Burle Marx: ele deu vida ao cinza das cidades
Este ano é comemorado o centenário do paisagista, que com seus jardins emprestou um outro sentido à arquitetura
O paisagista Roberto Burle Marx, que morreu em 1994, tornou-se referência em saber fundir o verde e o concreto. No ano em que completaria 100 anos (ele nasceu em 4 de agosto de 1909), suas obras voltam a ser realçadas. No Rio de Janeiro, 88 jardins idealizados por ele estão sendo tombados. Algumas obras são públicas, como o calçadão de Copacabana e o parque no Aterro do Flamengo, e outras são privadas, como o jardim na residência de Roberto Marinho.
Burle Marx tem ainda outros 25 jardins já tombados em outras cidades do país. Em boa parte deles, rompeu com o paradigma de que o verde e o concreto não eram harmônicos. Segundo o arquiteto Washington Fajardo, esse foi o grande diferencial do paisagista. "Ele incorporou com maestria elementos com vida e sem vida. A composição entre a botânica, fazendo-a dialogar com o concreto e as pedras, transformou seu trabalho em obras de arte", definiu.
Fajardo define Burle Marx como paisagista e artista plástico, mas, sobretudo, arquiteto. Neste perfil, o compara a Oscar Niemeyer, e vai além: acha que os dois se complementavam. "O Niemeyer é o nosso mestre da arquitetura do concreto armado e podemos dizer que o Burle Marx é o nosso mestre da arquitetura dos jardins. Neste aspecto, eles estão em campos complementares. E Brasília foi o grande exemplo disso: na capital federal, há uma articulação muito harmônica entre estas duas linhas de trabalho", avaliou.
Para o arquiteto, e também subsecretário de patrimônio cultural, intervenção urbana, arquitetura e design da Prefeitura do Rio, Burle Marx deixou como herança um pensamento paisagístico brasileiro. Concretamente, seus conceitos ainda sobrevivem através de seu escritório - hoje comandado pelo arquiteto Haruyoshi Ono. "Seu legado está bem vivo, o que é raro na história dos escritórios de arquitetura brasileiros. Isso é totalmente oposto do que acontece nos Estados Unidos, onde você tem escritórios de arquitetura centenários. Os titulares já morreram e aquilo se constitui em uma empresa, com princípios que continua pelo tempo. Neste aspecto, a escola Burle Marx está mais viva do que nunca", diz Washington Fajardo.
Além de paisagista, Burle Marx foi também desenhista, pintor, tapeceiro, ceramista, escultor, pesquisador, cantor e criador de joias. Nasceu em São Paulo, e passou a morar no Rio a partir de 1913. De 1928 a 1929, estudou pintura na Alemanha. Lá, tornou-se frequentador do jardim botânico de Berlim, principalmente das estufas com flora brasileira. Seu primeiro projeto paisagístico foi para a arquitetura de Lúcio Costa e Gregori Warchavchik, em 1932. Em 1955, criou a empresa Burle Marx & Cia., com a qual passou a elaborar projetos de paisagismo e a fazer a execução e manutenção de jardins residenciais e públicos. De 1965 até sua morte, aos 84 anos, contou com a colaboração do arquiteto Haruyoshi Ono. Como construtor de jardins, ele deu vida e beleza paisagística para o cinza das cidades, conclui Fajardo.
Jornalista responsável - Altair Santos MTB 2330 - Tempestade Comunicação.
Suprimento é o alicerce da boa obra
Negociação entre o setor de compras das construtoras e os fornecedores decide o futuro de um empreendimento
Seja qual for o nome adotado, departamento de compras ou setor de suprimentos, o certo é que essa área tornou-se estratégica dentro das construtoras. É ela a responsável por negociar com indústrias e fornecedores a compra dos materiais que serão usados nos empreendimentos. Trata-se de uma função que diariamente trava quedas de braço por bons preços e qualidade. Costumo dizer que o setor de compras pode gerar um bom lucro ou trazer um grande prejuízo à empresa, explica Lupércio Marques, coordenador de compras do Grupo Thá.
Para que o sucesso seja atingido, os profissionais da área de suprimento precisam conhecer de logística, engenharia civil, administração e economia. São quatro profissionais em um. É preciso entender a obra, ter uma boa base financeira e saber onde estão os fornecedores que vão render boas parcerias, afirma Lupércio, que considera que sua meta é alcançada quando a obra da construtora consegue chegar ao consumidor com preço competitivo e qualidade.
Por esse propósito, a Thá opta pelo sistema de cotação e negociação. Com o orçamento da obra definido, o departamento de compras da construtora traça a estratégia diretamente com as indústrias. As fábricas oferecem preços mais competitivos. Nós também não usamos o sistema de pregões, por que isso pode comprometer a qualidade do material, diz Lupércio.
Como uma obra dura, em média, dois anos, as compras são realizadas por etapas. É aí que o departamento de suprimentos da empresa mostra sua eficiência. O ideal é que a aquisição dos materiais seja na medida certa. No caso de faltar, em alguns casos a construtora e o fornecedor firmam por contrato que o reabastecimento de material será dentro de preços já pré-definidos. Supondo que no período da construção um determinado suprimento sofra reajuste, a previsão é que seja travada ali uma nova queda de braço por valores que agradem os dois lados.
O mesmo ocorre se sobrar material. Em alguns casos, as construtoras podem estocar o excedente, definir com o fornecedor um reembolso ou trocar o que sobrou por outro material que será necessário na obra. Neste caso, quem está do outro lado do balcão, ou seja, o fornecedor, pode se tornar um bom parceiro da construção ou não. Desde que tenha a confiança da empresa que toca o empreendimento, ele pode ajudar a dar qualidade à obra, sugerindo produtos e facilitando para que o orçamento seja cumprido, a fim de que nem falte e nem sobre material.
Segundo Ary Leal Cardoso Filho, sócio-proprietário da Conextubo, o bom fornecedor é aquele que consegue oferecer produtos normatizados com bom preço. O problema é que algumas construtoras não seguem essa regra. Tem aquelas que optam pelos pregões e compram produtos sem especificação só para baratear a obra, diz, fazendo uma constatação: Se toda a construção usasse material normatizado, o padrão das habitações brasileiras seria muito melhor.
Ary cita que a Conextubo só trabalha com material que atende o PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat). Para ele, essa deveria ser uma norma dentro do setor de fornecimento de material de construção. Por ética, ele não comenta se essa regra é obedecida ou não pelos concorrentes, mas afirma que a área tem uma disputa forte. Só em Curitiba e região metropolitana são mais de 2.800 revendas de material de construção. Destas, cerca de 800 suprem as construtoras, segundo dados da Acomac-Curitiba (Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção de Curitiba).
No atual cenário econômico, os fornecedores ganharam um novo ingrediente para administrar junto às construtoras: a inadimplência. Muitas empresas estão com descrédito juntos aos fornecedores por atrasar demais o pagamento ou por simplesmente não pagar, relata Ary Cardoso. No entanto, ele reconhece que quando construtora e fornecedor se acertam quem ganha é a construção. Daí, da fundação até a cobertura, tudo sai como planejado e a lucratividade é boa e a venda torna-se ágil. A avaliação é a prova de que uma boa parceria entre quem vende e quem compra é o segredo da boa obra.
Passo a passo do bom fornecedor
1.º) Prospectar áreas prestes a receber construções
2.º) Verificar se a construtora que vai contratar tem crédito
3.º) Só fornecer materiais normatizados
4.º) Adequar bom preço com qualidade
Passo a passo do bom comprador
1.º) Acompanhar todo o processo do projeto
2.º) Cumprir o orçamento da obra
3.º) Cativar o fornecedor, para que ele se torne parceiro
4.º) Adequar bom preço com qualidade
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Brasil exporta know-how em gestão de pessoas
Recentemente, o mercado brasileiro atingiu a marca de 1 milhão de profissionais especialistas em RH
O universo dinâmico das empresas exige criatividade na gestão das pessoas que integram as organizações. E isso o Brasil tem de sobra. É o que faz com que o país, apesar de alguns setores cultuarem modelos importados de gestão, se torne exportador de know-how em recursos humanos. Recentemente, o mercado brasileiro atingiu a marca de 1 milhão de profissionais especialistas em RH.
Segundo Ralph Arcanjo Chelotti, presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos), o segmento de gestão de pessoas no Brasil é extremamente inovativo, pois se atualiza de modo constante por meio de palestras, seminários, fóruns e congressos que acontecem todas as semanas, por todo o país.
Ele lembra ainda que o Brasil realiza anualmente o segundo maior congresso do mundo na área de recursos humanos. "O CONARH (Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas) é referência mundial. Enquanto o congresso norte-americano reúne essencialmente palestrantes daquele país, o nosso, na mais recente edição, trouxe profissionais de nove países. Isso torna nossos profisisonais muito mais permeáveis às novas tendências", assinala Chelotti.
Segundo Luiz Edmundo Rosa, Diretor Geral do CONARH no Brasil, o Brasil funciona como um grande laboratório para ações de recursos humanos de grupos globais, que investem aqui tempo e dinheiro em programas de gestão de pessoas que vão orientar práticas em todo o mundo. "As características do povo brasileiro, onde convivem vários grupos raciais em harmonia, além da grande flexibilidade e predisposição para o novo, faz do Brasil um ótimo campo de experimentação nesse sentido, o que explica, em parte, o sucesso de muitos executivos brasileiros no exterior", salienta Rosa.
Fonte: ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) / e-Press Comunicação.
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Alicerce para suportar a crise
Governo aposta em pacote habitacional para estimular a construção civil
O Brasil aposta que o setor da construção civil será seu airbag contra a trombada causada pela crise econômica que começou nos Estados Unidos e contamina o planeta. Por isso, em março, o governo federal lançará um ousado pacote habitacional em que a meta será financiar pelo menos um milhão de casas. O alvo do projeto são as famílias de baixa renda (rendimento de até R$ 2 mil mensais), mas com orçamento riquíssimo. Serão de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões, que virão, em sua maioria, dos recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).
A novidade do pacote é que ele conterá medidas para combater a inadimplência e amortizar os juros. Uma delas, já publicada na imprensa, é que haverá um fundo garantidor de pelo menos R$ 1 bilhão para cobrir o não-pagamento dos mutuários que, no decorrer do financiamento, forem demitidos. Também será assegurada a possibilidade de abater o pagamento de juros com a compra de imóveis do Imposto de Renda. Haverá ainda a redução de tributos para o material de construção, como ocorreu com a diminuição do IPI para a indústria automobilística.
O pacote habitacional poderá se estender às famílias com renda de até dez salários mínimos, atingindo a classe média. Por isso, a construção civil o aguarda com ansiedade. Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Paulo Safady Simão, as medidas farão com que o setor imobiliário se torne o alicerce do país contra a crise. Com certeza, essa será a fatia da economia que mais vai crescer no Brasil em 2009. Não será nenhum espanto que alcance a marca de 5% em 2009. Ainda que seja menor que os 9% que prevíamos, esse ano será um show, declarou.
Segundo o empresário, os indicadores apontam também uma estabilização na questão do emprego na construção civil e a situação deve continuar estável até o fim de 2010. O saldo de 2008 foi de 260 mil contratações. Poderíamos chegar a quase 350 mil, caso não tivéssemos demitido ninguém, mas esse número vai se recuperar em 2009, explicou.
No final do ano passado, a construção civil foi o segmento da atividade industrial que mais cresceu no terceiro trimestre do ano, em comparação com igual período de 2007, registrando taxa de 11,7%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para recuperar esses números a CBIC esteve com a ministra da Casa Civil, em janeiro, apresentado uma lista de sugestões a serem acrescentadas no pacote habitacional. São sete medidas consideradas prioritárias e algumas deverão ser atendidas. Para a economista da Fundação Getúlio Vargas, Ana Maria Castelo, elas são imprescindíveis. Além dos impactos sobre a geração de renda e de postos de trabalho em toda a economia, essa política também contribuirá para uma redução importante do déficit habitacional do país, opina, reforçando o consenso no segmento da construção civil, que não vê a hora de março chegar.
As 7 sugestões da CBIC
Implementação de um fundo garantidor para estimular investimentos em Habitação
de Interesse Social (HIS)
Desoneração tributária para HIS
Utilização de subsídio para complementar o crédito às famílias de baixa renda
no acesso à HIS
Postergação do prazo de amortização do financiamento imobiliário no caso
de perda do emprego do adquirente
Reativação imediata do PAR (Programa de Arrendamento Residencial)
Diversificação de agentes financeiros para o financiamento de HIS
Regularização da emissão de CNDs (Certidões Negativas de Débitos)
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Sambódromo evitou o caos no carnaval do Rio
Obra toda construída em concreto completa 25 anos. Um espetáculo auto-sustentável
A obra que revolucionou o carnaval no Brasil está completando 25 anos. O Sambódromo do Rio de Janeiro, idealizado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, não apenas transformou o desfile das escolas de samba, como tornou o evento um espetáculo auto-sustentável. Hoje, 200 países o veem pela televisão e são gerados 30 mil empregos fixos. Mas não é só isso. A construção de 700 metros de extensão e capacidade para 62 mil espectadores moldou-se ao longo deste quarto de século e virou também um exemplo de arquitetura sustentável. É o que defende a professora-adjunta da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maria Cascão Ferreira de Almeida. "O sambódromo impediu o Rio de tornar-se um caos no carnaval. Não só organizou o desfile, como poupou o trânsito da cidade. Sob esse aspecto, a obra é amplamente benéfica", avalia.
Antes do sambódromo, o desfile de escolas de samba ocorria na rua, com arquibancadas improvisadas e sem organização. O primeiro desfile oficial aconteceu em 1935, na antiga Praça Onze, onde ficou por mais de 30 anos. No fim da década de 1960, o espetáculo transferiu-se para a avenida Presidente Vargas e, depois, foi para a Marquês de Sapucaí. No mesmo local, em 1984, o ex-governador Leonel Brizola, estimulado pelo seu secretário da Cultura, o antropólogo Darcy Ribeiro, e pelo arquiteto Oscar Niemeyer, aprovou a construção do sambódromo todo em concreto. A obra foi polêmica. "Primeiro foi a questão arquitetônica, que continua polêmica até hoje. Outra alegação é que ela iria encurralar o trânsito no centro da cidade. Hoje se vê que a opção foi perfeita, não só pela durabilidade como pela acústica e pela sua funcionalidade. Durante o ano funciona ali uma escola pública. Além disso, por ser cortado por ruas, o sambódromo acabou desafogando o trânsito", avalia a pesquisadora da UFRJ, Maria Laura Cavalcanti, autora do livro Carnaval carioca: dos bastidores ao desfile.
Erguido em 120 dias, e inaugurado em 2 de março de 1984, o sambódromo tem como marco a Praça da Apoteose. Para a engenheira Maria Cascão Ferreira de Almeida, Niemeyer foi feliz ao criar uma estrutura arquitetônica no final do projeto. "Se ele tivesse investido sua capacidade criativa em toda a obra, o foco do desfile seria desviado. Mas não, a arquitetura é simples e o desfile e a arquibancada cheia de gente é que valorizam a obra", afirma. Bem sucedido, o sambódromo inspirou outras obras semelhantes. Em São Paulo, Niemeyer projetou uma obra de 530 metros de comprimento e capacidade para 26 mil pessoas.
Nesta construção, ele corrigiu falhas apresentadas no sambódromo do Rio, como pontos cegos - por isso fez uma extensão mais curta -, e criou uma pista antiinundação, com um sistema de drenagem diferente.
Niemeyer recebeu convite para projetar outros sambódromos pelo país, como o de Brasília, que em 2005 foi suspenso. Também na capital federal, o centenário arquiteto teve de desistir de erguer a Praça da Soberania. Agora, ele quer se lançar em outros desafios. Em 2010, ele foi convidado pelo carnavalesco Joãosinho para criar carros alegóricos para a Beija-Flor. Uma de suas peças poderá homenagear o Sambódromo. A construção, polêmica ou não, é um marco arquitetônico no Brasil.
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Copa faz nascer "estádio verdes"
Conceito de arquitetura sustentável está presente em boa parte dos projetos apresentados à Fifa para o mundial de 2014
A vinda da Copa do Mundo de 2014 para o Brasil não vai apenas mexer com a infraestrutura das cidades escolhidas para serem sub-sedes, mas trará luz aos estádios brasileiros. Hoje construções inadequadas para um evento desta magnitude, eles terão a oportunidade de agregar o que há de mais moderno em termos de engenharia e se adequar ao século 21. Uma tendência, pelo que os projetos mostram, é que as obras tendem a perseguir o conceito de arquitetura sustentável. Até por que, o tema do mundial no país deverá ser a Copa Verde.
Das 17 capitais candidatas, pelo menos cinco abraçaram a tese do estádio verde. A começar pelo possível palco da final da Copa, o Maracanã. O estádio, cujas obras de reconstrução começam ainda neste ano, terá acoplado à sua arquitetura uma praça arborizada e será autossustentável na produção de energia. Isso será possível através de painéis solares que serão acoplados à cobertura de vidro que irá revestir o estádio.
Essa inovação tecnológica está orçada em R$ 200 milhões, mas segundo a secretária estadual de Esporte, Turismo e Lazer do Rio de Janeiro, que administra o Maracanã, em 10 anos esse investimento estará pago, já que o estádio deixará de consumir energia elétrica em pelos menos 70% de suas instalações. A vantagem é que o Estado não bancará sozinho a obra, avisa a secretária Márcia Lins.
A cobertura com painéis fotovoltaicos para o Maracanã geraria 3,7 MWp. É o suficiente para suprir energia para mais de duas mil residências, explica o diretor técnico do Instituto Ideal, Ricardo Rüther, responsável pelo projeto. Rüther coordena também o Laboratório de Energia Solar da Universidade Federal de Santa Catarina (Labsolar/UFSC), que já pesquisa e aplica há alguns anos esta tecnologia. Estádios com painéis fotovoltaicos já usados em estádios europeus. O exemplo mais bem sucedido é o Stade de Suisse Wankdorf, em Berna, na Suíça. Com 10.738 células solares, o estádio gera 1,134 gigawatts hora (GWh) de energia por ano.
Em Manaus, a tese da sustentabilidade ainda é mais escancarada. A cidade adota o slogan A Copa mais verde do mundo e promete construir uma arena com 46 mil lugares, levando em conta relatórios ambientais do Greenpeace, do World Winde Fund for Natures (WWF) e da Conservation International (CI). A empresa a ser contratada é a alemã Gerkan Marg und Partner (GMP), que construiu boa parte das arenas utilizadas na Copa de 2006.
No Acre, o estádio candidato é a Arena da Floresta. O estado também aposta no conceito verde e projetou uma cobertura em madeira e bambu para cobrir a obra. O material virá de reflorestadoras certificadas, compromete-se o governo acreano, garantido que materiais a base de alumínio e acrílico, considerados poluentes, não serão usados na obra. Teremos todo um processo de manejo sustentável", explica o secretário de Esportes, Turismo e Lazer do Acre, Cassiano de Oliveira.
Brasília também está engajada e, além da arena para jogos, pretende construir um estádio de apoio para treinamentos das seleções. A construção vai se chamar Arena Biogol. No estádio, cada gol marcado reverterá dinheiro para o reflorestamento de uma área do tamanho de um campo de futebol. Os gols também reverterão recursos para as favelas do entorno do Distrito Federal, financiando painéis solares nas escolas destas localidades. O dinheiro para o projeto virá de parcerias com a iniciativa privada.
Outro estádio que será construído dentro do conceito da arquitetura sustentável será o que está planejado para Natal, no Rio Grande do Norte. No projeto, 35% dos 82 hectares onde se erguerá a obra serão destinados à preservação ambiental. Haverá ainda uma estação de tratamento de esgoto para a reutilização dos efluentes.
Em 20 de março, dia em que a Fifa baterá o martelo sobre as sub-sedes, começará a se saber quais desses projetos se tornarão de fato sustentáveis ou não.
Fonte: Portais dos governos de RJ, DF, RN, AM e AC e Agência Brasil
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Concreto Compactado a Rolo
Concreto muito utilizado em pavimento rígido, barragens e aeroportos, também é uma boa opção para uso como sub-base de pisos e pátios de estocagem
Créditos: Engº. Jorge Aoki - Gerente de Assessoria Técnica Itambé
O concreto compactado a rolo, também conhecido como concreto rolado ou CCR, é um concreto seco, com consistência e trabalhabilidade tal que permite sua compactação através de rolos compressores. É utilizado como base ou sub-base para placas de concreto simples ou armado e como material para a formação do corpo de barragens.
O inicio desta tecnologia ocorreu nos Estados Unidos, em 1893, no que é considerado o pavimento de concreto mais antigo que se conhece. A camada inferior foi feita com um concreto de baixo consumo de cimento e compactada por compressão. Em 1944, na Inglaterra, seu uso passou a ser quase uma rotina nestes tipos de obra.
Os materiais componentes são os mesmos utilizados no concreto convencional e, em geral, se consegue uma boa dosagem sem a necessidade de se trazer de locais afastados, o que oneraria o custo final.
O cimento a ser empregado pode ser de qualquer tipo, desde que atenda as especificações das normas brasileiras - inclusive os de alta resistência inicial -, mas recomenda-se usar os de alto-forno, pozolânicos ou somente com fíler. O consumo normalmente varia entre 80 a 120 kg/m3. Porém, outros teores podem ser usados para aplicações específicas.
As britas e a areia também devem se adequar às prescrições das normas brasileiras, com o cuidado de não exagerar no tamanho máximo - 38 mm ou menor -, e atender a boa distribuição de finos para o correto preenchimento dos vazios. Uma boa distribuição granulométrica facilita também o trabalho dos equipamentos de compactação, com a devida economia no custo.
A água é um elemento que deve ser dosado com bastante cuidado. Para uma perfeita compactação, a umidade ideal é aquela que não deixa o concreto aderir aos rolos compressores (isso ocorre quando está com trabalhabilidade alta, ou seja, muito mole) e nem ocasione a passagem do rolo por muitas vezes, quando está muito seco. Esta umidade, geralmente, situa-se no intervalo de 5 a 10%, porém a experiência tem demonstrado que a umidade de 6% é a que mais se aproxima do ideal quando se compacta com rolos.
O CCR também é uma ótima opção para uso como sub-base de pisos. Além de propiciar um excelente suporte ao piso propriamente dito, tem outra grande vantagem que é não permitir a percolação da água no seu interior. O carreamento dos finos descalça a placa de concreto e provoca o aparecimento do fenômeno do bombeamento saída de finos por expulsão através de juntas ou fissuras -, que leva à ruptura da placa. É o que pode acontecer quando utilizamos, por exemplo, apenas a brita graduada ou outro material granular como sub-base.
O conjunto CCR, mais placa de concreto simples ou armado, tem mostrado grande durabilidade, mesmo em pátios abertos (expostos ao tempo) como no pavimento rígido, aeroportos e barragens.
A execução do concreto rolado deve ser cuidadosa. O espalhamento pode ser manual, com motoniveladora, distribuidora de agregados ou vibro acabadora. A camada de espalhamento tem altura entre 20 a 30% maior que a camada final compactada de projeto. Qualquer tipo de equipamento compactador pode ser usado em função das condições locais da obra e materiais. Para áreas menores, os compactadores manuais, tipo placa ou de percussão, chamados popularmente de sapos, são os mais adequados.
Um último cuidado é com relação à cura do CCR. Em princípio, é feita da mesma maneira que no concreto convencional e podem ser usadas diversas técnicas: aspersão de água, sacos de estopa ou aniagem umedecidos e cura química. Porém, no caso em que o concreto rolado vai receber uma placa de concreto, o mais usual é a execução de uma pintura com emulsão betuminosa. Além de permitir uma boa cura, ela dispensa o uso de lona plástica.
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330 - Tempestade Comunicação.
Cidades em transformação
Em 20 de março, a Fifa (Federação Internacional das Associações de Futebol) define as 12 cidades brasileiras credenciadas a sediar jogos da Copa do Mundo de 2014. Após essa escolha, as metrópoles aprovadas passarão a receber investimentos do chamado PAC da Mobilidade Urbana. Trata-se de uma extensão do Programa de Aceleração de Crescimento, já em andamento no Brasil, e que será destinado a preparar as cidades para o evento de daqui a 5 anos.
Empreendimentos a serem feitos não faltam. Serão melhorias em aeroportos, terminais rodoviários, investimento em transporte público, capacitação da infraestrutura das cidades, com a construção de metrôs, avenidas e viadutos, num rol de obras cuja previsão de investimento gira entre R$ 38 bilhões e R$ 45 bilhões. Os recursos virão do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e de parcerias com a iniciativa privada. A meta é seguir o lema do ex-presidente Juscelino Kubitschek: 50 anos em 5.
Só em Curitiba, que concorre para ser uma das sub-sedes da Copa, estima-se que os investimentos cheguem a R$ 4 bilhões, incluindo aí os recursos para a construção do primeiro ramal do metrô, que ligará o Sul ao Norte da cidade. Para o vice-presidente da área técnica relacionado a obras públicas do Sinduscon-PR (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná), José Eugênio Souza de Bueno Gizzi, o montante de dinheiro necessário para Curitiba se adequar à Copa de 2014 é barato perto do prejuízo que ela terá se não estiver entre as 12 contempladas. "O pensamento que se deve fazer é: qual o custo se a cidade não estiver dentro deste projeto? Se isso ocorrer, a capacidade competitiva de Curitiba, que hoje é muito boa, estará comprometida. Então, o custo será caro sim, se a gente ficar de fora", avalia.
A lista de obras para a capital paranaense começa pelo aeroporto internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais. Para a Copa, a Fifa exige que os terminais aéreos funcionem ininterruptamente e estejam preparados para receber qualquer aeronave. Assim, será necessário ampliar as duas pistas já existentes e construir uma terceira, além de expandir o terminal de passageiros e de cargas. Outra exigência se refere à implantação de um sistema de monitoramento de voos que permita pousos e decolagens em condições de clima adverso.
A ampliação do corredor conhecido como Avenida das Torres, a construção de um segundo viaduto no final da Avenida Marechal Floriano, na divisa com São José dos Pinhais, além de obras na Avenida Visconde de Guarapuava são outras prioridades previstas para Curitiba. Mas a obra mais importante será o metrô. Na opinião de José Eugênio Souza de Bueno Gizzi, a cidade terá a chance de antecipar em até 20 anos esse projeto. "Essa é a melhor oportunidade de acelerar esse processo em décadas", diz. Os recursos estimados para os 22 quilômetros da 1.ª linha de metrô na cidade passam de R$ 3,5 bilhões.
Ainda segundo Gizzi, a vinda da Copa do Mundo para Curitiba, associada aos investimentos do PAC da Mobilidade, será também uma oportunidade rara para a engenharia, no sentido de pôr em prática toda uma demanda reprimida em termos de tecnologia. "O país se manteve parado por 25 anos, mas a engenharia seguiu evoluindo. Hoje dispomos de tecnologias que terão a oportunidade de vir à tona e melhorar a qualidade de vida do nosso povo", garante.
Cidades candidatas a sub-sedes da Copa do Mundo
Porto Alegre (RS)
Florianópolis (SC)
Curitiba (PR)
São Paulo (SP)
Rio de Janeiro (RJ)
Belo Horizonte (MG)
Brasília (DF)
Campo Grande (MS)
Cuiabá (MT)
Goiânia (GO)
Salvador (BA)
Recife (PE)
Fortaleza (CE)
Natal (RN)
Belém (PA)
Manaus (AM)
Rio Branco (AC)
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Tecnologia da Informação cresce na crise
Em meio a um fogo cruzado sobre a regulamentação da profissão, especialistas em TI ganham status de guru nos tempos atuais
Buscar soluções que permitam maior eficiência com menor custo. Essa, basicamente, é a função dos profissionais de Tecnologia da Informação. Por conta desse perfil, eles viraram os gurus da crise. O mercado tornou-se ainda mais aquecido com o advento da crise global e quem está preparado desconhece a palavra desemprego. É o que garante o presidente da Assespro-SP (Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, seção São Paulo), Roberto Carlos Mayer. A área, porém, vive um debate interno em torno da regulamentação da profissão. Para uns, o projeto que tramita no Congresso trará mais credibilidade ao setor. Para outros, vai engessar a profissão. É sobre esse tema e o avanço da TI que Mayer fala na entrevista, confira:
Com a crise, as empresas devem buscar o aperfeiçoamento de suas estruturas. Isso tende a valorizar os profissionais de TI (Tecnologia da Informação)?
Sim. Hoje, as empresas não têm mais espaço para errar. Por isso, o profissional que possuir qualificação, profundos conhecimentos técnicos e atitude comportamental será valorizado. Esse profissional está encontrando a demanda do mercado no mesmo nível pré-crise. A crise se manifesta no mercado de trabalho apenas para aqueles profissionais que atuam na área de vendas de produtos e serviços de TI em empresas multinacionais.
Quais os requisitos que um bom profissional de TI deve ter?
O bom profissional de TI é aquele automotivado e autogerenciável.
No que os profissionais de TI podem contribuir para a melhoria das engrenagens das empresas?
Os profissionais de TI devem buscar uma constante melhora em sua qualificação. Eles devem buscar as melhores escolas, as melhores certificações, agregar sempre um novo aprendizado. Os profissionais devem ser extremamente proativos para seu desenvolvimento pessoal e da empresa. Assistir palestras, trocar experiência com outros profissionais, fazer cursos de idiomas são dicas úteis para este aperfeiçoamento.
O que as empresas buscam mais hoje, quando investem em TI: segurança ou melhoria de seu sistema de comunicação, para ganhar agilidade e reduzir custo?
Na verdade as empresas buscam ambos, mas num momento de crise normalmente a segurança deixa de ser a prioridade máxima.
Por lidar com sistemas e sigilos, o profissional de TI deve ter um valor ético elevado. Isso faz a diferença no profissional?
Certamente. Qualquer membro da comunidade de TI, profissional ou empresa, deve obedecer a princípios éticos. A Assespro é pioneira na construção de um Código de Ética na área.
Há uma discussão no Congresso para regulamentar as profissões de TI. O senhor poderia explicar o que é isso?
Já faz mais de dez anos que tramitam no Congresso Nacional diversos projetos visando a regulamentação das profissões de TI em geral. Constitucionalmente, as profissões a serem regulamentadas são aquelas cujo exercício representa um risco para a sociedade (quando exercidas de forma incorreta). É verdade que o software de controle de uma central nuclear, ou de uma aeronave, representará um risco para a sociedade se ele falhar. Mas, ao mesmo tempo, a falha de muitos outros tipos de softwares, como os jogos ou os sistemas de previsão meteorológica, não representa risco para a sociedade. Podemos concluir, então, que algumas aplicações da Tecnologia da Informação, de fato, representam risco para a sociedade. Porém, isto não justifica pagarmos o custo de regulamentar todas as atividades de TI. Precisamos encontrar uma solução intermediária para aumentar o nível de confiança da sociedade apenas quando necessário, sem gerar custos desnecessários ou um "engessamento" do mercado de trabalho.
E como está esse debate? Quem tende a ganhar a queda de braço?
Há a tendência de se querer encerrar a discussão tachando o tema de "inconstitucional" - posição adotada por algumas entidades do setor, assim como a posição de alguns sindicalistas, tanto do lado dos sindicatos patronais quantos dos de trabalhadores, interessados na criação de mais um "cartório", embora os argumentos públicos deles, obviamente, sejam outros. Porém, há outro grupo de interesse que tem se posicionado a favor da regulamentação, que são as das universidades particulares com cursos na área. Para estas instituições de ensino, a regulamentação tornaria os cursos mais atraentes, já que facilitaria o acesso dos formandos ao mercado do trabalho. Por outro lado, sabemos que entre um terço e metade dos profissionais que atuam em TI no país não possuem formação específica em cursos superiores. E, mesmo assim, já há severas restrições quanto à falta de profissionais na área. É uma briga boa, mas ainda não há um cenário claro de qual lado será o vitorioso. É necessário analisar muito criticamente todos os lados, pois os projetos de regulamentação fixam um prazo de experiência mínima (cinco anos, em vários casos) para permitir que estes profissionais continuem na profissão após a entrada em vigor da nova lei. A partir desta exigência, questiona-se: e os demais profissionais? Eles serão demitidos compulsoriamente? Vamos ter mais uma lei que não vai "vingar"? E as empresas constituídas por profissionais com este perfil: serão obrigadas a fechar suas portas? Segunda conclusão: qualquer que seja o projeto aprovado é preciso muito cuidado com as regras de transição para a nova situação a ser criada. Outra conclusão óbvia é que a criação de conselhos profissionais que exijam contribuição das empresas e/ou dos profissionais terá que ser uma despesa que tenha contrapartida: não pode apenas "engordar" os cofres do dono do cartório.
Essa discussão não tende a afetar o mercado de TI?
Analisando as conclusões acima, parece-nos que qualquer tipo de regulamentação compulsória, geral e irrestrita trará mais problemas que soluções para as atividades de TI no país. De outro lado, a permanecer o vácuo legal, continuará a existir a tentação de criar cartórios por meio de projetos de lei patrocinados.
Finalmente, cabe observar que a criação de uma homologação nestes moldes nos permitiria continuar a competir, no mínimo, em pé de igualdade com aqueles países onde as profissões de TI não são regulamentadas. De outro lado, teríamos um argumento para provar que nossos profissionais são melhores que os dos outros, que não regulamentaram a atividade.
Novas oportunidades para a TI
A crise financeira internacional pode abrir novas perspectivas para empresários de Tecnologia da Informação na opinião do presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação, seção Rio de Janeiro (Assespro/RJ), Cláudio Nasajon. Essa crise tem uma parte boa, porque nós, empresas de TI [Tecnologia da Informação], fazemos soluções para melhoria de produtividade de outras companhias, disse.
Recordando a premissa de que produtividade significa produzir mais com menor custo, Nasajon afirmou que qualquer que seja a solução de TI, desde uma simples planilha eletrônica até um software (programa de computador) de gestão, o sistema contribui para aumentar a produtividade. Se você está numa crise, as empresas devem procurar soluções para aumento de produtividade. Então, eu vejo para nós, lamentavelmente por causa da crise, uma ótima oportunidade para expandirmos nossos horizontes empresariais.
Para Nasajon, o governo está, acertadamente, investindo em empreendedorismo. Ele acredita que os programas de incentivo a novas empresas do Serviço de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vão aumentar o número de empresas iniciantes que, certamente, trarão soluções inovadoras. O que acontece, agora, é que, com essa crise, os grandes investidores deram uma segurada. Não porque ficaram pobres, mas porque ficaram psicologicamente abalados. Isso abre uma oportunidade para o pequeno investidor, que pode entrar com capital-semente e o colocar em empresas de inovação que têm um potencial de crescimento grande, principalmente porque, agora, estão amparadas por todos esses projetos governamentais de empreendedorismo, analisou.
Ele lembrou, ainda, que o setor de Tecnologia da Informação é um dos setores inovadores por sua própria natureza. Segundo Nasajon o Brasil é destaque tanto na produção de soluções criativas de tecnologia como em termos de consumo. Ao contrário da Índia, o país consome 80% da produção de softwares. "O mercado interno de TI é muito forte. E isso dá ao país uma boa blindagem contra a crise.
Cláudio Nasajon admitiu que as empresas que exportam mão-de-obra devem sofrer, no entanto, um pouco, perdendo competitividade, devido valorização do dólar. Em compensação, o mercado interno brasileiro vai suprir essa perda de competitividade externa. O Brasil é muito forte em desenvolvimento. Nasajon sugeriu que em vez de investir em empresas que terceirizam mão-de-obra para competir com a Índia ou a China, o governo brasileiro deveria incentivar o desenvolvimento de exportação de tecnologia. Eu quero concorrer com Israel. Eu quero ser comparado a um dos países que desenvolvem mais tecnologia e não aos que exportam mão-de-obra, por ser mais barata aqui do que nos Estados Unidos. E nós temos um potencial enorme para isso. Essa é a bandeira que a Assespro defende, disse.
Fonte: Agência Brasil
Contato com o entrevistado pode ser feito através de sua assessoria de imprensa:
Cintia Amadio (cintia.amadio@notecomunicacao.com.br)
Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330 Tempestade Comunicação.
Ministro da Defesa defende engenharia do Exército
Nelson Jobim ressalta, porém, que a expertise das Forças Armadas não deve concorrer com as construtoras privadas
O Exército precisa de um cronograma permanente de obras para que seus batalhões de engenharia se mantenham em permanente aperfeiçoamento e conservem as tecnologias de ponta absorvidas nos últimos anos. A opinião é do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que considera "estratégica para o país" a expertise do Exército para obras. O ministro ressalta, porém, que apesar do grande conhecimento na área o Exército não deve concorrer com as construtoras privadas.
No final de janeiro, Jobim visitou as obras de duplicação da BR-101, nos estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba, além dos canteiros de obras do polêmico projeto de transposição do Rio São Francisco.
A tecnologia utilizada pelos engenheiros militares na BR-101 foi fornecida pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) ao Exército e aprovada por especialistas do Ministério dos Transportes.
Construída com uma camada superior de 22 centímetros de concreto em vez de asfalto, a pista é mais cara e mais difícil de ser construída. No entanto, a estimativa é de que sua vida útil dure de 40 a 50 anos, ao passo que uma rodovia convencional tem vida útil de dez anos.
A realização da obra pelo Exército foi determinada em 2005 pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, após a paralisação das licitações por disputas judiciais entre empreiteiras interessadas na obra. A ABCP treinou os soldados e deu toda a assessoria técnica para a execução da obra.
O engenheiro Carlos Roberto Giublin, gerente da Regional Sul da ABCP, foi deslocado da sua base em Curitiba para o local da obra, no nordeste brasileiro, onde o pavimento rígido foi usado em uma extensão de 150 quilômetros.
Segundo o comandante do 1.º Grupamento de Engenharia de Construção, general Jorge Ernesto Pinto Fraxe, a obra permite não apenas o treinamento dos oficiais, mas também dos civis que são contratados e dos militares temporários que são agregados à obra. Para o general, quem deixa o Exército após ter trabalhado em obras como essas sai capacitado para empregar-se na iniciativa privada. Fraxe diz que a engenharia do Exército não é nem melhor nem pior que as construtoras privadas. "Somos diferentes, somos construtores de cidadania", conclui.
Fonte: Agência Brasil
Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330 Tempestade Comunicação.