Igreja de três velas

Produto que conserva a brancura

Créditos: Engª. Naguisa Tokudome - Assessora Técnico Comercial Itambé

Igreja Dives in Misericordia
Igreja Dives in Misericordia

A Igreja Dives in Misericordia foi projetada pelo arquiteto Richard Meier e inaugurado em Roma no ano de 2003.

As 3 grandes velas simbolizam a Trindade e criam o efeito de encherem-se com o vento. Cada vela de concreto é basicamente autoportante e a maior estrutura possui 26 metros de altura.

Para atender a estética e arquitetura requerida, aliada à durabilidade, foi desenvolvido um cimento especial branco, composto com dióxido de titânio. Esta inovação assegura que a coloração branca não sofra alterações ao logo do tempo devido à poluição.

A ação fotocatalítica destrói vários poluentes orgânicos do ar. Por exemplo: fumaça de exaustores, emissões industriais e pesticidas - que em contato com a superfície do cimento, oxida os poluentes e transforma-os em dióxido de carbono. Então, os poluentes perdem uma subcamada nas quais podem se aderir e os elementos construídos com este novo cimento, manterão a aparência original através dos tempos.

Igreja Dives in Misericordia
Igreja Dives in Misericordia

Referências: http://www.fogliarini.it/Dives_in_Misericordia_en.htm e http://www.italcementigroup.com/NR/rdonlyres/7451E4AC-D325-4C24-B9F0-9539BCAF44C8/0/TX_millennium.pdf


Uma lição para o futuro

Ações preventivas de engenharia poderiam ter minimizado catástrofe que ocorreu em Santa Catarina

Engº. Luiz Antoniutti Neto
Engº. Luiz Antoniutti Neto

As fortes chuvas que atingiram Santa Catarina em novembro do ano passado deixaram um saldo negativo de 135 mortes, mas levaram à reflexão sobre o que poderia ter sido feito para prevenir e minimizar a tragédia causada pela catástrofe natural. Isso levou o governo federal a convocar a Associação Brasileira de Mecânica de Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS) para avaliar os estragos e propor soluções a fim de amenizar novos desastres.

O Núcleo Regional Paraná - Santa Catarina (NRPS) da ABMS foi quem fez o estudo, liderado pelos engenheiros Luiz Antoniutti Neto e Ney Augusto Nascimento. Uma das conclusões do grupo é de que já é hora do Brasil pensar em um órgão voltado para catástrofes naturais, a fim de aglutinar os vários estudos realizados no país. “Acho que o governo deveria pensar em criar um departamento, talvez ligado ao ministério das cidades, para concentrar todo este pensamento. Você tem gente nas universidades pensando em catástrofes, outras pessoas pensando nos problemas dos municípios, mas elas estão espraiadas. Precisaria concentrar isso”, define Luiz Antoniutti Neto.

Outra lição tirada da tragédia em Santa Catarina é que o país não pode mais deixar de pensar no planejamento da ocupação urbana e rural das cidades brasileiras. Isso passa pela vontade política e pela contratação de profissionais como engenheiros geotécnicos, geólogos, geomorfólogos e especialistas em meteorologia. “É preciso criar um corpo técnico que mapeie o risco geotécnico das regiões suscetíveis e aponte soluções”, diz Antoniutti.

O engenheiro cita o exemplo do Rio de Janeiro, que criou GEO-RIO - órgão ligado à prefeitura do Rio para monitorar as encostas e as chuvas, e que dispõe de verba própria para obras de engenharia de contenção. “Desde a criação do GEO-RIO, o Estado reduziu o efeito das chuvas sobre a perda de vidas humanas e maiores prejuízos materiais”, revela Francis Bogosian, presidente da Associação de empresas de Engenharia do Estado do Rio de Janeiro, que em recente artigo publicado nos jornais criticou a redução do orçamento do GEO-RIO.

Traçando um paralelo com o que ocorreu no Vale do Itajaí, Luiz Antoniutti Neto avalia que a engenharia poderia ter agido de forma preventiva, principalmente para preservar a atividade econômica da região. “Havia indústrias que poderiam ter se protegido das avalanches construindo taludes artificiais. Outro caso é o Porto de Itajaí. Ali terá de se pensar em soluções de engenharia, em soluções geotécnicas. Nas áreas que ruíram será necessária a intervenção do concreto, através de injeção de alta pressão para melhorar o solo com cimento”, analisa.

Outro alerta feito pelo engenheiro se refere à necessidade de proteger melhor a malha rodoviária do Brasil. “Hoje, com o advento das concessões rodoviárias, as rodovias carecem de obras geotécnicas, de obras de concreto associadas às obras de drenagem e contenção, muros de gravidade, ou seja, um mix de soluções de engenharia para trazer segurança, conforto ao usuário e garantia de continuidade do fluxo de veículos”, afirma Antoniutti, garantindo que a prevenção custa 10% do que é gasto após o desastre. “As tragédias naturais continuarão ocorrendo, mas o planejamento e a prevenção podem reduzir o potencial destrutivo delas”, conclui.

Onde a mão do homem conteve a natureza

Estados Unidos: a intervenção da engenharia controlou as enchentes no Vale do Rio Tennesse, que por décadas assolaram a região.

Brasil: Curitiba alterou as regras de construção e hoje os empreendimentos têm que se preocupar com a taxa de infiltração e criar bacias de retenção.

Holanda: o país faz a gestão das águas há mais de um século. Primeiro foram os diques, que se aperfeiçoaram e hoje funcionam com comportas inteligentes.


Engenheiro multidisciplinar

Surge um novo profissional nas empresas, cuja função é detectar problemas e apontar soluções.

Álvaro Guillermo Rojas Lezana
Álvaro Guillermo Rojas Lezana

Eles são disputados pelas empresas como um craque é pelos clubes de futebol. Mal concluem seus cursos, já estão recebendo propostas salariais que podem chegar a R$ 4 mil. Quem é esse profissional? Em seu crachá ele poderá ser definido como engenheiro de produção ou engenheiro multidisciplinar. Sua valorização se deve ao fato de que foi formado para detectar problemas e apontar soluções.

Em tese, na linguagem dos especialistas, esse profissional concilia o conhecimento da ciência aplicada com o viés administrativo e gerencial. Diz-se que ele é preparado para “gerir o chão da fábrica”, com capacidade de otimizar o ciclo de produção. “A vantagem é que atua em várias áreas do conhecimento. Vai desde o sistema de produção, passando pelo direito e a ética, até o domínio de conceitos relativos à TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação)”, diz o diretor do Centro Tecnológico da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), professor doutor Álvaro Guillermo Rojas Lezana.

A versatilidade deste profissional o faz ganhar outros mercados. O sistema financeiro, por exemplo, hoje está optando pelo engenheiro multidisciplinar em vez de administradores de empresa e economistas. “Pelo conhecimento que têm de engenharia, eles demonstram mais habilidade para solucionar problemas complexos”, resume Lezana, que batalha para resolver o déficit destes especialistas no mercado de trabalho.

Ainda há poucas universidades no Brasil que oferecem cursos de engenharia de produção. Como existe mais procura do que demanda, acaba que o país necessita importar profissionais desta área. “Minha batalha é para difundir a profissão. Prova disto, é que a UFSC está para criar um curso em Joinville, onde vai tratar da área multidisciplinar, mas formando especialistas em engenharia da mobilidade (modalidade veicular e transportes)”, revela Álvaro Lezana, ele mesmo um exemplo de importação de mão-de-obra, já que nasceu no Chile.

A aposta é que as empresas cada vez mais vão buscar engenheiros com esse perfil. “As tecnologias hoje incorporam aspectos de todas as áreas e o profissional deve saber lidar com esta complexidade”, define o professor doutor da UFSC, que compara a nova profissão aos automóveis. “Um bom exemplo é um carro. Cada vez mais a eletrônica embarcada aumenta, os motores começam a ser substituídos por propulsão elétrica, etc. A parte mecânica poderá ficar confinada, no futuro, apenas à casca. Ou seja, para mexer com eles, ou com qualquer outro negócio, vai ser preciso entender de tudo. Ser só da mecânica não cabe mais”, sentencia.


Crise fará surgir novas lideranças

Armelino Girardi
Armelino Girardi

Consultor em gestão e desenvolvimento de talentos humanos, e ex-presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos), seção Paraná, o administrador de empresas Armelino Girardi acredita que as empresas passarão por mudanças internas no próximo ano. Segundo ele, a expressão “vestir a camisa da empresa” voltará a ser valorizada e a tendência é que surja um novo tipo de liderança dentro das corporações. Confira a entrevista:

Em sua avaliação, em cima de quais profissões as empresas vão estar mais focadas em 2009?

As áreas de gestão e de controle, assim como as de pesquisa, tendem a ser as mais bem-sucedidas no ano que vem. Tudo que lidar com reorganização e engenharia vai ganhar destaque. Como vivemos um momento de crise, as empresas precisarão investir nessas áreas. Também aposto que as profissões ligadas à construção civil e à infra-estrutura devem se manter bem ativas. Por certo, para manter a economia aquecida, o governo federal vai estimular o crescimento dessas áreas.

No que a crise deflagrada em 2008 vai alterar o comportamento das empresas na busca de profissionais?

Acho que as empresas vão contratar menos e prestar mais atenção nos recursos internos que elas têm. Não haverá muito espaço para contratações, mas em contrapartida deve haver mais investimento em talentos revelados pelas próprias empresas. A tendência é a valorização dos profissionais acima da média, até para evitar que eles sejam contratados pela concorrência.

Sob o ponto de vista de competitividade entre empresas e evolução do nível profissional dos colaboradores, no que a crise pode ser benéfica?

A crise pode ser benéfica porque as empresas vão ter, com certeza, uma redução da margem de lucro e elas vão precisar de um comprometimento maior de seus quadros. Vão precisar que as pessoas se envolvam mais com a empresa, com os objetivos da empresa, com o negócio específico, para que juntos, empresa e colaboradores, obtenham formas de fazer com que os obstáculos sejam superados. O trabalho em equipe estará valorizado. Aquela história do autoritarismo, para que as pessoas produzam mais, pode ser substituída pelo “vestir a camisa”. A crise deve fazer surgir um novo tipo de liderança dentro das empresas.

Uma das metas recentes das empresas tem sido registrar um baixo turn over (índice de rotatividade de pessoal). No quadro atual será possível perseguir essas metas?

Acredito que no próximo ano vamos ter um turn over maior. A crise, infelizmente, levará a cortes, e isso aumenta o turn over. Também há uma expectativa de que o número de pedido de aposentadorias cresça em 2009, o que também acarretará num aumento do turn over.

Como é vista uma empresa com baixo turn over pelo mercado de trabalho?

É muito bem vista. O turn over não é positivo na visão do mercado de trabalho, porque normalmente ele é provocado pela empresa. Quando se fala em turn over maior, as pessoas são mais demitidas do que pedem demissão. Então, turn over maior quer dizer que as empresas estão dispensando. Assim, quanto menor o turn over da empresa, mais ela chama a atenção do mercado de trabalho.

Qual o percentual de economia que uma empresa pode ter com um baixo nível de turn over?

Percentual eu não saberia dizer. Não sei especificar o impacto disso na economia da empresa. Mas a alta rotatividade de colaboradores gera custos. Há encargos, multas rescisórias, e isto custa caro. Com certeza, uma empresa com menor turn over gera economia para ela mesma.

Saber recrutar, selecionar, treinar e motivar ficam, então, mais realçados para as empresas no atual momento da economia?

Com certeza. Toda vez que se contrata alguém, tem de se contratar uma solução e não um problema. Então, tem que contratar certo. Por isso, precisa ser cada vez mais criterioso o papel de quem recruta, de quem faz a seleção. Quem treina, idem. O problema é que se investe muito pouco em treinamento no Brasil. Talvez a crise desperte as empresas a se voltarem para essa área do desenvolvimento. Não é só negócio, business, tem de investir no desenvolvimento das relações interpessoais. A pessoa tem de se sentir bem e motivada. E esse estímulo passa pelo bom treinamento.

Sobre programas de incentivo, como bolsas de estudos, eles tendem a crescer nas empresas a partir do momento em que elas vão buscar mais competitividade?

Sempre. As empresas precisam de pessoas preparadas e estimular uma graduação melhor de seus colaboradores é função da empresa. Eu cito recente reportagem da revista Exame, que destaca o desenvolvimento do interior de São Paulo, onde estão os grandes centros de pesquisa. A região produz 26% da riqueza do país e isso se deve ao fato de ter havido um forte investimento em educação. Então, é vital para as empresas investirem nisso. Essas pessoas estarão criando o futuro da corporação.


Plaenge lançou moda no Brasil

Construtora criou a opção de plantas flexíveis e hoje é copiada pela concorrência.

Aloizio Henrique Pereira
Aloizio Henrique Pereira

Lançar empreendimentos imobiliários em que a planta do apartamento pode ser alterada pelo cliente virou moda no Brasil. Mas quem foi o pioneiro neste projeto? A Plaenge, que há mais de 40 anos atua no mercado de construção civil no país, é a dona da idéia. Em 1995, depois de ter sido a primeira a adotar o conceito de apartamento decorado, a construtora teve a iniciativa de oferecer mais esse diferencial aos compradores de seus imóveis.

A certeza de que se tratava de uma excelente idéia era tanta que a Plaenge decidiu patenteá-la no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A autarquia federal, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, é a responsável no Brasil pelos registros de marcas, concessão de patentes, averbação de contratos de transferência de tecnologia e de franquia empresarial. Em tese, quem hoje quiser adotar o sistema de plantas flexíveis em seus empreendimentos têm de pedir autorização à construtora.

Para o gerente comercial da regional Curitiba da Plaenge, Aloizio Henrique Pereira, 52 anos, o sistema de plantas flexíveis congrega marketing, atendimento ao cliente e um novo conceito de construção. “Eu gosto de usar o exemplo do pãozinho. Toda padaria faz pãezinhos, mas os da nossa têm um sabor especial”, diz. O melhor, segundo Aloizio, é que a obra não encarece para o cliente. “Quando o projeto é concebido, ele já contempla as variações. Isso significa que não há alteração de custo durante a execução e nem risco de atrasar o cronograma de entrega”, garante.

A Plaenge oferece cinco modelos de plantas flexíveis. Eles permitem, por exemplo, que o cliente possa acrescentar um quarto a mais ou transformar um quarto em sala. Existe ainda a possibilidade de se deixar um cômodo com mais espaço ou de se agregar um escritório ao apartamento. “As plantas flexíveis só não permitem alterar cozinhas, suítes e banheiros para não ferir a convenção da engenharia sobre áreas úmidas”, diz Aloizio.

O sistema, que serve tanto para edifícios residenciais quanto para comerciais, é um propulsor de vendas da Plaenge. “O mercado assimilou 100% a idéia. A ponto de sermos imitados, o que muito nos orgulha”, diz Aloizio, confessando que o boca a boca acaba sendo o grande marketing das plantas flexíveis. “Quem compra fica tão satisfeito que acaba recomendando para amigos e parentes, e daí não tem quem segure”, diz.


Cimento Itambé lança novo site

Ferramenta amplifica comunicação e passa a atender melhor os diversos públicos da companhia.

No dia 10 de dezembro, a Itambé lançou seu novo site, que utiliza todas as ferramentas de um portal corporativo, adotando linguagem e conteúdo adequados para levar informação e serviços aos diversos públicos da empresa: clientes, funcionários, formadores de opinião, profissionais e estudantes.

Desenvolvido pela Midiaweb, o site foi totalmente remodelado e traz muitas novidades. Entre elas, informações sobre as Normas ABNT. O conteúdo técnico foi reunido em um único local, com informações de palestras, artigos e pesquisas, vídeo do processo de fabricação, indicadores de mercado, grandes obras de concreto armado e muito mais.

Com um novo projeto gráfico e mais funcionalidades, o endereço www.cimentoitambe.com.br está ainda mais moderno, atraente e fácil de navegar. Além disso, agregou espaços destinados à promoção do conhecimento e à troca de experiências nas áreas técnicas da construção civil e na área de gestão e marketing. Para isso, os informativos eletrônicos Itambé Empresarial e Massa Cinzenta também foram transformados para o formato de blog, favorecendo ainda mais a interatividade com os leitores. Além de encontrar rapidamente os assuntos de seu interesse, o usuário pode comentar os textos, ver quais são os assuntos mais buscados e navegar por tags relacionadas a cada texto.

Outro diferencial é uma área que reúne todas as formas de contato com a Itambé - Atendimento e Programação on-line, Ligue Cimento Itambé, esclarecimento de dúvidas e formulários de contato com a empresa.

Para Sérgio Coelho, diretor de planejamento da Midiaweb, o novo site da Itambé valoriza o interesse e as necessidades dos usuários, ou seja, o site foi planejado e desenvolvido para atender da melhor forma possível aos diversos públicos da companhia. "A interface, mais moderna e dinâmica, deixa em evidência os principais atrativos do site. O design, claro e objetivo, e com fontes maiores, além de agradável, facilita a visualização dos itens e das informações mais importantes", comenta.

Ele ressalta também o processo de reorganização do conteúdo institucional: "As informações foram reagrupadas de maneira mais coerente com o que o usuário busca e agora podem ser acessadas mais facilmente".

Porém, Sérgio diz que o maior diferencial do projeto foi trazer o conteúdo do Itambé Empresarial, do Massa Cinzenta e da Área Técnica para o primeiro plano. No novo site, a entrega destes conteúdos utiliza a mesma estrutura mecânica dos blogs, tornando-a muito mais dinâmica e interativa. Agora, além de poder receber as informações sob demanda, via RSS ou newsletter, o site estimula o usuário a compartilhar, comentar e indicar conteúdos. "Esta é a verdadeira web que presta serviço, feita realmente para o usuário", conclui Sérgio Coelho.

Lycio Vellozo, diretor comercial da Itambé, afirma que o objetivo do novo site é fortalecer ainda mais os diferenciais da empresa, que vão muito além de oferecer produtos e serviços de qualidade. Segundo ele, a promoção do conhecimento é um dos principais focos da Itambé. "Queremos que clientes, profissionais do setor, funcionários, estudantes e demais interessados na área da construção civil, tenham à disposição uma ferramenta de consulta constante, com informações exclusivas e direcionadas", afirma. Esta é mais uma importante ação de relacionamento da Itambé com o mercado.

Créditos: Vanda Pereira Cúneo - Assistente de Marketing


Novos tempos no mercado imobiliário

Aposta é que haverá fusões no setor e que construtoras vão redescobrir as classes B, C e D para manter vendas aquecidas.

Hugo Peretti Neto
Hugo Peretti Neto

O mercado de imóveis no Brasil, que engloba construtoras, incorporadoras e imobiliárias, experimentará novos tempos em 2009. A crise do subprime, deflagrada nos Estados Unidos, vai mudar o foco do setor e realçar a lei do mais forte. Com isso, fusões serão inevitáveis e a tendência é que as classes B, C e D, que consomem produtos de R$ 70 mil a R$ 150 mil, ganhem a atenção do setor para que as vendas se mantenham aquecidas.

Quem visualiza esse cenário é Hugo Peretti Neto, vice-presidente de área técnica do SindusCon-PR, diretor geral da construtora Hugo Peretti & Cia e presidente da Ademi-PR. Para ele, o mercado sofrerá transformações, mas não haverá crise acentuada. O motivo é simples: o Brasil tem um déficit habitacional de oito milhões de moradias. “Não tem como ser diferente. No Brasil há demanda para manter a construção civil em crescimento. Tenho certeza disto”, analisa Peretti.

A readequação do mercado deve envolver principalmente os lançamentos e as vendas na planta. “Alguns devem ser postergados, prorrogados para 2010 ou mais adiante. Haverá um reequilíbrio e isso será necessário para depurar o setor”, avalia Peretti, que acha que as mudanças vão atingir principalmente aquelas empresas que abriram o capital na bolsa de valores. “Essas vão ter problemas. Pelo menos no mercado que eu conheço, que é o de Curitiba”, completa.

Peretti também aposta em fusões. “Algumas empresas vão se associar ou ser incorporadas. Não da magnitude como ocorreu com os bancos, mas as mais capitalizadas podem englobar as menores, e com dificuldades financeiras. Isso pode ocorrer principalmente com as corporações que abriram o capital na bolsa”, diz.

A médio e longo prazos, no entanto, as perspectivas do mercado imobiliário são altamente positivas, segundo Peretti. “Desde que o mundo é mundo, em questão de investimento duradouro nada supera o imóvel. Seja em rentabilidade quanto em segurança. É um patrimônio da pessoa, da empresa, que juridicamente é mais seguro. Às vezes você pode ter uma rentabilidade maior em outros tipos de aplicações financeiras, mas o histórico dos últimos dez, quinze anos, mostra que o imóvel é imbatível”, comenta Peretti.

A saída para manter o mercado aquecido, segundo o analista, é investir nas classes B, C e D. “Estava aquecido o mercado dos empreendimentos classe A. Agora é hora de buscar um mercado mais realista, que envolva imóveis na faixa dos R$ 70 mil a R$ 150 mil, em bairros que estão passando por transformações de infra-estrutura”, afirma Peretti. Ele cita como exemplo a região que cerca a Linha Verde - principal obra da Prefeitura de Curitiba. “São bairros periféricos, que passam a estar muito valorizados. Quem investir ali vai ver a crise passar longe”, aposta.


Biomassa e construção civil: tudo a ver

Criar edifícios que valorizem a energia limpa pode ser a melhor contribuição da engenharia para o meio ambiente

Luis Cortes

Praticamente 25% da matriz energética produzida pelo Brasil atualmente vem da biomassa. "O que não é petróleo, o que não é energia hidroelétrica, é biomassa no Brasil", explica Luís Augusto Barbosa Cortez, professor da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Unicamp e um dos autores do livro Biomassa para Energia. A obra trata da conversão energética de biomassa para outras fontes de energia, como a elétrica, por exemplo.

É aí, segundo Cortez, que a engenharia civil pode contribuir, e muito, para difundir a utilização da biomassa como fonte de energia. Ele defende projetos de edificações inteligentes, que valorizem o melhor aproveitamento da energia solar, da reciclagem do lixo e até da água da chuva. "Hoje há um bom número de casas utilizando energia solar, mas não se vê muito isso em prédios. Da mesma forma, a reciclagem ainda é tímida, assim como o reaproveitamento dos recursos hídricos", relata.

Luís Cortez lembra que o Brasil é o país onde a energia limpa é a mais barata no mundo. "Em alguns casos ela é praticamente de graça. Basta saber usá-la", afirma. "Nosso livro diagnostica essa conversão energética, que pode se dar através da combustão, gaseificação, virólise, biodigestão, liquefação, enfim, tem uma série de tecnologias", completa.

A tese de bom uso da biomassa em edificações vai ao encontro ao recente relatório divulgado pela ONU (Organização das Nações Unidas), através do Programa de Construções Sustentáveis e Iniciativa Imobiliária (SBCI, em inglês). O documento defende o uso de tecnologias como isolamento térmico, material reciclável, energia solar e utensílios eletrônicos mais eficientes para que as edificações emitam menos CO2 (dióxido de carbono). Ainda segundo o relatório, a construção civil acumula cerca de 30% a 40% do uso global de energia.

Como se autodefine, o SBCI é uma parceria para "deixar verde" o setor de prédios e construções. Uma das principais preocupações do programa é com as edificações antigas, que são grandes consumidores de energia. O estudo revela que na Austrália e na União Européia os governos criaram programas para estimular reformas nestas obras, a fim de torná-las mais econômicas e ecologicamente corretas. Diz o relatório que só a troca de lâmpadas incandescentes por fluorescentes pouparia 470 milhões de toneladas de CO2. "Está tudo interligado e parte desta solução está na conversão da biomassa em energia limpa", define Luís Cortes.


O concreto pega a estrada

Mais eficiente do que o asfalto, o pavimento à base de cimento é redescoberto pelo Brasil.

Carlos Roberto Giublin

Até a metade do século passado, a pavimentação de concreto era a mais usada em rodovias, pistas de aeroportos brasileiros e vias urbanas. Com o desenvolvimento da tecnologia do asfalto, muito mais barata na época, o cimento passou a suprir unicamente a construção civil e caiu em desuso nas estradas. Passados mais de 50 anos, eis que o concreto é redescoberto como pavimento. Mais duradouro e capaz de causar danos menores ao meio ambiente, ele volta a avançar sobre as estradas do Brasil. A meta da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) é, em 10 anos, ter 20% das rodovias nacionais construídas de concreto.

Atualmente, dos 196 mil quilômetros de rodovias pavimentadas no país, cerca de 3 mil utilizam concreto. Segundo o gerente regional da ABCP-Sul, Carlos Roberto Giublin, isso representa de 1,5% a 2% da malha rodoviária. Porém, há um esforço da associação para que se aumente esse percentual. "Nossa associação juntamente com a indústria de cimento está fazendo um trabalho a longo prazo. Primeiro, promovemos esse tipo de tecnologia. Agora, estamos investindo em equipamentos. Compramos cinco conjuntos de pavimentadoras de concreto e usinas dosadoras. São máquinas que trazem a qualidade do pavimento em concreto para um padrão internacional. Com isso, vamos difundir a tecnologia", assegura.

A meta da ABCP é atingir um nível semelhante ao que se verifica na Alemanha e nos Estados Unidos. Os dois países são os que mais utilizam concreto em rodovias. "Dos 100% da malha viária deles, 20% são concreto", diz Giublin, que acredita que com o investimento em máquinas se poderá chegar também a 20% no Brasil. "Os equipamentos que trouxemos melhoraram a qualidade, a produtividade e baixaram o custo. O pavimento de concreto tornou-se competitivo". Carlos Giublin calcula que no longo prazo o uso de concreto em estradas faz a obra ficar 70% mais barata. "Na hora de construir, o quilômetro do concreto é em torno de 10% a 25% mais caro. Mas tem de se pensar que uma rodovia de concreto dura 20 anos sem exigir manutenção, enquanto a de asfalto dura no máximo oito anos. Então, é aí que o concreto se torna bem mais barato", afirma.

Segurança e Meio Ambiente

O pavimento de concreto já é aceito como um redutor de acidentes rodoviários. Uma das razões é que, por não se deformar, ele não surpreende o motorista durante um trajeto. "Quantas vezes se anda numa estrada de asfalto e, de repente, encontra-se um buraco ou uma das faixas com sulcos formados pelo peso dos caminhões. No concreto, isso não acontece. Nele se trafega com muito mais segurança. Sem contar que em dias de chuva o concreto não gera aquaplanagem e tem um grip (aderência do pneu com o pavimento) muito bom. Outro detalhe: em viagens noturnas, por ser mais claro, ele gera melhor visibilidade", analisa Giublin.

Outra vantagem do concreto, difundida pela ABCP, é que o material traz menos danos ao meio ambiente. Composto por materiais que já se encontram na natureza, como pedra e areia, ele é menos agressor que o asfalto, cujo componente principal é o petróleo. "Além disso, o petróleo é uma fonte esgotável e altamente poluidora", comenta Carlos, acrescentando que o concreto, por não absorver calor, ajuda a resfriar o ambiente, enquanto o asfalto esquenta.

Por conta destas características do material, está sendo construída no Nordeste brasileiro a mais longa rodovia em concreto do país. São 340 quilômetros que vão ligar a cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, até as divisas com Pernambuco e Alagoas. Trata-se da duplicação da BR-101 Nordeste. Dos oito lotes da estrada, três estão sendo construídos pelo exército em parceria com a ABCP, que treinou o efetivo e emprestou seus equipamentos para a execução da obra. A previsão é que esse trecho fique pronto em 2009. "Com certeza, será a maior obra de pavimento de concreto no Brasil em extensão", afirma Giublin, que presta consultoria ao empreendimento. Depois de concluída essa etapa, a duplicação da BR-101 deverá se estender até Feira de Santana, na Bahia. O objetivo é fechar 800 quilômetros de pavimentação e recolocar de vez o concreto nas estradas do Brasil.

Você sabia...

* A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) foi fundada em 1936, com o objetivo de promover estudos sobre o cimento e suas aplicações. Trata-se de uma entidade sem fins lucrativos, mantida voluntariamente pela indústria brasileira do cimento, que compõe seu quadro de associados.

* Desde 1998, com a retomada do pavimento de concreto, um total de 111 obras já foram executadas no país utilizando o material.

* Por refletir melhor a luz, o concreto ajuda a economizar energia. Um exemplo: no trecho em concreto da Avenida Iguaçu, em Curitiba, as lâmpadas dos postes foram trocada de 400 watts para 250 watts. A iluminação pública ficou melhor que antes, proporcionando economia à Prefeitura de Curitiba.


Concreto estabilizado

O Aditivo Estabilizador de Hidratação (AEH) surge como alternativa no mercado da construção civil para combater os desperdícios de concreto e água nas centrais dosadoras

Créditos: Engª. Naguisa Tokudome - Assessora Técnico Comercial Itambé

concreto estabilizado

Há determinados imprevistos que podem impossibilitar a utilização do concreto fresco na obra, como a quebra de caminhão betoneira ou da bomba de concreto, falta de energia elétrica na obra, problema nas formas ou ferragens, etc.

Nestes casos, para evitar a sua perda, é possível utilizar o AEH para estabilizar a hidratação e prolongar o seu tempo de aplicação. É importante ressaltar que esta propriedade é alcançada somente nos casos em que o concreto não iniciou a pega. Sobras ou restos que retornam para a central, geralmente com a pega já iniciada, não corresponderão à ação deste aditivo.

O período do concreto estabilizado varia de acordo com o tipo do cimento, teor do aditivo em relação ao consumo do aglomerante ou a composição química do estabilizador. Para reativar a pega, basta misturar um novo concreto, um aditivo acelerador ou ainda aguardar o término do efeito do estabilizador calculado na dosagem do aditivo e a hidratação voltará a prosseguir normalmente.

Um fator que influenciará no processo do tempo de estabilização ou na velocidade do endurecimento será a temperatura do ambiente.

Outro emprego do AEH se dá na água de limpeza do balão do caminhão betoneira (bate lastro). Ao final do expediente, é necessário lavar o balão do caminhão para evitar o endurecimento dos resíduos do concreto em seu interior. A água resultante possui elevado teor de sólidos em suspensão e pH próximo de 12,5. Dessa forma, seria necessário corrigir o pH e remover os sólidos em tanques de sedimentação antes do seu descarte na rede pública.

Porém, com o aditivo, é possível utilizar esta água na primeira carga de concreto do dia seguinte e evitar o desperdício proveniente das lavagens dos caminhões. Para isso, deve-se fixar a quantidade de água que ficará dentro do balão e descontá-la da água de amassamento do traço a ser pesado. A dosagem dependerá do tipo da mistura, volume da água colocada no balão e do tempo de estabilização requerido. Este período poderá ser de 12 horas (término do serviço do dia e recomeço na próxima manhã) ou até 72 horas (parada para o fim de semana prolongado).

Estes aditivos, chamados estabilizadores ou inibidores de hidratação, podem ser considerados uma espécie de "super-retardadores", com capacidade de retardo controlado de algumas horas até dias.

Porém, há um conceito básico que os diferem entre si. Alguns retardadores, quando utilizados em grandes dosagens - cerca de 1% da massa do cimento -, podem causar efeito contrário, ou seja, acelerar a pega.

Já o AEH poderá ter a quantidade aumentada de acordo com o tempo de estabilização necessário. Alguns fabricantes indicam dosagem de 0,2 a 2,5% sobre o consumo do cimento.

Qualquer que seja o caso da utilização, é necessário realizar uma avaliação prévia das propriedades a serem adquiridas e fazer os ajustes necessários para garantir a qualidade da dosagem de forma econômica e eficaz. Por isso, o controle e o cuidado na sua aplicação é tão importante.