O que os presidenciáveis propõem para o setor de infraestrutura?
As eleições para presidente em 2022 se aproximam e, mais do que nunca, é fundamental entender o que os candidatos propõem quando o assunto é infraestrutura, construção civil e habitação.
Para isso, o Massa Cinzenta avaliou as propostas de governo e promessas em entrevistas e comícios dos quatro candidatos que estão à frente nas pesquisas: Ciro Gomes, Jair Bolsonaro, Luís Inácio Lula da Silva e Simone Tebet.
Confira o que cada um deles prevê em seu plano de governo:
Ciro Gomes (PDT)
Em seu plano de governo, Ciro Gomes cita que pretende retomar obras de infraestrutura e logística social. “Incluindo as atualmente paradas, o que será essencial para recuperarmos o crescimento perdido nas últimas décadas e estimularmos o setor privado a investir fortemente no país”, afirma em seu plano de governo. Inclusive, durante sua visita à Curitiba, o candidato falou em retomar 14 mil obras públicas que, segundo ele, estão paralisadas em todo o país.
A ideia do candidato é focar nas obras de habitação, saneamento, transporte público e mobilidade urbana. “Elas geram emprego e renda mais rapidamente e impactam diretamente na vida da população”, destaca em seu plano de governo.
De acordo com reportagem do jornal Correio Braziliense, Ciro Gomes disse: “Vamos invadir a favela; subir o morro; encostar no povo que vive em condições precárias. Vamos titular a terra e fazer um grande programa de recuperação (da infraestrutura), com a construção de moradias populares, drenagem, pavimentação e saneamento básico”.
Em seu plano de governo, o candidato também apresenta como projeto recuperar e ampliar a capacidade das refinarias da Petrobrás, o que também pode influenciar no setor de construção civil.
Jair Bolsonaro (PL)
O plano de governo do atual presidente prevê a ampliação da cobertura e qualidade do transporte ferroviário. Esta medida integra o Programa Pró Trilhos, que tem como objetivo ampliar a malha ferroviária a partir de investimentos privados.
Outra aposta de Jair Bolsonaro é nas obras relacionadas à transposição do Rio São Francisco. De acordo com seu plano de governo, ele diz que elas são prioridades na gestão 2023-2026, perfazendo 699 km de canais para garantir a segurança hídrica do Nordeste.
O Marco do Saneamento continua a ser apontado como uma questão importante para o governo. No plano do candidato à reeleição, ele cita que há uma previsão de 695,9 milhões de reais a serem investidos em saneamento para 2023.
Bolsonaro aponta também que quer investir na integração de portos, aeroportos, estradas rodoviárias vicinais, ferrovias e hidrovias. ‘De maneira estratégica e coerente com a produção projetada para os próximos anos, escoamento e necessidades de importação e exportação que agreguem valor e diminuam custos”, destaca em seu plano de governo.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Um dos principais motes da campanha do candidato é a volta do Minha Casa Minha Vida e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em entrevista coletiva, ele chegou a mencionar que “o PAC foi uma coisa extraordinária porque não foi um projeto de construção de infraestrutura pensado a partir do gabinete para Presidência da República. Ele foi construído com empresários, governadores e prefeitos”.
Com relação ao programa habitacional Minha Casa Minha Vida, Lula afirmou: “a primeira coisa que eu quero dizer para vocês é que o Minha Casa Minha Vida vai voltar a ser um programa de governo. O Estado precisa se cercar de possibilidade econômica, de usar seus bancos para ajudar, ou através do Orçamento da União, ou através de financiamento, a gente garantir que as casas possam ser construídas”.
Tal como Ciro Gomes, Lula prevê investimentos em infraestrutura e habitação como forma de criar oportunidades de trabalho e de emprego. Em seu programa de governo, Lula cita a realização de investimentos integrados em infraestrutura de transporte público, habitação, saneamento básico e equipamentos sociais. “É preciso garantir a modernização e a ampliação da infraestrutura de logística de transporte, social e urbana”, afirma o candidato no documento.
Por fim, seu plano de governo menciona ainda que irá retomar “obras importantes que foram paralisadas pelo atual governo”.
Simone Tebet (MDB)
Em seu plano de governo, a candidata aposta na modernização da infraestrutura. Uma de suas propostas diz respeito à parte viária (rodovias, portos, aeroportos, hidrovias e com foco nas ferrovias). “Isso será feito por meio de maiores investimentos privados e melhor governança dos investimentos públicos, com a redução dos custos logísticos numa matriz mais equilibrada, limpa e competitiva, com integração entre os modais, e com base num planejamento de médio e longo prazo, tendo por referência projetos sustentáveis e de maior retorno para a sociedade”, pontua no documento.
Em seu programa, Simone Tebet se compromete a retomar programas de construção de moradias subsidiadas, voltadas a famílias de baixa renda e mais vulneráveis (atual “faixa 1” dos programas de habitação), sobretudo as lideradas por mulheres, e promover o crédito habitacional para famílias de renda média, com incentivo a moradias com desenho universal e/ou acessibilidade.
Outra proposta da candidata é de criar condições para acelerar o cumprimento de metas de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos previstas no Marco Legal do Saneamento.
Ainda, Simone Tebet quer promover o investimento em infraestrutura e logística, com agências regulatórias independentes e autônomas, marcos legais claros, transparentes e estáveis, para que possamos transformar o país num grande canteiro de obras em ferrovias, rodovias duplicadas, portos, aeroportos, hidrovias e cabotagem.
Fonte
Programa de Governo dos Candidatos à Presidência
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Perimetral Leste irá desafogar trânsito na Ponte da Amizade em Foz do Iguaçu
Para solucionar o problema de tráfego intenso de caminhões na Ponte da Amizade e direcioná-los para a nova ponte entre o Brasil e o Paraguai, a região vai ganhar em breve a Rodovia Perimetral Leste de Foz do Iguaçu. Este trecho terá 15 km de extensão e seis viadutos, estabelecendo a ligação entre a BR 277 e a Ponte da Integração. Atualmente, 16,5% da obra está concluída.
Com um investimento de R$ 104 milhões, a rodovia contará também com duas novas aduanas. A primeira delas, a Argentina, ficará na cabeceira da Ponte Tancredo Neves. A outra, para o Paraguai, será construída na cabeceira da ponte da Integração.
Andamento da obra
Em julho de 2022, as obras se concentraram no trecho entre o trevo da Avenida das Cataratas com a BR 469 até a cabeceira da Ponte da Integração. Também neste período, foi concluído o primeiro viaduto da Perimetral Leste, que fica no acesso à Ponte Internacional Tancredo Neves.
No Viaduto da BR 469 (Rodovia das Cataratas), foram posicionadas todas as vigas protendidas, sendo 14 unidades. Posteriormente, foram lançadas 20 pré-lajes, das 300 previstas.
Nas interseções do acesso à Ponte da Rodovia Tancredo Neves e Rodovia BR 469, e na linha geral, até aproximadamente à estaca 230, estão sendo realizados os serviços de terraplenagem, em especial nos platôs das Aduanas (Paraguaia e Argentina). Ao todo, já foi movimentado um volume acumulado de 305.636,40 m³ de movimentação de terra.
Previsão de conclusão
Segundo o DER-PR, o trecho entre a nova ponte e a rodovia BR 469 (Rodovia das Cataratas) deve ser finalizado até o final de 2022. Até 2023, o restante da pista deverá ser concluído.
Desafio: desapropriações
De acordo com a Justiça Federal da 4ª Região do Paraná, no final do mês de junho, foi realizada a segunda etapa de um Mutirão de Desapropriações. Na ocasião, a intenção era buscar soluções consensuais com os proprietários de imóveis no local. 117 proprietários de imóveis participaram e o valor fechado chegou a mais de 74 milhões de reais. Em novembro de 2021, já havia sido realizada a primeira etapa, na qual 93,1% dos processos resultaram em acordo. Ao todo, o valor total das indenizações a serem pagas superou os R$ 111 milhões.
Fontes
DER/PR
Justiça Federal da 4ª Região do Paraná
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Mato Grosso do Sul abre licitação para 17 pontes de concreto
Com um investimento de R$ 220 milhões, o governo do estado do Mato Grosso do Sul anunciou em 2020 a construção de 163 pontes de concreto até 2022. As obras integram os programas “Mais Pontes” e “Governo Presente”, que preveem a substituição de antigas pontes de madeira pelas de concreto. Em agosto de 2022, a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) anunciou a abertura de licitações para a construção de 17 pontes de concreto no Estado. As concorrências do tipo menor preço terão propostas abertas até a segunda quinzena de setembro.
Dentre as pontes que serão reformadas estão:
- Amambai: duas pontes sobre o Córrego Panduí e Rio Jaraguari.
- Itaquiraí: três pontes nos rios Itaquirai e São Luiz.
- Municípios de Naviraí e Juti: duas estruturas sobre Naviraí e Juti e uma no Córrego Moroti.
- Nova Andradina: duas pontes no Rio Samambaia.
- Rio Aquidauana: duas pontes próximas a rodovias de municípios Bandeirantes, Corguinho e São Gabriel do Oeste.
- Rio Verde: pontes em Córregos Sucuri e Lajeado.
- Uma ponte na divisa de Maracaju e Sidrolândia (Rio Brilhante).
- Município de Terrenos, no córrego Barreirinho.
Muitas destas regiões que receberão novas pontes sofrem com problemas de enchentes durante períodos de chuvas, o que impede a circulação de veículos.
Obras em andamento: pontes de concreto no Mato Grosso do Sul
Em 2022, mais de 24 pontes de concreto estão em construção, com um orçamento de R$ 61 milhões. Veja algumas das principais pontes de madeira que estão sendo substituídas por estruturas de concreto:
- Rio Dourados (MS 274): com 91 metros de comprimento por 10 de largura, ela liga os municípios de Dourados e Deodápolis. Em junho de 2022, foi iniciada a instalação das vigas. A seguir está prevista a realização das armações e concretagem da superestrutura, formando a laje da ponte e, posteriormente, a instalação dos guard-rails.
- Pontes em Porto Esperança (Corumbá): aqui estão sendo feitas duas pontes, a de Vazante da Margarida, com extensão de 59,20 metros e 10 metros de largura; e a do Córrego Mutum, em uma estrutura que terá 83,80 metros de extensão e 10 metros de largura.
Incentivo à soja
A construção de pontes e melhorias nas rodovias nos últimos anos beneficiou a produção de soja no Mato Grosso do Sul. De acordo com a Aprosoja/MS, na safra 2019/20 a área destinada ao cultivo de oleaginosa foi quase 10 mil hectares maior que na temporada anterior. Isso corresponde a 39 mil hectares e 115 mil toneladas.
Fonte
Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos/Secretaria da Infraestrutura do Governo do Estado do Mato Grosso do Sul
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Marina Pastore
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Sistema de Paredes de Concreto: projeto estrutural, execução e normatização
Presente no mercado há cerca de 15 anos, o Sistema de Paredes de Concreto já está consolidado como uma opção construtiva econômica e tecnicamente viável.
“Edifícios mais altos são interessantes para esse sistema. Essa visão veio amadurecendo, mas tínhamos uma norma muito restritiva, que foi revisada”, explica Francisco Paulo Graziano, sócio diretor da Pasqua e Graziano Consultoria, Concepção Estrutural e Projeto.
Visão normativa da parede de concreto
Graziano aponta que, de acordo com a visão normativa, uma parede de concreto é um elemento estrutural autoportante, moldado no local, com comprimento maior que 5 vezes sua espessura e capaz de suportar carga gravitacional no mesmo plano da parede.
O que caracteriza como uma parede de concreto, segundo a NBR 18 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, é uma relação entre espessura e comprimento da parede para ter uma certa clareza geométrica. Do ponto de vista da utilização, Graziano afirma que há baixas tensões ligadas a esta parede. “Ela tem uma função, também, de partição. Por isso, ela pode ser denominada dessa forma. Dentro do dimensionamento, ela tem uma situação particular, uma vez que as tensões são limitadas. Com isso, posso utilizar taxas de armaduras mais baixas – abaixo, inclusive, das taxas mínimas da NBR 6118 - Projeto de estruturas de concreto - Procedimento (antiga NB1)”, esclarece Graziano.
Método construtivo da parede de concreto
Graziano destaca que o método construtivo das paredes de concreto consiste em um sistema estrutural composto por paredes maciças de concreto moldadas in loco, que dão suporte diretamente às lajes, sem a utilização necessária de vigas.
“Por serem, em geral, moldadas em uma única etapa de concretagem, as paredes de cada ciclo construtivo permitem que, após a desforma, já contenham em seu interior os vãos de portas e janelas, tubulações e eletrodutos de pequeno porte”, afirma Graziano.
Por outro lado, instalações de grandes diâmetros devem ser alojadas, preferencialmente, em shafts, externos às paredes, sempre seguindo as orientações do projetista estrutural.
“Por serem moldadas em uma única etapa, sempre buscamos fazer laje e parede juntas. Isso traz uma condição executiva muito interessante, porque você tem um ciclo de concretagem só, o que dá um monobloco para o sistema estrutural. Isso confere uma rigidez muito grande para a estrutura”, declara Graziano.
6 motivos para utilizar paredes de concreto
Graziano mencionou algumas vantagens deste método:
- Ausência de vigas, estribos, congestionamento de encontro entre vigas e pilares;
- Concretagem com concreto de alta performance em termos de aplicabilidade;
- Baixas taxas de consumo de aço por volume de concreto;
- Larga utilização de telas eletro-soldadas – maior produtividade de mão de obra;
- Devido ao rigor dimensional na utilização de formas de alta qualidade e modulação padronizada, há pouco desperdício, ausência de requadrações e custo mais próximo do previsto.
- Custo competitivo: se for considerar os custos com material e vedações em uma estrutura convencional, deve-se chegar a 30% do custo total. Para as paredes de concreto, este índice chega a 36%. No entanto, Graziano alerta que é preciso considerar a mão de obra nesta conta, uma vez que o potencial de redução deste recurso é alto, já que é possível criar ciclos cada vez mais rápidos.
Fonte
O engenheiro Francisco Paulo Graziano é sócio diretor da Pasqua e Graziano Consultoria, Concepção Estrutural e Projeto. Ex-Presidente e atual Conselheiro da ABECE. Ele tem mestrado em Engenharia de Estruturas na EPUSP e é professor do Departamento de Estruturas da EPUSP desde 1979.
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Marina Pastore
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Por que refrigerar o concreto?
A refrigeração do concreto hoje em dia é fundamental para a durabilidade das estruturas. Isto é o que mostrou Selmo Chapira Kuperman, diretor da DESEK e conselheiro do IBRACON, durante sua palestra na Concrete Show.
“Uma das grandes vantagens de resfriar o concreto é a redução do consumo de cimento e, consequentemente, do custo da obra. Quando o concreto é frio/ gelado, a trabalhabilidade dele aumenta. Com isso, precisamos de menos água. Então, estamos economizando cimento e aditivo”, explica Kuperman.
Há apenas uma desvantagem neste método, que é o custo. “Em São Paulo, por exemplo, o custo aproximado de 1 kg de gelo é R$ 0,60. Portanto, se colocarmos 100 kg de gelo por metro cúbico, o concreto sairá mais caro cerca de R$ 60,00, o que é bastante coisa”, pontua Kuperman.
No entanto, a resolução de problemas decorrentes da falta de refrigeração adequada pode trazer custos ainda maiores. É como um dos casos citados por Kuperman, em que a concretagem de um vertedouro foi feita de forma inexperiente e sem refrigeração. O resultado disso foi que a empreiteira acabou tendo que injetar epóxi e gastou muito mais dinheiro.
Fissuras x refrigeração
A falta de refrigeração ou quando este processo é feito de forma inadequada pode gerar fissuras, que são decorrentes, principalmente, de duas questões principais:
- Origem térmica: geralmente acontece quando as temperaturas sobem muito. “Ocorre devido à restrição, isto é, o concreto não consegue se movimentar. Acontece porque tem retração térmica do concreto e ocorrem tensões de tração que superam a resistência. Quando a temperatura voltar ao normal, vai fissurar”, explica Kuperman.
- Etringita tardia: trata-se de um mineral, que vem do gesso e é colocado no cimento Portland para controlar a pega. Sem ele, o cimento daria pega imediatamente após o contato com a água. Por um lado, a etringita oferece uma proteção ao grão de cimento, sendo benéfica, pois sem ela não teríamos concreto. “No entanto, tem um tipo de etringita que pode ser maléfico. Tem uma etringita secundária, que pela ação de sulfatos internos provoca a expansão no concreto. Se a temperatura subir acima de 65°C depois da cura e do endurecimento, formam-se cristais de etringita, o que provoca tração no concreto e fissura. E, neste caso, quanto mais água entra nessa fissura, mais ela aumenta”, afirma Kuperman.
Como evitar estas fissuras?
Para Kuperman, as soluções para evitar estes problemas decorrentes de origem térmica e de etringita tardia são:
1. Reduzir o consumo de cimento ao mínimo, empregando todas as técnicas de dosagem possíveis. Materiais pozolânicos podem, em alguns casos, reduzir o consumo em 20%.
2. Usar cimento de baixo calor de hidratação. Eventualmente, refrigerar os agregados.
3. No caso de blocos de fundação ou barragens, é preciso concretar em camadas de menor altura (exemplo: 50 cm de altura a cada três dias). No entanto, isso pode causar problemas no cronograma. Por isso, devem ser estudadas as temperaturas e tensões atingidas.
4. Estudar o emprego da pré-refrigeração do concreto (gelo ou nitrogênio líquido).
Fonte
Selmo Chapira Kuperman é diretor da DESEK e conselheiro do IBRACON
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Segunda ponte entre Brasil e Paraguai tem 90% da obra concluída
A segunda ponte entre Brasil e Paraguai, conhecida como Ponte da Integração, acaba de receber a última peça que liga os dois países, que é uma aduela. Atualmente, está com 90% da obra concluída.
O Governo do Paraná, por meio da Secretaria da Infraestrutura e Logística do Paraná (SEIL) e Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), está executando a obra, com recursos da Itaipu Binacional.
“Quando concluída, a ponte vai concentrar o tráfego de caminhões na fronteira entre os países, desafogando o trânsito no centro de Foz do Iguaçu, proporcionando mais segurança e qualidade de vida aos moradores, bem como mais agilidade aos condutores de longa distância”, afirma Thiago Henrik Moreira, gerente de Obras e Serviços do DER/PR.
Estrutura da obra
Ao longo da obra, já houve momentos em que estiveram envolvidos simultaneamente em torno de 600 trabalhadores. Porém, hoje, próximo à conclusão, são em torno de 130 trabalhadores.
A Ponte Binacional, com estrutura estaiada, (tipo de ponte suspensa por cabos, constituída de dois mastros de onde partem cabos de sustentação para o tabuleiro da ponte) tem 760 m de comprimento, apoiada sobre 16 pilares e 2 caixas de equilíbrio. Serão duas pistas simples com 3,6 metros de largura, acostamento de três metros e calçada de 1,7 metro nas laterais.
“O vão central é todo estaiado e possui 470 metros de extensão e área de 9.306 m², formado por 2 aduelas de disparo, 34 aduelas típicas e 1 aduela de fechamento. O sistema de estais propostos para a ponte, com geometria assimétrica, é composto por 72 estais frontais, 36 estais de retaguarda e 8 estais verticais, totalizando 116 estais de comprimento 17.582,40 metros. A ponte possui 2 mastros principais, um em margem paraguaia e outro em margem brasileira, ambos com altura de 124 metros em relação ao tabuleiro da ponte e 185,04 metros até a fundação (lado Paraguai) e 190,17 metros (lado Brasil)”, aponta Moreira.
De modo geral, a ponte possui área de 16.019,15 m², um volume aproximado de 37.000 m³ de concreto e 3.500 toneladas de aço. A Minero Mix Concretos participou da obra do lado brasileiro, com 18.000 m3 de concreto e 8.000 toneladas de cimento, de acordo com Ivandro Savaris, gerente na Minero Mix Concretos.
Desafios: obra durante a pandemia
A obra foi iniciada em 2014 pelo Governo Federal, sendo uma contratação na modalidade RDCi, que prevê a elaboração de projeto e execução de obra em uma mesma empreitada. Mas somente em 2019, já com a parceria entre Governo do Paraná, Governo Federal e a Itaipu Binacional formalizada, e o contrato sub-rogado ao Governo do Paraná, tiveram início os serviços no trecho.
“Destacamos que a obra permaneceu em execução durante o auge da pandemia, seguindo todos os protocolos de segurança vigentes, estando agora em sua fase final, com índice de conclusão de cerca de 90%”, explica Moreira.
Fontes
Thiago Henrik Moreira é gerente de Obras e Serviços do DER/PR
Ivandro Savaris é gerente na Minero Mix Concretos
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Assessoria de imprensa DER: comunicacao@der.pr.gov.br
Ivandro Savaris: ivandrosavaris@hotmail.com
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Marina Pastore
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Setor de tubos de concreto registra aumento em 2022
O primeiro semestre de 2022 apresentou bons números para o setor, principalmente no segundo trimestre, puxado por obras da iniciativa privada, de acordo com Pedro Chama, presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tubos de Concreto (ABTC).
“Segundo os nossos associados fabricantes, os números foram iguais ou maiores que 2021, que foi um bom ano para as vendas de tubos e aduelas de concreto”, afirma Chama.
Para Meridiana Vanessa Kempfer, do departamento comercial/administrativo da Dickel Indústria de Tubos, o desempenho do setor dos tubos de concreto é bastante oscilante, uma vez que a sua demanda em alguns segmentos de aplicação depende de liberações e autorizações de órgãos públicos. “O ano de 2022 iniciou com reflexos positivos decorrentes de 2021 que por sua vez foi um ano de muitos investimentos tanto no setor imobiliário como também no setor da piscicultura. O primeiro trimestre de 2022 foi bem positivo em relação ao segundo trimestre onde a demanda teve uma queda acentuada”, destaca Meridiana.
Ano de eleições
Em ano eleitoral, costuma haver um aumento no número de obras. Para Meridiana, as eleições de 2022 tiveram uma boa representatividade. “Muitas obras iniciaram e já tiveram suas finalizações, movimentando o setor dos tubos de concreto”, afirma.
No entanto, Chama aponta que a expectativa era que tivesse uma alta demanda, mas isso não está sendo constatado.
“A maior parte das vendas está sendo realizada para o setor privado. Infelizmente, ainda, em nossa política pública acredita-se que ‘obras enterradas não dão votos’, deixando-se de pensar que são justamente estas obras que trazem maior qualidade de vida para a população, diminuindo gastos com saúde pública, aumentando o turismo, melhorando o desempenho de trabalhadores e também das crianças na escola. Já é esperado que as obras só voltem no período pós-eleições, dando continuidade somente às obras já contratadas neste primeiro semestre”, explica Chama.
Perspectivas para o segundo semestre de 2022
Chama vê que, devido às incertezas no cenário político, onde o Brasil enfrenta uma situação criticamente atípica no âmbito eleitoral, as perspectivas para o segundo semestre são de estagnação temporária.
“A expectativa é que as obras públicas que já tenham iniciado continuem em andamento, porém sem esperança de que novas obras iniciem até o fim do segundo turno. Acreditamos no crescimento pós-período eleitoral”, define Chama.
Por outro lado, Meridiana afirma que o segundo semestre de 2022 já se comporta com demandas elevadas tanto no segmento imobiliário (incorporadoras) como também na piscicultura, tendo perspectivas excelentes até o final do ano.
Marco do saneamento
Chama lembra que o Marco do saneamento é uma Lei que, embora leve a denominação "saneamento", abrange de forma mais significativa duas vertentes do saneamento básico, sendo elas o abastecimento de água potável e coleta/tratamento de esgoto.
“Os outros componentes dos serviços de saneamento, que são a drenagem de águas pluviais e o tratamento dos resíduos sólidos, foram acolhidos de forma menos significante nesse Marco Legal. Considerando que a grande maioria da produção dos fabricantes de tubos e aduelas de concreto é para abastecimento do mercado de drenagem pluvial, só foi notado um leve crescimento em regiões onde já foram fechadas as concessões e onde há fornecimento de tubos para esgoto”, justifica Chama.
No entanto, na visão de Meridiana, toda ação realizada em benefício do desenvolvimento socioeconômico infla os setores envolvidos no processo, sendo o saneamento básico uma dessas ações. “Desde o ano de 2020 a demanda no setor dos tubos de concreto teve uma alta em relação a 2019 de 50%, onde a Dickel Indústria de Tubos de Concreto ofereceu produtos para drenagem de águas pluviais, tratamento de águas, limpezas urbanas e tratamento de resíduos sólidos. Existem muitos trabalhos de desenvolvimento a serem realizados neste setor, porém muitas vezes depende de mudanças de paradigmas como também mudanças culturais”, declara.
Contudo, Chama acredita que é preciso considerar que há diversas Leis em diferentes estados do país que abordam assuntos que trazem um retorno muito grande para o mercado de Tubos e Aduelas de concreto, que são as Leis que tratam de reservatórios de água da chuva, seja para reuso ou para amortecimento dos despejos nas redes pluviais.
“Apesar da maior parte dessas Leis terem sido implementadas desde o ano de 2007, a utilização das aduelas para a construção desses reservatórios vem aumentando a cada dia. E, por fim, devemos considerar que as redes de drenagem fazem parte da infraestrutura urbana, portanto, o crescimento das vendas de tubos de concreto tende a aumentar conforme a demanda por residências no país”, conclui Chama.
Fontes
Meridiana Vanessa Kempfer integra o departamento comercial/administrativo da Dickel Indústria de Tubos
Pedro Chama é presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tubos de Concreto (ABTC)
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ABTC: atendimento.abtc@abtc.com.br
Meridiana Vanessa Kempfer: dicktubos@hotmail.com
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Marina Pastore
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IBRACON completa 50 anos
Em 2022, o Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON) completou 50 anos. Desde sua criação, a missão sempre foi garantir o propósito ético, técnico, social e hoje sustentável das estruturas de concreto armado e protendido.
“No período da fundação do IBRACON, a engenharia no país vivia uma fase áurea com muitas construções e investimento na infraestrutura do país: barragens para produção de energia elétrica, ponte Rio Niterói e estradas para a segura circulação de bens e pessoas, elevados, viadutos, usina nuclear de Angra dos Reis, obras de saneamento e metrô. A forte demanda contrastava com a falta de experiência e conhecimento dos engenheiros e das empresas de engenharia, somada à mão de obra despreparada”, lembra Paulo Helene, presidente do IBRACON.
Como resultado, ocorreram grandes e trágicos acidentes: prova de carga das estacas da ponte Rio Niterói, que ceifou a vida de engenheiros do IPT; colapso parcial do elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro; colapso do pavilhão de exposições da Gameleira, em Minas Gerais; e outras ocorrências de menor repercussão. Havia, inclusive, dúvidas técnicas sobre o comportamento do concreto nas Estações de Tratamento de Água (ETAS), Estações de Tratamento de Esgotos (ETES) e nas estruturas enterradas do Metrô de São Paulo quando exposto a solo agressivo devido a vazamentos de gás natural encanado para residências no solo do centro de São Paulo.
Dentro deste contexto é que o IBRACON foi criado. E uma das primeiras discussões trazidas pelo Instituto foi a respeito da permeabilidade e durabilidade do concreto. “Havia a falsa crença de que as estruturas eram eternas e bastava serem seguras e estáveis. Na época, a ênfase quanto ao projeto estrutural era dada apenas à resistência e estabilidade. Esses primeiros encontros contaram ainda com a participação dos maiores engenheiros da época, entre eles: Francisco de Assis Basílio, Eládio Petrucci, Gilberto Molinari, Lobo Carneiro e Luiz Alfredo Falcão Bauer, reconhecidos pelo IBRACON que, inclusive, confere importantes prêmios em suas memórias”, pontua Helene.
Grandes realizações do IBRACON
Ao longo de sua história, o Instituto coleciona diversos feitos interessantes. “Sinto orgulho de dizer que, ao longo desses 50 anos, o Instituto fez muito pela engenharia do concreto no país, contribuindo também para a difusão de novos conhecimentos no mundo”, opina Helene.
Dentre as realizações do IBRACON estão a revista impressa “Concreto & Construções”; a revista científica “IBRACON Structures and Materials Journal”; a publicação de 11 livros técnicos e 14 práticas recomendadas; 167 cursos dentro do Programa MasterPEC; com formação de cerca de 2.960 profissionais; 62 edições de congressos, com mais de 40.000 participantes e 8.376 artigos publicados nos anais do evento; e 37 edições do prêmio Emílio Baumgart.
Valores para encarar os próximos desafios
Para os próximos anos, o IBRACON prevê a realização de ações que estejam ligadas aos seus principais valores. O primeiro deles é conhecimento, ciência e progresso. “Temos um compromisso com o avanço e o que houver de mais moderno e inovador na tecnologia do concreto e na engenharia para o desenvolvimento da sociedade”, pontua Helene.
Prova disso é o Congresso Brasileiro do Concreto. “Trata-se do maior evento técnico-científico nacional onde participam profissionais, pesquisadores e estudantes para conhecer as tendências em termos de pesquisas, tecnologias construtivas, normalização técnica e boas práticas relacionadas ao projeto, construção e manutenção das estruturas de concreto”, destaca Helene.
Outra questão importante para a instituição é o compromisso com o país. “O Instituto se mantém sempre à frente nos momentos em que a sociedade civil pediu um posicionamento técnico através de contribuição inquestionável às normas, manifestos sobre grandes tragédias, pesquisas para buscar lições e aprendizados, envolvimento em grandes projetos nacionais como barragens, pontes, certificação de pessoal técnico e de nível superior e atualização profissional através do MasterPEC”, afirma Helene.
O próximo Congresso Brasileiro do Concreto, que acontece em Brasília, de 11 a 14 de outubro, contará com palestras que abordarão a questão da sustentabilidade, que é um tema que a IBRACON vem introduzindo na cadeia do concreto desde a década de 80. No evento, o presidente da FIB (Federação Internacional do Concreto Armado), Akio Kasuga, tratará do tema da sustentabilidade do concreto dentro do novo Model Code 2020 e como o projeto pode contribuir para a neutralidade do carbono. Já o presidente da RILEM (União Internacional dos Laboratórios e Especialistas em Materiais Construtivos e Sistemas Estruturais), Ravindra Gettu, apresentará um panorama das construções de baixo carbono com concreto. Por fim, o presidente do ACI (Instituto Americano do Concreto), Charles Nmai mostrará como os projeto e construção de estruturas de concreto podem decisivamente contribuir para reduzir as emissões de gases estufa no planeta.
Assista ao vídeo comemorativo aqui.
Entrevistado
Paulo Helene é presidente do Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON). Ele também é engenheiro civil, professor titular da Universidade de São Paulo e diretor da PhD Engenharia.
Contato
paulo.helene@concretophd.com.br
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Marina Pastore
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5 problemas comuns de estanqueidade em paredes de concreto e como resolver
As paredes de concreto geralmente apresentam algumas questões bem mais específicas do que a concretagem de uma laje, devido à posição vertical. Para entender como lidar com este procedimento, a Comunidade da Construção de Goiânia promoveu o curso “Cuidados na Estanqueidade de Fachadas e Execução de Revestimentos Internos – Sistemas de Paredes de Concreto”. Nielsen Dias Alves, consultor e gerente técnico da MM Engenharia e Consultoria, foi o responsável por ministrar o curso.
Hoje, com a norma NBR 16055 - Paredes de Concreto Moldada no Local (que foi lançada em 2012 e atualizada em 2021), existem critérios bem específicos para a construção de paredes de concreto. “Esta norma traz muito mais responsabilidade e critério nas nossas obras. Para as construtoras, a norma sugere que é preciso garantir a estanqueidade de fachadas e pisos molháveis por pelo menos três anos. O sistema de parede de concreto só tem a pintura em cima ou uma pintura com regularização, que é muito fininha. Tem 3 ou 4 cm para tirar aquele ‘abaulado’. Hoje, utilizamos muito mais inspeções da fachada antes da pintura ou antes da aplicação da camada de regularização, usando a técnica da termografia ”, aponta Alves.
Veja alguns problemas comuns de estanqueidade de concreto e como resolvê-los:
- Uso de desmoldante inadequado
Alves relembrou o caso de uma obra em que o desmoldante gerou problemas em uma parede. “Quando ele é aplicado na vertical, é mais complicado. Em uma ocasião, ao fazer o teste com um produto, o desmoldante desceu completamente. Uma vez que a forma metálica é muito lisa, se não tiver um produto com uma viscosidade adequada, ele desliza e fica concentrado na parte de baixo. Isso não permite uma ligação adequada entre esta parede e minha base. É importante sempre testar”, lembra Alves.
De acordo com Alves, o uso de um desmoldante inadequado gera infiltrações e fissuras enormes no encontro da parede com a base.
- Infiltração de água pela região da interface do Radier
Para evitar infiltração de água pela região da interface do Radier com a parede externa, tem sido aplicada uma argamassa polimérica na região. “Em algumas obras, é possível fazer um chanfro na região para não empoçar água. Desta forma, a água bate e escorre. Além disso, ela tem que impermeabilizar. Também é feito o uso de uma argamassa polimérica. Dessa forma, evita que a água entre, uma vez que é comum ter uma fissura na região. No entanto, em algumas a argamassa polimérica sofreu fissuras, uma vez que ela é rígida e se houver uma movimentação grande, haverá uma fissuração,”, explica Alves.
Algo que tem se usado bastante para evitar esse problema é a membrana acrílica flexível. “É preciso aplicar um material que suporte a movimentação dessa fissura. Na maioria das obras que eu acompanho hoje, tem-se usado a argamassa polimérica, já que é uma região que sofre bastante impacto durante a obra e pode rasgar. Por isso, é usado bastante a membrana na interface das juntas, mas na parte de baixo, tem-se usado mais a argamassa polimérica”, aponta Alves.
- Concreto com trabalhabilidade inadequada
Segundo Alves, o ideal é que seja utilizado um concreto autoadensável nestas paredes porque elas são muito finas e densamente armadas, com muita ferragem para aquela espessura. “Se eu não usar um concreto autoadensável, eu não consigo vibrar. Com isso, não é possível garantir que o concreto vai adensar perfeitamente. É uma condição fundamental para uma qualidade desejada. Muitas vezes, a obra vai tentar utilizar um concreto com slump menor, por ser muito mais barato. O concreto autoadensável é mais caro por ter um traço especial, mais cimento, muito mais aditivos e cuidado com a segregação dele”, expõe Alves.
Alves exemplificou com um caso em que foi usado um concreto com slump 17,5 cm, em que as quinas ficaram com aspecto inadequado.
A norma brasileira 15.823 - Concreto autoadensável traz alguns critérios interessantes sobre o espalhamento do concreto:
Além de ser autoadensável, o concreto também precisa ser autonivelante. Uma forma de verificar isso é fazendo testes com uma caixa L ou o anel J. “É preciso pedir para a concreteira fazer todos estes ensaios, não somente o slump flow”, alerta Alves.
- Junta fria ou junta de concretagem
Na opinião de Alves, este é um grande gargalo nas obras. Alves recomenda que o mais adequado é executar a laje e as paredes ao mesmo tempo, evitando as juntas frias. “No encontro das duas, muitas vezes há um ressalto da laje. Com isso, há uma massa corrida ou uma argamassa de regularização com espessura diferente e isso pode gerar um problema. Tem uma espessura mais fina na laje e uma mais grossa na parede e há risco de fissura neste ponto. Hoje há um cuidado enorme nessa região. Em 2010, não havia um tratamento específico, era só uma massa no local. Só que começou a ter vários problemas – tanto na região de encontro como também nas juntas frias de concretagem. Hoje, as membranas acrílicas flexíveis usadas para evitar este tipo de questão ficaram mais acessíveis. Aqui no Brasil, devido à grande variação térmica, este tipo de tratamento é o mais comum, já que materiais mais rígidos não funcionam”, esclarece Alves.
Se houver alguma questão na obra que impeça fazer estes dois processos de forma conjunta, Alves recomenda fazer uma lavagem prévia do concreto antigo antes da aplicação do novo, buscando retirar o resto de materiais e a nata do cimento. Isso deve ser feito para que haja a aderência correta.
- Região das janelas
Alves menciona que esta área é a que tem mais problemas de estanqueidade. “Geralmente, elas são causadas por falta de reforço ou posicionamento errado do mesmo. Também pode acontecer por falha na concretagem dos requadros, peitoril e pingadeira. Outra questão é falta de caimento nas pingadeiras e peitoris. Para retirar a fôrma, o movimento é ao contrário. Também há a falha da vedação na esquadria”, expõe Alves.
Se for o caso de fissuras passantes nos cantos das janelas, a solução é reforçar esta região. “Com o pacômetro, que é um detector de metais, é possível identificar onde estão as ferragens e colocar os reforços. No pós obra, a membrana acrílica também pode ser utilizada para corrigir isso. No entanto, ela cria um ressalto. Para acabar com esse problema, é possível utilizar uma argamassa de regularização para uniformizar esta altura”, pontua Alves.
Fonte
Nielsen Dias Alves é consultor e gerente técnico da MM Engenharia e Consultoria.
Contato
marcosmaia@consultoriamm.eng.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
Pavimento Urbano de Concreto ganha espaço na América Latina
A cidade de Barranquilla, na Colômbia, conta com mais de 80% de sua malha viária em Pavimento Urbano de Concreto (PUC). Da mesma forma, no Chile, este material tem sido amplamente utilizado e já faz parte de 65% das pavimentações urbanas. Estes dados foram expostos pelo engenheiro colombiano Diego Jaramillo Porto, que abriu o espaço “Construindo Conhecimento”, no Concrete Show, com a palestra “O êxito das pavimentações de concreto na América Latina”.
A pavimentação rígida, como também é chamada, já apresenta competitividade com relação ao asfalto, além de possuir vários benefícios. “Já se provou que o PUC é a solução mais econômica, durável e sustentável para as cidades. É um método que vem se aprimorando há 157 anos e hoje apresenta excelentes resultados”, destaca o engenheiro.
Dentre os benefícios apresentados por Porto estão:
- Possui vida útil até cinco vezes mais longa do que o asfalto tradicional e apresenta grande redução de custos na manutenção a longo prazo;
- Suporta mais cargas e frequências, sendo ideais para vias de alto tráfego, como o BRT;
- Gera economia de energia elétrica, uma vez que a reflexão de luz é até 30% maior que o asfalto, contribuindo também para a segurança no trânsito,
- É um material que tem durabilidade média de 70 anos;
- A tecnologia empregada também atribui versatilidade, pois permite adequá-lo para baixa, média ou alta demanda de tráfego.
Pavimento Urbano de Concreto em comunidades
Tal como já vem acontecendo no Bairro Novo do Caximba, o engenheiro também destacou a necessidade de implantação dos PUCs nas periferias e comunidades. “Esse pavimento agrega muito valor e qualidade de vida nas periferias e comunidades. É uma coisa simples, mas que transforma a vida das pessoas que lá vivem. Além da economia com reparos, devido à alta durabilidade, a pavimentação urbana nessas localidades aumenta o valor dos imóveis e possibilita a ampliação da mobilidade urbana”.
Pavimento de concreto x sustentabilidade
Durante a palestra, o engenheiro colombiano também abordou um dos grandes paradigmas com relação ao uso do PUC: a sustentabilidade. “Criou-se o mito de que o concreto não é prático e nem sustentável, o que não é verdade. Com o avanço da tecnologia conseguimos cada vez mais um produto de qualidade e com comprometimento ambiental”, opina.
Ainda, Porto comentou que o pavimento de concreto oferece vantagens sustentáveis como a diminuição das escavações terrestres, a redução na exploração de pedreiras, melhor rendimento do combustível, menor emissão de CO₂, resistência às mudanças climáticas e aos desastres naturais.
Fontes
Diego Jaramillo Porto é engenheiro e diretor de Pavimentos e Infraestrutura na Federação Iberoamericana de Hormigon Premezclado FIHP
Concrete Show
Contato
Assessoria de imprensa Concrete Show: valeria@coletivodacomunicacao.com.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP