Ponte Akashi Kaiko
Ponte suspensa com maior vão do mundo.
Utilizou Concreto Auto-Adensável (CAA) na ancoragem da ponte.
Maior vão=1.991m
Inaugurado em 1998
Rota Kobe Awaji / Japão
Canal do Panamá
Conecta o Oceano Atlântico com o Pacífico.
A diferença de nível entre os dois oceanos é de aproximadamente 26m.
A obra utilizou cerca de 1.564.400m³ de concreto.
Inaugurado em 1914
Panamá
Viaduto de Millau
Ponte mais alta do mundo.
O pilar mais alto possui aproximadamente 240m.
Inaugurada em 2004
Millau / França
Ponte-Túnel Oresund
Maior ponte rodoferroviária da Europa.
Seu comprimento total é 7.845m, sendo que o túnel possui 4.000m.
Inaugurado em 2000
Liga a Suécia à Dinamarca
Túnel Seikan
Maior túnel submerso no mundo.
Ao todo possui 53,85km, sendo 23,3km abaixo do nível do mar.
Inaugurado em 1998
Liga Honshu à ilha de Hokkaido
Aeroporto Internacional de Madeira
Ganhou o prêmio Outstanding Structure Award dado pelo International Association for Bridge and Structural Engineering (IABSE) em 2004.
Reconhecida mundialmente como uma das obras mais difíceis de realizar devido à tipologia de terrenos.
São 180 colunas com 70 m de altura cada
Inaugurada em 1964 e ampliada a pista de pouso em 2000.
Ilha da Madeira / Portugal
Investimentos e Bolsa de Valores
A melhor maneira de investir sem medo
Itambé Empresarial: Qual é a melhor maneira de investir um capital, seja empresarial ou pessoal?
Alessandro Martins: A maneira responsável. Quanto mais responsável melhor. A partir do momento em que você tem a liberdade de fazer o que quiser com seu dinheiro, assume que seus atos sobre ele têm conseqüências. E você é responsável por essas conseqüências. Por isso gosto da Bolsa de Valores. Pois exige um alto grau de comprometimento. Do ponto de vista dos riscos e vantagens, individualmente, e até do ponto de vista dos valores representados pelas empresas que você investe, coletivamente.
Itambé Empresarial: Como funcionam os investimentos em ações empresariais? É arriscado investir em ações?
Alessandro Martins: É muito simples entrar na bolsa. Basta ter uma conta corrente em um banco e, então fazer o cadastro em uma corretora. Com valores a partir de R$ 500 já é possível. Alguns dirão que um valor tão pequeno nem adianta. De fato, considerando a corretagem e outras taxas talvez nem valha a pena, mas já é suficiente para começar a aprender diversas coisas. Depois de molhar os calcanhares talvez você se anime a ir até o joelho e até mais. Quanto a ser arriscado ou não: claro que é arriscado. Muito. Tanto quanto atravessar a rua. Nem por isso as pessoas deixam de atravessar a rua, certo?
Itambé Empresarial: Como acontecem as operações de compra e venda? Existe algum tempo mínimo para ficar com o investimento, depois da compra das ações?
Alessandro Martins: Na teoria existe um tempo entre a compra ou a venda de um ativo e sua efetiva entrega. Na prática, nas corretoras, isso não acontece. Se isso fosse seguido à risca - como em algumas corretoras de bancos - as operações de day-trade (comprar e vender (não necessariamente nessa ordem) um "ativo" no mesmo dia) seriam inviabilizadas.
Itambé Empresarial: O que faz as ações de uma empresa cair ou subir?
Alessandro Martins: Se você procurar todos os motivos, serão tantos que faltará espaço aqui para enumerá-los: os cenários micro e macro-econômicos, o preço do petróleo, a escassez de alguma matéria-prima, o excesso dela, as medidas do governo, a inflação, os juros, o emprego, o desemprego, os lucros e os prejuízos. São tantos os fatores que ficaria difícil dizer o que faz, efetivamente, o preço de uma ação subir ou descer. Para avaliar todos esses fatores é muito complexo. Na análise técnica, no entanto, costuma-se avaliar apenas os gráficos. Neles todas as notícias e fatos estão descontados. Isto é, está tudo ali já. Então, para simplificar, pode-se dizer que o movimento do preço de uma ação é ocasionado por duas forças contrárias e complementares: a dos compradores e a dos vendedores. A força dos compradores (ou bulls, no jargão), empurra para cima; eles querem que os preços subam, pois estão comprados na ação. A força dos vendedores (ou bears, no jargão), empurra pra baixo, pois eles estão vendidos na ação. Isso para simplificar.
Itambé Empresarial: O que é bolsa de valores? Como saber a hora certa de investir?
Alessandro Martins: São locais que oferecem condições e sistemas necessários para a realização de negociação de compra e venda de títulos e valores mobiliários de forma transparente. Além disso, tem atividade de auto-regulação que visa preservar elevados padrões éticos de negociação, e divulgar as operações executadas com rapidez, amplitude e detalhes. Isto é: são os locais onde são negociadas as ações e outros valores mobiliários. Para saber a hora certa de investir você deve saber várias coisas: o que pretende de seu dinheiro, seus objetivos, conhecer um tipo de análise: fundamentalista, técnica ou outra, definir um plano, saber quando entrar e quando sair.
Itambé Empresarial: Quais são os primeiros passos para investir na bolsa de valores? Como saber quanto investir? Para onde vai o dinheiro?
Alessandro Martins: Primeiro é necessário ter uma conta em uma corretora. Isso é fácil. É só ter uma conta corrente e fazer o cadastro naquela que você escolher. O site da Bovespa lista diversas. Depois você transfere o dinheiro que quer investir - não existe valor mínimo ou máximo - para a conta que você abrirá na corretora. Quando quiser comprar alguma ação basta usar o home broker (para compra e venda de ações via internet) ou ligar para seu corretor. O dinheiro será debitado de sua conta. Se precisar desse dinheiro, basta vender as ações e pedir para que seja feita a transferência do dinheiro para a sua conta no banco.
Itambé Empresarial: Quais os cuidados que se deve tomar antes e depois do investimento?
Alessandro Martins: Primeiro esteja consciente dos riscos e que você é responsável por tudo o que fizer. Depois de investir - digamos na compra de uma ação -, essa responsabilidade é efetiva. Você vai ter que acompanhar a movimentação de seu ativo - com maior ou menor freqüência, dependendo se está operando no curtíssimo, curto, médio ou longo prazo - e tomar decisões sobre isso constantemente.
Itambé Empresarial: Qual a probabilidade de prejuízos?
Alessandro Martins: A probabilidade de prejuízos cresce com o desconhecimento, com a falta de responsabilidade e na medida em que falta a consciência de um gerenciamento de risco.
Itambé Empresarial: Existe algum tipo de imposto ou tarifa para investir na bolsa de valores?
Alessandro Martins: Existe a corretagem que você paga a cada ordem dada à corretora e os emolumentos. Você também paga Imposto de Renda, diferenciado para cada tipo de operação. Para simplificar, você paga Imposto de Renda sobre o lucro a cada mês que suas vendas de ações superarem os R$ 20 mil. Para opções e para day-trade as regras mudam.
* Alessandro Martins é consultor, escritor e Jornalista. Formado em Jornalismo na UFPR em 1998, trabalhou dez anos no Jornal do Estado em Curitiba, como editor do caderno de Cultura. Realiza consultoria externa, para iniciantes e quem deseja informação mais direcionada sobre o assunto. Editor dos blogs: Livros e Afins, Um Investidor Iniciante na Bolsa de Valores, Quero Ter Um Blog, Cracatoa Simplesmente Sumiu e Eu Pratico Yôga.
Confira algumas dicas para ampliar seu conhecimento sobre investimentos:
Dicas de livros:
- A Lógica do Mercado de Ações - John Allen Paulos
Editora: Campus
- Candlestick - Um método para ampliar lucros na Bolsa de Valores - Carlos Alberto Debastiani
Editora: novatec
- Capital Humano - O que é e por que as pessoas investem nele - Thomas O. Davenport
Editora: Nobel
- Cartas a um Jovem Investidor - Gustavo Cerbasi
Editora: Campus
- Como se transformar em i, operador e investidor de sucesso - Alexander Elder
- Estratégia acionária para vencer na bolsa de valores - Rivadavila S. Malheiros
Novatec Editora
- Investindo em Ações - José Godoy, Luiz Gustavo Medina e Marco Antonio Gazel Junior
Editora: Saraiva
- Investimentos Inteligentes - Gustavo Cerbasi
Editora: Thomas Nelson Brasil
- Investindo sem Erro: Dinheiro Protegido, Futuro Garantido - Jose Godoy Gustavo Medina, Marco Antonio Gazel JR.
Editora: Saraiva
Dicas de sites:
Referência:
Créditos: Alessandro Martins*
Etiqueta corporativa: como agir em diversas situações do dia-a-dia
Fatores críticos para o sucesso
Etiqueta no mundo dos negócios é fundamental. Saber se portar corretamente no ambiente de trabalho é essencial para ser reconhecido dentro de uma empresa e poder aumentar as oportunidades ao longo da carreira. Portanto, é preciso estar atento: em um mercado tão competitivo um bom comportamento pessoal pode ser o diferencial para quem quer se destacar.
Para ser um profissional qualificado é necessário possuir conhecimentos técnicos e profissionais, que envolvem as habilidades e capacidades na execução das atividades, e também conhecimentos pessoais, que envolvem o cuidado com a imagem, a postura e o comportamento diante de outras pessoas. A falta de etiqueta pode comprometer a conquista de um cliente, um grande negócio ou um bom emprego.
A psicóloga Luciana Serafin revela que na vida profissional comportamentos como serenidade, compromisso e ética estão entre os mais valorizados dentro de uma empresa. Por isso o profissional deve prezar por uma conduta que não incomode ou desrespeite os demais, desde a sua maneira de agir e falar até a forma de se vestir. A rotina, o dia-a-dia estafante e as preocupações com metas, eficiência e lucratividade não podem se tornar um empecilho para as boas maneiras.
Atitudes discretas preservam a harmonia do ambiente
No trabalho, a pessoa deve ter acima de tudo discrição em seus atos, pois certas brincadeiras ou comentários podem ofender outras pessoas e gerar situações constrangedoras. Nestes casos, a melhor maneira de contornar a situação é pedir desculpas e cuidar para que não ocorram novamente.
As empresas valorizam as atitudes de seus empregados, como a postura e o medo de proceder diante dos obstáculos. Saber agir em momentos difíceis do dia-a-dia representa vantagem competitiva, o que demonstra que o empregado tem um bom senso e está preparado para representar a empresa em qualquer ocasião.
Todas as atitudes que incomodam as pessoas são consideradas falta de respeito e por isso deve haver uma série de cuidados, como por exemplo: não bater o telefone, falar alto, importunar seu colega com conversas e perguntas o tempo todo, entre outros.
Ser elegante em um ambiente de trabalho e bem educado, não significa bajular todo mundo e sim ser cortês, simpático e sociável. Isto certamente facilitará a comunicação e tornará o convívio mais agradável e saudável.
Cuidar da aparência é imprescindível
A maneira de se vestir influencia de forma decisiva na relação profissional. A utilização de roupas inadequadas pode fazer com que as pessoas se sintam pouco à vontade ao seu lado e mantenham distância.
A roupa depende muito do ambiente de trabalho que o profissional atua, pois existem empresas com ambientes mais formais e outras nem tanto.
Há empresas que criam códigos sobre como cuidar da aparência, entretanto, as que não tem, os profissionais devem ter um senso crítico e observar como os colegas e executivos se vestem e assim ter uma base do que pode ser usado.
Roupas limpas e discretas, corte de cabelo, barba feita e unhas bem cuidadas, fazem parte da etiqueta, não significa ser obrigado a seguir as tendências da moda, mas a maneira de se apresentar demonstra elegância e respeito.
A comunicação direta e cortês gera mais resultados
O profissional deve saber se portar corretamente com clientes ou colegas de trabalho, seja pessoalmente, por e-mail ou em ligações. A linguagem é fundamental, mas deve haver também educação, cortesia e objetividade.
Encontros profissionais
Em um encontro profissional é importante agir com naturalidade e se apresentar atencioso. Dicas simples como falar Como vai? ou utilizar a expressão Muito prazer são infalíveis. O que deve ser evitado são ações que demonstrem intimidade como dar beijos, abraçar ou dar tapinhas nas costas, isso pode acabar demonstrando uma atitude antiprofissional. Ao se despedir o ideal é estender a mão direita com firmeza (sem exagero) e acompanhar o cumprimento com um sorriso amigável. Se for apresentar alguém, o importante é informar algo além do nome e cargo, o que ajuda a colocá-la dentro do contexto, facilitando a conversação. Os homens sempre devem se levantar para cumprimentar. As mulheres, não precisam.
Falar bem
A maneira de falar é uma das habilidades essenciais no mundo dos negócios. Os profissionais devem tomar cuidados com erros gramaticais, de pronúncia e de vocabulário, isso acaba gerando dificuldades em persuadir os outros a aceitar suas idéias ou a comprar seus produtos. Falar muito também atrapalha reuniões de negócios, pois deixa o interlocutor sufocado, sem conseguir expor suas idéias.
No ambiente de trabalho para ter uma boa convivência, não se deve exagerar no tom de voz e maneirar nos gestos.
Ao telefone
O uso do telefone para o fechamento de negócios é fundamental no mundo corporativo, porém seu mau uso pode significar perda de tempo, de oportunidade e de dinheiro.
A melhor maneira de fazer uma ligação é se identificar, explicar o motivo do telefonema e perguntar se há disponibilidade para conversarem. A conversa deve ser com uma voz clara e alegre. O ideal é focar somente no assunto, se mostrar interessado, saber ouvir e demonstrar entusiasmo, estimulando assim o outro a falar.
A eficiência no ambiente virtual, também é de extremo valor. A linguagem deve ser direta, simples, objetiva, clara, educada, e sem erros de português e digitações.
A formatação também pode influenciar a maneira que o leitor irá interpretar a informação, por isso deve ser evitado o uso de letra maiúscula, pois passa a mensagem de que estaria gritando e o excesso no uso de cores, fontes diferenciadas, pontos de exclamação, cifrões e afins. O e-mail da empresa também não deve ser usado para fins pessoais.
O comportamento em reuniões é decisivo
As reuniões de negócio são sempre boas para o profissional expor o seu comportamento. Há algumas regras básicas a serem seguidas como:
· Não se atrasar;
· Usar roupas formais;
· Memorizar o nome das pessoas presentes na reunião;
· Utilizar a forma de tratamento mais adequada (Senhor, Senhora, Doutor, etc.);
· Sentar-se de maneira correta;
· Evitar expressões ou gestos bruscos;
· Evitar falar sobre assuntos pessoais;
· Focar no tema da reunião;
· Responder as perguntas e expor suas idéias quando tiver certeza do assunto;
· Cuidar para que ninguém sinta que está impondo algo;
· Estar preparado para ouvir as idéias de todos;
· Planejar o que vai falar;
· Respeitar o cronograma previsto;
· Não utilizar ou deixar o celular ligado;
· Caso a reunião comece atrasada, explique que precisará sair um pouco antes.
A troca de cartões em geral é feita no inicio da reunião. Uma prática comum é deixá-los à vista, caso o nome de uns dos participantes lhe escape. Quando o encontro é informal, os cartões são trocados ao fim da reunião. A troca de cartões deve acontecer quando houver interesse para um contato futuro e jamais deve ser feita quando estiverem comendo.
Eventos empresariais também exigem moderação
Em eventos promovidos pela empresa, o cuidado deve ser praticamente o mesmo do dia-a-dia no trabalho. Apesar de o ambiente ser mais descontraído, o profissional não deve achar que é diversão, evitando assim os excessos, como informalidade demais, falar alto, beber demais, entre outros. Normalmente para almoço de negócios, caso você esteja convidando, o ideal é sempre perguntar ao convidado se ele tem alguma preferência. Caso contrário procure um bom restaurante à la carte, com uma boa variedade de pratos, pois agradam todos os gostos, comenta Luciana.
Fechando negócios em qualquer lugar
Com um mercado cada vez mais competitivo, empresas apostam em um bom atendimento para fechamento de negócios importantes. A eficiência e a elegância estão em alta. Com isso a etiqueta corporativa virou uma questão de sobrevivência social e profissional.
Um erro, ou distração, comum entre os profissionais é achar que a etiqueta corporativa só se limita ao país ou cidade onde a empresa está inserida. Entretanto a forma de negociar varia de país para país e até de cidade para cidade. Por isso, o profissional deve estudar os costumes locais e a maneira que os anfitriões agem em reuniões de negócios para não cometer nenhuma gafe.
Dica
O livro "Nem só de marketing... Postura e comportamento no mundo corporativo", escrito por Roberto Teixeira da Costa e Susanna Sancovsky, revela gafes e deslizes que podem atrapalhar o fechamento de um negócio importante. No livro é destacado o costume que certos brasileiros têm de adiar projetos, atrasos e improvisos que acabam impedindo certas negociações com estrangeiros.
Saber como agir em diferentes situações do dia-a-dia, como a hora certa de falar e escutar fazem parte da etiqueta profissional. Essas pequenas regras fazem a imagem do profissional se destacar e assim ser valorizada.
* Luciana Serafin - Psicóloga, pós-graduada em Administração de RH e Planejamento e Gestão de Negócios.
Referência:
Créditos: Luciana Serafin*
A experiência é importante. Estar aberto a inovações, também
Além da experiência adquirida, é preciso estar atento aos novos elementos e aprender com eles
Recentemente participei de um simpósio no qual um dos palestrantes ressaltou, por diversas vezes, sua insatisfação por aprender tão pouco a partir da sua própria experiência. Vindo de tal pessoa, amplamente reconhecida no mundo empresarial e acadêmico por sua capacidade de inovação e gestão, tal afirmação foi razão de enorme inquietação, principalmente pela dificuldade de alcançar naquele momento, com precisão, todo seu significado.
Mas, enfim, de forma sucinta, como experiência e inovação se relacionam?
É fato que, desde a infância, a maior parte do aprendizado se dá a partir da experiência, mestre inseparável do desenvolvimento humano. Há, inclusive, teorias que estudam o aprendizado, demonstrando, estatisticamente, que em processos repetitivos, o tempo necessário para concluir uma tarefa será menor cada vez que ela for repetida, e que essa redução no tempo segue um padrão previsível, o que se denomina curva de aprendizado.
A possibilidade da transmissão de experiências anteriores de forma massificada, obtida após a criação da prensa tipográfica, foi uma das maiores alavancas para a evolução da sociedade. A partir de tal invenção, foi possível, de forma mais ampla, aproveitar o conhecimento de outras pessoas, retratado principalmente em livros, e, a partir daí, prosseguir, alcançando-se grandes avanços para a humanidade.
Atualmente somos testemunhas vivas de nova revolução em curso a respeito da forma como utilizamos o conhecimento. Esta revolução é proporcionada principalmente pela internet e por todos os mecanismos altamente inovadores dela derivados, como, por exemplo, os sites de busca, que identificam, em frações de segundo, milhões de informações que levaríamos talvez anos para selecionar, caso utilizássemos os instrumentos mais modernos disponíveis há pouco mais de uma década.
Apesar de vivenciarmos transformação de tal magnitude, por vezes somos levados a tentar resolver os desafios que se apresentam neste novo contexto de mundo com fórmulas e conceitos que outrora eram válidos, mas que para problemas atuais podem ser absolutamente ineficazes. Pensando em tal cenário, é interessante lembrar a famosa frase de Einstein, na qual "Os problemas significativos com os quais nos deparamos não podem ser resolvidos no mesmo nível de pensamento em que estávamos quando eles foram criados." (tradução livre).
Tal constatação não sugere, de forma alguma, abdicar da experiência já obtida, capaz de nos revelar padrões importantíssimos aptos a propiciar correções de rumos e efetivas vantagens competitivas. Indica, sim, a necessidade de, não obstante toda a experiência já acumulada, estar atento aos novos elementos, e a partir deles obter novos aprendizados.
Considerando ser a inovação - vista de uma forma ampla, não apenas relacionada a produtos e serviços - essencial para a sobrevivência de qualquer empresa, eis que sem ela, ser aniquilado pelo mercado será apenas uma questão de tempo, um dos maiores desafios que se apresentam é como alcançá-la, e, mais do que isso, como tornar a busca por inovação uma constante nas organizações, a fim de que seu futuro seja sempre promissor.
Apesar de tal resposta não ser nada simples, parece não ser possível atingir tal patamar se não houver nas organizações ambiente no qual inovação seja sinônimo de tentar e poder errar, aprendendo a partir do erro. Empresas que nada desejam mudar, talvez por receio do desconhecido ou por não aceitar a nova ordem, serão, sem dúvida, ultrapassadas por outras, que, sem medo de errar, alcançarão o que se tinha por inatingível, chegando lá primeiro e colhendo todos os frutos de sua ousadia.
Deve se ter claro, entretanto, que tais premissas não significam ousar de forma ingênua, sem uma estratégia a permitir que toda organização aprenda a partir dos seus acertos e erros, pois é necessário seguir adiante, inovando e provavelmente errando por muito mais vezes, mas sempre num patamar acima do anterior e, principalmente, à frente dos demais atores do mercado.
Referência:
Créditos: José Otto Segui Temporão - Gerente Jurídico da Itambé
Empreendedorismo e manejo comportamental
Mario Persona, afirma que é possível estimular o empreendedorismo nas pessoas
Itambé Empresarial: Por que o empreendedorismo é importante?
Mario Persona: Nada acontece sem pessoas empreendedoras, com visão e disposição para mudar as coisas. O empreendedor é inquieto, percebe coisas erradas ou as que podem ser melhoradas e parte para a ação.
Itambé Empresarial: Ser empreendedor é um dom? É possível tornar uma pessoa empreendedora?
Mario Persona: Creio que algumas pessoas sejam mais empreendedoras do que outras por diferentes razões. Pode ser pelo desejo de criar algo novo ou de não se conformar com o modo como as coisas estão. Pessoas com um limitado senso de observação têm dificuldade para empreender, já que não conseguem enxergar o que há de errado com o modo de fazer algo que tem sido feito do mesmo modo há mil anos.
Creio ser possível estimular o empreendedorismo nas pessoas, mas se não existir uma resposta, uma disposição para isso, elas não sairão do lugar onde estão para fazer algo diferente. Quem está sempre em busca de uma zona de conforto dificilmente encara o empreendedorismo como um benefício. Para pessoas assim ele é visto mais como um estorvo.
Itambé Empresarial: Qual é o perfil e características do empreendedor? E como identificar uma pessoa empreendedora?
Mario Persona: Senso de observação, criatividade, inquietude e descontentamento, há uma lista enorme de características e em algumas pessoas elas são mais acentuadas do que em outras. É preciso ser pró-ativo para ser empreendedor, estar disposto a correr riscos e a lutar por suas idéias.
Pessoas demasiadamente passivas e medrosas não empreendem.
Conheci um empresário que costumava colocar uma vassoura caída e atravessada no corredor por onde passaria o candidato ao emprego. Sem o candidato saber ele já era testado ali. Se a vassoura continuasse caída no corredor ele nem era entrevistado. Se o candidato se abaixasse para pegar a vassoura e colocá-la encostada na parede para não representar risco a quem passasse pelo corredor, era aprovado no teste.
Itambé Empresarial: Qual a importância de um empreendedor em uma empresa?
Mario Persona: Você encontra basicamente três perfis de pessoas nas empresas. O perfil administrador é o organizado, aquele que controla tudo, que se preocupa com dados e registros, que contabiliza. Pode ser alguém de números, da contabilidade, do financeiro ou qualquer pessoa que tenha um perfil de organização e horários rígidos. Essas pessoas são necessárias em toda organização, mas se existissem apenas elas a empresa não avançaria, pois não são dadas a correr riscos. Geralmente elas não perguntam "quanto vamos ganhar?", mas "quanto vamos gastar?".
Aí você tem o prático, o operacional, o técnico, que é o faz-tudo, aquele que monta e desmonta as coisas, que percebe defeitos e propõe consertos. Ele pode ser confundido com um empreendedor porque tem uma boa percepção do que deve ser melhorado ou consertado. Ele não tem necessariamente o senso de organização do perfil anterior, mas também não olha para o futuro. Seu interesse está no presente e por esta razão ele é um executor, não um empreendedor. Está mais para usar microscópio do que luneta.
O terceiro perfil é o do empreendedor real, aquele que pode não ser muito organizado e nem sempre sabe como executar suas idéias, mas que está sempre com um pé no futuro. Pode não ser uma pessoa operacional porque acaba delegando a execução da idéia enquanto parte para outra.
Geralmente as empresas precisam de empreendedores principalmente na gestão, no marketing e para viajarem o tempo todo em busca de idéias. Se colocarmos em termos de uma caçada, o empreendedor é o que sai para caçar, o prático é o que prepara o churrasco e o administrativo aquele que cuida de todos os detalhes da organização e prestação de contas do safári.
Itambé Empresarial: Como posso trazer uma pessoa empreendedora para a minha empresa? E o que isso representará para o meu negócio?
Mario Persona: A dificuldade é que empreendedores são esquivos e não gostam de trabalhar em ambientes engessados ou com pessoas de visão limitada. É preciso primeiro mudar a cultura da empresa para fazer dela empreendedora, constantemente descontente com o status e decidida a correr riscos. Um ambiente assim atrai empreendedores, mas é importante entender que na filtragem podem passar pela malha alguns que são inconseqüentes que correm riscos desnecessários ou que não tem qualquer visão prática da viabilidade e aplicação das novas idéias.
Empreendedorismo e inovação andam de mãos dadas, mas sempre vale também aquela máxima de que "cientista e louco todo mundo tem um pouco". Até onde a loucura pode correr solta em uma empresa inovadora é ainda uma questão sem parâmetros precisos. Portanto há empresas que decolaram graças ao empreendedorismo e outras que naufragaram pela mesma razão. Por exemplo, uma inovação que é trazida para a empresa muito antes do tempo pode ser pior do que nenhuma inovação.
Itambé Empresarial: Quais os pontos positivos e negativos de ter empregados empreeendedores?
Mario Persona: Deve existir um equilíbrio para que os projetos não sejam começados e abandonados. O ímpeto empreendedor é importante, mas precisa ser gerenciado para que os novos empreendimentos sejam transformados em resultados. Em uma escala menor, mais do dia-a-dia, só vejo vantagens em uma equipe com alto grau de empreendedorismo, pois o empreendedor sempre encontra novas maneiras de se fazer a mesma coisa, por mais rotineira que seja a tarefa.
Itambé Empresarial: Como ser um empreendedor no mundo atual, sendo que muitas coisas já foram inventadas, a competitividade é grande e o ato de se destacar no mercado é cada vez mais difícil?
Mario Persona: Quando falamos de empreendedorismo isso não precisa ficar restrito às novas invenções, mas deve ser visto também como um aprimoramento contínuo. Há empresas que promovem o empreendedorismo e a inovação entre seus colaboradores com ótimos resultados.
Muitas vezes há uma economia grande quando a própria equipe busca soluções para problemas de produção, por exemplo, trazendo idéias inovadoras que se fossem desenvolvidas por uma consultoria externa, custariam caro para serem viabilizadas.
A competitividade no mercado é alta, mas sempre existe lugar para pessoas competentes, inovadoras e empreendedoras. O que falta no mercado é qualificação, já que a qualidade do ensino despencou nos últimos anos e nem todo mundo sabe que deve investir em educação formal e informal se quiser encontrar uma colocação. O ensino acadêmico não é suficiente para o profissional se lançar no mercado. É preciso uma boa dose de curiosidade e vontade de aprender para ele correr atrás de um conhecimento complementar, que irá diferenciá-lo de outros concorrentes.
Itambé Empresarial: Qual seria um bom exemplo de empreendedorismo no mundo atual?
Mario Persona: Não sei se é lenda ou não, mas ouvi uma história bastante curiosa que mostra a capacidade de inovar e empreender em uma linha de fabricação de pasta de dente. A produção enfrentava um problema com a máquina de embalar que colocava os tubos dentro das caixinhas, pois algumas caixinhas acabavam sendo fechadas vazias, sem o tubo, e isso só era descoberto pelo cliente.
A solução seria colocar pessoas para uma verificação manual do peso das embalagens depois de fechadas, o que seria caro demais e pouco produtivo, ou investir em um equipamento de pesagem para detectar e desviar da linha de produção as caixas vazias, o que também teria um custo. Alguém na linha de produção, com criatividade e capacidade de empreender, descobriu que bastava colocar um ventilador ao lado da esteira que o vento se encarregaria de atirar longe as caixinhas vazias.
Itambé Empresarial: Idade, origem familiar, educação são fatores decisivos para tornar uma pessoa empreendedora?
Mario Persona: Nem sempre. Você encontra empreendedores dos mais diversos segmentos, origens e grau de instrução. É certo que a dificuldade ajuda a criar pessoas mais criativas e empreendedoras, mas pessoas imunes às dificuldades também podem se tornar grandes empreendedores se tiverem curiosidade e olhar crítico e assim buscar soluções para problemas e necessidades que detectam à sua volta.
* Mario Persona - Autor dos livros Dia de Mudança, Marketing de Gente, Marketing Tutti-Frutti, Gestão de Mudanças em Tempos de Oportunidades, Receitas de Grandes Negócios e Crônicas de uma Internet de Verão. Além de palestrante é consultor e professor de estratégias de comunicação e marketing.
Site: www.mariopersona.com.br
Blog: www.mariopersona.com.br/blog
Videolog: www.tvbarbante.blogspot.com
e-mail: contato@mariopersona.com.br
Referência:
Créditos: Mario Persona*