Projeto de Intervenção Urbana no Centro de SP é aprovado
Em agosto, a Câmara dos Vereadores de SP votou e aprovou o Projeto de Intervenção Urbana (PIU) do Setor Central da capital. Este novo plano urbanístico tem como objetivo incentivar a habitação na região, que hoje é um lugar de passagem durante a semana.
A área que faz parte do PIU compreende um perímetro de 2.098 hectares e abrange dois setores:
- Setor Centro Histórico, nos distritos da República e Sé;
- Setor Centro Metropolitano, que inclui total ou parcialmente os distritos do Brás, Belém, Pari, Bom Retiro e Santa Cecília.
Dentre os principais pilares do PIU estão a qualificação do Habitat, da Mobilidade e do Meio Ambiente, além da preservação do patrimônio histórico. Na minuta apresentada, há uma regulamentação dos mecanismos para implantação do projeto e de seu programa de intervenções, que serão custeados com o pagamento da outorga onerosa, contrapartida financeira paga ao Município. Dentre os valores arrecadados, pelo menos 40% deverá ser destinado ao atendimento habitacional de baixa renda, 20% para melhorias na rede de equipamentos públicos e 5% para preservação do patrimônio histórico, ambiental e cultural.
Veja as mudanças que deverão ocorrer:
Implantação de habitação de interesse social
Esta é uma das prioridades do programa, que tem a previsão de atrair até 220 mil novos moradores ao longo dos próximos 20 anos.
Mobilidade urbana
O projeto também prevê a antecipação de recursos para a realização de obras de melhoria da integração da região. O intuito é oferecer maior qualidade nos percursos percorridos por pedestres, ciclistas e dos usuários de outros meios de transporte. Segundo a Câmara Municipal de São Paulo, estão previstos alargamentos de ruas, melhoramento de calçadas, construção de ciclopassarelas e implementação de novas áreas verdes.
Outorga onerosa
De acordo com a Câmara Municipal de São Paulo, a outorga onerosa é uma contrapartida financeira do mercado imobiliário para se obter a concessão do Poder Público para estabelecer um potencial construtivo adicional em Projetos de Intervenção Urbana. Com isso, as incorporadoras pagam por uma permissão da Prefeitura para construir a mais do que o permitido na região em debate. A expectativa é arrecadar R$ 700 milhões aos cofres públicos.
Na Sé e na República, haverá manutenção da gratuidade do pagamento da taxa para construir acima do limite básico, com o intuito de deixar as regiões mais atrativas.
Bônus – Direito de Construir
As incorporadoras terão um bônus para adquirir o “direito de construir”. Isto significa que o potencial de construção não utilizado poderá ser utilizado em outra obra de imóveis tombados de pequeno porte (até 600 m²).
Fontes
Câmara Municipal de São Paulo e Prefeitura de São Paulo
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Como será o concreto do futuro?
Quais são as principais tecnologias relacionadas ao uso do concreto? Durante a Concrete Show, Bernardo Fonseca Tutikian, professor e pesquisador da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS-RS) e diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON), falou sobre concretos especiais - futuro e do presente – e que apresentam tecnologias inovadoras.
“Estes materiais correspondem ao que tem se buscado no mercado: aumentar a durabilidade dos produtos com o mínimo de manutenção possível”, ressalta Tutikian.
Conheça os concretos que devem se destacar nos próximos anos:
Concreto Têxtil
É um concreto que tem sido muito usado na Europa, principalmente na Alemanha e em países frios. “Nestes lugares, há muita corrosão na armadura uma vez que usam o sal para desgelar estradas, pontes e viadutos e a durabilidade costuma ser mais baixa. O concreto têxtil basicamente substitui a armadura por um têxtil. São colocados tecidos dentro do concreto como reforço interno e vai ser um material sem corrosão e muito mais leve. Temos uma matriz cimentícia que envolve o têxtil e posiciona as fibras nos locais mais solicitados”, explana Tutikian.
De acordo com o professor e pesquisador, ele é mais eficiente que um concreto com fibras curtas. “Como estas fibras estão dispersas, elas não exploram o reforço de uma maneira integral e a capacidade de carga aumenta um pouco”, justifica.
Ainda, uma das grandes vantagens do concreto têxtil é que é possível utilizar diferentes urdiduras (entrelaçamentos de fios) e tramas conforme a necessidade, possibilitando atingir um melhor custo-benefício.
Para o uso deste método, a matriz cimentícia precisa ter uma alta fluidez, resistência à compressão de 50 MPa, isto é, precisa ter uma boa qualidade. “É preciso ter um alto preenchimento, envolver muito bem o tecido, para poder proteger bem”.
Este tipo de concreto está sendo muito usado em painéis de fachada, especialmente na Alemanha. “Lá, até 2025, há uma lei que proíbe que o governo faça obras públicas de concreto armado com materiais metálicos”, completa Tutikian.
Concreto autorregenerante
Muito famoso hoje em dia, ele se auto cicatriza, como acontece no corpo humano. “Ele funciona para pequenas fissuras de retração decorrentes de vida útil. Este concreto vai se regenerando e mantendo a durabilidade da estrutura sem intervenção. No caso de uma ponte ou viaduto, em que há movimentação, ele se autorregenera, evita a entrada de agentes agressivos e tem uma durabilidade elevada. Por outro lado, se fosse no concreto tradicional, seria necessário fazer uma obra, parar o trânsito para poder recuperá-lo”, descreve Tutikian.
Há dois tipos de mecanismos de concreto cicatrizante:
- Autogênico: usa componentes que já se utilizam no concreto, como cimento e substituições pozolânicas.
- Autônomo: os materiais que o concreto não usa convencionalmente se agregam para proporcionar uma maior capacidade de autocura, como o silicato de cálcio, agregados leves, agentes expansivos, aditivos químicos e soluções bacterianas.
O mais comum é pelo uso de aditivos cristalizantes, que são formados por compostos microscópicos e químicos que reagem com o Ca(OH)₂ formando produtos cristalinos. “Estes produtos são adicionados ao concreto na estrutura por aspersão e eles vão cristalizar”, explica Tutikian.
No Brasil, o Museu da Imagem e do Som e o Museu de Arte do Rio, ambos no Rio de Janeiro, usaram concretos autocicatrizantes. “São tecnologias relativamente baratas e fáceis de aplicar”, opina Tutikian.
Ao usar esta tecnologia, só é preciso ter cuidado que não são todas as fissuras que são tratáveis com este tipo de concreto. “Geralmente funciona com aquelas que têm até 0,5 mm. Também ainda é necessário se estudar quanto tempo o produto de selagem permanece por ali, isto é, a viabilidade da autocura com o tempo”, alerta Tutikian.
Concreto de ultra alto desempenho (UHPC)
Trata-se de um concreto fluído, de alto desempenho, e que se auto compacta através do seu peso próprio, com fibras curtas. As peças produzidas através desta técnica são comparáveis àquelas de metal e aço. “O concreto de ultra alto desempenho tem alta fluidez, durabilidade e resistência mecânica. É uma mistura do concreto de alto desempenho, do reforçado com fibras e do autoadensável. É um dos concretos mais eficientes que temos hoje em dia”, pontua Tutikian.
Os constituintes deste tipo de concreto são predominantemente finos, onde o tamanho máximo dos grãos é de 3 mm.
Além disso, a utilização de fibras neste tipo de concreto é de fundamental importância. “Elas auxiliam no controle de diversas retrações que podem ocorrer e também na capacidade de suportar elevadas cargas, sofrendo baixas deformações”, afirma Tutikian.
O professor e pesquisador também explica que, embora seja um material caro, como ele é muito eficiente, é possível usar menores quantidades. “Há uma empresa que utiliza esta tecnologia para construir habitações sociais para o programa Casa Verde Amarela, justamente pelo fato de ser mais eficaz. Então, é necessário um volume menor na construção”, expõe Tutikian.
Pesquisadores atuam para Brasil ter norma técnica de UHPC
Entrevistado
Bernardo Fonseca Tutikian é professor e pesquisador da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS-RS) e Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON).
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Tiny Houses atraem atenção de investidores do setor imobiliário
Já pensou morar em uma casa de até 40 m² e que pode ser construída em uma semana? Este é o conceito das Tiny Houses (do inglês, casas pequenas), isto é, casas feitas a partir de construção modular e que prezam pela sustentabilidade. Isto é, elas são fabricadas e transportadas para o terreno 100% finalizadas.
“São geralmente pequenas habitações compactas, porém completas. Uma Tiny House de 27 m² pode ter sala, cozinha, banheiro e dormitório, além de contar com sistema de placas fotovoltaicas, aquecimento solar da água, automação e ar condicionado. Desta forma, proporciona momentos e experiências incríveis para quem se hospeda ou vive”, explica o arquiteto Rodrigo Andreoli. Inclusive, o modelo de construção ganhou destaque na última edição da Construexpo, que aconteceu em Atibaia, e foi construído pela Taec Modular em 7 dias.
Como surgiram as Tiny Houses?
De acordo com Andreoli, desde a década de 90, nos Estados Unidos, este movimento de Tiny Houses já existia, inclusive sobre rodas. “Porém, em 2008, com a crise econômica dos Estados Unidos, esse movimento cresceu, pois a busca por imóveis menores aumentou muito. Hoje já virou uma tendência mundial e está presente no mundo tudo”, aponta Andreoli.
Não diferente, esse movimento chegou ao Brasil, e muitos investidores do setor imobiliário e resorts já estão buscando como uma solução. “Além de terem um projeto único, são fabricadas e entregues prontas em até 60 dias, o que pode ser um ótimo negócio para o setor, já que antecipa o payback do investimento”, destaca Andreoli.
Dentre os públicos que procuram este tipo de habitação estão principalmente estudantes e casais que buscam uma alternativa para construção do seu imóvel de maneira mais rápida. Ainda, há investidores pequenos e grandes que enxergam como uma alternativa para criação de vilas e resorts devido à velocidade de implantação, segundo Andreoli.
Vantagens e desvantagens das Tiny Houses
Andreoli aponta que, na construção modular, é possível evitar vários problemas corriqueiros da construção civil. “É o caso, por exemplo, da complexidade na contratação de mão de obra local, além da falta de previsibilidade orçamentária, desperdícios de materiais, impacto ambiental, entre outros”, comenta Andreoli.
No entanto, dentre as desvantagens apontadas por Andreoli está o fato de que ainda faltam financiamentos bancários disponíveis para este tipo de construção. Outra questão a ser observada é relacionada ao frete até o terreno. “É importante avaliar a viabilidade com um profissional que possua experiência desde projetos até o conhecimento das fabricadas creditadas para atender na sua região”, conclui Andreoli.
Entrevistado
Rodrigo Andreoli é arquiteto, formado pela Universidade Bandeirantes de SP, em 2004. Iniciou suas atividades desde que ingressou na universidade passando por órgãos municipais, Prefeitura, Eliane Revestimentos além de escritórios de arquitetura onde trabalhou na Bienal com Paulo Mendes da Rocha. Atuou como arquiteto na Telha Norte nos Jardins, em São Paulo. Nesse período, Rodrigo foi um dos arquitetos do programa Dia a Dia, da TV Band. Na sequência, foi estudar na Austrália onde passou pelo escritório de arquitetura design Cubicle. De volta ao Brasil, Rodrigo atuou como executivo em grandes empresas como Tigre, Lubrizol e Amanco, adquirindo experiência ao viajar por todo o Brasil e países das Américas do Sul, Central e Estados Unidos. Experiência que o fez abrir a própria empresa de arquitetura e construção atuando com projetos residenciais e corporativos. Em 2018, idealizou e apresentou o programa na Band SP “A Reforma que eu Quero”. Nesse mesmo período mergulhou nos estudos sobre arquitetura Modular Off Site, onde atuou na Taec Módulos como gerente de engenharia. Na sequência, apoiou e prestou consultoria a outras start ups modulares no Brasil e, por último, em Portugal. Agora, numa nova fase na Taec Módulos, ele atua no desenvolvimento de novos negócios além de apoiar o time da engenharia e equipe comercial. Em 2022, iniciou suas palestras sobre Arquitetura Modular.
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Como funcionam as Normas Brasileiras para botijão de gás?
O responsável por uma revendedora de gás foi preso em flagrante no Rio de Janeiro por armazenar botijões em local inadequado, encostados aos muros divisórios do estabelecimento. Ele chegou a recorrer, mas o tribunal manteve a prisão. A juíza responsável por julgar o caso entendeu que o local estava em desacordo com as exigências do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro e da ANP, que, por sua vez, têm como base a NBR 15514 e da Lei Estadual 4945/2006.
De acordo com Marcos Siqueira, Engenheiro Mecânico e Coordenador da Comissão de Estudos do CB09 – Comitê Brasileiro de Gases Combustíveis e da ABNT, o mais comum nestes casos é que ocorram autuações, multas e até interdições.
“A norma ABNT NBR 15514, que é adotada pela ANP nas fiscalizações, estabelece as condições técnicas e procedimentos para um armazenamento seguro, respeitando afastamentos e quantidades de recipientes em lotes organizados em locais demarcados”, explica Siqueira.
Código de Defesa do Consumidor
A norma técnica brasileira (NBR) tem a prerrogativa de Lei. Com isto, se for descumprida, consequentemente a pessoa ou instituição estará infringindo a Lei ou o Código de Defesa do Consumidor. Este, por sua vez prevê que é “vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas, colocar no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro)”. Da mesma forma, o código estabelece que o fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pelo acondicionamento de seus produtos.
Dentre as penalidades que estão previstas na lei há desde a possibilidade de multa até a interdição total do estabelecimento ou obra, passando por infrações criminais e penais, apreensão do produto, cassação do registro, proibição de fabricação, cassação de licença e intervenção administrativa.
Área de Armazenamento de Recipientes Transportáveis para GLP
Em seu curso sobre a NBR 15514, Siqueira comenta sobre as normas relacionadas à Área de Armazenamento de Recipientes Transportáveis para GLP:
- Área de armazenamento: capacidade máxima de armazenamento no lote é de 6.240 kg de GLP, podendo ter várias formas para ocupar a disponibilidade de espaço do terreno;
- Corredor de circulação: deve ter 1 metro (exigido acima da classe II, 1.560 kg de GLP);
- Dentro da área de armazenamento, além dos recipientes, são permitidos apenas material para teste de vazamentos (água e sabão), balança de pesagem mecânica ou com certificação para área classificada, e extintores e placas de sinalização;
- A cobertura não é exigida como obrigatória na norma. No entanto, se ela existir, ela deve ter uma resistência menor que as estruturas laterais, ser de material incombustível e ter espaçamento mínimo de altura de 2,60 m, sendo que o excipiente da pilha superior deve estar a 1,20 m da cobertura para facilitar a ventilação;
- O piso deve ser pavimentado e deve suportar a carga dos recipientes. Pode ter inclinação, desde que mantenha estável o empilhamento dos botijões. Há também os casos das plataformas elevadas, que é quando está a cerca de 20 cm de altura com relação ao piso circundante. Nessa situação da plataforma, o corredor de circulação deverá estar no mesmo nível dos recipientes. O corredor de circulação pode ter inclinação;
- A delimitação da área pode ser feita por pintura no piso, tela de gradil metálico, elemento vazado de concreto e cerâmica ou qualquer outro material resistente ao fogo;
- Os lotes podem conter recipientes cheios, vazios e os eventuais que apresentarem defeitos devem ser identificados e organizados separadamente;
- Independente da forma de demarcação adotada, deve haver uma passagem livre de 1 metro de largura;
- Quando delimitadas por cerca ou gradil, as classes I, II e III devem possuir acesso de, no mínimo, 1,20 m x 2,10 m de abertura. Já as classes IV e superiores devem ter pelo menos duas aberturas de, no mínimo, 1,20 m x 2,10 m em lados opostos. A porta deve abrir de dentro pra fora;
- O imóvel deve ter, no mínimo, uma abertura de 1,20 m x 2,10 m, abrindo de dentro pra fora. Em algumas situações, pode ser usado um portão de correr com essa determinação;
- Dentro do imóvel, as paredes resistentes ao fogo devem ser totalmente fechadas (sem aberturas) e construídas em alvenaria sólida, em concreto ou construção similar. Elas devem ter no mínimo 2,60 m de altura. Além disso, elas devem ser construídas e posicionadas de maneira que se interponham entre os recipientes de GLP e o ponto considerado.
Entrevistado
Marcos Siqueira é Engenheiro Mecânico e Coordenador da Comissão de Estudos do CB09 – Comitê Brasileiro de Gases Combustíveis e da ABNT
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Marina Pastore
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Como a arquitetura de Londres mudou ao longo do reinado de Elizabeth II?
Ao longo dos seus 70 anos de reinado, a Rainha Elizabeth II viu a paisagem de Londres mudar. A monarca nasceu numa Londres marcada pela arquitetura gótica muito comum na Era Vitoriana, como é o caso do Palácio de Westminster. Ao mesmo tempo, na década de seu nascimento, 1920, o modernismo estava em alta no país, inclusive como uma forma de reconstruir a Inglaterra após a 1ª Guerra Mundial. Em 2022, um dos seus últimos feitos foi a inauguração da Linha Elizabeth de metrô, em Londres, que teve uma grande preocupação com inclusão e sustentabilidade.
Veja os estilos arquitetônicos que marcaram as construções relacionadas à realeza britânica, bem como a mudança de estilos enfrentadas pela Inglaterra ao longo dos últimos 90 anos.
Década de 1950: Elizabeth assume o trono
Em 1952, com a morte do Rei George VI, a Rainha Elizabeth assumiu o poder. Este era um período pós Segunda Guerra Mundial e foi marcado, na Europa, pela reconstrução das cidades em função da destruição deixada pelos conflitos de escala mundial.
“Na Inglaterra em especial, a construção das New Towns experimentava as recentes teorias urbanas através da construção de novas cidades nos arredores de Londres, apostando em uma estrutura de organização urbana descentralizada e no controle mais ativo do desenvolvimento da cidade. É durante os anos 1950 que vemos o desenvolvimento, na Inglaterra, do que seria conhecido como brutalismo - movimento arquitetônico caracterizado pela racionalidade e funcionalidade, pela aposta na industrialização da construção e pelo uso do concreto aparente com edificações marcantes como a Hobin Hood Gardens Complex Housing, de Alison e Peter Smithson, e o Barbican Center, de Chamberlin, Powell and Bon Architects”, aponta Juliane Bellot Rolemberg Lessa, coordenadora dos cursos de Arquitetura e Urbanismo na Universidade São Judas, em São Paulo.
Arquitetura plural
De acordo com Juliane, se tem uma coisa que se pode afirmar sobre o último século da arquitetura e urbanismo britânico é que se trata de um período sem predomínio de uma linguagem ou mesmo sucessão de movimentos que tenham tido algum domínio efetivo. “Durante o reinado de Elizabeth II, a arquitetura e urbanismo ingleses são marcados pelo pluralismo, dando espaço para o desenvolvimento de uma série de linguagens e propostas de diversas linhas de pensamento e crítica”, destaca Juliane.
Além do Brutalismo inglês, alguns outros movimentos se destacaram um pouco mais. “Em 1961 é fundado na Inglaterra o grupo Archigram, com Peter Cook, Warren Chalk, Ron Herron, David Greene, Mike Webb e Dennis Crompton. Eles entendiam que a profissão estava desconexa do contexto cultural daquele momento, e propunham que a tecnologia fundamentasse a prática e a expressão arquitetônica. Os anos 1960 foram marcados pelo grande desenvolvimento tecnológico e econômico (década da corrida espacial) e pela cultura de massa (que começa a se delinerar e ganhar força), e o Archigram propunha associar esse contexto à prática arquitetônica e urbanística, levando a propostas muito ousadas e avançadas, nunca construídas, mas que tensionaram o campo disciplinar, abrindo espaço para novas formas de pensar e fazer a arquitetura”, explica Juliane
O pós-modernismo também se desenvolveu na Inglaterra – como no projeto da Ala Sainsbury na National Gallery, de Denise Scott Brown e Robert Venturi. “Mas o movimento High-tech, provavelmente por conta do caminho aberto pelo Archigram, ganhou força no Reino Unido, especialmente com a consagração de Sir Richard Rogers no cenário mundial com a construção do Centre Pompidou em Paris, resultado da vitória em concurso com projeto (1971) desenvolvido em parceria com Renzo Piano”, lembra Juliane.
Na opinião de Juliane, o que se vê na Inglaterra, em especial em Londres, reforça a citada ausência de uma a linearidade sucessória de movimentos dominantes, com estéticas que vão sendo substituídas por outras. “Apesar de o Imperial War Museum North (projeto desconstrutivista de Daniel Libeskind) poder ser considerado inspirado no movimento High Tech, esses novos monumentos contemporâneos, como o The Gherkin de Normam Foster ou mesmo The Shard de Renzo Piano, não têm conexão clara com a tradição inglesa. Essas grandes edificações de vidro e aço são decorrentes de uma certa linguagem apátrida, de escala global, que estão mais para uma prática de estímulo ao crescimento econômico local do que de fato para alguma proposta arquitetônica com fundamentação no próprio campo disciplinar”, comenta Juliane.
Futuro da arquitetura na Inglaterra
Para Juliane, o Reino Unido sempre esteve ligado ao desenvolvimento do campo disciplinar em escala ampliada. E, como potência mundial que é, deve continuar a desenvolver nomes de destaque na crítica e na proposição arquitetônica e urbanística. “A Rainha Elizabeth II foi uma monarca pouco atuante nesse sentido se comparada com seus antepassados, que deixaram cidades, palácios, catedrais, etc, como legado de suas passagens. Já o rei Charles III parece-nos que será mais atuante, uma vez que, mesmo enquanto ainda era príncipe, já demonstrava interesse na arquitetura. Porém, sua predileção por estéticas que são reproduções de movimentos de outros tempos gera debates acalorados no campo profissional, sempre crítico a esse tipo de prática. De qualquer forma, parece pouco provável que a arquitetura e urbanismo britânicos se afastem de sua tendência à inovação, de sua histórica capacidade de crítica e proposição conectadas ao contexto do momento presente”, conclui Juliane.
Entrevistada
Juliane Bellot Rolemberg Lessa é coordenadora dos cursos de Arquitetura e Urbanismo na aponta Juliane Bellot Rolemberg Lessa, coordenadora dos cursos de Arquitetura e Urbanismo na Universidade São Judas, em São Paulo.
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Número de novos imóveis comercializados no Brasil cresceu 26,6% em 2022
De janeiro a maio de 2022, o número de novos imóveis vendidos no Brasil aumentou 26,6%, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. No total, o número de unidades comercializadas foi de 74.570. As informações são da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Este levantamento levou em consideração dados de 18 empresas associadas a estas instituições.
Vendas de médio e alto padrão
As vendas de imóveis de médio e alto padrão aumentaram em 145,3% com relação a 2021. Isto representa um total de 19,62 mil unidades, segundo o levantamento. De acordo com a Abrainc-Fipe, estes dados mostram que o mercado tem visto com bons olhos a compra de ativos imobiliários.
Vendas no Casa Verde & Amarela
No Casa Verde e Amarela, por sua vez, o crescimento foi de 8%, com 53.776 unidades vendidas no acumulado do ano. Em abril deste ano, o Governo anunciou a ampliação da curva de subsídios do programa, o que pode ter refletido nestes resultados. Dois meses depois, em junho, o subsídio médio do CVA teve um acréscimo de 12,5% a 21,4%.
Na opinião do presidente da Abrainc, Luiz França, estas medidas de incentivo ao programa habitacional certamente irão se refletir na procura por imóveis, fator que melhora a expectativa dos empresários em relação aos próximos meses.
“Para o brasileiro, a compra do imóvel é vista como uma forma de proteger parte do patrimônio da alta inflacionária, e assim obter ganhos reais no longo prazo. As medidas aprovadas pelo governo no programa Casa Verde e Amarela também serão importantes para recuperar o poder de compra da baixa renda e devem impulsionar as vendas nesse segmento no segundo semestre”, declarou França.
Distratos
O levantamento da Abrainc e da Fipe ainda apontou que a relação entre distratos/vendas ficou em 11% no acumulado de 2022, índice que vem caindo a cada trimestre. Em 2016, esse número era de 62%.
Alta no lançamento de imóveis
Ainda de acordo com a Abrainc-Fipe, de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022, houve um crescimento de 37% nos lançamentos de imóveis, quando comparado ao mesmo período do ano anterior (dezembro/2020, janeiro e fevereiro de 2021). No total, foram 47.793 unidades habitacionais lançadas no período.
Fonte
Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
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30,8% dos profissionais estão familiarizados com tecnologias 4.0 na construção civil
Em agosto de 2022, a Pesquisa Nacional sobre Digitalização na Arquitetura e Urbanismo revelou que 64% dos profissionais não utiliza nenhum tipo de ferramenta ou metodologia orientada a planejar as atividades no início dos projetos. Além disso, apenas 30,8% dos entrevistados dizem estar familiarizados quando consultados em relação às soluções 4.0, o que inclui inteligência artificial, business intelligence e o próprio BIM.
Por outro lado, 84,5% dos profissionais ouvidos pela pesquisa afirmaram ter uma percepção positiva a respeito do BIM e 77,6% compreendem que a ferramenta terá uma grande importância no mercado.
“Quando um profissional está fazendo o projeto de maneira isolada, isto é, quando faz a sua disciplina sem levar em conta as demais, em geral, é possível desenvolver o projeto seguindo uma intuição, uma metodologia simplificada ou a própria experiência. Não estou levando em conta as interferências que meu projeto pode gerar nas demais disciplinas e vice-versa. O problema é que para fazer um projeto em BIM, esta compatibilização é indispensável. Ainda é baixo o número de profissionais que utiliza esta ferramenta porque ainda é muito baixo o número de profissionais que faz projetos em BIM de maneira coordenada e compatibilizada”, comenta Rodrigo Broering Koerich, presidente do BIM Fórum Brasil.
Na opinião de Koerich, a consequência disso é que quando não se usa esta tecnologia ou quando projetos incompatíveis são realizados, a compatibilização é feita posteriormente. Consequentemente, o retrabalho é muito grande. “As pessoas muitas vezes acabam convivendo com este retrabalho, mas não param para se organizar em equipes multidisciplinares. Quando estas são orientadas por uma determinada metodologia clara de sequenciamento de atividades, isso possibilita que as decisões sejam tomadas à medida que elas são acordadas com as demais disciplinas”, explica Koerich.
Tecnologias 4.0
Com relação à tecnologia, o setor de construção civil é provavelmente o mais atrasado de todos. “O setor ainda encara as tecnologias como algo muito distante. Não se imagina o uso destas tecnologias dentro da construção, dentro do canteiro de obras, mesmo nos projetos. Vamos pensar primeiro nas tecnologias 2.0, que é o uso do CAD. Ele vem sendo utilizado há aproximadamente 25 anos. Até então, os projetos eram feitos em papel. Ainda hoje não é 100% das pessoas que fazem o uso do CAD como tecnologia principal. Ainda tem gente que gosta de fazer a concepção ou algumas etapas do projeto à mão. A adoção da tecnologia é algo que ainda demora. E a tecnologia 4.0 ainda vai levar bastante tempo se não houver políticas, processos ou ações que acelerem o uso dessas ações de maneira integradas”, declara Koerich.
Dificuldades na adoção do BIM
Na Pesquisa Nacional sobre Digitalização na Arquitetura e Urbanismo, foi possível verificar que 56% dos profissionais estão no estágio de adoção inicial do BIM. No entanto, 91,6% deles vêm seus esforços de adoção descontinuados no tempo. A falta de recursos foi apontada como o principal fator que afetam os esforços de adesão, com índice de 71,2%. Ao mesmo tempo, 36% dos profissionais disseram ter desenvolvido experiências de trabalho em BIM.
“As principais dificuldades para fazer esta transformação passam primeiro pela sensibilização. Em primeiro lugar, é preciso que as pessoas compreendam que estas tecnologias trarão grandes ganhos. O segundo passo é a integração destas tecnologias. O primeiro desafio é transpor a barreira de adoção do próprio BIM como uma das tecnologias 4.0. Quando existir a modelagem tridimensional, ou a modelagem de informação da construção, que é o BIM, de maneira mais ampla nas fases de projeto, a tendência é que novas tecnologias que podem ser associadas ao uso do BIM também passem a ser incorporadas. Ainda assim, elas precisariam ser integradas. A maior dificuldade começa pela sensibilização, depois a gente tem uma fase de preparação do mercado, dos projetistas para que eles adotem essas metodologias, mas as principais barreiras estão na mudança do processo de trabalho, para um processo coordenado”, expõe Koerich.
Trata-se, sobretudo, de um processo que demanda a interação entre equipes para obter maior produtividade. “Caso contrário, eu faço meu trabalho em um processo tradicional, sem uma metodologia, tenho muito retrabalho pra fazer isso, e as pessoas acabam abandonando o processo porque esse retrabalho não paga a conta”, alerta Koerich.
Outra ação necessária para a difusão do BIM, segundo Koerich, é a sensibilização dos contratantes de projeto, sejam eles do setor público ou privado.
“Como você sensibiliza uma construtora ou incorporadora a fazer o uso de uma tecnologia que ela não está acostumada? Ao mostrar que ela tem vantagens reais no uso desta tecnologia, como os ganhos na qualidade da construção, diminuição de custos, redução de prazos, dentre outros. A partir do momento em que o mercado começar a contratar ou a exigir que os projetos sejam feitos utilizando o BIM, é natural que os projetistas e demais envolvidos comecem a fazer um uso mais extensivo da tecnologia. Também é necessário preparar essas empresas para contratar o BIM. Senão, eles acabam contratando de forma errada, sem entender como deve ser feito e se frustram e podem ter a impressão de que a ferramenta não traz benefícios”, conclui Koerich.
Entrevistado
Rodrigo Broering Koerich é Engenheiro Civil (1995) e Mestre em Estruturas (2004) pela Universidade Federal de Santa Catarina. Trabalha desde 2001 na AltoQi Tecnologia, empresa que desenvolve softwares BIM para projetos, orçamento e gestão de edificações, com mais de 65 mil clientes no Brasil e no exterior, onde é Diretor de Portfólio. É o coordenador técnico do projeto CONSTRUA BRASIL (Termo de colaboração - Ministério da Economia e RECEPETi) para aumento da produtividade e competitividade da construção civil, projeto com impacto nacional no setor de construção civil. Ainda, é presidente do BIM Fórum Brasil, associação civil de âmbito nacional, neutra, sem fins lucrativos que reúne os diversos agentes da Cadeia Produtiva da construção envolvidos e interessados na disseminação do conceito e prática da Modelagem da Informação da Construção (BIM).
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Cédulas de dinheiro viram insumo para produção do cimento
Você já parou para pensar o que acontece com as cédulas de dinheiro a medida em que elas vão envelhecendo? Ou como são descartadas? Hoje, de acordo com o Banco Central, uma boa parte delas servem como combustível para os fornos de fabricação de cimento, por meio de coprocessamento, reduzindo assim o uso de recursos naturais não renováveis e a emissão de gás carbônico.
Segundo o Banco Central, hoje 52% do descarte é queimado para ajudar a alimentar fornos de produção de cimento. “Esses resíduos compõem uma das fontes de calor que se prestam a esse tipo de aproveitamento”, explica o Banco Central.
Em 2021, por exemplo, foram destruídas 880 toneladas de cédulas e em 2022, até o momento, 650 toneladas. O Banco Central está em dez localidades. Em nove dessas localidades o descarte das cédulas se dá no processo de queima para produção de cimento, são elas: Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém.
Caso estas notas não fossem utilizadas nos fornos de fabricação do cimento, os picotes de cédulas seriam descartados em aterros sanitários compatíveis com esse tipo de material, segundo o Banco Central.
Seleção de cédulas antigas
Uma das questões que gera curiosidade é como o Banco Central seleciona as notas de dinheiro que não estão mais aptas para a circulação e que devem ser inutilizadas.
“O Banco Central recebe as cédulas da rede bancária e faz a verificação do nível de desgaste de forma automatizada, em que são checados o nível de sujeira, a existência de manchas, riscos, rasgos, etc”, informa a instituição.
Ainda de acordo com o Banco Central, a vida útil das notas pode variar conforme os valores de cada uma: “Para as cédulas de R$ 2, R$ 5 e R$ 10, em torno de 14 meses, de R$ 20, em torno de 16 meses e de R$ 50 e R$ 100, em torno de 36 meses. Os valores foram obtidos com auxílio de pesquisa, cuja coleta de exemplares em circulação foi realizada nos meses de dezembro de 2011 e janeiro de 2012”.
Entrevistado
Banco Central
Contato
comun.imprensa@bcb.gov.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
Índice Nacional de Custo da Construção desacelera a 0,33% em agosto
O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) desacelerou 0,33% em agosto de 2022, de acordo com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). Este indicador econômico capta a evolução de custos de construções residenciais. Com isso, tem-se uma alta acumulada do índice de 8,80% no ano e 11,40% em 12 meses. Em julho, este índice foi de 1,16%. No mesmo mês do ano passado, o índice subiu 0,56% no mês e acumulou alta de 17,05% em 12 meses.
“Ao olharmos o Índice Nacional de Custo da Construção, houve uma participação do componente mão-de-obra, cujos custos desaceleraram, uma vez que o período em que acontecem os acordos coletivos já passou. Isto é, nas principais capitais, eles já foram realizados. No entanto, a principal desaceleração do índice veio do componente materiais e equipamentos, que praticamente ficou estável no mês. Isso refletiu, inclusive, a deflação de alguns itens. Se observarmos de uma maneira mais abrangente, temos a queda no preço de combustíveis, as desonerações que foram promovidas e as oscilações dos preços das commodities. Além disso, no primeiro semestre, tivemos uma maior pressão e agora a conjuntura ficou um pouco mais favorável”, aponta Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos de Construção do FGV IBRE.
No entanto, Ana Maria lembra que ainda existe um cenário de incerteza, devido à geopolítica internacional e também pela questão das eleições nacionais. “Ainda não dá para afirmar com certeza que esta é uma tendência definitiva. Entretanto, tudo leva a crer que estamos caminhando nesta direção de desaceleração dos preços, uma vez que já estamos observando um ritmo de aumento de custos menor que no ano passado. No entanto, no Brasil, por exemplo, a eleição é um componente que ainda traz incerteza para este cenário, uma vez que há a variação do câmbio. Se por acaso for percebido da parte dos candidatos algo que traga mais insegurança, isso pode levar a uma evolução da taxa de câmbio. Consequentemente, isso pode reverter esta tendência que estamos observando. Há também uma questão externa que diz respeito às taxas de juros. Isso tende sempre a levar a uma saída de recursos externos e levar a uma desvalorização cambial. São questões que devem estar no radar. Mas mesmo considerando tudo isso, hoje a tendência é de que o ritmo de aumento de preços de materiais fique em um ritmo inferior ao do ano passado”, explica Ana Maria.
Materiais, equipamentos e serviços
Em agosto, a taxa correspondente a Materiais e Equipamentos variou 0,03% em agosto, após subir 0,62% em julho. Todos os subgrupos componentes apresentaram decréscimo em suas taxas de variação, segundo a FGV.
De acordo com Ana Maria, os itens que fizeram com que o índice decrescesse foram tubos e conexões, ferro e aço, vergalhões, tubos de PVC e material elétrico. “É curioso observar que, em 2021, estes quatro itens foram os que mais puxaram o INCC. De certa forma, eles estão devolvendo um pouco o aumento de 2021. Mas, obviamente, não chega aos preços do período pré-pandemia. De toda a forma, são materiais constantes do orçamento de obra e essa mudança traz algum alívio”, opina Ana Maria.
Por outro lado, o índice relacionado aos serviços variou de 0,49% em julho para 0,68% em agosto. Ana Maria destaca que a questão da alimentação na obra teve uma elevação mais significativa no mês, por isso foi observado este resultado.
Índice por região: materiais e equipamentos
De acordo com o INCC-M, todas as capitais estudadas tiveram decréscimo em suas taxas de variação: Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo.
“Quem se destacou com maior decréscimo foi Belo Horizonte. A capital mineira teve uma queda do preço dos materiais puxada pelos itens de estrutura metálica, ou seja, vergalhões e tubos e conexões de ferro. Na contramão, Brasília teve um aumento acima da média, pois foi onde os vergalhões tiveram uma retração menor. Em compensação, temos itens como cimento, pedra e areia que puxaram a taxa para cima”, pontua Ana Maria.
Entrevistada
Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos de Construção do FGV IBRE.
Contato
Assessoria de imprensa – assessoria.fgv@insightnet.com.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
Pavimento de concreto se destaca no 24º ENACOR - 47ª RAPv
Em agosto, a cidade de Bento Gonçalves (RS) recebeu o 24º Encontro Nacional de Conservação Rodoviária e a 47ª Reunião Anual de Pavimentação em conjunto, como já é tradição nos eventos. Organizados pela Associação Brasileira dos Departamentos Estaduais de Estradas de Rodagem (ABDER) e da Associação Brasileira de Pavimentação (ABPv), eles têm como objetivo discutir infraestrutura dos modais de transporte, logística, tecnologia e trânsito do país. O evento reuniu 6 mini-cursos, 26 palestras e 94 apresentações de trabalhos técnicos.
“Esse é um evento que envolve engenheiros que trabalham com a parte rodoviária do Brasil. Acontece todos os anos, mas por conta da pandemia nos últimos anos foi online. Nesse, depois da pandemia, acabou tendo uma movimentação um pouco maior em função disso”, destaca Alexsander Maschio, gerente regional Sul da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).
Pavimento de concreto ganha importância no evento
Na opinião de Maschio, houve um posicionamento muito efetivo dos participantes a respeito da presença do concreto no evento. “O curso de Whitetopping da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) abriu o evento, com informações sobre a durabilidade na restauração rodoviária com pavimentos de concreto. Durante a palestra do Luiz Guilherme Rodrigues de Mello, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), ele mencionou o pavimento de concreto como uma alternativa interessante para as rodovias. No último dia, também foi realizada uma palestra técnica sobre as inovações nas técnicas construtivas presentes na restauração em whitetopping na rodovia PRC-280, no interior do Paraná, que vai de General Carneiro até Palmas”, lembra Maschio.
Para Maschio, o grande destaque foi o curso de whitetopping, que posicionou a técnica como uma alternativa viável e muito interessante para a questão da restauração rodoviária. “Isto é, para as rodovias que precisam de manutenção, que é o caso da maior parte do Brasil”, destaca.
No stand da ABCP, também houve uma grande procura e curiosidade com relação ao pavimento de concreto. “Recebemos as visitas de órgãos estaduais como DER/MG, DER/DF, DER/GO e DNIT. Em suma, houve uma movimentação muito positiva dos órgãos estaduais buscando a questão do concreto”, pontua Maschio.
Ainda, o evento também trouxe outros temas relacionados ao cimento e ao concreto, como “relação de ensaios com carregamento na compressão e flexão para brita graduada tratada com cimento”, “pavimento reciclado com adição de cimento: avaliação do desempenho de três segmentos monitorados da rodovia SC-355”, “pavimento de concreto como alternativa econômica para a redução do custo Brasil”, “análise das reações cimentantes de um solo tropical estabilizado com cal calcítica e dolomítica” e “concreto asfáltico produzido em laboratório com Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP) modificado e agregados do Recôncavo Baiano”.
Fontes
Alexsander Maschio é gerente regional Sul da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).
Contato
alexsander.maschio@abcp.org.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP