Uma história de um século

Exposição de fotos mostra 100 anos da arquitetura brasileira, a partir de obras erguidas em concreto armado

Construção da ponte sobre o Rio do Peixe.
Construção da ponte sobre o Rio do Peixe

O Brasil comemora o centenário do concreto armado. Com base no livro Escola Brasileira do Concreto Armado, do engenheiro Augusto Carlos de Vasconcelos - considerado o decano dos professores de engenharia de concreto armado no Brasil - o fotógrafo ítalo-brasileiro Lamberto Scipioni montou uma exposição de imagens que traça uma linha do tempo da arquitetura nacional baseada no concreto. As quase 100 fotos foram expostas primeiramente em São Paulo, no final do ano passado, e agora vão percorrer o país em 2009, a começar por Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre.

A ideia da exposição nasceu a partir do livro Escola Brasileira do Concreto Armado, que Scipioni ilustrou. “Eu e o professor Augusto (Carlos Vasconcelos) concluímos que tínhamos que levar aquelas imagens para além das páginas do livro. Então ampliamos a pesquisa, já que o livro mostra apenas 60 fotos, e elaboramos a exposição”, revela o fotógrafo.

Lamberto Scipioni afirma que, quando se refere a centenário do concreto armado, a intenção não é definir um marco, mas abraçar um conceito. “O Brasil foi um dos primeiros países a adotar a tecnologia do concreto armado. Isso começou no início do século passado. Não existe uma data precisa, mas um conceito secular por trás disso e é isso que a exposição se propõe a mostrar”, revela.

Segundo o engenheiro Augusto Carlos de Vasconcelos, o Brasil detém 23 recordes internacionais conquistados de arquitetura em concreto armado. Entre as obras mais notáveis, ele destaca a ponte sobre o rio do Peixe, entre Herval D’Oeste e Joaçaba, em Santa Catarina, construída em 1930. “Ela é um marco da engenharia brasileira”, reconhece.

Ironicamente, a obra não está na exposição. A ponte original foi destruída pela enchente que ocorreu em 1983, em Santa Catarina. Construída pelo engenheiro Emilio Baumgart, reconhecido no Brasil como o "pai do concreto armado", ela tinha um vão de 68,5m e um comprimento de 145,5m. Erguida através de um método revolucionário para a época, a ponte teve a concretagem feita da margem para o centro, sem auxílio de escoramento.

A exposição de Scipioni também tem a intenção de humanizar as obras em concreto. “Procuramos dar uma visão que mostra a relação harmoniosa entre o homem e o concreto, tão presente nas cidades brasileiras”, definiu. As imagens abraçam desde monumentos até obras residenciais, passando por igrejas, pontes, rodovias e edifícios públicos. Neste quesito, as fotos destacam a construção de Brasília e as obras de Oscar Niemeyer, que também completou 100 anos em 2007. “Ele não podia faltar”, diz Scipioni, que na exposição itinerante pelo país vai incluir uma das mais recentes obras do arquiteto: o Museu do Olho, em Curitiba.

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330 - Tempestade Comunicação


Imóveis coloridos e texturizados: sinal de arte ou infiltração?

No mês de janeiro, é comum ocorrerem chuvas intensas de verão. Com elas, podem surgir ou se agravarem manchas, bolhas e fissuras, no térreo e/ou subsolos das edificações. Nestes casos, há possibilidade da impermeabilização do local ser ineficaz ou inexistente

Créditos: Engª. Naguisa Tokudome - Assessora Técnico Comercial Itambé

Imagem de infiltração
Imagem de infiltração

A causa destas patologias é conhecida como infiltração, ou seja, a penetração da água nas estruturas através de fissuras ou poros do material. Estruturas de concreto e alvenarias com deficiência de impermeabilização, em contato direto com o solo, absorvem a sua umidade. Provocam o surgimento de manchas indesejáveis, bolhas nas pinturas, deterioração ou até inundações nas áreas do subsolo.

Através dos ciclos de umedecimento e secagem em conjunto com as movimentações térmicas, causam o aparecimento de fissuras que comprometem e danificam as estruturas ao longo do tempo. Estas aberturas, facilitam a entrada de água e acentuam as movimentações. A conseqüência é o surgimento de novas fissuras.

De acordo com o IBI (Instituto Brasileiro de Impermeabilização), quando a impermeabilização é realizada no início da obra, de forma correta, com produtos e serviços adequados, o custo desta etapa da obra, representa em média, 2% do valor total da construção. Por outro lado, quando executado após o término da edificação, este número aumenta para aproximadamente 10%.

A recomendação do IBI é que o projeto de impermeabilização seja planejado juntamente com o projeto arquitetônico, estrutural, hidráulico e elétrico. Seguem algumas sugestões:

- Projeto:
· Contratar um especialista para projeto de impermeabilização;
· Compatibilizar todos os projetos;
· Observar se os materiais especificados atendem às normas;
· Consultar normas pertinentes
- NBR 9574: Execução de impermeabilização;
- NBR 9575: Impermeabilização – Seleção e projeto.

- Fornecedor:
· Certificar que a empresa possui um responsável técnico;
· Solicitar referência de outras obras e a explicitação de todos os serviços e as respectivas garantias;
· Pedir ao fabricante o catálogo técnico e a indicação de instaladores;
· Consultar se o fabricante oferece suporte técnico sem custo extra;

- Contratar um prestador de serviço com boas recomendações.

Nos casos onde a infiltração já está presente, o mercado oferece algumas soluções para eliminar a patologia.

- Remover o solo em contato com a estrutura, aplicar sistema de mantas (asfáltica, pvc, geomembrana, etc), impermeabilizar e verificar se a drenagem está adequada;

- Uma outra sugestão é aplicar revestimento interno com aditivo hidrofugante. Este produto cria um efeito repelente na superfície desejada sem obstruir a passagem de ar nos poros microscópicos dos revestimentos (sistema de respiração);

- Ou ainda colmatar os poros com silicatos. O desempenho desta, dependerá do tipo da base (alvenaria, argamassa, concreto, etc) e da qualidade da execução do tratamento. Este impermeabilizante age pelo processo de cristalização e bloqueia/sela os poros da estrutura.

Os problemas causados pela infiltração não são apenas estruturais. Eles reduzem a vida útil do imóvel, desvalorizam o patrimônio e tornam o ambiente insalubre.

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330 - Tempestade Comunicação


Buschle & Lepper visita Itambé

Programa de relacionamento recebe um de seus clientes exclusivos mais antigos e o maior no segmento de revendas

Créditos: Engº Jorge Aoki - Gerente de Assessoria Técnica Itambé

 

Buschle & Lepper Joinville
Buschle & Lepper Joinville

No dia 19 de dezembro do ano passado o engenheiro Ronald Spitzner, diretor-superintendente da Buschle, e seu filho Eduardo, visitaram a sede da Itambé para conhecer a solução da empresa para a implantação da nota fiscal eletrônica. Desde o dia 1.º de dezembro a Itambé adotou o sistema, em atendimento às normas do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) e Receita Estadual.

No mercado há 66 anos, a Buschle atua nos setores de produtos químicos, materiais de construção e insumos agrícolas, com filiais nas cidades de Joinville (SC), Curitiba (PR), Blumenau (SC), Porto Alegre (RS), Corupá (SC), Balneário Barra do Sul (SC) e Chapecó (SC). Com sede em Joinville, considera o capital humano da companhia seu principal ativo e, por isso, estimula o desenvolvimento pessoal e profissional de seus funcionários.

O engenheiro Lycio Vellozo, diretor-comercial da Itambé, recebeu o Sr. Ronald e, juntamente com a equipe da Controladoria, Tecnologia de Informação e o assessor técnico comercial, engenheiro Márcio Lobo, explicou com todos os detalhes o estudo e o desenvolvimento do sistema adotado pela empresa. No momento da visita foi possível constatar o acerto na escolha.

O programa de visita de clientes permite reforçar o relacionamento entre as empresas com este tipo de bate-papo informal, que pode ser feito com qualquer setor da companhia, bastando um agendamento prévio para melhor conhecimento da necessidade do visitante.

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330 - Tempestade Comunicação.


Consórcio de imóveis sai das sombras

Nova legislação específica para o sistema traz luz à relação entre consumidores e administradoras e tende a tornar a modalidade atraente

Consórcio de imóveis
Consórcio de imóveis

Em fevereiro entra em vigor a lei 11.795/2008, que amplifica a segurança do interessado em adquirir consórcio de imóveis. Entre as mudanças, a mais emblemática é a subordinação desse tipo de transação ao Código de Defesa do Consumidor. Com isso, a devolução do dinheiro de parcelas já pagas, em caso de desistência, torna-se imediata e não mais em 15 anos, como era antes.

Se agradou os consumidores, a nova lei não ganhou a simpatia inicial das administradoras, pois na hora de sancioná-la o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou o artigo que permitia o uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para a liquidação do saldo devedor. Aprovado pelo Congresso, o artigo 47 equipararia o consórcio ao Sistema Financeiro Habitacional, mas o governo viu nele uma ameaça à destinação dos recursos do FGTS para habitações de baixa renda e projetos de infra-estrutura urbana e saneamento básico, que constituem a finalidade primária do fundo.

Porém, no entender do especialista em Direito Contratual, Caio Márcio Ebhart, a lei dos consórcios logo será bem assimilada pelo mercado. Pelo simples fato de que, agora, esse tipo de transação tem uma lei. “Agora existe uma lei e com uma legislação muito clara. Isso tenderá a ampliar a procura por essa modalidade de financiamento, sobretudo, o de imóveis. Com ela haverá uma regulamentação, uma coordenação, uma supervisão e uma fiscalização. Quer dizer, haverá um controle das atividades do sistema de consórcio por parte do Banco Central”, define.

A prova de que as novas regras protegem o consorciado se faz presente no projeto de lei complementar acrescido à legislação, e que torna obrigatória a contratação de um seguro quebra de garantia pelas administradoras. O seguro garante o grupo de consorciados contra a insolvência da administradora contratada. Além disso, em caso de quebra de uma empresa, os grupos ficam protegidos pelo Banco Central, que vai repassá-los a outra companhia com os mesmos moldes da que quebrou. Os responsáveis pela empresa insolvente ainda ficam sujeitos a sanções de natureza civil e penal.

Para comprovar saúde financeira, a administradora deve remeter ao Banco Central suas demonstrações financeiras a partir da data de publicação da autorização para administrar grupos de consórcio no Diário Oficial da União. Outra determinação da lei é que o controle societário de administradoras de consórcio não pode ser exercido por fundações, entidades fechadas de previdência complementar, entidades abertas de previdência privada ou empresas sob seu controle societário.

As garantias ainda foram reforçadas pelo veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao parágrafo quarto do artigo 5.º da lei. Isto porque, o dispositivo restringia a responsabilidade objetiva das administradoras de consórcios, na medida em que estabelecia que o consorciado eventualmente prejudicado, e que sofresse algum dano, deveria prová-lo. A previsão contrariava o sistema de defesa do consumidor.

Lançado nos anos 80 no Brasil, o consórcio de imóveis levou quase 30 anos para ter uma lei. Caio Márcio Ebhart atribui essa demora a “interesses de diversos setores”. Até que se chegasse a um consenso, o consorciado precisava embarcar de carona em outras leis para conseguir se proteger. Até uma legislação sobre pagamento de premiações, como loterias e bingos, chegou a ser usada para regular o sistema. “O consórcio no Brasil sempre foi mal disciplinado. A legislação existente, além de ultrapassada, ainda tratava de outros assuntos como a distribuição pública de prêmios”, recorda.

Agora, sobre pilares sólidos, os consórcios tendem a crescer. Mas optar por ele ou pelo financiamento tradicional de um imóvel ainda vai depender muito dos planos de cada comprador e dos recursos que ele tenha para gastar no investimento. “Não me atreveria dizer qual é o melhor caminho para se adquirir um imóvel, mas diria que o consórcio, agora, é uma opção segura para o consumidor”, finaliza Ebhart.

Cuidados que o consumidor deve ter:

· Informar-se sobre a taxa de administração.
· Procurar saber se, efetivamente, a administradora é idônea.
· Descobrir se o consórcio tem um volume significativo de consorciados e de recursos.


Construindo engenheiros

Escassez de profissionais da engenharia, combinado com o desinteresse dos jovens, leva CREA-PR e Instituto de Engenharia do Paraná - IEP a se unirem para fomentar uma nova geração de engenheiros

Luiz Claudio Mehl
Luiz Claudio Mehl

A retomada do crescimento e a necessidade de novas obras de infraestrutura no país levaram a uma constatação: faltam engenheiros no Brasil. Segundo números da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), somente a Petrobras necessita de 60 mil novos profissionais até 2010. "O que se forma hoje é suficiente apenas para substituir as aposentadorias", afirma o presidente do Capes, Jorge Almeida Guimarães.

Com a escassez de engenheiros, o governo federal tomou medidas para estimular a formação de novos profissionais. O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) prioriza a formação tecnológica, lançando a criação de Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifets) em todo o país. A meta é chegar a 2010 com 311 unidades, além de ampliar o número de vagas de 215 mil para 500 mil.

Com os Ifets, espera-se que ocorra o aumento do número de vagas em cursos técnicos de nível médio, em licenciaturas e em cursos superiores de tecnologia. Metade das vagas dos institutos será destinada ao ensino médio integrado ao profissional, o que possibilitará ao estudante se formar profissionalmente durante essa etapa de ensino.

Na educação superior serão incentivados cursos de engenharia e bacharelados tecnológicos, que contarão com 30% das vagas. Outros 20% serão destinados para licenciaturas em ciências da natureza, com objetivo de reverter o déficit de professores nas áreas de física, química, matemática e biologia.

Além das medidas governamentais, os órgãos ligados à engenharia no Brasil também decidiram estimular a formação de novos profissionais. No Paraná, o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-PR) e o Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) passaram a ofertar um curso pré-vestibular gratuito para alunos de baixa renda de escolas públicas com o objetivo de orientar os jovens a abraçar a engenharia.

Segundo o presidente do IEP, Luiz Cláudio Mehl, o cursinho, cujas primeiras turmas começam a freqüentá-lo em fevereiro, pretende despertar não só o interesse do jovem pela engenharia, mas mostrar que há um vasto campo de trabalho para eles na área. “Trata-se de uma profissão que se destina ao desenvolvimento do país. Há tanta coisa por fazer e é isso que nós queremos que eles descubram”, afirma.

De acordo com o Capes, o Brasil forma anualmente cerca de 10 mil doutores. Desses, apenas 13% abrangem engenharia e ciências da computação. Nos países que competem com o Brasil, tais como Coréia do Sul, China e Índia, esse índice chega a 70%. No mestrado, as engenharias também respondem por somente 11,6% do total de aproximadamente 30 mil alunos que forma por ano no país. O desafio é ter uma engenharia educacional que reverta isso.

Engenharia dá base para qualquer atividade

Luiz Cláudio Mehl, presidente do Instituto de Engenharia do Paraná, traça um perfil da profissão.

Como, e por que, IEP e CREA-PR decidiram oferecer um cursinho pré-vestibular focado para estimular a formação de novos engenheiros?

Nos anos 60 e 70, nossos pais nos estimulavam a seguir medicina, porque o Brasil precisa de saúde, e engenharia, porque o Brasil precisa ser construído. Isso perdeu força. O país perdeu muito a velocidade de transformação e desestimulou a área de engenharia. Como conseqüência, começou a faltar engenheiros. Em função disto, a gente resolveu recuperar aquela motivação que existia há muitos anos e explicar para o jovem que existe um horizonte de crescimento possível através da engenharia, independentemente das circunstâncias econômicas e políticas.

Como funcionará o recrutamento de professores para esse curso?

Nós estamos fazendo uma parceria com os estudantes das universidades para que eles comecem a dar uma base especialmente nas matérias básicas de engenharia - a matemática, a física e a química. Esses voluntários serão orientados pelos seus próprios professores da universidade e assim, formaremos um banco de novos professores. Além disso, pretendemos utilizar o pessoal que já tem experiência na área, convocando os aposentados para também atuarem como voluntários.

Além das aulas normais, haverá algum tipo de orientação profissional aos jovens?

Sim, a ideia é estabelecer um contato com as indústrias. Nós vamos promover visitas técnicas para que eles percebam tudo o que acontece em toda a área da engenharia. A intenção é estabelecer parcerias com diversas indústrias ligadas à engenharia, para que ele comece a entrar em contato com o mercado. O objetivo é aproximar o mercado do seu futuro funcionário.

O senhor não acha que, além da conjuntura do país, as universidades também falharam ao não estimular os cursos de engenharia?

Nós somos da opinião de que no Brasil a área dirigente tem cometido equívocos. A questão não reside apenas na formação do profissional, mas também no fato de o mercado precisar sofrer uma evolução constante. No Brasil, experimentamos surtos de crescimentos. Daí há uma corrida para funções e este surto se interrompe. Isso prejudica o exercício profissional e é preciso que a economia funcione de uma forma equilibrada por um tempo longo, justamente para que se crie uma cultura de profissionais. A cultura que eu chamo é que o profissional absorva todo o conhecimento ao longo do tempo e não por surto de desenvolvimento ou de depressão. Esta oscilação não faz bem nem para o mercado, nem para o profissional.

Hoje não é raro ver engenheiros atuando no mercado financeiro, gestão de empresas, etc. Não houve um desvirtuamento da profissão no passado recente?

É verdade. Há casos piores, como o de profissionais da engenharia que foram vender sanduíches. É curioso porque a universidade na área de engenharia dá uma base para qualquer atividade, para qualquer função. Veja o caso dos bancos. Quase todos eles têm a presença de engenheiros ocupando funções estratégicas.

Essa crise não pode trazer um novo baque para a profissão?

Num primeiro momento existe a crise, mas foi dado um empurrão especialmente na área imobiliária. Existem metas assumidas por diversas empresas e é preciso cumprir. A gente tem de ser otimista para não cair em depressão individual e coletiva. É preciso que a gente tenha uma consciência da realidade e da capacidade de escapar deste panorama, que vai ser difícil inegavelmente, mas é possível contorná-lo. Como? Não parando, estabelecendo mais confiança na população.

Qual área da engenharia tem maior demanda e é mais rentável?

Até bem pouco tempo atrás, a área que tinha uma demanda muito grande e não tinha preparo era a ligada ao petróleo, aos subprodutos do petróleo e à produção de petróleo de uma maneira geral. Esta é uma área que exige uma especialização muito grande, a formação do profissional é demorada. O treinamento não acontece de uma forma rápida. Para ter uma idéia, em Araucária está sendo feita uma expansão da REPAR (Refinaria Presidente Getúlio Vargas), uma demanda de cinco mil engenheiros e realmente não existe profissional preparado para este tipo de atividade. É uma carência muito grande. Na área de estradas, se o governo não abandonar a intenção de investir na estrutura, inegavelmente vai ser preciso aumentar o número de engenheiros nesta área. Eu acho que aí residem os focos de maior demanda: transporte e indústria petrolífera.


Brasil é o 4.° mais otimista do mundo

O índice entre as empresas brasileiras é de +50%

O otimismo entre as empresas privadas de capital fechado (privately held business, ou PHBs, em inglês) de todo o mundo caiu 56% em relação a 2008, passando de +40% para -16%, mostra pesquisa da Grant Thornton International (GTI), uma das maiores organizações de auditoria e consultoria do mundo. O índice entre as empresas brasileiras, no entanto, é de +50%, o que coloca o país como o 4.º mais otimista do mundo.

Na pesquisa de 2008, o Brasil aparecia em 11° lugar, com +69%. O levantamento ouviu executivos de 7 mil empresas de 36 países e esta foi a primeira vez, desde 2003, que é registrado um índice negativo. O consenso entre os pesquisados é que haverá uma queda na demanda em todo o mundo.

"Há vários fatores que levaram os empresários brasileiros a ser otimistas", explica Mauro Terepins, representante da GTI no Brasil. "O crescimento econômico registrado no país nos últimos anos, a estabilidade monetária e um sistema bancário organizado e sólido dão grandes oportunidades ao Brasil", afirma.

Das quatro maiores economias do mundo, as PHBs dos Estados Unidos e da China, que movimentam juntas 32% do mercado, mostraram uma grande diferença: enquanto os norte-americanos marcam -34% no índice, os chineses ficam com +30%. Igualmente, Japão e Índia, que contribuem com 11% do mercado, marcam -85% e +83, respectivamente. "Estes resultados tão diferentes sugerem que há esperança no mercado global", explica Alex MacBeath, líder global de serviços para PHBs da Grant Thornton. "Quando as empresas das grandes nações olham para o atual estágio econômico mundial, o índice de otimismo cai e as empresas sabem que têm de se preparar para um período doloroso, mas as economias emergentes conseguem ver que os seus próprios mercados podem oferecer oportunidades reais."

É por isso que, apesar do pessimismo, a pesquisa identificou 11 países otimistas com as suas próprias economias, como o Brasil (+50%). Outros países são a Índia (+83%), Filipinas (+65%) e Austrália (+11%), entre outros. A maior queda no índice foi constatada em Hong Kong, que em 2007 tinha um nível de otimismo de +81% e agora está em -49%.

Regionalmente, a União Européia aparece como a mais pessimista (-38%). A América Latina registrou +11% e a Ásia ficou com +39% e, apesar de positivos, estes índices são inferiores aos registrados em 2007.

Fonte: Ketchum Estratégia


Construção civil tem melhor desempenho em duas décadas

O setor da construção civil encerrou o ano de 2008 com crescimento próximo de 9%

Responsável pela geração e manutenção de cerca de dois milhões de empregos formais no país, o setor da construção civil encerrou o ano de 2008 com crescimento próximo de 9%, afirmou o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio), Roberto Kauffmann. Ele é também representante da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) no Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (CCFGTS).

Segundo Kauffmann, 2008 foi o melhor ano da construção civil brasileira nas últimas duas décadas. “A construção civil teve uma performance notável em 2008”, disse. Os financiamentos com recursos da poupança atingiram no ano passado R$ 30 bilhões – só de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço foram R$ 15 bilhões. Houve também recursos de empresas que se capitalizaram na Bolsa de Valores. Kauffmann estima, então, que os investimentos em financiamentos na construção civil se aproximaram de R$ 60 bilhões em 2008.

Em 2009, o orçamento do FGTS, já aprovado pelo Conselho Curador, deverá somar cerca de R$ 20 bilhões, dos quais R$ 14 bilhões serão destinados à habitação. A poupança deve repetir entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões. “Então, nós não achamos que teremos retrocesso”, estima Roberto Kauffmann, que acredita que a indústria da construção civil deverá repetir o crescimento de 2008 em 2009, focando principalmente na habitação econômica e na habitação popular.

Fonte: Agência Brasil


Transporte público sobre concreto

Curitiba reconstrói suas vias exclusivas de ônibus com o objetivo de aposentar o asfalto e dar passagem ao pavimento rígido

Engenheiro Civil Wilson Justus
Engenheiro Civil Wilson Justus

Com o primeiro trecho inaugurado no final de 2008, a Linha Verde faz de Curitiba uma referência nacional em pavimentação de concreto - a canaleta em que vão trafegar os novos ônibus tem 9,4 quilômetros e é feita toda do material à base de concreto de cimento Portland. A cidade, porém, quer mais. O plano da prefeitura é reconstruir todas as vias exclusivas do transporte público à base de concreto de cimento Portland. Já está sendo assim com a Avenida Marechal Floriano, em um trecho de 4,2 quilômetros onde vão trafegar biarticulados e ligeirões. Em seguida, será a vez dos eixos Leste-Oeste e Norte. A meta é ambiciosa para os padrões nacionais: atingir, no médio prazo, de 8% a 10% da malha viária com concreto. É o que revela nessa entrevista o engenheiro civil Wilson Justus, coordenador-geral da Unidade Técnica Administrativa de Gerenciamento (Utag), órgão ligado à Secretaria Municipal de Obras Públicas da Prefeitura de Curitiba e responsável pelo acompanhamento do processo de implantação do eixo metropolitano de transporte na cidade.

Curitiba, com as obras da Linha Verde e da Marechal Floriano, já pode ser considerada referência nacional em uso de concreto em malha viária. O que fez a prefeitura se render a esse material?

Curitiba é uma das pioneiras no uso desse material, haja vista que o Centro Cívico tem pistas em concreto. Isso ocorreu há mais de 40 anos. Depois a cidade optou pelo asfalto. Mas com a implantação da linha Ligeirinho, o concreto reiniciou uma nova fase. Só ele permite uma situação estável e um perfeito nivelamento para que o ônibus se ligue à estação tubo. Além disso, o solo de Curitiba é de baixa resistência, pois tem muita área de rio, e o pavimento asfáltico exige escavações que podem comprometer estruturas enquanto o concreto não.

Na medida em que o pavimento em concreto foi demonstrando sua eficiência, a prefeitura decidiu não limitá-lo apenas às estações tubo, mas estendê-lo para as avenidas e eixos de transporte público. É isso?

Sim. Daí reformamos a Avenida Iguaçu e precisávamos construir a canaleta na Presidente Faria. No local tem o prédio histórico da Universidade Federal do Paraná, na Praça Santos Andrade, e para não comprometer a estrutura centenária optamos pelo concreto. Hoje, os ônibus trafegam no local sem causar nenhum dano ao patrimônio. Diria que o pavimento rígido, por ter uma estrutura mais esbelta, coexiste melhor com as cidades.

Foi a questão do solo que levou também o pavimento em concreto para a Avenida Santa Bernadethe?

Onde ela foi construída é uma região de rio e também com um solo de baixa resistência. Se fossemos fazer um pavimento flexível, ele exigiria um perfil estrutural muito grande. Teriam que ser feitas escavações de grande profundidade para instalar camadas de resistência que permitissem o solo receber pavimento asfáltico. Com a pavimentação em concreto isso não ocorreu. Ela exigiu um perfil estrutural menor e isto, comparativamente, representou uma economia na obra. Isso mostra que o concreto não é um produto mais caro. Conforme a exigência, conforme for o subsolo, ele pode representar um custo menor.

Quer dizer, sob o ponto de vista de investimento, as vias em concreto acabam se tornando mais baratas para a cidade?

Podem ter um custo inicial maior, mas ao longo da sua vida útil acaba sendo economicamente mais vantajosas. No caso do pavimento asfáltico em vias exclusivas para ônibus, em cinco ou seis anos ele precisa ser refeito. Já o concreto tem vida útil de 15, 20 anos, e com baixa manutenção. Além disso, nas ruas à base de cimento você tem um retorno significativo de iluminação. Com lâmpadas menos potentes se consegue uma maior iluminação. Isso também traz economia para a cidade.

Diante desse cenário, quais são os planos da cidade para ampliar a malha viária em concreto? Há novos projetos em curso?

Nas vias exclusivas para ônibus, o pavimento em concreto só tende a crescer. O material rígido é o ideal para receber o transporte coletivo. O ônibus freia e acelera sempre nos mesmos pontos e isso é um fator de desgaste, de envelhecimento do pavimento em pontos localizados. No asfalto formam-se trilhas e outra série de situações que com o pavimento de concreto não acontecem. Realmente o plano da cidade é ampliar a malha de concreto nas canaletas.

Quais seriam as próximas áreas contempladas com o pavimento rígido?

Tem a segunda etapa da Linha Verde, que irá até o Atuba e também terá canaleta em concreto. Pretendemos trocar o pavimento também no eixo Leste-Oeste e no trecho Norte (João Gualberto e Avenida Paraná, no sentido Santa Cândida).

Sob o ponto de vista do meio ambiente, o uso de pavimento em concreto nas cidades traz benefícios?

Na medida em que você não está lidando com combustível fóssil (e o asfalto é um produto fóssil), o uso do cimento dá mais qualidade ao meio ambiente, com certeza.

Em algumas cidades da Europa, o pavimento em concreto e responsável por até 25% da malha viária. Curitiba pretende alcançar esses índices?

Para o transporte coletivo, o pavimento em concreto já virou prioridade. A partir daí, a médio prazo, podemos estender o percentual, que hoje gira em torno de 2%, para 8% ou 10% da malha viária da cidade.

Tecnicamente falando, esse revestimento em concreto que é usado em Curitiba tem algo especial para ampliar a durabilidade ou ele segue o conceito de todas as obras em concreto?

Em sua maior parte, ele segue o padrão normal. Mas na Marechal Floriano, como ela tem cruzamentos com grande intensidade de tráfego, como Visconde Guarapuava, Silva Jardim, Avenida Iguaçu e Getúlio Vargas, utilizamos uma técnica especial chamada The Fast Track. O concreto foi submetido a um processo químico de endurecimento para permitir que em 48 horas os cruzamentos fossem liberados para o tráfego.

Qual a tecnologia usada no pavimento em concreto de Curitiba?

Utiliza-se muito a Vibro Acabadora, que é um equipamento similar ao que se utiliza no pavimento asfáltico, mas é possível fazer com sucesso com Régua Vibratória. É o que foi usado em parte da Linha Verde e também em trechos da Marechal Floriano, principalmente nos cruzamentos.

"Nas vias exclusivas para ônibus, o pavimento em concreto só tende a crescer. O material rígido é o ideal para receber o transporte coletivo." Engenheiro Civil Wilson Justus


Financiamento só para quem usar madeira legal

Caixa Econômica Federal restringe liberação de recursos a empreendimentos imobiliários que seguirem normas do Ibama

Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc
Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc

Desde 1.º de janeiro, a Caixa Econômica Federal passou a exigir o uso de madeira de origem comprovada nos empreendimentos imobiliários que for financiar. O acordo entre a Caixa, o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) pretende coibir o uso de madeira ilegal, geralmente retirada em desmatamentos na Amazônia. Nas construções imobiliárias, há utilização de grandes quantidades de madeira em andaimes, forros e esquadrias, por exemplo.

A Caixa incluirá nos contratos firmados com as construtoras uma cláusula que torna obrigatória a apresentação do Documento de Origem Florestal (DOF) - documento virtual que comprova a origem, a quantidade e finalidade da madeira consumida. A regra não atingirá pessoas físicas que financiem material para compra ou reforma de imóveis.

De acordo com o Ibama, o DOF garante que a madeira tem origem em desmatamentos autorizados – quando os proprietários de terra derrubam os 20% de sua propriedade a que têm direito, no caso da Amazônia – ou de manejos florestais – quando apenas as grandes árvores de valor comercial são retiradas da floresta.

O instituto treinará funcionários da Caixa para consulta ao Sistema DOF, para que tenham acesso à informações da madeira usada pelas construtoras. Para as empresas, a orientação é procurar uma das unidades do Ibama nos Estados para inscrição ou regularização em um cadastro federal para movimentação de madeiras.

Até 30 de junho, a ação terá caráter educativo, segundo a Caixa. Após essa data, as empresas que não apresentarem os documentos não terão acesso a novos financiamentos do banco e serão investigadas pelo Ibama.

Segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o governo criou mecanismos para fornecer madeira legal à atividade econômica. O órgão responsável por cuidar da extração será o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), recentemente transformado em autarquia. “Já existem milhões de hectares de floresta para produção de madeira legal e certificada, até porque a única maneira de combater a ilegalidade é aumentar a oferta da [madeira] legalizada”, disse o ministro.

Fonte: Agência Brasil


Construindo Melhor

Para garantir o prazo de validade do cimento, o produto deve ser armazenado em local seco e bem protegido da ação das intempéries.

O ideal é depositá-lo sobre paletes, distante das paredes e tetos 10 cm e 50 cm respectivamente.

Créditos: Engº. Carlos Gustavo Marcondes - Assessor Técnico Comercial Itambé