CBIC prevê expansão de 3,5% para o setor da construção civil em 2022
Depois de elevar a previsão de crescimento neste ano de 2% para 2,5% em abril, agora a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) projeta nova expansão de 3,5% para o setor em 2022. Este dado representa um aumento maior que o do PIB brasileiro que, de acordo com a Pesquisa Focus, tem previsão de alta de 2,65%.
Em agosto de 2022, a Sondagem da Indústria da Construção, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou o melhor desempenho do último ano. O relatório apresentou diversos índices positivos: expansão da atividade e do emprego, além do aumento da confiança da construção.
“Se considerarmos os 50 países que já divulgaram o PIB do segundo trimestre, a economia brasileira ocupa o 12º melhor resultado. Isto é um aspecto positivo que precisamos ressaltar. Em todas as bases de comparação dos resultados do PIB, a construção civil cresce acima da economia nacional. Enquanto a economia cresceu 1,2% nesse segundo trimestre com relação ao primeiro, a construção civil cresceu 2,7%. Se compararmos ao resultado anual, o país cresce 2,5%, enquanto o setor cresce 10,5%”, aponta Ieda Vasconcelos, economista da CBIC, durante webinar da instituição.
De acordo com Ieda, de julho de 2020 a julho de 2022, a construção já gerou mais de 600 mil novos postos de trabalho com carteira assinada. “Vale lembrar que são empregos diretos. No entanto, a cada R$ 1 milhão investidos no setor, temos 18,31 novos postos diretos, indiretos e induzidos, este índice pode ultrapassar 1 milhão de empregos”, explica a economista.
Outro índice apresentado por Ieda é que a construção civil está 12,5% acima do nível de atividade do período pré-pandemia. “Se contabilizarmos os últimos três meses de 2019 e o resultado do segundo trimestre de 2022, nós estamos 12,5% acima. A construção civil é o setor com segundo melhor resultado, ficando atrás apenas do segmento de informação, que é componente do setor de serviços”, destaca Ieda.
Economia em ano eleitoral e os impactos na indústria da construção
Em webinar da CBIC, Caio Megale, economista chefe da XP Investimentos, apontou que, no Brasil, a economia tem apresentado resultados positivos. “Chegamos a projetar zero para o PIB de 2022 – e houve previsões de que seria negativo. Ao olhar um cenário que engloba guerra entre Rússia e Ucrânia, juros de 14% e ano de eleições, parecia algo bastante negativo. No entanto, tivemos também a reabertura da economia e a alta das commodities ajudam a melhorar este cenário. Além disso, a inflação vem caindo – gasolina, alimentos, bem duráveis, entre outros”, afirma Megale. Para o economista, independente de quem vencer a eleição, há incertezas de ambos os lados.
Medidas do Programa Casa Verde e Amarela
Para Rodrigo Luna, presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Imóveis de São Paulo (Secovi-SP), a nova curva de subsídios do Programa Casa Verde e Amarela e novos tetos já tiveram efeitos importantes. “Agora temos duas novas ferramentas que são a ampliação do prazo de financiamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de 30 para 35 anos e o FGTS consignado. Embora ainda não estejam em operação, são duas agendas muito importantes para recompor parte das famílias que perderam a condição de adquirir a casa própria”, comentou Luna durante webinar da CBIC.
Fontes
Ieda Vasconcelos é economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)
Caio Megale é economista chefe da XP Investimentos.
Rodrigo Luna é presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Imóveis de São Paulo (Secovi-SP)
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XP Investimentos - deborah.rodrigues@xpi.com.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
Prefeitura de Salvador licencia primeiro empreendimento em formato BIM
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) expediu o primeiro alvará de construção em formato BIM (Building Information Model – Modelagem da Informação da Construção) para um empreendimento em Salvador durante o mês de setembro.
“Salvador é a primeira cidade do Brasil a analisar e licenciar empreendimentos utilizando exclusivamente a tecnologia. Com o projeto em modelo BIM, se toda a documentação for apresentada em conformidade, o tempo de análise e concessão de alvará para esse tipo de construção é de apenas 45 dias, o que contribui para o desenvolvimento econômico da capital baiana”, afirma o secretário da Sedur, João Xavier.
Como funciona o licenciamento em formato BIM?
Através do Portal Simplifica (www.simplifica.salvador.ba.gov.br), o requerente tem acesso ao formulário do sistema. Este, por sua vez, possui a identificação de parâmetros e índices urbanísticos, conforme a legislação de Salvador e o usuário pode escolher entre submeter um projeto em BIM (3D) ou em CAD (2D).
De acordo com a Sedur, em qualquer um dos dois casos, conforme o usuário vai preenchendo os campos, o formulário vai pré-analisando os dados e verificando se está de acordo com a legislação.
“Caso não esteja conforme, o processo não consegue ser submetido para análise até serem realizados os ajustes. Desta forma, todos os processos submetidos utilizando esse sistema já serão entregues para análise com uma pré-validação”, informa a Sedur.
A grande diferença entre escolher submeter o projeto em CAD (2D) e BIM (3D), está na forma de preencher os campos do formulário. “Ao escolher em BIM, o Responsável Técnico anexa um arquivo em formato IFC (arquivo 3D) de compartilhamento entre softwares BIM e o sistema consegue identificar todos os dados do projeto e preencher o formulário de forma automática com esses dados. Trazendo uma forma mais precisa e rápida de verificação do projeto” destaca a Sedur.
Uso e benefícios
Atualmente, a plataforma, disponível no Portal Simplifica, permite o licenciamento de empreendimentos R3–01 (residenciais torre única). A ferramenta possibilita a criação de projetos em 3D e automatiza a análise dos parâmetros urbanísticos. No futuro, haverá a possibilidade de licenciamento no formato BIM para as construções de habitação de interesse social, as multiresidenciais e as não residenciais. De acordo com a Sedur, a inclusão de construções de habitação de interesse social é o próximo passo para o ano de 2023.
Para a Sedur, ao realizar o licenciamento em formato BIM, os profissionais obtêm mais segurança, precisão técnica para a execução do projeto e otimização do trabalho interno do órgão. “O analista fica responsável apenas pelo trabalho que exige análise humana, já que o sistema é capaz de verificar os itens objetivos de forma automática. A avaliação dos setores é realizada de forma simultânea”, aponta a Sedur.
Fonte
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur)
Contato
sedursalvador@gmail.com
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Marina Pastore
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Prédio mais alto de São Paulo foi inaugurado
Em setembro de 2022, foi inaugurado o edifício Platina 220, considerado agora o prédio mais alto da cidade de São Paulo. Localizado no Tatuapé, na Zona Leste, ele tem 172 metros de altura e 46 andares. Com isso, o edifício supera em dois metros a altura do Mirante do Vale, prédio que ocupou este posto por cinco décadas.
“O Platina 220 chega para integrar o Eixo Platina, uma rede de edifícios distribuídos paralelamente à Radial Leste, principal avenida da região. Acompanhamos as principais tendências do mercado imobiliário para oferecer toda tecnologia e comodidade aos futuros moradores e frequentadores de todos os nossos empreendimentos”, aponta Igor Melro, diretor comercial da Porte Engenharia e Urbanismo, empresa responsável pela obra.
O Platina 220 é um empreendimento de uso misto, com lojas no térreo, hotel, apartamentos residenciais, salas comerciais e lajes corporativas. Os pavimentos do edifício estão divididos da seguinte forma: no primeiro pavimento, estão as áreas comuns dos apartamentos residenciais e do hotel da bandeira Intercity. Ambos os usos ocupam do 2º ao 10º andar. Acima deles ficam as salas comerciais, que ocuparão de 12º a 24º andar, e as lajes corporativas, que irão ocupar o espaço entre o 25º andar e o 46º andar. Com apartamentos de 35 m2 a 70 m2, salas comerciais de 26 m2 a 49 m2, e lajes corporativas de 250 m2 a 500 m2, o novo empreendimento tem um hotel com 190 quartos. No térreo, há uma fachada ativa composta por 19 lojas, com o que há de mais moderno nas recomendações urbanísticas.
“Temos um papel importante de transformar o território onde atuamos, sempre seguindo as principais tendências de mercado e planejamento urbano, em especial para a Zona Leste de São Paulo. Buscamos desenhar e planejar projetos robustos e inovadores, de múltiplo uso, capazes de fomentar o desenvolvimento e a economia local, além de aumentar a qualidade de vida da população”, explica Melro.
Desafios da construção
Ao todo, foram quatro anos de obras de construção do Platina 220. “Tiramos o projeto do papel em 2018, e entregamos em setembro de 2022”, pontua Melro.
De acordo com Melro, quando se planeja um edifício alto, como o Platina 220, muitos detalhes precisam ser considerados. “Isso vai desde a dimensão em planta, tipo de fundação, armação e materiais que serão usados, impacto do vento, até planejamento estrutural que consideram as necessidades especificas do projeto. Temos uma equipe muito experiente e preparada nesse tipo de construção, que participa de todos os processos, do projeto do início ao fim”, explica Melro.
A área total construída é de 57.087,75 m2. As metragens variam de 35 m2, 57 m2 e 70 m2, para as 80 unidades residenciais. Os 190 quartos de hotéis possuem de 19 m2 a 49 m2. Além dos 22 andares de lajes corporativas.
Para a construção do edifício, foram utilizados um total de 3,9 mil toneladas de aço e 32,3 mil m3 de concreto, segundo Melro.
Arquitetura
Para este empreendimento, foram utilizados todos os instrumentos e benefícios previstos pelo Novo Plano Diretor de São Paulo de 2014, garantindo impacto positivo ao entorno do edifício: uso misto, fachadas ativas, fruição com a rua, entre outros.
A união desses usos almeja atrair mais empresas para a região e, com isso, outros benefícios, como reduzir os deslocamentos dos moradores para outras regiões da capital. “Pela complexidade e diversidade do programa, nós comparamos sua resolução à montagem de um Tangram”, afirma Jorge Königsberger, um dos autores do projeto e sócio fundador do escritório Königsberger Vannucchi Arquitetos Associados.
O resultado é um edifício com volumetria marcante, a começar pelos elementos de fachada ventilada. Para viabilizar a construção em altura e, ao mesmo tempo, garantir conforto térmico interno, durabilidade e perenidade do material envoltório, o sistema construtivo foi desenvolvido em porcelanato.
Clique aqui e assista ao vídeo sobre o empreendimento Platina 220.
Fontes
Igor Melro é diretor comercial da Porte Engenharia e Urbanismo.
Jorge Königsberger é um dos autores do projeto e sócio fundador do escritório Königsberger Vannucchi Arquitetos Associados
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Assessoria de imprensa – acacia@targetsp.com.br
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Marina Pastore
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Marquise cai em Pernambuco
Uma marquise desabou no Centro da cidade de Aliança, na Zona da Mata de Pernambuco, no dia 11 de setembro. O acidente resultou na morte de cinco pessoas, enquanto outras nove ficaram feridas. Na ocasião, a cidade estava comemorando 94 anos de sua emancipação e havia muitas pessoas circulando pela rua.
Sobretudo, as marquises são um elemento estrutural bastante presente nas edificações do centro da cidade do Recife, mas, pelo descuido com a sua manutenção, têm tido um acentuado índice de acidentes, segundo o estudo “Como se encontram as marquises do Recife?”, criado por João Carvalho, Tiago Chaves, Antonio Carlos Melo, Eliana Cristina Monteiro, todos da Escola Politécnica de Pernambuco, em parceria com Paulo Helene, da Escola Politécnica de São Paulo.
Neste estudo, que avaliou uma amostragem de 125 marquises na capital pernambucana, observou-se que 100% delas possuíam pelo menos quatro tipos de manifestações patológicas. O problema encontrado com maior incidência foi o de umidade, presente em 86% das marquises analisadas, seguido pelo destacamento do revestimento e de pintura (69%); incidência de mofo, bolor e limo (64%). Ainda, foi possível observar que 56% delas tinham o crescimento de vegetações que, devido ao acúmulo d’água em suas raízes, provoca umidade e outras patologias. A desagregação do concreto manifestou-se em 41% das marquises estudadas.
De acordo com Paulo Helene, engenheiro civil, presidente do Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON) e professor titular da Universidade de São Paulo, acidentes com marquises normalmente têm relação com cargas excessivas. “Em geral, são letreiros de propaganda, equipamentos de ar-condicionado (motor refrigerador), depósito e armazenamento de produtos, lixo e falta de manutenção”, explica Helene.
Além disso, a umidade e a água acumulada sobre a marquise, é uma das maiores incidências de manifestações patológicas porque os ralos entopem e a água de chuva fica represada.
“Como sabemos, a água de chuva, em geral ácida, é agressiva ao concreto. Da mesma forma, a água salgada da brisa marinha é o meio natural mais agressivo ao concreto armado e protendido. O aço é muito sensível ao cloreto e a corrosão é inevitável quando não há manutenção, limpeza e impermeabilização periódica”, comenta Helene.
Helene aponta que os mecanismos que levam ao colapso de marquises são:
- Deficiência na posição da armadura. Isto significa que a armadura deve ficar na face superior da laje;
- Deficiência de ancoragem da armadura na estrutura ou corpo da obra, o chamado gogó da ema ou erro mesmo de posicionamento;
- Dimensionar prevendo abertura de fissura no chamado Estado Limite de Serviço ELS. “Marquises deveriam ser dimensionadas no estádio I, ou seja, devem ser robustas e redundantes. São estruturas que não avisam claramente do risco iminente e só especialistas com uma boa inspeção podem perceber os sinais. Inspecionar uma marquise olhando por baixo é o mais comum dos erros. A fissura grave fica junto ao apoio e na face superior”, declara Helene.
Como evitar o desabamento de marquises?
Em primeiro lugar, Helene aponta que é necessário fazer um projeto cuidadoso, detalhado, redundante e robusto, sem permitir abertura de fissura. Além disso, a execução deve ser rigorosa e responsável. Dentre os cuidados também estão a impermeabilização e drenagem bem asseguradas e eficientes, assim como a limpeza e manutenção.
Além disso, é fundamental evitar sobrecargas extras, perfurações para fixar ar-condicionado, escarificações para passar conduítes de elétrica de letreiros, lixo e entupimentos, segundo Helene. Ainda, Helene recomenda renovar a impermeabilização a cada quatro anos, limpar semanalmente e desentupir ralos a cada 15 dias.
“Se possível, é altamente recomendável dimensionar incluindo uma armadura extra na face de baixo da laje da marquise com capacidade de suportar o peso dela. Assim procedendo (conceito de robustez), caso a armadura superior venha a falhar por corrosão (fissura) ou por mal posicionamento, a marquise fica pendurada na estrutura, mas não cai sobre as pessoas”, sugere Helene.
Entrevistado
Paulo Helene é presidente do Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON). Ele também é engenheiro civil, professor titular da Universidade de São Paulo e diretor da PhD Engenharia.
Contato
paulo.helene@concretophd.com.br
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Marina Pastore
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Índice de construção registra aumento do emprego e atividade no setor
Em agosto de 2022, a Sondagem da Indústria da Construção, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou o melhor desempenho do último ano. De acordo com os dados, este é o terceiro mês de uma sequência crescente de avanços da produção e do emprego.
Em junho, o índice que mede o nível de atividade da Construção estava em 51,6. Em julho, subiu para 52,5 e, no mês seguinte, atingiu 55,0. Acima da linha divisória dos 50 pontos, o número é indicativo de expansão da atividade, segundo a CNI. Além disso, a Instituição aponta que foi um nível de expansão historicamente elevado para um único mês. De acordo com a CNI, a última vez em que uma expansão dessa magnitude havia sido registrada foi em agosto de 2010.
“A expansão foi registrada em todos os setores da construção, em especial no setor construção de edifícios, que puxou o resultado geral da construção para cima”, explica Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.
Índice de evolução do número de empregados
Outra taxa positiva apresentada pela CNI foi o índice de evolução do número de empregados, que ficou em 53,1 pontos. Em junho, o resultado foi 51,7 pontos e, no mês seguinte, foi de 51,9. Este resultado mostra uma terceira expansão consecutiva – a mais forte da série histórica, que tem início em 2011.
Utilização da capacidade operacional
Em agosto de 2022, a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) da Construção permaneceu em 68% - mesmo índice de julho. De acordo com a CNI, trata-se do mais elevado nível de utilização da capacidade para o mês de agosto desde 2013.
Confiança da construção
De acordo com a CNI, outro índice que avançou foi o de Confiança do Empresário (ICEI) da indústria da construção que subiu 2,7 pontos, chegando a 62,7.
A instituição apontou que o avanço aconteceu sobretudo na avaliação relativa à economia brasileira, cujo índice avançou 7,4 pontos, frente a um avanço de 4,0 pontos no índice relativo às empresas. Já o componente relativo às expectativas subiu em menor escala, apenas 1,4 ponto, chegando ao total de 64,7 pontos. Para a CNI, isso é um indicativo de que os empresários da construção acreditam que a economia e as empresas vão melhorar nos próximos seis meses.
Intenção de investimento
Outro indicador positivo em setembro de 2022 foi o índice de intenção de investimento da indústria da construção, que aumentou 0,9 ponto, chegando a 6,8 pontos. Este foi o maior patamar desde julho de 2014. É a terceira alta mensal consecutiva.
“Com este cenário positivo, a intenção de investir também vem aumentando para os empresários da indústria de construção”, destacou Azevedo.
Entrevistado
Marcelo Azevedo é gerente de Análise Econômica da CNI.
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Marina Pastore
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Laje irregular desaba em Itapecerica da Serra
O galpão de uma empresa que faz venda e locação de contêiners desabou em Itapecerica da Serra (SP), durante o mês de setembro. A Polícia Militar divulgou que, no momento do acidente, ocorria uma reunião com mais de 60 pessoas no local. O acidente deixou nove mortos e 31 pessoas feridas.
O desabamento ocorreu com o rompimento da laje de um mezanino com auditório. Na ocasião, uma arquibancada foi montada no mezanino para receber os visitantes e acabou desabando com o restante da estrutura, momentos antes da reunião terminar.
De acordo com Clémenceau Chiabi Saliba Jr., presidente do Conselho do IBAPE (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia) Nacional, as prováveis causas deste tipo de ocorrência podem ser relacionadas aos seguintes fatores:
- falha no projeto e/ou execução da obra;
- uso inadequado, manutenção ineficiente e/ou desgaste não avaliado de elementos de construção;
- eventos naturais ou externos imprevisíveis, como um veículo bater em um pilar da edificação, vendavais, alagamentos, etc.
No entanto, para uma correta determinação da causa, há necessidade de avaliação por meio de um trabalho pericial mais aprofundado. “Além da vistoria ao local, a coleta e análise de todas as informações disponíveis, como projetos, licenças, fotos e vídeos históricos e registros de manutenção são de fundamental importância. Para se concluir, poderá haver ainda a necessidade de realização de ensaios nos materiais, como por exemplo, a resistência do concreto”, explica Saliba Jr.
A Prefeitura de Itapecerica da Serra divulgou que o espaço foi modificado de uso comercial para industrial sem obter as autorizações necessárias, incluindo a do Corpo de Bombeiros.
Construção em área de proteção e recuperação aos mananciais
Segundo informações da Prefeitura de Itapecerica da Serra, o galpão está em uma área de proteção e recuperação de mananciais e que, por isso, é necessário um licenciamento da Cetesb (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) antes da autorização municipal. No entanto, o projeto aprovado pela estatal acabou “irregularmente alterado” pelo proprietário.
Saliba Jr. pontua que construir nessas áreas é bem mais delicado e complexo que em outras, sendo necessário a solicitação de alvará e autorização junto à CETESB, fundamentada em documentos e estudos técnicos específicos.
“No entanto, se seguidos corretamente os parâmetros técnicos de projeto e execução da obra, entendemos não existir influência do local da construção quanto a desabamento”, aponta Saliba Jr.
Manutenções
Para evitar acidentes deste porte, Saliba Jr. recomenda realizar a Inspeção Predial periódica na edificação, a fim de orientar quanto as manutenções que devem ser realizadas e em qual período.
Entrevistado
Clémenceau Chiabi Saliba Jr. é presidente do Conselho do IBAPE (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia) Nacional
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Marina Pastore
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Escolhendo revestimento de argamassa de cimento em tubos de ferro dúctil
O revestimento interno dos tubos de ferro fundido tem como função assegurar excelentes condições de escoamento hidráulico, conservadas ao longo do tempo, reduzindo o atrito contra a superfície interna do material (gerando menores perdas de carga), adicionalmente proteção eficaz da parede metálica do tubo, evitando todo o risco de ataque do fluido à parede interna.
“No caso de aplicação em água bruta ou tratada, possui ainda a função de manter a qualidade da água transportada, devido a inocuidade do revestimento utilizado; quando para aplicação em esgotos, teremos diferentes revestimentos, não apenas cimentícios, de acordo com as características do fluido, de modo a garantir a adequada aplicação do ferro fundido às mais diferentes aplicações”, explica a Nathália Duarte, gerente de Qualidade e Desenvolvimento da Saint-Gobain Canalização.
Tipos de cimento podem ser usados em tubos de ferro fundido dúctil
Para os tubos de ferro fundido dúctil, são empregados os cimentos alto-forno para água bruta ou tratada e cimento aluminoso para esgotos. “Cabe considerar que de acordo com o fluido transportado, há opção de aplicação de revestimentos especiais”, afirma Nathália.
O revestimento interno de cimento é aplicado por centrifugação. De acordo com Nathália, neste processo, o cimento é aplicado no tubo, que gira em grande velocidade (tendo diferentes rotações e tempos por diâmetro), de forma a assegurar uma boa qualidade, espessura adequada, aderência e boa resistência mecânica.
A partir daí, a argamassa de cimento é curada, considerando os tempos e características necessários por tipo de cimento, antes de sua pintura e acabamento para expedição.
“O processo da centrifugação possui a vantagem de produzir uma superfície interna lisa, tendo as seguintes propriedades: forte compactação e pouca porosidade da argamassa; pouca rugosidade e boa aderência do cimento à parede metálica”, justifica Nathália.
Normas para revestimentos de argamassa de cimento em tubos de ferro fundido dúctil
De acordo com Nathália, as normas que regem o material e suas aplicações são:
- NBR 7675:2005: esta norma aborda os requisitos, exames e métodos de ensaio aplicáveis para fabricação, recebimento e aplicação de tubos, conexões e acessórios de ferro fundido dúctil e suas juntas para a construção de canalizações.
- NBR 15420:2022: especifica os requisitos, exames visual, dimensional e ensaios para fabricação e recebimento de tubos, conexões e acessórios de ferro dúctil e suas juntas destinados ao uso em sistemas de esgotamento sanitário: operados com ou sem pressurização; instalados em trechos aéreos ou enterrados; para transporte de águas de superfície (não destinadas ao tratamento para consumo humano), esgotos domésticos e alguns tipos de efluentes industriais em regime de fluxo livre e contínuo.
- ABNT NBR 8682:1993: estabelece as condições para aceitação do revestimento de argamassa de cimento em tubos de ferro fundido dúctil, fabricados conforme a NBR 7663.
Entrevistada
Nathália Duarte, gerente de Qualidade e Desenvolvimento da Saint-Gobain Canalização
Contato
Assessoria de imprensa Saint-Gobain: JMachado@webershandwick.com
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Marina Pastore
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Retrofit: por que esta é a nova aposta do mercado?
O retrofit tem se destacado como uma solução para readequar construções antigas. Com a alta vacância de edifícios comerciais nos centros das cidades após a pandemia, esta técnica vem ganhando mais espaço.
“O Retrofit é uma forma sustentável de utilização de edificações. Edifícios antigos, geralmente sem uso e degradados em áreas urbanas são revitalizados e passam por atualizações que permitem que sejam ocupados novamente. Neste processo, busca-se melhorar a eficiência, a recuperação de estruturas e a melhoria nas condições de conforto, além de adequação às normas vigentes e a preservação da memória da edificação”, explica Renata Borges, professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Estácio.
Com isso, torna-se possível ampliar a vida útil da edificação. “É importante frisar que o retrofit tem como princípio preservar a arquitetura original”, aponta Renata.
Origens do retrofit
De acordo com Renata, o retrofit surgiu no final da década de 1990, na Europa e Estados Unidos. “A princípio na área de aviação e, posteriormente, incorporado na construção civil, pela necessidade de ocupação de edifícios industriais e históricos que estavam fora das normas de uso e ocupação”, descreve Renata.
Usos do retrofit
Assim como no exterior, no Brasil o retrofit tem sido aplicado em edifícios antigos, como fábricas abandonadas, edifícios tombados, edifícios corporativos, entre outros.
“A Pinacoteca de São Paulo é um dos exemplos de aplicação de retrofit, realizado pelo escritório do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, em que foram sanados problemas como umidade, reforço estrutural, instalação de elevadores que garantem a acessibilidade e coberturas em vidro para o melhor aproveitamento da luz solar”, comenta Renata.
Outro exemplo é o SESC Pompeia, com o projeto de recuperação de uma fábrica sem uso transformada em espaço de cultura e lazer, pela equipe da arquiteta Lina Bo Bardi.
Vantagens: por que usar o retrofit?
Em primeiro lugar, este processo permite que edificações sem condições de uso tenham sua vida útil renovada e se enquadrem nas normas atuais. “É uma forma a evitar a demolição completa, preservando assim a memória e o espaço urbano, além de reduzir a geração de resíduos da construção civil e revitalizar regiões urbanas degradadas por prédios abandonados”, cita Renata.
Outra vantagem é a de utilizar edifícios históricos destinados à novas funções que atendam a sociedade, segundo Renata.
Renata acredita também que o retrofit pode ser utilizado nas mais diversas situações, desde uma edificação histórica até uma residencial, pois este processo permite readequar a construção aos padrões atuais.
“Para a sua utilização é necessário fazer uma avaliação sobre as condições do prédio em relação à estrutura, instalações prediais (elétrica, hidráulica, lógica, entre outros) e estanqueidade, além de avaliar o valor daquela edificação para a sociedade e/ou espaço urbano. Há casos de edifícios residenciais e corporativos sendo submetidos ao retrofit em função das necessidades do mercado imobiliário em diversas regiões de urbanas”, conta Renata.
As arquitetas Jéssica da Hora e Ana Jorge Castelão, do escritório, Jorge & daHora Arquitetura e Interiores, apontam que a renovação elétrica também é um benefício, uma vez que reduz riscos de acidentes e incêndios por fiação antiga, bem como o consumo de energia. Outra vantagem é a valorização do imóvel, além da sustentabilidade.
Quando utilizar o retrofit?
O retrofit pode ser utilizado nas mais diversas situações, desde uma edificação histórica até uma residencial. “Este processo permite readequar a construção aos padrões atuais. Para a sua utilização, é necessário fazer uma avaliação sobre as condições do prédio em relação à estrutura, instalações prediais (elétrica, hidráulica, lógica, entre outros) e estanqueidade. Além disso, é preciso avaliar o valor daquela edificação para a sociedade e/ou espaço urbano. Há casos de edifícios residenciais e corporativos sendo submetidos ao retrofit em função das necessidades do mercado imobiliário em diversas regiões urbanas”, menciona Renata.
Jéssica e Ana também apontam que pode ser utilizado quando os custos de manutenção de um local ficam muito caros, como mecanismos de aquecimento antigo. “A conta de energia elétrica também pode ser um bom motivo para se pensar em retrofit, já que sistemas elétricos antigos aumentam os gastos. Também é possível utilizar a técnica para deixar espaços acessíveis, com sistemas de segurança, elevadores inclusivos, rampas, etc”, esclarecem.
Etapas do retrofit
Renata relata as fases envolvidas neste tipo de construção:
a) Após uma análise inicial, o projeto será elaborado determinando as demolições necessárias (geralmente internas). “As condições estruturais são avaliadas e soluções de reforço estrutural são desenvolvidas (geralmente necessário quando há mudança de uso, principalmente). As instalações elétricas e hidráulicas são refeitas na maior parte das vezes, em função de normas técnicas terem sido atualizadas para trazerem mais segurança e maior economia no uso”, comenta Renata.
b) São avaliadas as condições de desenho universal e aplicadas soluções que permitam a edificação ser utilizada pelo mais variado público. “Em resumo, há a necessidade de desenvolver um levantamento do local, elaboração de projetos de arquitetura, estrutura, instalações elétricas e hidráulicas, projetos de lógica, acessibilidade, combate e proteção à incêndio”, justifica Renata.
c) Ao final, a compatibilização destes projetos que envolvem diversos profissionais deve ser feita antes de iniciar as obras, permitindo assim um processo de sucesso e sem surpresas dos pontos físicos e financeiros.
Retrofit é mais barato?
A aplicação de um projeto de retrofit pode ser até 50% mais barato do que iniciar uma obra do zero. “Isso porque se a estrutura e suas vedações estiverem adequadas a receber reforço, será gerada uma grande economia, além de ganharmos na sustentabilidade, ao gerar menos resíduos”, defende Renata.
No entanto, segundo Jéssica e Ana, tudo depende do que será renovado, de quais tecnologias serão inclusas, da metragem quadrada e da valorização imobiliária do local. “A ‘idade’ do local também é um fator. Quanto mais antigo, mais cara a revitalização se torna”, pontuam.
Entrevistadas
Renata Borges é Arquiteta e Urbanista, formada pela Universidade do Grande ABC em 2001, especialista lato sensu em Arquitetura e Iluminação pelo IPOG-SP (2016). É mestranda em Arquitetura e Urbanismo, na área de concentração de Tecnologia da Arquitetura, subárea Conforto Ambiental, Eficiência Energética e Ergonomia, com foco de pesquisa em Iluminação Elétrica e Human Centric Lighting. Professora nos cursos de Design de Interiores e de Arquitetura e Urbanismo desde 2005. Atua no mercado desde 1997, e como arquiteta desde 2001 em escritório próprio, nas áreas de arquitetura de interiores residenciais e comerciais, projetos de iluminação e nas áreas legais da arquitetura, saúde, segurança contra incêndio e meio ambiente. Atualmente, é professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Estácio.
Ana Castelão Jorge e Jéssica da Hora são arquitetas e co-fundadoras do escritório Jorge & daHora Arquitetura e Interiores, presente há 2 anos no mercado e especializado em projetos comerciais e residenciais.
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redborges@gmail.com
dahora.arq@gmail.com
Jornalista responsável
Marina Pastore
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Como funciona o seguro de riscos de engenharia para obras?
Quando um acidente acontece em uma obra, quem paga pelos prejuízos? Em primeiro lugar, isso vai depender se ela possui um seguro ou não. Em caso afirmativo, a resposta pode variar também conforme o tipo de seguro contratado.
“O seguro de riscos de engenharia para obras visa garantir cobertura em caso de acidentes, como danos da natureza ou incêndios. Ele é feito durante o período da obra – a partir do momento em que ela acaba e a chave é entregue para o cliente, ele não vale mais”, comenta Sidnei Berlanga Ferreira, corretor de seguros na Cone Leste.
Coberturas acessórias
Além da questão relacionada às causas naturais e incêndios, existem inúmeros tipos de coberturas acessórias que podem auxiliar os gestores das obras. Ferreira menciona algumas opções:
- Erro de execução e projeto: no caso em que algum erro de projeto da obra causa um acidente, ela cobre as consequências. “Em uma situação em que um pilar foi mal projetado e causa uma queda, por exemplo, esta modalidade cobre tudo menos o próprio causador – que, no caso, é o pilar”, explica o corretor.
Neste caso, também pode incluir riscos do fabricante. “No caso de um concreto fora da especificação, por exemplo, que foi mal projetado e causa um dano. Este tipo de cobertura garante isso”, aponta Ferreira.
- Roubo de material: nestes casos, as seguradoras exigem o mínimo de proteção. “É necessário ter vigia na obra, bem como sistemas de alarme. O controle de estoque também precisa estar em dia. Se houver roubo, a empresa terá que comprovar quanto havia em estoque”, lembra Ferreira.
- Despesas com salvamento e contenção de sinistros: é quando um acidente está na iminência de acontecer e ele cobre as despesas necessárias para que o sinistro não ocorra. “No caso do pilar mal projetado, ao perceber que vai dar problema, a empresa pode acionar este seguro”, sugere o corretor.
- Propriedades circunvizinhas: é para o caso de propriedades do próprio contratante da obra que venham a ser afetadas pela construção. “Um bom exemplo é quando as construtoras fazem prédios com mais de uma torre. Se uma delas for concluída antes, por exemplo, o seguro dela já acaba. Mas se, ao construir a segunda torre, houver um dano à primeira, pode ser acionado o seguro”, afirma Ferreira.
- Seguro de terceiros/ responsabilidade civil: cobre danos a outras pessoas e/ou propriedades, que não aquelas que estão dentro da obra. É o caso, por exemplo, quando há um dano a uma propriedade vizinha.
Um detalhe importante é que este tipo de seguro é garantido de maneira cruzada. “Isto significa que o dono da obra, o contratado principal (empreiteiros) e os subempreiteiros são terceiros entre si. Todos estão cossegurados. Se há um fornecedor que vai fazer a parte do concreto e o outro da elétrica, por exemplo, não é necessário fazer uma apólice para cada um. Em apenas uma, é possível incluir todos os subcontratados e o dono da obra”, destaca Ferreira.
- Obras concluídas: logo após a construção do prédio, há uma fase de entrega das chaves, de constituição do condomínio e abertura do CNPJ. Enquanto estas documentações não estão em ordem, não é possível fazer seguro de incêndio do prédio, que é obrigatório. “Com esta modalidade, você pode garantir por mais um período do seguro incêndio após a conclusão”, menciona Ferreira.
- Equipamentos utilizados na obra: no caso de obras temporárias, dá para colocar itens relacionados ao canteiro e ao escritório, como computadores. “Também pode incluir bens móveis, como tratores, ou equipamentos estacionários, como gruas e ferramentas de pequeno porte. Neste caso você garante não só a obra, como a matéria-prima, aquilo que é utilizado para construir”, expõe Ferreira.
- Despesa de desentulho: aplica-se quando acontece um acidente em que é preciso desentulhar o local para recomeçar a obra.
Seguro de riscos de engenharia para obras no Brasil
De acordo com Ferreira, hoje, no Brasil, muitas obras só têm seguro quando o contrato pede. “O DER, por exemplo, pede apólice do risco de engenharia e responsabilidade civil. Algumas empreiteiras têm tomado consciência da importância de ter este tipo de seguro. No entanto, ainda tem um espaço grande para crescimento deste segmento no Brasil. Acima de tudo, ela é uma ferramenta de gestão de risco”, defende.
Ferreira cita ainda a lei 866, que diz respeito a licitações e exige uma garantia contratual. “Entre as opções aceitas está o seguro-garantia. A partir do momento que empresa assinou contrato com um órgão público, ela dá uma garantia - normalmente é solicitado 5%. Numa obra de R$ 1 milhão, por exemplo, é necessário um seguro de R$ 50 mil. Ele garante a performance da empresa do contrato, que ela vai cumprir o que foi acordado. Se ela deixar de cumprir, o órgão público pode executar. Neste caso, o segurado é o contratante, isto é, a prestadora de serviço, a empreiteira”, conclui Ferreira.
Entrevistado
Sidnei Berlanga Ferreira é corretor de seguros na Cone Leste Corretora de Seguros. Com 30 anos de carreira, ele iniciou no mercado de seguros, tendo passado pela Allianz Seguros como Gerente de Filial e Gerente de uma Unidade voltada à Infraestrutura na AD Corretora de Seguros, onde era responsável por atender e prospectar clientes dos segmentos de Construção, Concessionárias de Serviços Públicos e Geradores de Energia. Atualmente, atende seguros de Riscos de Engenharia para obras do DER, construções de imóveis e reformas de lojas em Shopping e Salas Comerciais.
Contato
sidnei@conelesteseguros.com.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
Hotéis passam por reformas e viram residências
No primeiro ano da pandemia (2020), 3 mil hotéis fecharam em definitivo, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo pesquisa realizada pela Feasi Hospitality, a média de operação das propriedades que fecharam as portas era de 35 anos. Destes, apenas 11% haviam passado por reformas nos últimos 10 anos.
Em decorrência da vacância destes edifícios, uma nova tendência vem surgindo: hotéis que vêm sendo reformados para virar residências.
No Rio de Janeiro, um dos maiores exemplos é o Hotel Glória, que será transformado em um residencial de 266 unidades, além de quatro lojas no térreo. Outro hotel que vem passando por este processo é o Atlântico Tower, no Centro do Rio, que será um residencial com 216 unidades.
“O movimento de investir em imóveis com valor histórico é muito importante para o Rio de Janeiro, pois renova, incentiva a moradia e valoriza as regiões. Essa tendência está contribuindo para a geração de mais de 6 mil vagas de empregos diretos e indiretos, além de evitar invasões. O novo residencial do Hotel Glória, o primeiro cinco estrelas do país será lançado em breve, em parceria com a SIG Engenharia, que será responsável pela construção e incorporação. O projeto vai preservar e recuperar a fachada, seguindo toda a legislação para este modelo de empreendimento. O contemporâneo estará presente sem deixar de lado as características icônicas do hotel. Queremos preservar a memória do Hotel Glória que completou 100 anos de construção em agosto”, comenta Jomar Monnerat, gestor do Opportunity Fundo de Investimento Imobiliário, que vem apostando nesta transformação.
Tecnologia e serviços compartilhados
Também é comum que estes empreendimentos repaginados ganhem recursos tecnológicos, tais como portaria virtual e aplicativos exclusivos e sustentáveis. É o caso, por exemplo, do Hotel Flamengo Palace, que agora é o Insight Praia do Flamengo, retrofit da D2J Construtora que será entregue em novembro de 2022. Com um formato mais compacto, com apenas 42 unidades, o prédio apresenta ainda serviços compartilhados como coworking, mini mercado, lavanderia, lounge, espaço gourmet e spa, entre outros.
Outro residencial que segue este modelo será realizado em área nobre da Barra da Tijuca, onde funcionava o Hotel Praia Linda (60 quartos), na Praia do Pepê, no Jardim Oceânico. Intitulado Praia Residencial Mar, o empreendimento de alto padrão terá lazer que inclui piscinas com raia de 25 metros e infantil, espaço kids fechado e ao ar livre, salão multiuso, spa/repouso, salas de reunião e academia, entre outros itens. Além disso, terá paisagismo do renomado escritório Burle Marx.
Retorno do investimento
Na opinião de Daniel Afonso, diretor da D2J Construtora, uma grande vantagem deste tipo de investimento é que as obras costumam começar bem antes do lançamento. “Este é um grande diferencial, pois para o investidor, o retorno dele com o aluguel tende a vir mais rápido, já que o edifício estará pronto antes do prazo de construção habitual que é de 18 meses", afirma Daniel Afonso, diretor da D2J Construtora.
No caso do residencial da Barra da Tijuca, o Praia Residencial Mar, tem VGV (Valor Geral de Vendas) superior a R$ 100 milhões por estar localizado em um dos pontos mais icônicos da região.
Fontes
Jomar Monnerat, gestor do Opportunity Fundo de Investimento Imobiliário.
Daniel Afonso, diretor da D2J Construtora.
Contato
Assessoria de imprensa - rebecca@quadratto.com.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP