Uso do concreto pré-fabricado ganha destaque no Concrete Show
O concreto pré-fabricado já é usado em rodovias, hotéis, edifícios e até mesmo dormentes. Neste ano, novamente ele foi assunto do Concrete Show. Na abertura do seminário “Avanços e viabilidade da pré-fabricação em concreto na América Latina”, a presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic), Íria Lícia Oliva Doniak, destacou que a discussão acerca do tema foi iniciada na última edição do Concrete Show e que o público tem demonstrado interesse no assunto e pedido mais informações.
“O uso de concreto pré-fabricado é um tema atual e que precisa ser expandido. No último Concrete Show iniciamos essa discussão e ela foi muito bem aceita pelo público. Hoje trouxemos aqui palestrantes renomados, com experiências internacionais para nos atualizar sobre o tema”, apontou Íria.
A seguir, o primeiro painel foi ministrado pelo engenheiro chileno Rodrigo Sciaraffia, fundador e diretor regional latam da Discovery Predcast. Durante sua apresentação, ele contou que sua experiência com a técnica começou em 2008, ao gerenciar a obra de um viaduto na cidade de Santiago, no Chile.
“Desde então me dediquei a saber mais sobre esse modelo e descobri infinitas possibilidades. Podemos utilizá-lo em obras diversificadas, como pontes, estádios, casas, prédios, enfim, é um método veloz, menos custoso, mais limpo e que proporciona melhor coordenação na obra. Além disso, esse material se mostrou muito eficiente em casos de desastres naturais”, destaca Sciaraffia.
Obras na América Latina
De acordo com o engenheiro, Brasil e México lideram o uso de pré-fabricados em concreto na América Latina. Sciaraffia também mencionou obras em andamento na América Latina que utilizam a técnica, como a construção de um prédio de 50 andares no Chile.
No entanto, ele acredita que ainda há um longo caminho a percorrer para que os pré-fabricados se tornem mais populares. “Precisamos de forças para que surjam novas entidades, novas pesquisas, estudos e, consequentemente, incentivos. Hoje 95% do mercado constrói sem pré-fabricados em concreto, ou seja, ainda há muito o que ser feito”, opina.
Fontes
Concrete Show
Rodrigo Sciaraffia é engenheiro, fundador e diretor regional latam da Discovery Predcast.
Engenheira civil Íria Doniak, presidente-executiva da Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto).
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Paredes de concreto apresentam ótimo custo benefício e competitividade
Desde a criação da NBR 16055 - Parede de concreto moldada no local para a construção de edificações – Requisitos e procedimentos, em 2012, o uso de paredes de concreto ganhou maior aderência e popularidade no mercado. Em 2021, no entanto, a norma passou por uma atualização, com o objetivo de atender a projetos de prédios altos, ampliando ainda mais seu uso. Durante o Concrete Show, o engenheiro Ary Fonseca Junior, diretor da SIGNO, falou sobre o uso desta tecnologia e as vantagens competitivas que ela oferece.
“Após a publicação da norma sobre o assunto, o mercado teve uma expansão no uso de paredes de concreto. Programas públicos de habitação ajudaram a alavancar esse processo que se encontra hoje em plena popularização”, explica Junior.
Histórico do uso de paredes de concreto
Durante sua palestra, o engenheiro Paulo Francisco Graziano, sócio-diretor da Pasqua & Graziano, também abordou as vantagens da utilização de paredes de concreto. “Embora esse método tenha começado de uma forma tímida no Brasil nos anos 1970, só foi aprofundado há cerca de 15 anos. Hoje temos um sistema consolidado, que reconhece e utiliza as paredes de concreto. Esse tipo de construção dispõe de enormes vantagens competitivas, entre elas a redução de custos com outros materiais, como vigas e estribos. Também minimiza os ciclos operacionais e favorece a agilidade da obra”, destaca.
Ao longo da palestra, Junior também lembrou que os estudos para aplicação desse modelo de construção no Brasil começaram em 2006, em um esforço conjunto da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), ABESC (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem) e IBTS (Instituto Brasileiro de Telas Soldadas).
Ainda segundo Junior, desde a criação da norma já foram contabilizadas mais de 4 milhões de construções no país que fizeram uso do método. “A parede de concreto é uma ótima opção para o Brasil, porque se adequa a todas as tipologias e pode ser usada em vários tipos de construções, desde casas térreas até edifícios altos”, pontua.
Vantagens do uso das paredes de concreto
Dentre as vantagens competitivas do uso do concreto em paredes, Junior destacou o custo/benefício que ajuda a potencializar ganhos de competitividade devido ao aumento da produtividade, a otimização da mão de obra, além da baixa geração de resíduos e a velocidade na execução.
Cuidados com relação ao uso de paredes de concreto
Entretanto, para alcançar um nível de excelência, Junior alerta que não é possível mais tolerar improvisos nessas obras. “É preciso tratar da industrialização da cadeia e da engenharia integrada, somente assim atingiremos a plena eficiência”, sugere.
Em seu e-book sobre logística no Sistema Parede de Concreto, Junior pontua que é preciso atentar a alguns aspectos:
- A padronização e coordenação modular eliminam as improvisações e facilitam a execução, aumentando a produtividade de execução.
- O projeto das instalações sofreu uma alteração com a exigência de manutenibilidade feita pela Norma de Desempenho (NBR 15575). Como no sistema parede de concreto a maioria das paredes é estrutural, seria impossível fazer a manutenção de instalações hidráulicas ou sanitárias embutidas. Portanto, todas as passagens hidrossanitárias devem estar localizadas em shafts externos às paredes.
- Em construções que usam paredes de concreto, o sistema funciona como uma fábrica (montagem de componentes), com diversas atividades simultâneas, que podem ser interligadas ou independentes. Ainda, os ciclos são curtos e rápidos. Por isso, o planejamento da obra e escolha dos fornecedores é fundamental para instalação de paredes de concreto. É preciso garantir entregas pontuais, para que tudo funcione bem, além de uma coordenação de atividades. O gerenciamento de estoque no canteiro de obras também é bem importante.
Na palestra de Graziano, o engenheiro também mencionou que a eficiência do sistema parede de concreto demanda arquitetos, projetistas de estruturas, de fundações e instalações com visão sistêmica e forte preocupação com modularidade e integração entre as diferentes disciplinas.
Vale lembrar que, de acordo com a norma ABNT NBR 16055, a recomendação é que o concreto autodensável seja usado nas paredes, por ser mais compatível com esta tecnologia.
Fontes
Ary Fonseca Jr. é graduado em Engenharia Civil com Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Construção Civil (Fundação Vanzolini), Gestão de Negócios (Fundação Getulio Vargas) e MBA executivo em Gestão Estratégia e Administração (Ensead - Fundação Dom Cabral). Acumula mais de 30 anos de experiência na área de Engenharia Civil, com diversificada trajetória profissional (siderurgia, infraestrutura e edificações): enfoques técnicos e de negócios. Hoje é diretor da SIGNO.
Francisco Paulo Graziano possui graduação em Engenharia Civil pelo Instituto Mauá de Tecnologia (1976) e mestrado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica (1989). Atualmente é sócio-diretor – Pasqua & Graziano Consultoria Concepção Estrutural e Projetos S/S Ltda. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Estruturas de Concreto.
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Pavimento de concreto permeável é tema do Concrete Show
O pavimento de concreto já é conhecido por ser mais durável e até tem oferecido vantagens econômicas ultimamente. Mas esta também pode ser uma tecnologia sustentável. Foi o que Nestor de Buen Unna e Alejandro Vázquez Gomez, sócios da empresa mexicana Ecocreto, mostraram durante o Concrete Show 2022.
Durante a palestra no evento, os empresários falaram sobre pavimento de concreto permeável desenvolvido pela sua companhia. “Esta é a primeira solução do mercado 100% permeável e ecológica”, afirmaram.
Composição
O pavimento permeável é produzido com uma mescla de brita, cimento, água e aditivo. “A Ecocreto desenvolveu também um aditivo próprio feito a partir de minerais, que é mais adequado a climas extremos, após observar que os aditivos tradicionais com elementos de poliméricos eram mais suscetíveis a falhas em climas muito frios, quando submetidos ao degelo por meio de sais”, explicam.
De acordo com os fabricantes, a mistura desses produtos forma uma pasta semelhante ao concreto hidráulico, tão maleável quanto este. No entanto, ao secar deixará uma superfície muito porosa que permite a livre passagem da água e tem grande resistência à compressão e flexão.
O sistema construtivo é baseado em materiais granulares controlados que devem ser confinados e limpos. Este tipo de pavimento 100% permeável substitui as bases de outros pavimentos existentes com muitas vantagens de resistência e durabilidade. Em muitos casos, são utilizados pequenos poços de absorção, cujas características e número dependerão da capacidade de absorção de água do subsolo e dos índices pluviométricos.
Aplicações do pavimento de concreto permeável
De acordo com Unna e Gomez, o pavimento é flexível e tem alta resistência à compressão e ao desgaste. Com isso, pode ser aplicado em calçadas, estacionamentos, pátios de carga e praças.
Vantagens da tecnologia
Ainda, uma das principais vantagens do pavimento de concreto permeável é a redução de ilhas de calor, um problema comum nos pavimentos asfálticos. “Enquanto o pavimento asfáltico submetido ao clima quente pode chegar a temperaturas de até 50 graus, o pavimento permeável com a mesma exposição alcança apenas uma média de 36 graus”, exemplificaram.
Outro grande benefício destacado por Unna e Gomez foi a possibilidade de que a água da chuva seja armazenada e canalizada para ser reutilizada.
Por fim, os empresários também destacaram que esse pavimento permite o uso de pisos com diferentes formatos e cores.
Fontes
Nestor de Buen Unna é arquiteto e fundador da Ecocreto.
Alejandro Vázquez Gomez é sócio-diretor da Ecocreto.
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Confiança do empresário da construção mantém-se estável em julho
Em julho de 2022, o Índice de Confiança do Empresário da Construção (ICEI) manteve-se estável, com 57,8 pontos. De maio para junho, este indicador havia registrado aumento de 1,3 ponto. Ao comparar com a média histórica do índice, que é de 53,8 pontos, este resultado é positivo. Nesta mensuração, os indicadores recebem pontos em uma escala que varia de 0 a 100. Dentro deste contexto, resultados acima ou abaixo de 50 mostram confiança ou desconfiança, respectivamente.
Por outro lado, ao comparar com o mesmo período de 2021, houve uma queda, já que na época o índice foi de 62 pontos, conforme informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Os dados foram apurados na Sondagem da Indústria da Construção da CNI, realizada em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Para esta pesquisa realizada em julho de 2022, foram coletadas informações de 401 empresas — 146 pequenas, 167 médias e 88 grandes — entre 1º e 11 de julho.
Para o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, este patamar indica que a indústria vê uma melhora nas condições quando comparado aos seis últimos meses. “Além disso, o Índice de Expectativas mostra que há uma esperança de melhora da economia entre os industriais”, pontua.
Índice de confiança da Construção (ICST)
Ao mesmo tempo em que o ICEI se manteve estável, o Índice de Confiança da Construção (ICST) avançou 1,2 ponto em junho, chegando a 97,5 pontos. No entanto, logo em seguida, recuou 0,7 ponto em julho, indo para 96,8 pontos.
Já o Índice da Situação Atual (ISA-CST), que avalia a situação atual dos negócios e carteira de contratos no momento, apontou perspectivas mais positivas. O índice cresceu 0,9 ponto e chegou a 94,8 pontos. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, responsável pela pesquisa, este resultado foi influenciado principalmente pela melhora do indicador que mede o volume da carteira de contratos, que aumentou 1,4 ponto, chegando a 97,3 pontos. No quesito “satisfação com a situação atual dos negócios”, a pontuação foi de 92,3, um aumento de 0,5 ponto.
Ainda, o Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção foi outro que cresceu. Ele subiu 0,8 ponto porcentual (p.p), o que fez com que chegasse a 77,9%. Esse resultado corresponde ao maior valor desde dezembro de 2014 (78,4%). Outros índices que também aumentaram foram o Nuci de Mão de Obra e o Nuci de Máquinas e Equipamento, com crescimento de 0,5 e 1,6 p.p, para 78,9% e 73,9%, respectivamente.
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Marcelo Azevedo é gerente de Análise Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
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Por que prédio incendiado na 25 de março será demolido?
Em julho de 2022, um edifício na Rua Barão de Duprat, na região da Rua 25 de Março, passou por um grave incêndio. O incidente começou em um domingo (10) e só foi extinto na quinta-feira, dia 14. No total, foram mais de 70 horas para conseguir apagá-lo. O fogo iniciou no térreo de um prédio de dez andares e, posteriormente, se espalhou para outros imóveis na região, atingindo também duas lojas e parte do prédio da Paróquia Ortodoxa Antioquina da Anunciação a Nossa Senhora.
De acordo com o Instituto Sprinkler Brasil, em 2021, foram contabilizadas 2.301 ocorrências de incêndios estruturais de janeiro a dezembro, noticiadas pela imprensa. A categoria que gerou o maior número de notícias na imprensa foram os estabelecimentos comerciais (lojas, shopping centers e supermercados), com 418 registros, seguida por outros (376). Além disso, o aumento de ocorrências noticiadas pela imprensa foi de 85% em relação ao ano de 2020.
Ainda, dados estatísticos do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo mostram que até junho de 2022, já foram registrados 1.876 incêndios em edificações não sujeitas ao Regulamento de Segurança Contra Incêndios (RSCI) e áreas de risco. Em edificações sujeitas ao RSCI, esse número foi de 1.026.
Contenção de incêndios
Embora este edifício seja antigo, hoje, por outro lado, já há tecnologias que permitem a contenção de incêndios. “É o caso, por exemplo, das regiões compartimentadas, portas corta-fogo, materiais com baixa propagação de chamas e também o combate imediato a princípios de incêndio, tais como os chuveiros tipo sprinkler e distribuição de espuma antichamas”, explica o engenheiro Luis Otavio Rosa, membro do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo (IBAPE/SP).
Além disso, segundo Rosa, a engenharia tem tecnologia para construir edifícios que resistam aos tipos de incêndio mais frequentes, aumentando a espessura dos materiais ou incorporando itens com maior resistência ao fogo, que tornam os custos da construção mais elevados.
Por que fazer a demolição?
Logo após o incêndio, em meados de julho, a Prefeitura de São Paulo fez uma proposta de demolição, que foi aceita pelo Edifício Comércio e Indústria. Ainda, a Prefeitura apontou que há risco de desabamento, apesar de não haver mais probabilidade de ruptura.
De acordo com Rosa, esta é a opção mais viável, uma vez que as altas temperaturas durante o incêndio causaram danos na parte estrutural (vigas, pilares e lajes) feitas de aço e concreto. “Estes danos diminuíram a resistência desses materiais. Assim, para recuperar a resistência suficiente para garantir a estabilidade do edifício seriam necessários reforços estruturais de custo elevado. Neste caso, a demolição foi a opção mais viável para evitar a ruína ou colapso descontrolado do edifício, que poderia causar danos aos imóveis vizinhos e às pessoas próximas”, aponta Rosa.
Além disso, a implosão, neste caso, não é viável. “A demolição deste edifício está sendo feita de cima para baixo, demolindo parede por parede, um andar de cada vez, com acesso externo para evitar sobrecarregar a estrutura já danificada e garantir segurança para os trabalhadores. Quando vários andares da parte superior já tiverem sido demolidos, haverá um alívio da carga sobre a estrutura e então a demolição poderá ser feita com acesso interno, depois de avaliação técnica para garantir a segurança”, conclui Rosa.
Fonte
Luis Otavio Rosa é engenheiro membro do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo (IBAPE/SP).
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Governança Corporativa na construção civil
Depois de alguns escândalos envolvendo construtoras e políticos, algumas empresas do setor resolveram apostar na Governança Corporativa para evitar novos episódios de corrupção.
De acordo com Marcelo Lico, especialista em Governança Corporativa e sócio-fundador do Grupo Crowe Macro, a Governança Corporativa envolve a gestão, definição de estratégias, transparência e monitoramento de informações de uma entidade. “As boas (e melhores) práticas de Governança agregam valor para a empresa e notadamente para os maiores interessados, sejam acionistas, investidores, credores e sociedade em geral”, explica Lico.
Mas esta prática inclui diferentes aspectos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC):
- Transparência nas informações prestadas para diferentes stakeholders;
- Equidade, isto é, tratamento justo e isonômico de todas as partes envolvidas em uma empresa – de clientes a funcionários e parceiros;
- Prestação de contas de maneira clara, concisa e transparente;
- Responsabilidade corporativa: a ideia é que os agentes cuidem da viabilidade econômico-financeira das organizações.
Na opinião de Roberta Bigucci, diretora da construtora MBigucci, a governança corporativa se relaciona ao ato de cuidar bem das pessoas. “Com isso, automaticamente você estará cuidando bem da empresa e fazendo uma boa gestão empresarial, na qual as pessoas se engajam como se fossem pequenos empreendedores, como se a empresa fosse delas. Isso está atrelado à transparência, equidade, responsabilidade socioambiental e prestação de contas”, aponta Roberta.
Benefícios da governança corporativa
Para Roberta, a governança traz uma melhora na qualidade, na produtividade e na eficácia do resultado. “Há uma mudança positiva na cultura organizacional da empresa, com informações, objetivos e metas claras. Isso contribui muito para tomada de decisão”, explica.
Já Lico acredita que os benefícios envolvem na prática o aumento do “valor da empresa”. “Uma boa governança permite maior visibilidade, bem como acesso a capital para investimentos e crescimento da empresa”, pontua.
Desafios de implementar a governança corporativa
Ao implantar a governança corporativa em empresas da construção civil, Roberta aponta que um dos grandes desafios é mudar paradigmas.
“O ‘sempre foi assim’ está ultrapassado. Quando se fala em mudar, as pessoas sempre pensam em aumento de custos. Mas é preciso ver o final, e o resultado final sempre será a redução de custos, pois terá o aumento da produtividade”, destaca Roberta.
Para Lico, os desafios começam com a mudança da cabeça do “dono” ou fundador, notadamente nas empresas familiares. “Deve ter foco em melhoria de processos, nos controles internos e transparência nas informações, contando inclusive com o acompanhamento e revisão de profissionais independentes como consultores e auditores. Obviamente, que o investimento em profissionais e em uma gestão profissional também agregam valor”, justifica.
Aderência das construtoras
Com relação à aderência das construtoras, Roberta aponta que algumas já têm adotado esta prática, com os resultados positivos aparecendo, enquanto outras empresas estão “copiando” boas práticas – o que, para ela, já é um excelente começo.
“Aqui na construtora, por exemplo, tivemos a oportunidade de divulgar nossas práticas em um grande evento do mercado imobiliário, e também publicamos em nosso relatório anual de sustentabilidade enviado ao Pacto Global da ONU. Algumas empresas nos retornaram perguntando se poderiam fazer ‘as mesmas coisas’, ou se poderiam criar ações parecidas com as que divulgamos”, conta Roberta.
Lico observa que as empresas como um todo têm se preocupado com melhorias em governança. “O setor imobiliário, que trabalha com capital intensivo de terceiros, necessita estar mais atento em melhorias constantes em suas práticas de governança. Desta forma, uma contabilidade adequada, sistema de gestão eficiente, processos, regras de compliance, auditoria interna e externa e prestação de contas contínua são fundamentais para o acesso de capital. Para as empresas que se preocupam com esses itens, o custo de captação é menor e a sua visibilidade perante o mercado e stakeholders é positivamente observada”, conclui.
Entrevistados
Roberta Bigucci é diretora da construtora MBigucci, onde trabalha há 36 anos. É advogada, arquiteta e urbanista, pós-graduada em Administração Financeira, gestora de Educação Corporativa e técnica em Transações Imobiliárias. Sempre com um olhar inovador, é a responsável pelos Big’s da MBigucci (Big Riso, Big Vida, Big Conhecimento, Big Vizinhança e Big Ideias), projetos sociais e ambientais voltados às práticas de ESG e que também envolvem clientes e comunidade. Coautora dos livros “Mulheres do Mercado Imobiliário – Desafios e Conquistas” e “Tricotando Negócios - Empreendedorismo na Prática por Mulheres de Sucesso”, Roberta Bigucci também é representante do SECOVI-SP na Fecomercio/SP, como delegada suplente.
Marcelo Lico é especialista em Governança Corporativa e Sócio-Fundador do Grupo Crowe Macro.
Contatos
Roberta Bigucci - Assessoria de Imprensa - Imprensa@mbigucci.com.br
Marcelo Lico - marcelo.lico@crowe.com.br
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SoftwareONE entra no mercado da construção civil com solução em nuvem
Cada vez mais a tecnologia é uma exigência no mercado de construção civil – basta ver o uso da impressão 3D, do Business Intelligence e do Metaverso. Com o intuito de gerenciar uma obra do início ao fim, integrar todos os seus participantes e ainda agregar a tecnologia BIM 5D, é que a ferramenta MTWO Construction Cloud foi criada.
Desenvolvida pela provedora de softwares e tecnologia em nuvem, a SoftwareONE lançou a plataforma, que pode ser usada desde o planejamento e orçamento de um projeto. A promessa dessa ferramenta é de integrar, ao máximo, escritório e canteiro de obras; e projeto e construção. Tudo isso para que construtoras, empreiteiras e incorporadoras tenham cada vez mais produtividade e menos riscos.
Funcionalidades e benefícios da MTWO Construction Cloud
Com a MTWO, os profissionais do setor de construção podem acompanhar e gerir todo o ciclo de vida dos projetos com o BIM (Building Information Modeling). No entanto, o grande diferencial desta ferramenta é que ela coloca este conteúdo na nuvem, o que permite que vários participantes de um projeto tenham acesso a ela – inclusive, podendo estar em diferentes lugares e a qualquer momento. Desta forma, os profissionais envolvidos poderão colaborar em diferentes momentos do projeto e a qualquer momento.
Outro diferencial é que a plataforma produz insights a partir da Inteligência Artificial, Big Data e análises avançadas. Com isso, os profissionais envolvidos podem ser mais assertivos e rápidos nas tomadas de decisão com relação à obra.
Ainda, a ferramenta permite que seus usuários usem regras de extração predefinidas no Sistema de Construção, facilitando, assim, as quantidades automatizadas a partir de modelos 3D.
Para facilitar a realização de orçamento, a MTWO possibilita que os profissionais utilizem modelos 3D e dados de projetos anteriores para criar as estimativas de construção mais completas e precisas.
No momento da realização dos orçamentos, é possível encontrar várias facilidades. Os profissionais podem realizar um gerenciamento de custos dinâmico, além de enviar convites para concorrências e obter cotações de fornecedores por meio do portal online. Ainda, é possível comparar cotações automaticamente e avaliar o desempenho dos fornecedores para rápida tomada de decisão.
Por fim, no momento de fazer o planejamento de uma obra, a MTWO oferece a possibilidade de produzir cronogramas gráficos com a linha de balanço para ver conflitos em potencial e realizar simulação 5D para detectar o risco na construção em estágios iniciais. Este processo pode ajudar a evitar erros dispendiosos na fase de construção.
Fonte
SoftwareONE
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marketing.br@softwareone.com
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PIB da construção civil cresce pelo sétimo trimestre consecutivo
O PIB da construção civil teve alta de 0,8% no 1º trimestre de 2022, quando comparado aos últimos três meses de 2021, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Este crescimento vem sendo observado há sete trimestres consecutivos.
Ainda segundo a CNI, esta sequência de resultados positivos iniciou no 3º trimestre de 2020 e ainda não havia sido vista antes na série histórica do PIB indicador, iniciada em 1996.
Nível de atividade
Nesta área, os resultados também foram positivos: o primeiro semestre de 2022 apresentou o maior nível de atividades desde outubro de 2021. Conforme a Sondagem Indústria da Construção Civil, realizada pela CNI, com o apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o nível de atividade do setor, na média do 1º trimestre/22, atingiu 49 pontos, o que representa maior patamar, para o período, dos últimos 10 anos. Este índice foi maior que o da sua média histórica (iniciada em 2010), que é de 45 pontos.
De acordo com as entidades, a construção de edifícios e os serviços especializados para construção continuam impulsionando o nível de atividade da construção civil.
Já na comparação mensal, o mês de março de 2022 apresentou os melhores resultados desde outubro de 2021, com 51,3 pontos. Nos últimos cinco meses, foi a primeira vez que ultrapassou o patamar de 50 pontos. Segundo a CBIC e a CNI, isto significa que o setor encerrou o primeiro trimestre do ano com crescimento. Além disso, ao considerar apenas os meses de março, o setor teve o maior patamar desde 2012.
Capacidade de operação da construção civil
Outro índice positivo para o setor da construção civil é que a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) cresceu 3 pontos em relação ao mês anterior, alcançando 68%. Este resultado representa o maior patamar desde 2014, quando se situava em 69%. Para as entidades, este dado mostra que a atividade do setor permanece aquecida, mesmo com o conflito entre Rússia e Ucrânia.
Confiança da construção civil
Com todos estes resultados, o Índice de Confiança do Empresário da Construção também se manteve em alta. Em abril/22, foi de 55,5 pontos, enquanto em março/22 este indicador estava em 55,3 pontos. Outro dado positivo é que o indicador de expectativas aumentou de 58,4 pontos em março/22 para 59 pontos em abril/22.
Geração de novas vagas na construção civil
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a Construção Civil manteve resultados positivos no mercado de trabalho formal. O mês de fevereiro, em especial, registrou o maior saldo de novas vagas dos últimos 11 meses, com 39.453 oportunidades.
Entre 21 meses, considerando junho de 2020 e fevereiro de 2022, a Construção Civil teve saldo negativo somente em dezembro/20 e dezembro/21, devido ao efeito sazonal.
Fontes
Confederação Nacional da Indústria (CNI)
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)
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Arábia Saudita lança projeto de prédio com 170 km de extensão
A Arábia Saudita anunciou recentemente a mega construção do prédio The Line, que contará com 170 km de extensão, 500 metros de altura e 200 metros de largura. Idealizado pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, o edifício faz parte da cidade intitulada NEOM, que foi planejada e idealizada, mas ainda não começou a ser construída.
O The Line foi projetado para acomodar 9 milhões de pessoas, em uma área de 34 km². Segundo os organizadores, isso significará uma pegada de infraestrutura reduzida, criando eficiências nunca antes vistas nas funções da cidade. No site do projeto, é informado que os moradores terão acesso a todas as instalações em uma caminhada de cinco minutos, além do trem de alta velocidade – com trânsito de ponta a ponta de 20 minutos.
Sem estradas, carros ou emissões, o prédio funcionará com energia 100% renovável e 95% da área será preservada para a natureza. Sobretudo, a ideia do projeto é priorizar a saúde e o bem-estar das pessoas em relação ao transporte e infraestrutura, ao contrário das cidades tradicionais.
De acordo com os organizadores, a NEOM é “uma tentativa de fazer algo que nunca foi feito antes e está chegando em um momento em que o mundo precisa de novos pensamentos e novas soluções. Simplificando, ele será um destino, um lar para pessoas que sonham grande e querem fazer parte da construção de um novo modelo de vida, trabalho e prosperidade sustentáveis”.
Para Mohammed bin Salman, príncipe da Arábia Saudita e presidente do quadro de diretores da NEOM, o The Line traz como base uma mudança radical no planejamento urbano. “Os projetos revelados hoje para as comunidades em camadas verticais da cidade desafiarão as tradicionais cidades planas e horizontais e criarão um modelo para preservação da natureza e maior habitabilidade humana. Não podemos ignorar as crises de habitabilidade e ambientais que as cidades do nosso mundo enfrentam, e a NEOM está na vanguarda do fornecimento de soluções novas e imaginativas para resolver esses problemas”, pontua.
Principais características do The Line
Veja algumas das principais características da construção:
- Urbanismo de Gravidade Zero
A ideia de sobrepor as funções da cidade verticalmente enquanto dá às pessoas a possibilidade de se moverem perfeitamente em três dimensões (para cima, para baixo ou através) para acessá-las é um conceito conhecido como Urbanismo de Gravidade Zero. Diferente de apenas edifícios altos, este conceito sobrepõe parques públicos e áreas de pedestres, escolas, residências e locais de trabalho, para que se possa mover sem esforço para alcançar todas as necessidades diárias em cinco minutos.
- Construção industrializada
O design da cidade será completamente digitalizado e a construção industrializada em grande medida, avançando significativamente nas tecnologias de construção e nos processos de fabricação.
- Fachada espelhada
THE LINE terá uma fachada espelhada externa que dará seu caráter único e permitirá que até mesmo sua pequena pegada se misture com a natureza.
- Clima perfeito o ano todo
O empreendimento foi planejado para permitir um equilíbrio entre luz natural, sombra e ventilação. Da mesma forma, as áreas verdes vão ajudar a manter o conforto térmico daqueles que irão trabalhar, morar ou visitar o edifício.
Fontes
NEOM/ Mohammed bin Salman
Contato
https://www.neom.com
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Cidade de Vitorino realiza pavimentação com concreto em área urbana
O município de Vitorino (PR) escolheu utilizar a técnica do whitetopping, na qual o pavimento de concreto é inserido por cima do asfalto deteriorado, para três ruas da sua cidade. Esta iniciativa fez com que a cidade fosse a primeira cidade do Sudoeste a adotar esta técnica em perímetro urbano.
O projeto inclui a recuperação de três ruas: Sabino Rosa, José Rodrigues e Olandino Mafioletti, até as esquinas com a rua Coronel Domingos Soares.
“O principal foco deles é a durabilidade. Os prefeitos da região entenderam que um projeto de concreto, que muitas vezes tem o mesmo custo que o asfalto (ou às vezes até menos), e uma durabilidade muito maior, não faz sentido continuar adotando este material. Com o aumento do preço do asfalto, o pavimento de concreto tem se tornado mais atraente. Sobretudo, a Prefeitura demonstrou estar muito feliz com o resultado”, conta Alexsander Maschio, gerente regional Sul da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).
Para a realização deste projeto, num primeiro momento, havia sido planejada a restauração de quatro ruas, mas houve licitação apenas para três, segundo Maschio. “É uma área que tem em torno de 2.500 m², com pavimento de concreto sobre um calçamento existente, que é o whitetopping”, explica Maschio.
Além disso, é uma obra voltada para o tráfego leve e a Prefeitura fez com recursos próprios. “Eles queriam testar a solução antes de fazer outras obras”, aponta Maschio.
Outras obras na região
Próximo a esta região, mas no Estado de Santa Catarina, tem sido realizada uma outra obra utilizando a técnica de whitetopping, na cidade de São Lourenço do Oeste, que é bem próxima de Vitorino. A obra fica na rua Jardelino da Silva Paz, possui 338 m de extensão e área de pavimentação de 2.368,35 m².
De acordo com Francielle Honesko, engenheira civil do município de São Lourenço do Oeste, trata-se de uma rua com extensão curta, que havia necessidade de pavimentação há anos, pois parte dela era existente com o leito natural sem pavimentação, e parte com pavimentação em calçamento. Também, foi a primeira via pavimentada em concreto no Município, e a ideia foi realmente fazer um teste, para verificar pontos de dificuldade na execução e aceitação da comunidade.
“Esperamos os benefícios já conhecidos, como durabilidade e solidez. Encontramos em muitas ruas do Município problemas de base, devido ao solo existente com baixa resistência à compressão, o que acaba gerando altos custos de reforço do subleito, ou quando este não é executado, reflete em patologias futuras na via. Com a pavimentação em concreto, espera-se eliminar tais patologias, considerando que o mesmo resiste bem à compressão, diferentemente do pavimento flexível (CBUQ). Assim, se isolado somente o valor dos pavimentos, o pavimento em concreto é mais caro que o pavimento em CBUQ, porém se analisarmos o custo total da obra, considerando os reforços que muitas vezes são executados em grande parte da via, a diferença torna-se insignificante, sem mencionar os benefícios esperados”, aponta Francielle.
O contrato tem prazo de vigência até setembro de 2022. A pavimentação foi executada em duas etapas, nos dias 26 e 28 de julho, restando serviços de finalização de bocas de lobo e execução de sinalização viária. “Então acredita-se que deve ser finalizada dentro de 15 dias”, afirma Francielle.
Para Maschio, estas obras são reflexo da PRC-280, entre o município de Palmas-PR e o entroncamento com a BR-153, que foi a primeira do Estado a receber pavimento de concreto, e passa ali perto. “Ainda, a ABCP promoveu treinamentos nas Prefeituras para a realização destes projetos”, comenta Maschio.
Esta obra em Vitorino deve influenciar também outras cidades da região, na opinião de Maschio. “Esta é uma microrregião, que fica perto de Pato Branco, tem entre dez e doze cidades próximas como Coronel Vivida, Mariópolis, Clevelândia, além de alguns municípios do norte de Santa Catarina. Juntas, elas reúnem cerca de 300 mil habitantes. Acredito que uma delas fazendo, poderá multiplicar para as demais”, opina Maschio.
Vantagens do pavimento de concreto
De acordo com o caderno técnico “Vantagens do Pavimento de Concreto”, feito pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR) em cooperação com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), as vantagens do pavimento de concreto são:
- Grande durabilidade com pouca manutenção;
- Menos deformações nas vias;
- Melhor visibilidade por reflexão e economia de energia elétrica;
- Melhoria da sensação térmica;
- O concreto é totalmente reciclável ao fim de sua vida útil, além de não ter o risco de lixiviação, isto é, contaminação do lençol freático.
Fontes
Alexsander Maschio é gerente regional Sul da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).
Francielle Honesko é Engenheira Civil do município de São Lourenço do Oeste.
Contatos
alexsander.maschio@abcp.org.br
franhonesko@gmail.com
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP