Calor extremo danifica asfalto de aeroportos no Reino Unido

Altas temperaturas aliadas à alta carga dos aviões causa maior deformação nas pistas de asfalto dos aeroportos
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Durante o mês de julho, uma onda de calor assolou a Europa e, no aeroporto de Heathrow, em Londres, os termômetros chegaram a marcar 40,2 °C. Estas altas temperaturas fizeram com que dois aeroportos do Reino Unido tivessem que paralisar suas atividades devido a problemas relacionados a danos nas pistas de pouso de asfalto: o de Luton e na base aérea de Brize Norton. 

Devido às altas temperaturas, um pequeno trecho da pista chegou a “levantar” no aeroporto de Luton. Este pedaço correspondia a um antigo reparo feito na superfície. Por conta disso, a pista ficou fechada por quase duas horas, gerando atrasos e desvios de voos. 

De acordo com Alexsander Maschio, gerente regional Sul da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), isso acontece pelo fato de que o asfalto é moldado em uma usina quente. “Ele é usinado a quente, em uma temperatura entre 70 °C e 80 °C, que ele fica moldável. Aí ele é implantado e vai resfriar. Só que quando chega em uma temperatura próxima a esta novamente, ele vai ficar em um estado de moldagem novamente. Quando há uma temperatura extrema de ambiente, por volta de 40 °C, a tendência é tê-lo novamente no estado de moldagem e ele começa a deformar. Ele vai deformar com qualquer tráfego que passa em cima. Isso acontece justamente porque o asfalto é flexível”, explica Maschio.

Aliado a esta característica do asfalto, há também a questão da carga dos aviões que circulam nas pistas. “Esta deformação aparece mais nestes casos, porque este tipo de veículo tem uma carga extremamente alta. São cerca de 200 toneladas em seis rodas. Por isso a deformação acaba acontecendo de uma forma rápida. Com o pouso de dois ou três aviões, já é possível ver deformação. Todos os pavimentos asfálticos sofrem este processo. No entanto, nas ruas a carga é bem menor, este problema demora mais a aparecer”, justifica Maschio.

Pavimento de concreto nos aeroportos

No entanto, com o pavimento de concreto, isso não acontece. “Como o próprio nome já diz, pavimento rígido, não há essa deformação com a temperatura. Tanto que ele é criado a frio, não é preciso esquentá-lo para construir. Portanto, não vai ocorrer este tipo de problema. Além disso, o concreto é mais claro e reflete mais os raios solares. Quando houver uma temperatura na casa dos 40 °C, e que o concreto estará próximo dos 75 °C, o concreto estará pelo menos uns 15 °C abaixo disso, isto é, por volta de 55 °C ou 50 °C. Obviamente, vai proporcionar mais conforto, além de não ter essa inconveniência da deformação, que é o grande problema”, destaca Maschio.

Segundo Maschio, existe um hábito no Brasil de trabalhar com o pavimento de concreto nas regiões de manobra, isto é, áreas que exigem mais esforços, que é a parte de taxi, cabeceira da pista. “Entretanto, para as pistas, ainda é raro usar pavimento de concreto no Brasil”, aponta Maschio.

No entanto, fora do Brasil, já é mais comum ver o uso de pavimento de concreto nas pistas de aeroportos. “No caso da Europa, por exemplo, em países como Bélgica, Alemanha e Holanda, praticamente todos os aeroportos são em concreto”, afirma.   

Entrevistado
Alexsander Maschio é gerente regional Sul da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).

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Jornalista responsável
Marina Pastore
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6 dicas para obter bom desempenho térmico em edifícios

Iluminação natural promove bem-estar para os moradores e ajuda a acelerar atividades vitais.
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Seja no inverno ou no verão, o desempenho térmico influencia no conforto das pessoas durante a realização de suas atividades diárias e até no sono, além de contribuir para a economia de energia.

“O desempenho térmico envolve uma série de fatores, como idade, sexo, condições físicas e psicológicas, questões ambientais, características do imóvel e etc”, destacam Pedro Pugliese e Victor Henriques, engenheiros da Help Reforma e Construção – Construtora.

Veja algumas alternativas para obter maior conforto térmico:

  1. Iluminação natural

Além dos fins estéticos, a iluminação natural é uma ótima opção sustentável. “Melhora a qualidade do espaço, o bem-estar físico, psicológico e previne fungos”, pontuam Pugliese e Henriques.

Além da redução no consumo de energia, a iluminação natural torna o sistema do ser humano mais produtivo. “A luz estimula a região do cérebro responsável por avisar o restante do organismo que está no momento de acelerar as atividades vitais. Com a luz natural, o ser humano consegue estar sempre em contato com a natureza e isso traz maior conforto térmico, já que seu corpo não levará um choque ao sair de um ambiente para outro”, explicam Pugliese e Henriques.

Em alguns casos, no entanto, a entrada de muita luz no ambiente pode causar desconforto térmico, com calor excessivo, por exemplo. Para realizar um projeto com iluminação solar, principalmente em edifícios, Pugliese e Henriques acreditam ser necessário um estudo para entender o clima da região, a quantidade de luz, orientação solar, quantidade de horas de luz por dia, entre outros dados.

  1. A importância da cobertura

Alguns tipos de cobertura ajudam na hora de projetar uma edificação que tenha como objetivo proporcionar conforto térmico aos usuários. “É o caso, por exemplo, do telhado verde, que apresenta um excelente desempenho térmico, isolando as coberturas. E a telha termoacústica que é composta por telhas metálicas, com um preenchimento de poliuretano entre elas. Além de proporcionar um conforto térmico, elas também isolam o som, garantindo um conforto acústico. 

  1. Drywall

Já na questão de materiais, o Drywall, que é feito por gesso e armação metálica, possui a capacidade de não absorver a temperatura externa do ambiente, servindo como um isolante térmico, segundo Pugliese e Henriques.

  1. Cuidado com as estruturas de madeira

De acordo com Pugliese e Henriques, uma estrutura de madeira pode ser muito indicada para o conforto térmico já que tem uma baixa condutividade de temperatura, mas nem sempre deve ser recomendada. “Ela não entra em harmonia com temperaturas extremas, além de também precisar estar atento no modo que está posicionada em relação ao sol”, pontuam.

  1. Uso de tons claros

 Além da parte de estrutura, um erro comum e que irá atrapalhar no conforto térmico é o uso das cores. “Em temperaturas altas, paredes e revestimentos em tons claros retém menos calor, deixando os ambientes mais arejados e frescos", concluem Pugliese e Henriques.

  1. Edifícios em regiões frias

Conforme a norma de desempenho (ABNT NBR 15575), se a construção for feita em uma região mais fria, é preciso observar especificações dos caixilhos, da vedação das janelas, da qualidade dos tijolos (cerâmicos ou de concreto) e do revestimento do piso e das paredes. Outra medida importante diz respeito à instalação de materiais isolantes. É o caso, por exemplo, de mantas entre o piso e o contrapiso, lajes pré-fabricadas com elementos como o isopor, janelas com vidro duplo e até portas com componentes isolantes.

Entrevistados
Pedro Pugliese e Victor Henriques são engenheiros da Help Reforma e Construção – Construtora.

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Marina Pastore
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Financiamento ao setor da construção civil é 36% maior em 2022

Caixa tem tomado medidas para incentivar o financiamento imobiliário, como a liberação de R$ 400 bilhões em empréstimos de financiamentos habitacionais.
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Desde 2019, a Caixa já liberou R$ 400 bilhões em empréstimos de financiamentos habitacionais. No primeiro trimestre de 2022, as contratações com recursos da poupança (SBPE) chegaram a R$ 21,4 bilhões, crescimento de 31,2% em relação ao mesmo período de 2021. Ainda segundo a Caixa, a Construção Civil registrou alta de 9,7% do PIB em 2021. Além disso, em 2022 foram contratados R$ 14,8 bilhões em financiamento ao setor da construção civil, montante superior em 36% ao realizado no mesmo período de 2021.

No entanto, de acordo com Alex Frachetta, fundador e CEO do Apto, plataforma de lançamentos imobiliários, no dia a dia, às vezes é difícil perceber esse crescimento. “O comum é sempre comparar com o passado mais recente. No entanto, temos enfrentado semestres muito diferentes. É um pouco ruim comparar com o primeiro semestre de 2021, por exemplo, uma vez que foi um momento em que a Covid-19 foi horrível aqui no Brasil. Inclusive, várias construtoras foram obrigadas a fechar os plantões de vendas por várias semanas. Na minha opinião, precisamos olhar este dado com atenção uma vez que foi um período super atípico. Por outro lado, quando comparamos com o segundo semestre de 2021, também não é o ideal, uma vez que o mercado é bastante sazonal e costuma ser mais forte no segundo semestre. E é algo histórico – basta ver o número de lançamentos dos últimos anos. Outubro, novembro e dezembro costumam ser os meses em que as construtoras mais lançam. Dezembro de 2021, em especial, foi o mês com maior número de lançamentos”, afirma Frachetta. 

De forma geral, segundo Frachetta, o primeiro trimestre de 2022 foi uma continuação do segundo semestre de 2021, que foi muito bom. “Só que, ao mesmo tempo, sofreu o impacto da oscilação econômica, com aumento dos juros e as incertezas que estão em todos os países do mundo. Esses fatores impactaram um pouco mais o segundo trimestre de 2022, o que não quer dizer que é uma puxada de freio de mão – só não vemos a mesma euforia que vivemos há alguns meses atrás. 

Perspectivas para 2022 para os financiamentos

Frachetta acredita que, com relação aos financiamentos de médio a alto padrão, é possível sentir uma desaceleração por parte das construtoras, mas não muito forte. “No entanto, para o financiamento, isso não impacta para este ano. Para empreendimentos de médio a alto padrão, o impacto poderá ser daqui a três anos, quando sair o Habite-se e o imóvel ficar pronto. Aí sim a pessoa fará o financiamento direto com o banco. O que impacta diretamente neste ano para o financiamento é o volume de projetos lançados para o Casa Verde e Amarela, porque o repasse deles é imediato, já no momento do lançamento. Aqui em São Paulo, por exemplo, o teto do Casa Verde e Amarela não pode ser maior que R$ 260.000,00. Então como os insumos aumentaram bastante, isso significa que a margem de lucro esperada pelas construtoras ficou menor. Por esse motivo, algumas construtoras têm optado por esperar um pouco mais para fazer os lançamentos imobiliários. Isso pode impactar um pouco no volume de financiamentos que vão acontecer em 2022”, aponta Frachetta.

Para evitar este cenário, Frachetta menciona que há algumas medidas que estão sendo  tomadas que podem ser positivas, que é de aumentar o tempo do financiamento de 30 anos para 35, além de fazer o fundo de garantia parecer uma conta corrente, que vai sempre depositando o saldo devedor de quem compra imóvel. “Na minha opinião, isso é excelente tanto para o mercado imobiliário como para as pessoas”, destaca Frachetta.

Além disso, segundo Frachetta, uma das medidas tomadas pela Caixa e que tem ajudado no mercado imobiliário é não aumentar os juros no mesmo ritmo da Selic. “Isso é muito importante porque ela faz com que outros bancos não sigam neste ritmo de aumento para as taxas de financiamento imobiliário”, opina Frachetta. 

A Caixa também lançou recentemente o Plano Empresário CAIXA, uma linha de crédito direcionada à produção de empreendimentos. O programa inclui financiamento de até 85% do custo de obra, até 36 meses para construção e até 9 meses de carência para início da obra, além de repasse das unidades aos compradores finais a partir de 80% da obra executada.

"Ações como a do Plano Empresário CAIXA são importantes, porque em momentos de aumento de custos, todas as empresas procuram aumentar a eficiência e é exatamente isso que o plano procura oferecer, retirando burocracias e acelerando processos", conclui Frachetta.

Entrevistado
Alex Frachetta é fundador e CEO da Apto, plataforma de lançamentos imobiliários com imóveis novos das construtoras e imobiliárias de todo o Brasil. Pós-graduado em Inteligência de Mercado e graduado em Administração de Empresas. Tem 12 anos de experiência no mercado imobiliário, com atuação em big data, inovação imobiliária e tendências

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Marina Pastore
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Equilíbrio em contratos de obras públicas: como fazer?

A matriz de riscos e responsabilidades deve ser feita desde o Edital, para que fiquem claros os parâmetros de equilíbrio econômico-financeiro.
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Os contratos públicos pressupõem, conforme seu regime constitucional, a manutenção das condições efetivas da proposta. Essa relação entre obrigações e remuneração é estabelecida na proposta contratada e é chamada de equilíbrio econômico-financeiro. No entanto, diante das muitas mudanças, pandemia, aumento de preço dos insumos e guerra, como reduzir os riscos dos contratos de obras públicas para que eles cumpram seus objetivos?

“No caso de ocorrerem eventos supervenientes à proposta, devem ser feitos ajustes que permitam que o contrato possa ser continuado e concluído conforme as condições iniciais”, explica Mariana Miraglia, sócia do escritório de advocacia Aroeira Salles e especialista em gestão de contratos e projetos.

Como reduzir os riscos de contratos de obras públicas?

De acordo com Mariana, há alguns mecanismos próprios do regime jurídico dos contratos públicos que vão permitir os ajustes necessários para que as obras cumpram seus objetivos na hipótese de sobrevirem a situações supervenientes e imprevisíveis como pandemia ou guerras, entre eles:

1.  Estabelecimento de matriz de riscos e responsabilidades entre as partes, desde o Edital, para que fiquem claros os parâmetros de equilíbrio econômico-financeiro; 

2. Alterações contratuais por acordo entre as partes para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe ou em decorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis de consequências incalculáveis, que inviabilizem a execução do contrato tal como pactuado, respeitada, em qualquer caso, a repartição objetiva de risco estabelecida no contrato.

Novos contratos: como proceder?

Os novos contratos devem se atentar para prever mecanismos que devem ser analisados além da órbita jurídica, inclusive técnica, segundo Mariana. Para isso, é válido utilizar alguns mecanismos:

- Estimular a operacionalização da definição objetiva da matriz de riscos, de forma a prezar sempre pela implementação da matriz de riscos.
- O aprimoramento dos projetos de obra pública com foco no planejamento.
- A atualização dos orçamentos de referência em conformidade com a realidade do mercado. Deve-se evitar realizar licitações, por exemplo, com defasagem do orçamento estimado.
- Mecanismos de reajuste para preservação dos preços ao longo do tempo e mecanismos de revisões extraordinárias para operacionalizar compensações à parte afetada por um risco que foi atribuído pelo contrato à outra parte.
- Soluções simples e eficientes para compensar os contratados por desequilíbrios verificados como a adoção de indicadores que reflitam a evolução no preço de insumos específicos.
- Estabelecimento de métodos alternativos na solução de conflitos, como arbitragem, mediação ou comitê de resolução de disputas (dispute board), que possibilitam solucionar conflitos de forma mais célere e com maior aprofundamento das questões técnicas.

Ajustes em contratos em andamento

Em caso de contratos já estabelecidos, Mariana afirma que a lei prevê a hipótese de alteração contratual por acordo entre as partes para restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato Público. “São admitidas, ainda, modificações de projeto e especificações, de forma unilateral pela administração para adequação técnica do objeto, garantida a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro. Além disso, o Contrato pode ter mecanismos de reajustamento ou repactuação, este último quando se trata de serviços contínuos”, pontua.

Cláusulas de risco imprevisível 

Com a pandemia, diversos efeitos foram sentidos no mercado da construção civil, especialmente no que concerne à mão-de-obra, prazos e recebimento de insumos. Portanto, na hora de planejar um contrato, é importante se atentar pela repartição objetiva de riscos entre as partes, uma vez que isso influencia o estabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro

“Trata-se da matriz de riscos e responsabilidades dos contratos. O artigo 92 da Lei 14.133 de 2021 refere-se a essa matriz de risco. Essa alocação ou distribuição é um elemento ideal para o sucesso de projetos de obra pública, pois permite maior clareza na distribuição dos riscos e delimitação do equilíbrio contratual. Contudo, a matriz de risco é estimativa e é possível que outros riscos não previstos venham a se materializar. Para a Administração Pública não é recomendável que o particular assuma todo e qualquer risco imprevisível, pois isso faria com que os preços dos contratos se tornassem muito maiores para a proteção desses riscos desconhecidos. Ao invés disso, é recomendável atentar para a mutabilidade dos contratos públicos. As partes, de comum acordo, poderão alterar os contratos para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato em decorrência de fatos imprevisíveis que inviabilizem a execução do contrato tal como pactuado, respeitada a repartição objetiva do risco”, explica Mariana.
 
Embora o risco imprevisível da magnitude que tivemos na pandemia, por exemplo, não esteja objetivamente alocado, existe a possibilidade de alteração contratual consensual para atender a mudanças contextuais inimagináveis e à maleabilidade da realidade. “Essas mutações contratuais visam à preservação do interesse público, princípio basilar do regime jurídico administrativo”, pontua Mariana.

Entrevistada
Mariana Miraglia é sócia do escritório de advocacia Aroeira Salles e especialista em gestão de contratos e projetos.

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Marina Pastore
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Universidade do Colorado produz cimento sem carbono

Troca do cimento tradicional pelo material feito a partir de algas poderia reduzir duas gigatoneladas por ano de emissões de dióxido de carbono.
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A indústria do cimento cada vez mais busca soluções para reduzir os impactos ambientais. Pensando nisso, uma pesquisa feita pela Universidade do Colorado desenvolveu um cimento Portland à base de calcário biogênico, isto é, com microalgas que ajudam a reduzir as emissões de CO₂.  

O projeto chamou atenção do Departamento de Energia dos Estados Unidos, que investiu US$ 3,2 milhões para aumentar o cultivo da alga utilizada no projeto, que é chamada cocolitóforo. 

Processo de produção

De acordo com os pesquisadores da Universidade do Colorado, este processo é, basicamente, uma industrialização da forma como os recifes de coral e o plâncton criam o calcário. 

“O que estamos fazendo é mudar a fonte de calcário. Ao invés de retirá-lo do solo, estamos cultivando-o usando algas”, afirmou Wil Srubar, líder do trabalho e diretor do Laboratório de Materiais Vivos da Universidade do Colorado. O trabalho acontece da seguinte forma: os cocolitóforos que florescem nos oceanos usam luz solar, água do mar e dióxido de carbono dissolvido para produzir carbonato de cálcio (calcário), que está contido em seus corpos e conchas – e eles produzem calcário muito mais rápido do que os recifes de coral em expansão.

De acordo com Srubar, se a transição total for feita, trocando as pedreiras pelo calcário cultivado usando cocolitóforos, será possível evitar duas gigatoneladas por ano de emissões de dióxido de carbono. Esse cálculo pressupõe o crescimento da construção urbana nas taxas atuais em todo o planeta – um ritmo acelerado que grupos da indústria da construção estimam ter triplicado nas últimas quatro décadas, adicionando o equivalente a uma cidade de Nova York a cada mês.

O financiamento federal concedido em julho de 2022 destina-se a enviar engenheiros da Universidade do Colorado para trabalhar em conjunto com colegas que coletam e cultivam algas na Universidade da Carolina do Norte, em Wilmington, e com cientistas de energia do Laboratório Nacional de Energia Renovável do DOE, em Golden.

As algas teriam que ser cultivadas em lagoas, e estas cobririam cerca de 2 milhões de acres no total para atender às necessidades da indústria de construção dos EUA, segundo Srubar. “Isso é cerca de 0,5% da terra do país. Os pesquisadores preveem lagoas dispersas para eficiência econômica na entrega de cimento. A partir de dois anos, os pesquisadores embarcarão no cultivo em larga escala dos organismos em instalações no Arizona”, disse o pesquisador.

Vantagens

Além de diminuir as emissões de CO₂, o que ajudaria a conter o aquecimento climático, a mudança para esta modalidade de produção de cimento também melhoraria, ligeiramente, o efeito de ilha de calor urbano que amplifica o aquecimento, uma vez que este tipo de cimento mais branco não absorveria tanto calor quanto o cinza.

Fonte
Wil Srubar é diretor do Laboratório de Materiais Vivos da Universidade do Colorado e tem PhD em Engenharia Civil pela Universidade de Stanford University

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wsrubar@colorado.edu

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Como reduzir a carga tributária nas incorporações?

Planejamento tributário na incorporação imobiliária deve analisar faturamento, lucro, balanço, despesas, investimentos e situação dos sócios.
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Como escolher o regime tributário mais adequado e vantajoso para uma incorporação imobiliária? De acordo com Beatriz Finochio, advogada especializada em Direito Tributário, escolher o melhor regime tributário para uma incorporação imobiliária passa necessariamente por um planejamento tributário onde será analisado o faturamento, capacidade econômica, expectativa de lucro, balanço, despesas, investimentos, situação dos sócios, investidores, atividades vinculadas, dentre outras análises documentais.

Regimes de tributação para incorporadoras

As incorporações podem optar entre os regimes de tributação do lucro presumido, lucro real ou ainda o regime especial de tributação. Veja quais são as opções para empresas do setor:

RET

O RET é um regime especial de tributação para incorporações imobiliárias. “O RET é uma boa opção para redução de carga tributária uma vez que as alíquotas dos tributos comparadas aos demais regimes tributários são reduzidas. Há o pagamento unificado de PIS/COFINS, IRPJ e CSLL na alíquota de 4%. Poderá ser utilizado pelo incorporador (tanto pessoa física quanto jurídica) que efetive a venda de frações ideais de terrenos desde que vinculadas a unidades autônomas, em edificações a serem construídas ou em construção sob regime condominial, ou que meramente aceite propostas para efetivação de tais transações. A empresa deve ainda coordenar e levar a termo a incorporação e responsabilizar-se, conforme o caso, pela entrega das obras concluídas”, explica Beatriz. 

A desvantagem é que, apesar de ser opcional, uma vez que o contribuinte opte pelo RET, não poderá mudar, é irretratável enquanto perdurarem direitos de créditos ou obrigações do incorporador junto aos adquirentes dos imóveis. 

Lucro presumido

Esta modalidade não é apenas para empresas do ramo de incorporação imobiliária. Aplica-se a todas as empresas que têm um faturamento anual inferior a R$ 78 milhões. Na atividade de construção e incorporação de imóveis, o percentual de presunção é de 8% do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e 12% da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A carga total é 14,53%, segundo explicou Murillo Estevam Allevato Neto, sócio Líder-Tributário na Bichara Advogados, durante painel do 94º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic). 

“Nem sempre ele é a melhor opção. Ele vale a pena para quem tem uma margem de lucro superior a 8%. Se for inferior a este índice, vale a pena ir para o lucro real. Muitos contadores escolhem esse regime de forma padronizada, mas é preciso avaliar esta questão da margem de lucro antes”, argumentou Neto durante o painel.

Lucro real

De acordo com Neto, esta modalidade não tem mais presunção. “A tributação é mais sobre a receita. Você tem a venda e deduzem-se os custos. Isso feito, o que sobra é o lucro efetivo que estará sujeito à tributação do imposto de renda. O ganho de capital é adicionado à base de cálculo do IRPJ/CSLL e PIS/Cofins (carga total de 34%)”, definiu Neto. 

Contabilidade dos empreendimentos de forma separada ou em conjunto?

Para as incorporadoras que possuem vários empreendimentos, será que vale mais a pena fazer a contabilidade de forma separada ou em conjunto? Para Beatriz, embora haja uma tendência a fazer de forma separada a contabilidade dos empreendimentos, isso só poderá ser definido depois de traçado o planejamento tributário através da análise de fatores econômicos, financeiros, riscos fiscais, trabalhistas, e planejamento empresarial. “É de extrema importância levar em consideração a expectativa de faturamento e o faturamento real”, afirma. 

Fontes
Beatriz Finochio é advogada especializada em Direito Tributário
Murillo Estevam Allevato Neto é sócio Líder-Tributário na Bichara Advogados

Contatos
Beatriz Finochio – contato.adv@bfadvocaciaempresarial.com
Murillo Estevam Allevato Neto -  bicharalaw@bicharalaw.com.br

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Marco do saneamento: como está seu andamento?

Um dos grandes desafios do marco do saneamento é instituir a prestação de serviço regionalizada.
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O marco do saneamento completou dois anos em julho de 2022. Com a meta de até 2033 garantir que 99% da população será servida com água potável e 90% com tratamento de esgoto, o projeto segue em vigor, mas acumula desafios também. Como está o andamento até o momento? Veja os avanços e desafios do marco.

Avanços do marco do saneamento

Desde a aprovação da lei, já foram realizados 16 leilões, que definiram concessões de serviços de saneamento para operadores privados, de acordo com Percy Soares Neto, diretor executivo da Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON SINDCON). “Essas licitações contrataram quase R$ 47 bilhões de investimentos e foram responsáveis pelo pagamento de R$ 29,5 bilhões de outorgas, dinheiro com o qual os estados e municípios podem fazer investimentos em outras áreas essenciais, como saúde, educação, segurança e infraestrutura”, explica Neto. 

Alexandre Aroeira Salles, doutor em Direito e sócio fundador da banca Aroeira Salles Advogados, aponta que os leilões das concessões têm sido considerados bem-sucedidos pelo setor especializado, por contarem com interessados em todos os projetos. “Portanto, uma alta competitividade que aumenta as chances de que os projetos apresentem e mantenham a sua viabilidade econômico-financeira ao longo dos anos, considerando se tratar de concessões de longa vigência”, destaca Salles.

Na opinião de diretor executivo da ABCON SINDCON, esse é um caminho sem volta diante também da crise fiscal, que afeta a capacidade de investimento público. “Hoje, a estimativa é que o Brasil precise investir R$ 753 bilhões para atingir a universalização dos serviços de água e esgoto, incluindo nesse montante tanto a ampliação da rede quanto os custos para recuperar os sistemas em uso”, afirma.

Desafios do Novo Marco do Saneamento

Entretanto, ainda há diversos desafios a serem superados. Para Neto, apenas conferir a segurança jurídica não garante a universalização. “O maior desses desafios hoje é instituir a prestação de serviço regionalizada. Existe um avanço por parte dos estados na definição dos blocos de municípios que serão referência para essa prestação de serviço. Mas ainda se espera que esse esforço resulte em serviço efetivo para a população”, pontua.  Salles complementa: “Alguns municípios brasileiros têm apresentado entraves para aderir aos blocos regionais propostos pelos estados, questionando a sua viabilidade, na prática, e optando pela independência na prestação dos serviços, por meio de processo licitatório individual”

O Novo Marco estabelece que os municípios que não aderirem aos blocos regionais serão privados dos recursos federais destinados ao saneamento, mas gestores públicos têm sinalizado que tais recursos não seriam essenciais, se elaborado um Plano Municipal de Saneamento adequado e, posteriormente, realizado processo licitatório individual do município que culmine em uma concessão viável da perspectiva econômico-financeira.

Outro desafio é a comprovação de capacidade econômico-financeira por parte das empresas, ou seja, que elas comprovem diante de suas respectivas agências reguladores que possuem a capacidade de investir para levar o serviço a todos. “Em março, o prazo para essa comprovação se encerrou. O resultado desse processo é que hoje temos 1.107 municípios em situação irregular, ou seja, são municípios em que as empresas concessionárias não provaram a sua capacidade de investir para universalizar os serviços. O agravante disso é que a maior parte desses municípios possui menos de 20 mil habitantes. São municípios de pequeno porte, que, em sua grande maioria, carecem de capacidade técnica para execução de processos de licitação. Entendemos que o caminho para solucionar essa situação é a regionalização, ou seja, o agrupamento desses municípios em blocos de referência para modelagem e a busca de um operador, via licitação”, explica Neto.

Metas x aumento dos insumos

As metas previstas no Novo Marco são consideradas arrojadas para cumprimento em um prazo relativamente curto. “Para o alcance dessas metas, portanto, o setor tem estimado a necessidade de investimentos da ordem de R$ 750 bilhões. É certo que o aumento no preço dos insumos da construção civil afeta diretamente o alcance dessas metas, uma vez que a expansão e recuperação de infraestrutura é dependente desses preços. Nesse sentido, os aportes necessários para alcance das metas estabelecidas no Novo Marco podem acompanhar esse aumento, conduzindo, portanto, à maior exiguidade do prazo ou, até mesmo, à sua inviabilidade”, conclui Salles.

Entrevistados
Percy Soares Neto é diretor executivo da Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON SINDCON)

Alexandre Aroeira Salles é doutor em Direito e sócio fundador da banca Aroeira Salles Advogados

Contatos
Percy Soares Neto: faleconosco@abconsindcon.com.br
Alexandre Aroeira Salles: contato@aroeirasalles.com.br

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Sistema de contrapiso exclusivo utiliza os benefícios da argamassa autonivelante

Sistema de contrapiso FONOMIX foi adaptado ao Brasil em parceria com uma empresa Italiana.
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Quer diminuir a formação de fissuras na cura e ganhar velocidade na obra? A Conpasul tem um sistema chamado FONOMIX, que se trata de um serviço de planejamento, execução e fornecimento de argamassa autonivelante de formulação “patenteada” para aplicação em contrapisos internos e externos.

 “O sistema foi adaptado ao Brasil em parceria com uma empresa Italiana detentora da patente, onde, iniciamos o projeto em 2017. Hoje já possuímos mais de 150.000 m² de contrapiso executados no Brasil com este sistema”, explica Flavio Roberto Bartz, gerente de desenvolvimento tecnológico da Conpasul.

Sistema de contrapiso FONOMIX foi adaptado ao Brasil em parceria com uma empresa Italiana.
Crédito: Conpasul

Com o FONOMIX, a empresa realiza desde a elaboração do projeto de execução do contrapiso, prevendo o posicionamento das juntas e proteções. “Além disso, realizamos o fornecimento, o lançamento e a aplicação da argamassa autonivelante no contrapiso, fazendo com que esta etapa não interfira no processo da obra, mantendo o andamento das demais atividades normalmente”, afirma Bartz.

O sistema pode ser utilizado em contrapisos de obras prediais, residenciais e comerciais. “Desde que a superfície após um período, receba um revestimento final em cerâmica, vinílico, madeira, e/ou outro, para o trânsito de pessoas e veículos leves”, aponta Bartz.

Sistema de contrapiso FONOMIX foi adaptado ao Brasil em parceria com uma empresa Italiana.
Crédito: Conpasul

Vantagens e diferenciais do sistema de contrapiso com argamassa autonivelante

De acordo com Bartz, dentre as principais vantagens e diferenciais em relação a outras soluções disponíveis no mercado estão:

  • Dispensa do uso de telas/armaduras no contrapiso;
  • Minimiza a formação de fissuras de retração na fase de cura do contrapiso;
  • Não há necessidade de cura úmida e/ou química;
  • Velocidade de execução (400 a 800 m²/dia);
  • Baixa interferência no canteiro de obras, gerando uma economia global na obra;
  • Boa resistência mecânica, uma vez que a Compressão ≥ 15,0 MPa, e a Tração na Flexão ≥ 4,0 MPa;
  • Garante uma significativa melhoria acústica no sistema global do piso;
  • Possui um ótimo apelo ecológico por utilizar matérias primas recicladas. 

Aplicação da argamassa autonivelante

Neste sistema, a aplicação da argamassa autonivelante é orientada, eficiente e rápida. Consiste em:  

  1. Após limpar a base de concreto realiza-se a etapa de transferência de nível do contrapiso para as diversas peças da casa e/ou apartamento. “Faz-se o nivelamento em cada local da área utilizando os tripés de níveis metálicos distribuídos a cada 2,25 m²”, descreve Bartz.
  2. Após a preparação da superfície, é enviada para a obra uma argamassa autonivelante dosada em central dosadora de concreto, sendo extremamente precisa e com grande qualidade. “Ali, esta argamassa é bombeada até o pavimento por meio de um equipamento acoplado à uma bomba. O acabamento final do contrapiso é feito a partir do uso de um rodo específico para tal”, expõe Bartz.

Segundo Bartz, a produção média de contrapiso de argamassa autonivelante é de aproximadamente 400 a 800 m² por dia (jornada diária de 8 horas), considerando o uso de um pedreiro, dois ajudantes, e um operador de bomba (total de 4 a 5 pessoas envolvidas no processo). 

Fonte
Flavio Roberto Bartz é gerente de desenvolvimento tecnológico da Conpasul.

Contato
flaviobartz@conpasul.com.br

Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP


Programa Aproxima disponibilizará imóveis públicos para habitação social

Iniciativa privada será a responsável pela construção e manutenção das unidades habitacionais nos terrenos da União.
Crédito: Envato

Durante o mês de junho, os Ministérios da Economia e do Desenvolvimento Regional (MDR) anunciaram o lançamento do Programa Aproxima. Com esta ação integrante do Programa Casa Verde e Amarela (PCVA), o foco é promover o acesso de famílias de baixa renda à casa própria ao mesmo tempo em que reduz os custos com a produção habitacional. Para atingir este objetivo, ele permitirá a utilização de imóveis públicos desocupados em áreas urbanas de grande movimentação.

De acordo com as regras do Aproxima, os terrenos e prédios da União que não estejam sendo usados serão oferecidos por meio de licitação. As prefeituras serão as responsáveis por este processo, bem como pela escolha e indicação das famílias a serem contempladas. Já os imóveis serão sugeridos pelos Municípios e pelo Distrito Federal. E, por fim, a iniciativa privada será a responsável pela construção e manutenção das unidades habitacionais nos terrenos da União.

O programa ainda tem como objetivo o aproveitamento de patrimônio não utilizado e da infraestrutura urbana. Isto é uma forma de evitar a expansão desnecessária da malha urbana, ao mesmo tempo em que incentiva o setor privado a realizar investimentos. Outra característica do Aproxima é a possibilidade de utilizar estes imóveis para projetos que também tenham caráter comercial, como shoppings, estacionamentos e estabelecimentos de prestação de serviços.

“Os imóveis integrantes do programa são terrenos muito bem localizados e que, na maioria das vezes estão em áreas centrais de grandes municípios já dotados de infraestrutura urbana, de serviços urbanos, de localização mais próxima do trabalho. Uma grande inovação deste projeto é que como o governo vai entrar com a contrapartida do imóvel, então, não há recursos do Orçamento Geral da União”, afirma o Secretário-Executivo do Ministério do Desenvolvimento Regional, Helder Melillo. 

Na opinião de Alexandre Ywata, secretário de desenvolvimento da infraestrutura do Ministério da Economia, o Aproxima é um excelente instrumento para fomentar a participação do setor privado para o provimento de moradia social.

Como os beneficiários podem participar?
Sobretudo, os beneficiários das unidades habitacionais do Programa serão os integrantes do cadastro municipal de famílias interessadas em habitação de interesse social. O programa irá seguir as faixas de renda definidas pelo PCVA. Da mesma forma, as unidades habitacionais de interesse social produzidas nos empreendimentos contratados serão disponibilizadas de acordo com opções de destinação previstas por este programa.

Como indicar imóveis?
A indicação de imóveis pode ser feita por meio de formulário no portal SPU

Fontes
Ministérios da Economia e do Desenvolvimento Regional (MDR)
Helder Melillo é Secretário-Executivo do Ministério do Desenvolvimento Regional
Alexandre Ywata é secretário de desenvolvimento da infraestrutura do Ministério da Economia

Contato
imprensa@mdr.gov.br 

Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP


Jogos Olímpicos de Paris apostam na sustentabilidade das construções

Pela primeira vez na história, cerimônia de abertura será realizada fora do estádio, tendo o rio Sena como cenário.
Crédito: Paris 2024

Em 1924, Paris foi sede dos Jogos Olímpicos pela primeira vez. Cem anos depois, as Olimpíadas voltarão a ser realizadas na cidade-luz. O novo projeto para as Olimpíadas combina responsabilidade econômica, social e ambiental.

Segundo o Comitê Olímpico, diante dos desafios sociais do século 21, Paris 2024 colocou questões de legado e sustentabilidade no centro de seu projeto desde a fase de licitação, para inspirar novos padrões: jogos a serviço dos territórios, que constituem oportunidades para a economia local, uma pegada de carbono partilhada por dois em relação às edições anteriores, em linha com os princípios da economia circular.

Sustentabilidade

Um dos focos principais dos Jogos Olímpicos 2024 é a sustentabilidade. Por isso, a ideia é aproveitar os vários pontos turísticos de Paris como cenário para jogos e competições. Portanto, provavelmente será possível ver alguma competição com a famosa torre ao fundo, por exemplo. Inclusive, o rio Sena servirá de palco para a cerimônia de abertura – pela primeira vez na história ela não ocorrerá dentro de um estádio.

De acordo com a organização do evento, 14 locais excepcionais compõem um conceito compacto, com 24 esportes olímpicos (de 32) localizados a 10 km da Vila. Dentre estes pontos estão o Grand Palais, a ponte Alexandre III e o Hôtel National des Invalides. “Ao usar 95% de locais existentes ou temporários, optamos ativamente por minimizar nosso impacto ambiental. Reduzir o número de novos projetos de construção significa que somos capazes de restringir significativamente a pegada de carbono e dar o centro do palco à riqueza da arquitetura francesa, transformando os marcos mais impressionantes de Paris em arenas esportivas”, afirma o Comitê Olímpico.

Vilas Olímpica e Paralímpica

Uma das poucas obras a ser feita na cidade é a construção das Vilas Olímpica e Paralímpica. Localizada a cerca de 7 km ao norte do centro de Paris e a menos de 5 minutos do Stade de France, a vila será o epicentro do projeto Paris 2024. Construída num raio de 500 m, inclui três áreas principais: a Praça da Vila Olímpica, uma zona internacional aberta ao rio Sena, uma área residencial em torno da Cité du Cinéma e uma área operacional ligada às redes rodoviárias (A86 e A1). A vila será servida pelo futuro hub do metrô da Grande Paris (2 RER e 5 linhas de metrô).

De acordo com a organização, este projeto foi concebido como o derradeiro eco-distrito do futuro para os residentes no departamento de Seine-Saint-Denis. Além disso, com o Centro Aquático, os moradores locais poderão desfrutar de três novas piscinas em uma área onde atualmente existem muito poucas dessas. “Ambos os projetos de construção terão baixa pegada de carbono e, acima de tudo, atenderão às necessidades de longo prazo da área local e de sua população”, afirmam os organizadores.

Reforma da Torre Eiffel

Para se preparar para os Jogos Olímpicos, um dos monumentos mais famosos do mundo irá passar por modificações. A pintura é uma das principais mudanças, já que ganhará um tom mais amarelado. Além disso, a região onde ela está localizada deve passar por modificações. O projeto da firma Gustafson, Porter and Bowman prevê transformar a ponte sobre o rio em um espaço exclusivo para pedestres e criar uma cascata quase contínua de folhagem do Trocadero até o final do Campo de Marte.

Mobilidade

Outra prioridade dos Jogos Olímpicos de 2024 é a questão da mobilidade. Portanto, 100% dos atletas treinarão a menos de 20 minutos da Vila Olímpica, e 60% deles treinarão lá dentro mesmo. 85% dos atletas serão acomodados a menos de 30 minutos do local da competição.

O polêmico arranha-céu triangular

Uma obra que deve ficar pronta para os Jogos Olímpicos, mas que não faz parte da infraestrutura do projeto, é o polêmico Tour Triangle. Este arranha-céu em formato de triângulo conta com 42 andares e 180 m de altura. Entretanto, o projeto tem sido alvo de críticas, uma vez que sua arquitetura é bem diferente de toda a atmosfera da cidade – e Paris é uma cidade que tem uma tensão duradoura quando se trata de preservação do passado versus inovação para o futuro. 

Fonte
Comitê Olímpico Paris 2024

Contato
media@paris2024.org

Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP