do Brasil. 

2. Desde 2017 houve uma melhoria acentuada das condições do financiamento imobiliário. 

3. Os subsídios do programa Minha Casa Minha Vida (agora Casa Verde e Amarela) facilitaram o acesso à casa própria para as famílias de menor renda. 

4. Persiste a desigualdade inter-regional na capacidade de compra de imóveis, seja entre capitais ou entre capitais e interior. 

5. O preço do m² nas capitais dificulta a capacidade de compra das famílias, na comparação com o m² das cidades do interior. 

6. Os desafios futuros para a compra da casa própria estão concentrados no acesso ao crédito, na capacidade do país de gerar emprego e renda, nas incertezas regulatórias e jurídicas, nas políticas públicas para programas habitacionais e na oferta de imóveis. 

Acesse a íntegra da pesquisa 

Entrevistado 
Reportagem com base na pesquisa “Indicadores de Affordability”, realizada pela Fipe, encomendada pela ABRAINC e apresentada no evento Incorpora 2021 

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abrainc@abrainc.org.br 

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Como o concreto celular espumoso evita acidentes aéreos?

Concreto celular espumoso usado em Congonhas tem resistência de 8 MPa, com densidade de 1.000 Kg/m³ Crédito: YouTube
Concreto celular espumoso usado em Congonhas tem resistência de 8 MPa, com densidade de 1.000 Kg/m³
Crédito: YouTube

Resumidamente, o concreto celular espumoso é definido como um material de baixa densidade. A nomenclatura praticamente explica o processo de produção: adiciona-se espuma à argamassa para que, após a cura, ela ganhe um aspecto aerado. Tanto é que, em inglês, é chamado de aircrete. Quanto mais espuma se adiciona mais leve fica a estrutura e também menos resistente a grandes cargas.  

Exatamente por isso o concreto celular espumoso é a matéria-prima para se construir o EMAS (Engineered Material Arresting System) que pode ser traduzido como “área de escape para aeronaves”. O sistema utilizado desde 1990 já se mostrou altamente eficaz em aeroportos norte-americanos, europeus e japoneses. Agora, Congonhas, na cidade de São Paulo-SP, será o primeiro da América Latina a contar com essa tecnologia.  

EMAS é usado quando o avião precisa abortar uma decolagem, mas está em velocidade elevada, ou quando ultrapassa os limites da pista em uma aterrisagem, como ocorreu no trágico acidente de 2007, exatamente em Congonhas. Neste tipo de situação, o piloto recorre à área de escape, que é toda revestida com concreto celular espumoso. Quando o trem de pouso do avião entra em contato com o material, o peso da aeronave faz com que as rodas fiquem enterradas no concreto celular espumoso e desacelerem rapidamente até parar.  

Obra está em construção nas duas cabeceiras da pista principal do aeroporto paulistano 

Estrutura de aço vai suportar a área de escape do aeroporto de Congonhas, nas duas cabeceiras da pista principal Crédito: YouTube
Estrutura de aço vai suportar a área de escape do aeroporto de Congonhas, nas duas cabeceiras da pista principal
Crédito: YouTube

concreto do EMAS de Congonhas tem resistência de 8 MPa, com densidade de 1.000 Kg/m3. O sistema será instalado nas duas cabeceiras da pista principal do aeroporto de Congonhas e suportado por estruturas de aço, medindo 70 m x 45 m no sentido norte e 75 m x 45 m no sentido sul. “O projeto foi concebido para fazer a segurança dos tipos de aeronaves que já costumam operar em Congonhas”, explica João Márcio Jordão, superintendente do aeroporto de Congonhas. 

O dirigente do aeroporto informa que o EMAS pode ser comparado às áreas de escape que existem nas rodovias para conter veículos pesados que ficam sem freios, principalmente em trechos de descida de serra. A diferença é que nas estradas utilizam-se materiais como vermiculita expandida, argila expandida ou perlita para segurar caminhões e ônibus. “Em Congonhas, o concreto celular espumoso estará assentado sobre uma laje de concreto e coberto por uma nata de cimento. Por que isso? O concreto espumoso é tão leve que o deslocamento de ar causado pelas aeronaves nas decolagens e aterrissagens poderia espalhá-lo na área do aeroporto se ele não recebesse esse tratamento”, diz João Márcio Jordão. 

A expectativa é que a obra no aeroporto paulistano seja inaugurada em março de 2022. O investimento é de 122,5 milhões de reais, com recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac). Um dos objetivos da construção do EMAS também é requalificar a certificação de segurança do aeroporto de Congonhas, haja vista que está prevista para o próximo ano a concessão do mais movimentado terminal aéreo do Brasil. O leilão deve ocorrer no segundo trimestre, entre os meses de abril, maio e junho.  

Entenda como será a área de escape do aeroporto de Congonhas  

Entrevistado
Infraero (via assessoria de imprensa) 

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imprensa@infraero.gov.br 

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Construção verde ignora pandemia e cresce 101% em 3 anos

Construção verde se democratiza no Brasil e chega às escolas, às casas e aos bairros populares Crédito: MEC
Construção verde se democratiza no Brasil e chega às escolas, às casas e aos bairros populares
Crédito: MEC

Desde 2019, o mercado de construção verde – aquele que busca certificações de sustentabilidade -, já cresceu 101% no Brasil. Em 2019, o setor evoluiu 45%. No ano passado, no auge da pandemia de COVID-19, houve avanço de 28%. Percentual semelhante é projetado pelo Greenbuilding Council Brasil para 2021. Se confirmada a expectativa, o volume de obras com certificação LEED terá dobrado em 3 anos no país.  

Os números foram apresentados pelo diretor-executivo do GBC Brasil, o economista Felipe Faria, na abertura do Greenbuilding Brasil 2021. O evento virtual, realizado entre o final de novembro e a 1ª semana de dezembro, reuniu os principais players da construção sustentável no país. Foi destacado, por exemplo, que a certificação LEED já está presente em 180 países e que o Brasil é o 5º em volume de obras certificadas. 

Felipe Faria lembra ainda que a construção sustentável já consegue quebrar o paradigma de que eleva o custo da construção. “Temos casos de obras com certificação LEED Platinum sem aumento no custo da edificação. Existem outros casos em que o custo da construção foi impactado em 15%, mas esse percentual se diluiu nas eficiências do empreendimento, que reduziram o custo de operação e de manutenção da edificação”, relata. 

Atualmente, há 31 cidades brasileiras com construções que possuem certificação de construção sustentável, das quais 19 estão no interior. Em 2021, entre os vários modelos de selos greenbuilding, cresceu o que busca o Zero Energy. Trata-se de empreendimentos que produzem 100% de toda a energia que consomem. “Existem 80 projetos registrados no Brasil solicitando certificação Zero Energy. Destes, 6 já foram certificados em 2021”, revela o diretor-executivo da GBC Brasil. 

Objetivo central é construir melhor, sem desperdício, em menor tempo e custo menor 

Faria destacou também o volume de projetos de bairros-inteligentes que proliferam em vários estados, alavancando ainda mais o mercado da construção verde. “São bairros projetados que buscam a certificação LEED Communities”, explica o dirigente da GBC Brasil.  

O primeiro a obter o certificado no país está completando um ano. É o Cidade dos Lagos, localizado em Guarapuava, no Paraná. Em Porto Belo-SC, o VivaPark, que tem o projeto arquitetônico e urbanístico assinado por Jaime Lerner (in memorian) é o segundo a ser certificado como bairro-inteligente. “Existem ainda outros 4 empreendimentos com o mesmo perfil em estudo no Brasil”, revela Felipe Faria. 

Além do diretor-executivo do Greenbuilding Council Brasil, o presidente do conselho do GBC Brasil, o arquiteto e urbanista Raul Penteado, também participou da apresentação do Greenbuilding Brasil 2021. Ele deixou claro que o organismo é um parceiro da cadeia produtiva da construção civil e serve como ferramenta para ajudar a “construir melhor”. “Não é apenas construir melhor, mas construir com menos desperdício, em menos tempo, com custo menor e com mais qualidade”, afirma.
   
Para finalizar, Felipe Faria comemorou o fato dos fundamentos da construção verde estarem se democratizando. “O movimento começa a penetrar em diferentes segmentos da sociedade. Não estamos presentes apenas em projetos de edifícios de alto padrão ou grandes empreendimentos corporativos. Estamos chegando nas casas, nas escolas, nos bairros populares e isso é o que impulsiona o crescimento dos conceitos de greenbuilding no Brasil”, conclui. 

Entrevistado
Reportagem com base nos dados apresentados no evento de abertura do Greenbuilding Brasil 2021 

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contato@gbcbrasil.org.br 

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“Guia Edificação Segura” ganha edição atualizada

Edificações sem projeto são as que mais apresentam problemas na qualidade da obra Crédito: PxHere
Edificações sem projeto são as que mais apresentam problemas na qualidade da obra
Crédito: PxHere

Dentro do Construbusiness 2021, que aconteceu no final de novembro, foi apresentada a edição atualizada do “Guia Edificação Segura”. O manual orienta como fazer a manutenção adequada do imóvel, seguindo critérios de segurança e de normalização da construção civil. A primeira edição, lançada em 2018, nasceu da preocupação com as edificações antigas, em especial com mais de 15 anos após a emissão do Habite-se. Depois desse período, as ocorrências de acidentes são mais frequentes devido à degradação de materiais e componentes, às falhas ou à inexistência de reformas adequadas. 

“Guia Edificação Segura” é uma iniciativa do Deconcic (Departamento da Indústria da Construção) vinculado à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Outros 30 organismos ligados à construção civil e ao setor imobiliário contribuem com o conteúdo do manual. À frente está o engenheiro mecânico Carlos Eduardo Marchesi Trombini, diretor e coordenador do grupo de trabalho de segurança e sistemas prediais do Deconcic/Fiesp – o grupo também é formado por engenheiros civis. Na apresentação do guia, ele revela as razões que levaram à sua publicação e, agora, à sua atualização.   

“Segurança nas edificações impacta a vida de todos nós. É um conhecimento importante não só para quem trabalha na construção civil ou atua no segmento de manutenção predial, mas para todos os que habitam as edificações. Além disso, havia uma carência de informações sobre o envelhecimento das edificações. O guia surge para orientar sobre a manutenção periódica das construções. Reunimos cerca de 30 organismos ligados à construção, que atuam na qualidade e na conformidade técnica dos materiais, na capacitação da mão de obra e na elaboração de projetos”, diz. 

Falta de projeto responde por até 49% dos problemas relacionados à segurança e ao desempenho das edificações 

O “Guia Edificação Segura” é um portal na internet com acesso livre (o link está disponível no final da reportagem). Em seu enunciado, destaca-se a importância de toda a obra ter projeto. “Embora os projetos representem cerca de 5% do custo global de uma construção, estudos apontam que a falta deles responde por até 49% dos problemas relacionados à segurança e ao desempenho”, cita. O engenheiro também reforça a escolha de profissionais habilitados para cada fase do projeto, o respeito às boas práticas e normas técnicas vigentes, além do uso de materiais em conformidade para a construção ou reforma segura de uma edificação. 

O manual se divide em 5 fatores importantes para a segurança das edificações: projeto correto, mão de obra qualificada, materiais de construção, empresas instaladoras certificadas e inspeção e manutenção predial. Neste capítulo, o guia lembra que existem 3 tipos de manutenção: a preditiva, que identifica falhas antecipadamente; a preventiva, que obedece a uma programação periódica, e a corretiva, que é a que mais gera transtornos e custos. São abrangidos também outros 6 subsistemas: estrutural, hidráulico, gás, elétrico, combate a incêndio e climatização. 

Acesse o Guia Edificação Segura  

Entrevistado
Reportagem com base na apresentação do “Guia Edificação Segura”, que ocorreu dentro do Contrubusiness 2021, promovido pela Fiesp. 

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deconcic@fiesp.com 

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Altair Santos MTB 2330


Desafio do engenheiro civil é construir sem elevar emissão de CO₂

Conjunto habitacional Zero Energy construído em Heidelberg, na Alemanha: transformação avança no hemisfério norte, mas chegará também no Brasil. Crédito: Creative Commons
Conjunto habitacional Zero Energy construído em Heidelberg, na Alemanha: transformação avança no hemisfério norte, mas chegará também no Brasil.
Crédito: Creative Commons

Em 11 de dezembro comemora-se o Dia do Engenheiro. A data coincide com a regulamentação das profissões de engenheiro civil e arquiteto no Brasil, e também com a fundação do sistema Confea/CREA – ambas em 1933. Ao longo desses 88 anos, os profissionais do setor já superaram inúmeros desafios. O atual é atender a demanda por novas obras sem elevar a emissão de CO₂ 

Essa não é apenas uma missão para quem atua no Brasil. Trata-se de um desafio global para os engenheiros civis. As ferramentas para essa batalha já estão postas, diz o engenheiro britânico, David Cole, especialista em construção “Zero Energy” – aquela que consegue comprovar que a obra produz toda a energia que consome e compensou em 100% a emissão de CO₂ na fase de construção. Segundo ele, o novo engenheiro civil deve dispor da tecnologia digital e dos sistemas construtivos inovadores para se adequar às novas exigências que virão do próprio mercado, cada vez mais propenso a consumir construções sustentáveis. 

Cole estima que nos próximos 10 anos, a engenharia civil experimentará uma nova realidade. “Novos materiais vão surgir, e também novas formas de construir. A tecnologia inovadora irá influenciar projetos e vai colocar à prova as habilidades dos profissionais. Suponho que será um desafio nunca antes experimentado pela engenharia”, avalia.  

engenheiro civil britânico avalia que essa transformação começa nos países que precisam mudar suas matrizes energéticas poluidoras – leia-se termelétricas – para um sistema renovável baseado em energia solar e energia eólica. “Em média, a União Europeia, a China e a América do Norte terão que construir 50 GW (gigawatts) por ano de energia renovável até 2030, se quiserem, de fato, atingir metas de sustentabilidade. Isso vai desencadear um volume enorme de obras Zero Energy”, avalia David Cole. 

Nos países emergentes, inovações tendem a aumentar a perenidade das obras de infraestrutura 

Nos países emergentes, especialistas entendem que as construções voltadas para a infraestrutura é que serão o caminho para se conseguir baixar a emissão de CO₂ na construção civil. É o que avalia o brasileiro Lucio Soibelman, que é professor-doutor no departamento de engenharia civil da University Southern California, nos Estados Unidos 

Em uma de suas recentes passagens pelo Brasil, Soibelman palestrou na USP e abordou inovações que tendem a aumentar a perenidade das obras de infraestrutura. “Pontes e viadutos com sensores, que vão avisar quando necessitarem de manutenção, já começam a fazer parte da realidade. Da mesma forma, a nanotecnologia estará cada vez mais frequente nos materiais, permitindo construir estruturas de concreto que não apenas capturam CO₂, mas avisam o quanto elas conseguem reter de dióxido de carbono”, afirma. 

Para se chegar a esse nível de engenharia, as universidades serão fundamentais, formando não apenas engenheiros civis, mas pesquisadores da engenharia civil. É o que diz David Cole, que escreveu o artigo “Como descarbonizar a construção civil sem afetar a demanda” – publicado originalmente na revista britânica New Civil Engineer. Ele conclui seu pensamento com a seguinte análise: “O engenheiro civil será protagonista desse novo tempo. Com base em novas tecnologias de construção, terá a missão de seguir construindo sem comprometer o planeta”, conclui. 

Entrevistado
Reportagem com base no artigo “Como descarbonizar a construção civil sem afetar a demanda”, do engenheiro-doutor David Cole, e na palestra do professor-doutor Lucio Soibelman, da University Southern California, dentro do seminário “Grandes desafios da engenharia”, promovido pela USP.  

Contatos
david.cole2@atkinsglobal.com
soibelma@usc.edu 

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Altair Santos MTB 2330


“O concreto é amigo da gente”, dizia Ruy Ohtake

Ruy Ohtake: influenciado pela mãe, Tomie Ohtake, ele se aproximou do concreto em meados dos anos 1970 e fez do material sua principal matéria-prima Crédito: Wikimedia Commons
Ruy Ohtake: influenciado pela mãe, Tomie Ohtake, ele se aproximou do concreto em meados dos anos 1970 e fez do material sua principal matéria-prima
Crédito: Wikimedia Commons

Dos quatro principais expoentes da arquitetura brutalista no Brasil, Ruy Ohtake era o único vivo. No dia 27 de novembro de 2021, aos 83 anos, ele juntou-se a Vilanova Artigas, Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha. A morte de Ohtake não encerra seu legado, que soma mais de 300 obras concluídas no país e no exterior. Todas têm em comum o uso do concreto armado como elemento principal. “O concreto é amigo da gente. Ele se molda a qualquer desenho que eu faço. Nenhum outro material tem essa característica. Além disso, possui uma textura diversificada. Outra vantagem é que o concreto gera peças acabadas e também pode receber cores na sua pigmentação”, afirmava. 

Ruy Ohtake apaixonou-se pelo concreto na metade dos anos 1970. Foi quando ele se convenceu de que o material era o único que poderia manter a perenidade de suas obras. “O concreto é uma das grandes criações tecnológicas do homem, mantendo-se valorizado há mais de 100 anos. Mas é importante dizer que a tecnologia sem criatividade perde valor. Só com criatividade é que a estrutura consegue cumprir seu papel, que é surpreender e inovar”, dizia. A paixão do arquiteto pelo concreto teve forte influência de sua mãe, a artista plástica Tomie Ohtake, que tornou-se uma das principais representantes mundiais do movimento estético conhecido como abstracionismo. 

Hotel Unique, na cidade de São Paulo: obra emblemática projetada por Ruy Ohtake Crédito: Wikimedia Commons
Hotel Unique, na cidade de São Paulo: obra emblemática projetada por Ruy Ohtake
Crédito: Wikimedia Commons

Tendo o concreto como inspiração, Ruy Ohtake construiu todo tipo de obra imobiliária: de prédios públicos a edifícios comerciais e residenciais, passando por teatros, cinemas, equipamentos esportivos e hotéis. São projetos arquitetônicos que lhe renderam 25 prêmios nacionais e internacionais. Destaque para a embaixada do Brasil em Tóquio-Japão, o hotel Unique, na cidade de São Paulo, e o Aquário Pantanal, em Campo Grande-MS.  

Ano de 2021 também foi marcado pelas perdas de Paulo Mendes da Rocha e Jaime Lerner 

Em sua fase mais recente, Ohtake estava focado em aliar sua obra a questões sociais. “É preciso pensar em espaços para a educação e em novos conceitos de moradia. Chamo a atenção para a sustentabilidade social. A água é importante, a captação da energia solar é importante, mas a condição humana das classes sociais mais desfavorecidas é mais importante”, destacava. 

Além de atuar na arquiteturaRuy Ohtake tinha a preocupação de deixar seu legado para futuros arquitetos. Por isso, foi professor na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie e na Universidade Católica de Santos. “Nossa arquitetura é uma das mais reconhecidas no mundo… Em nosso país, o arquiteto tem que ter compromisso com a cidade em que ele está construindo”, ensinava. 

O ano de 2021 foi marcado por perdas importantes na arquitetura e urbanismo. Em maio morreram Paulo Mendes da Rocha e Jaime Lerner. 

Entrevistado
Texto com base no arquivo de reportagens publicadas no Massa Cinzenta, da Cia. de Cimento Itambé, sobre Ruy Ohtake, além de dados disponíveis nas redes sociais do arquiteto 

Contato
contato@ruyohtake.com.br 

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Altair Santos MTB 2330


Desoneração da folha até 2023 dá fôlego à construção civil

Construtoras são as mais beneficiadas com a desoneração sobre a folha de pagamento, o que estimula a geração de novos empregos em 2022 e 2023 Crédito: IBGE
Construtoras são as mais beneficiadas com a desoneração sobre a folha de pagamento, o que estimula a geração de novos empregos em 2022 e 2023
Crédito: IBGE

manutenção da desoneração sobre a folha de pagamento dá fôlego para que a construção civil possa se manter aquecida em 2022, principalmente no quesito geração de empregos formais. O projeto de lei para manter a desoneração até o final de 2023, e que agora tramita no Senado Federal, pode não apenas sustentar as vagas já existentes no setor como estimular a geração de 200 mil novas oportunidades nos próximos 2 anos.

Recentemente, a construção civil voltou a superar o patamar de 2,5 milhões de empregados atuando direta ou indiretamente em obras imobiliárias e de infraestrutura. Para o presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) a manutenção da desoneração sobre a folha de pagamento assegura a manutenção dessas vagas. “Com a prorrogação, os milhões de empregos que nosso setor consegue gerar estão mantidos”, diz José Carlos Martins. 

Apesar de não ser diretamente beneficiado, o varejo da construção civil entende que obterá vantagens com a medida. É o que avalia o superintendente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção) Waldir Abreu. “O setor de varejo de material de construção oferece hoje 1,1 milhão de empregos diretos e cerca de 400 mil vagas indiretas. Além disso, possui um universo de 131 mil lojas em todo o país, a maioria composta por pequenos e médios comerciantes. A prorrogação da desoneração para outros segmentos da construção acaba refletindo positivamente no nosso desempenho econômico”, afirma. 

O presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) entende que a decisão de manter a desoneração sobre a folha de pagamento é a mais acertada. “Primeiro, a prorrogação desfaz uma incerteza que pairava no ar da economia. Segundo, trata-se de um estímulo fundamental para que o Brasil possa aumentar o número de empregos formais e combater o desemprego”, analisa Luiz França. 

Além da construção civil, outros 16 setores serão beneficiados pelo projeto de lei  

desoneração sobre a folha de pagamento foi adotada como estímulo à geração de empregos a partir de 2013. O mecanismo permite que as empresas paguem alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários. Ao todo, 17 segmentos da economia se beneficiam da medida. A desoneração sobre a folha assegura a manutenção de 6 milhões de empregos, dizem os organismos ligados a cada um dos setores beneficiados 

A medida protege os seguintes segmentos: indústria da construção civil, empresas de construção e obras de infraestrutura, calçados, call center, comunicação, confecção e vestuário, couro, fabricação de veículos e carroçarias, máquinas e equipamentos, proteína animal, têxtil, TI (Tecnologia da Informação), TIC (Tecnologia de Comunicação), projeto de circuitos integrados, transporte metroferroviário de passageiros, transporte rodoviário coletivo e transporte rodoviário de cargas. 

Ao abrir mão dessa arrecadação, o governo federal calcula que deverá deixar de recolher 10 bilhões de reais por ano aos cofres públicos. Um dos autores do projeto de lei pela desoneração, o deputado federal Efraim Filho (DEM-PB) avalia que não haverá prejuízo às receitas da União. “Ao aumentar a carga tributária sobre o emprego, o resultado seria demissão em massa. Mais de 500 mil demissões eram esperadas, segundo avaliação dos setores. Qual seria o resultado dessas demissões? O governo teria que arcar com seguro-desemprego e novos auxílios, onerando ainda mais suas contas”, conclui o parlamentar. 

Entrevistados
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção (Anamaco), Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e Câmara dos Deputados (via assessorias de imprensa) 

Contatos
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Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330


Prédio libanês conquista “Oscar da arquitetura mundial”

Stone Garden: resiliência do edifício diante de uma explosão devastadora impressionou a comunidade internacional da engenharia civil e da arquitetura Crédito: Lina Ghotmeh Architecture
Stone Garden: resiliência do edifício diante de uma explosão devastadora impressionou a comunidade internacional da engenharia civil e da arquitetura
Crédito: Lina Ghotmeh Architecture

Stone Garden, prédio residencial construído em Beirute-Líbano, ganhou o “Oscar da arquitetura mundial” de 2021 – o Dezeen Awards. O edifício, projetado pela arquiteta franco-libanesa Lina Ghotmeh, resistiu à forte explosão que destruiu parte de Beirute, em agosto de 2020. Construído com paredes de concreto, e revestido artesanalmente com uma espessa camada de argamassa, o edifício surpreendeu a comunidade internacional da construção civil por sua resistência ao impacto. 

O prédio está localizado a 1.500 metros do epicentro da explosão, que foi desencadeada pelas reações do nitrato de amônio que estava armazenado em um silo do porto da capital libanesa. O fato das estruturas do Stone Garden terem resistido ao forte impacto se devem a duas razões: o conceito arquitetônico, que criou um efeito aerodinâmico capaz de suportar o grande deslocamento de ar causado pela explosão, e as paredes de concreto construídas de forma quase artesanal 

Lina Ghotmeh inspirou-se em seu avô, que foi fabricante de concreto no Líbano e forneceu material para erguer casas e prédios no período de guerra civil no país (1975-1990). “Construir edifícios que ficassem em pé em meio às explosões era a principal prioridade naquela época”, diz a arquiteta, que no início de sua carreira também ajudou na reconstrução de várias edificações que ficaram em ruínas por causa dos bombardeios. Isso a fez tornar-se uma apaixonada pelo concreto armado. 

Projeto do edifício tem sido requisitado para exposições em museus especializados em arquitetura 

Dezeen Awards concedido ao Stone Garden foi na categoria projeto arquitetônico. Ao premiar a edificação, a comissão julgadora deu a seguinte definição: “É uma obra cheia de simbolismo, que reflete a resiliência do povo do Líbano”. O “Oscar da arquitetura mundial” também premia na categoria arquitetura de decoração e arquitetura sustentável. São levadas em consideração as obras concluídas um ano antes, ou seja, as que foram entregues em 2020. O prédio libanês ficou pronto em abril de 2020.  

Foram inscritos 1.551 projetos para a edição de 2021. Desses, 56 foram selecionados pela comissão julgadora, que reúne 25 importantes arquitetos com reconhecimento mundial. Antes mesmo de ser premiado, o Stone Garden já despertava a curiosidade de todo o universo da arquitetura. Recentemente, os projetos arquitetônico e estrutural do edifício foram mostrados na 17ª Exposição Internacional de Arquitetura – a La Bienal di Venezia. Agora, está agendada a exposição no Museu Nacional MAXXI, em Roma-Itália, e no Cooper Hewitt Smithsonian Design Museum, em Nova York-EUA. 

Em 2020, por causa do Stone Garden, Lina Ghotmeh já havia ganhado o prestigioso Schelling Foundation Architecture Prize. O prêmio é concedido a cada 2 anos para arquitetos que agregam inovação em seus projetos. Entre os profissionais que já foram contemplados com essa honraria estão Diébédo Francis Kéré, em 2014; Anne Lacaton & Jean-Philippe Vassal, em 2006; Kazuyo Sejima, em 2000, e Zaha Hadid, em 1994. 

Entrevistado
Comissão organizadora do Deezen Awards (via assessoria de imprensa)
Lina Ghotmeh Architecture (via assessoria de imprensa) 

Contatos
awards@dezeen.com
contact@linaghotmeh.com 

Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330