Congresso Brasileiro do Concreto discute sustentabilidade do concreto

Seminários focaram em apresentar soluções tecnológicas para mitigar emissões de carbono. Crédito: Ibracon

O Congresso Brasileiro do Concreto – edição Jubileu de Ouro foi realizado entre os dias 11 e 14 de outubro, em Brasília (DF). O evento trouxe como tema principal a “Sustentabilidade do Concreto em Defesa do Planeta” e celebrou os 50 anos do Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON), associação de profissionais e empresas que incentiva e propaga o conhecimento científico e tecnológico sobre o concreto.

O presidente do IBRACON, professor Paulo Helene, apontou que, ao mesmo tempo em que a produção e consumo de concreto por um país é um importante indutor de seu desenvolvimento econômico e social, é importante dialogar para encontrar as melhores soluções para mitigar as questões ambientais decorrentes da produção deste material de construção. 

Crédito: Ibracon

“O Brasil possui a indústria de cimento mais ecoeficiente do planeta, que, a partir de uma matriz energética limpa e aliada ao conhecimento técnico-científico e importantes iniciativas da engenharia nacional serão capazes de produzir o concreto mais sustentável do planeta”, declarou Helene.

Dentro deste contexto, o evento contou com a assinatura de dois importantes acordos de cooperação com duas entidades voltadas ao tema da sustentabilidade no ambiente construído. No contexto nacional, com o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), representado no ato do acordo pelo presidente, professor Vahan Agopyan. No contexto internacional, com o GLOBE - Consenso Global sobre o Ambiente Construído, representado por seu presidente, professor Michael Faber.

Tecnologia para mitigar emissões de carbono

Crédito: Ibracon

Durante o congresso, alguns seminários focaram em apresentar soluções tecnológicas para mitigar emissões de carbono – especialmente naquelas provenientes do concreto. Além disso, discutiram-se estratégias para aumento da durabilidade das estruturas e na redução das intervenções de manutenção.

Uma das soluções apresentadas foi a plataforma em desenvolvimento de indicadores para a análise do ciclo de vida (ACV). Durante o evento o presidente da Federação Internacional do Concreto Estrutural (fib), Akio Kasuga, falou sobre como diferentes aspectos da sustentabilidade estão sendo incorporados no Código Modelo fib 2020, a ser lançado no ano que vem, destacando principalmente as diretrizes relacionadas com a durabilidade do concreto e circularidade das estruturas de concreto (demolição e reuso).

Outra técnica mostrada durante o evento foi relacionada a aplicações de um concreto estrutural com “zero cimento”, isto é, cimento sem clínquer, componente responsável pelo grosso das emissões de dióxido de carbono. Quem apresentou este tema foi o vice-presidente da Sumitomo Mitsui, uma das mais importantes construtoras asiáticas, o engenheiro Kasuga. O profissional ainda falou sobre elementos pré-moldados sem armadura convencional, com fibras e protensão, com custo de duas a quatro vezes menor de manutenção, para aplicações em pontes. 

Ainda dentro do tema de redução de emissões, o presidente da União Internacional dos Laboratórios e Especialistas em Materiais Construtivos e Sistemas Estruturais (RILEM), Ravindra Gettu, abordou o concreto feito com o cimento ternário. De acordo com Gettu, este material substitui o clínquer por materiais cimentícios suplementares (cinzas volantes, escórias de alto forno e fíler calcário), como forma de reduzir as emissões de carbono.

“As adições promovem uma microestrutura menos porosa do concreto, dificultando a difusão de cloretos do ambiente para dentro das peças, o que prolonga o tempo para que esses cloretos atinjam as armaduras no interior das peças. Consequentemente, aumenta sua durabilidade, apesar de promoverem maior carbonatação, o que também favorece à captação e retenção dos gases de efeito estufa”, afirma.

O presidente do Instituto Americano do Concreto (ACI), Charles Nmai, defendeu também o uso de cimentos compostos para reduzir a pegada de carbono das estruturas de concreto, mas sobretudo decisões de dosagens do concreto baseadas no custo do ciclo de vida, ao invés do custo inicial, bem como em requisitos de desempenho, ao invés de especificações prescritivas.

Crédito: Ibracon

Segundo ele, as tecnologias para sustentabilidade estão disponíveis – agregados reciclados e combinação de vários aglomerantes – citando o One World Trade Center e o 432 Park Ave, em Nova York, como exemplos.

Pavimento de concreto

O pavimento rígido também foi tema durante o Congresso Brasileiro do Concreto. Durante o evento, ocorreu inclusive a assinatura de um Acordo de Cooperação Técnica entre a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) para a realização de estudos sobre métodos de dimensionamento de pavimentos de concreto para rodovias. 

Durante o Seminário de Infraestrutura, foi discutida também a previsão de investimentos para os setores de transporte rodoviário, ferroviário, portuário e aeroportuário, além dos investimentos em obras de saneamento e energia, para os próximos anos.

Obras de saneamento

O Seminário Concreto aplicado ao Saneamento Básico enfatizou a necessidade da melhora da qualidade e durabilidade das obras por meio de práticas recomendadas e normalização para projeto e execução de obras de concreto para saneamento. Durante a apresentação, discutiram-se os fatores que podem causar a deterioração precoce das obras do setor, além de soluções para manifestações patológicas.

“Precisamos de práticas recomendadas para que os investimentos em obras de saneamento tenham durabilidade, para que as obras entregues hoje não necessitem ser recuperadas em 2033 – que é o prazo final do novo Marco Legal do Saneamento.”, afirmou a gestora de qualidade da SABESP, a engenheira Silvia Benites.

Fontes

Paulo Helene é presidente do Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON). Ele também é engenheiro civil, professor titular da Universidade de São Paulo e diretor da PhD Engenharia

Ravindra Gettu é presidente da União Internacional dos Laboratórios e Especialista em Materiais Construtivos e Sistemas Estruturais (RILEM)

Charles Nmai é presidente do Instituto Americano do Concreto (ACI).

Silvia Benites é engenheira e gestora de qualidade da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP)

Contatos
IBRACON - paulo.helene@concretophd.com.br

RILEM - assistant@rilem.org

Instituto Americano do Concreto (ACI) - jose.carrasco@concrete.org

SABESP - comunicacao_sabesp@sabesp.com.br

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ABCP e DNIT assinam acordo para desenvolvimento do pavimento de concreto no país

Da esquerda para a direita, Valter Frigieri Junior e Paulo Camillo Penna (ABCP), Luiz Guilherme Rodrigues de Mello (DNIT) e Paulo Helene (Ibracon). Crédito: Divulgação (IBRACON)

O pavimento de concreto já tem apresentado competitividade com relação ao asfalto e, em 2022, foi destaque em alguns eventos como a Concrete Show e o 24º ENACOR – 47ª RAPv. Para difundir o uso deste material no Brasil, o Departamento de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) assinaram no dia 12 de outubro um Acordo de Cooperação Técnica, durante o 63º Congresso Brasileiro do Concreto, promovido pelo Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON).

O principal objetivo é aprofundar o estudo sobre o método de dimensionamento de pavimentos de concreto. Além disso, este acordo também inclui a revisão das especificações técnicas atuais, bem como a criação de novas para a implementação de melhores práticas e maior capacitação do setor. Sobretudo, o intuito é promover os benefícios que esse tipo de pavimento traz tanto para os usuários como para a administração pública. 

“A formalização desse acordo representa para a indústria, uma nova etapa do uso qualificado da tecnologia do pavimento de concreto, que reforçará ainda mais sua presença em distintas regiões, condições de tráfego, solo e clima. Nessa mesma direção, daremos continuidade ao desenvolvimento do pilar estratégico da inovação, tão valorizada pelo setor cimenteiro. Estamos convencidos da sinergia e da complementaridade dessa iniciativa", destaca o presidente da ABCP, Paulo Camillo Penna.

De acordo com o DNIT, hoje a demanda por asfalto é de 98%. Ao mesmo tempo em que há a possibilidade de uso de pavimento de concreto, há também oportunidade de readequação de rodovias já existentes por meio da técnica de whitetopping, na qual o pavimento de concreto é inserido por cima do asfalto deteriorado.

"É um convênio de extrema relevância para o DNIT que vem sedimentando essa parceria com a ABCP há muitos anos. Será um trabalho em conjunto com foco em alguns temas significativos, como a revisitação ao método de dimensionamento do pavimento rígido e avaliação de alguns documentos técnicos normativos que precisam ser atualizados. Além disso, trará o investimento em capacitação, que é um pilar que atuamos não só internamente como externamente", ressalta Luiz Guilherme Rodrigues de Mello, diretor de planejamento e pesquisa do DNIT.

Dos 47 mil quilômetros de rodovias planejadas no âmbito federal, 36 mil estão em fase de Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) e 22 mil quilômetros de rodovias prontas, que no futuro podem ser projetos com grande espaço para o Pavimento de Concreto sob a forma de Whitetopping, segundo dados do DNIT.

Competitividade e benefícios

De acordo com Alexsander Maschio, gerente regional Sul da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), se for levado em consideração o custo inicial, o preço do pavimento de concreto é em torno de 10% mais barato que o do pavimento flexível. “Se pensarmos na vida útil – em torno de 30 anos – o custo do concreto é 60% inferior por conta da baixa manutenção”, explica Maschio.

De acordo com o caderno técnico “Vantagens do Pavimento de Concreto”, feito pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR) em cooperação com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), as vantagens do pavimento de concreto são:  

  • Grande durabilidade com pouca manutenção;
  • Menos deformações nas vias; 
  • Melhor visibilidade por reflexão e economia de energia elétrica;
  • Melhoria da sensação térmica;
  • O concreto é totalmente reciclável ao fim de sua vida útil, além de não ter o risco de lixiviação, isto é, contaminação do lençol freático. 

Fontes

Paulo Camillo Penna é presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).

Luiz Guilherme Rodrigues de Mello é diretor de planejamento e pesquisa do Departamento de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Alexsander Maschio é gerente regional Sul da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).

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ABCIC lança “Coletânea de Obras Brasileiras – Pré-Moldados de Concreto”

Livro apresenta o descritivo e informações técnicas de mais de 90 obras do Brasil. Crédito: Divulgação

A Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC) lançou a 2ª edição do livro “Coletânea de Obras Brasileiras – Pré-Moldados de Concreto”. O título reúne diversos exemplos de obras brasileiras nesse sistema construtivo, ressaltando sua versatilidade e a amplitude das tipologias construtivas. A primeira edição foi publicada em 2008.

Ao longo das suas 180 páginas, o livro apresenta o descritivo e informações técnicas de mais de 90 obras do Brasil. De acordo com a ABCIC, estas construções mostram a importância do uso de concreto pré-fabricado para viabilizar obras em diversos segmentos, com criatividade, produtividade, qualidade, sustentabilidade, segurança e durabilidade. 

Durante o lançamento da obra, Felipe Cassol, presidente do Conselho Estratégico da ABCIC, apontou que a industrialização mostrou ser fundamental para a produtividade e evolução do setor da construção e que a entidade foi fundamental para esse reconhecimento e desenvolvimento. 

O prefácio é de autoria do arquiteto Paulo Eduardo Fonseca de Campos, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP). A apresentação e coordenação do livro ficou a cargo da engenheira Íria Doniak, presidente executiva da ABCIC. 

Prêmio Obra em Pré-Fabricados de Concreto

No primeiro capítulo, os leitores encontram informações sobre a história do Prêmio Obra em Pré-Fabricados de Concreto, que completou 10 anos em 2021. 

“A premiação apresenta o estado da arte em construções com o sistema construtivo e é um tributo às indústrias, aos projetistas de estruturas e aos arquitetos que utilizam a construção industrializada em concreto. Todas as obras vencedoras, menções honrosas e destaques do Júri estão relacionadas, com um breve descritivo e informações técnicas. Há ainda uma homenagem ao professor e engenheiro projetista de estruturas Augusto Carlos Vasconcelos, que foi um incentivador da premiação, membro do Júri e precursor na pré-fabricação em concreto no país”, explica a engenheira Íria Doniak, presidente executiva da ABCIC. 

Obras selecionadas

O segundo capítulo do livro seleciona 45 obras que possuem aspectos singulares e que possuem importância no setor de pré-fabricados de concreto. Elas foram divididas por categorias: Infraestrutura, Edificações de Múltiplos Pavimentos, Edifícios Garagem, Empresarial e Institucional, Equipamentos Esportivos, Shopping Centers e Centros Comerciais, Entretenimento, Concessionárias e Galpões Logísticos, Indústrias e Agronegócio. 

História da ABCIC

O terceiro capítulo retrata os 20 anos da ABCIC. “Ele apresenta as ações realizadas ao longo dessas duas décadas, sua linha de atuação e sua contribuição em prol do pré-fabricado de concreto no Brasil. Também ressalta o trabalho desenvolvido em cada gestão para o desenvolvimento e consolidação da industrialização e do incentivo à produtividade na construção civil nacional”, pontua Íria.

Durante o lançamento da obra, Íria comentou que dois princípios importantes que têm norteado as ações da ABCIC são o de nunca desprezar os pequenos começos por maiores que possam parecer os desafios e celebrar as conquistas com gratidão. Além disso, ela destacou a importância das lideranças da entidade que, ao longo dos anos em sua diversidade e competência, auxiliaram em todo o processo de desenvolvimento e na relevância de parceiros, pois outra premissa é o ambiente colaborativo em prol do desenvolvimento da construção civil.

Fontes

Íria Doniak, presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC)

Felipe Cassol, presidente do Conselho Estratégico da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC)

Foto Livro ABCIC: Livro apresenta o descritivo e informações técnicas de mais de 90 obras do Brasil

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Uso de aditivos do concreto deve observar fatores como transporte e aplicação

A especificação do aditivo deve seguir o conhecimento das necessidades requeridas para o transporte, aplicação, durabilidade e sustentabilidade. Crédito: Envato

Em 2019, foi finalizada a revisão da norma NBR 11768 de 2011, referente ao uso de aditivos para concreto. “Esta revisão incluiu vários aditivos que não estavam contemplados na versão anterior. Ou seja, tornou-se uma norma mais completa ao inserir novas tecnologias de aditivos presentes no concreto das construções modernas”, explica Rogério Venâncio, gerente técnico GCP - LATAM. 

Segundo Venâncio, a nova NBR 11768 está composta por três partes. “A parte um estabelece os requisitos gerais e específicos que o aditivo deve cumprir no compósito cimentício, sempre comparando uma mistura com e sem aditivo. Na parte dois, o usuário tem um guia de como realizar uma avaliação comparativa do desempenho do aditivo em função dos materiais disponíveis em cada região. E finalmente na parte três, são definidos os critérios de como realizar ensaios físicos e químicos diretamente no aditivo”, comenta Venâncio.

Especificações dos aditivos

De acordo com Venâncio, a especificação deve seguir o conhecimento das necessidades requeridas para o transporte, aplicação, durabilidade e sustentabilidade.  

“Por exemplo, para aumentar o tempo de transporte do concreto, sem prejudicar suas características em estado fresco e endurecido, temos os aditivos controladores de hidratação. Para uma aplicação mais produtiva em obra, pode-se utilizar concretos bombeáveis aumentando sua fluidez com uso de aditivos redutores de água tipo 2 (Superplastificantes). A durabilidade pode ser aumentada, por exemplo, com a utilização de aditivos incorporadores de ar, redutores de permeabilidade entre outros”, observa Venâncio.

Com relação à sustentabilidade, o técnico sugere que é possível utilizar redutores de água tipo 2, que além de reduzir a quantidade de água no m³ do concreto, possibilita reduzir o consumo de aglomerantes (cimentos + adições) sem prejuízos às resistências mecânicas.

Vantagens do uso de aditivos

Existem várias vantagens para o uso de aditivos, como econômicas e técnicas.

“As vantagens econômicas estão relacionadas com a redução do custo do concreto. Atualmente, praticamente 100% das empresas de concreto dosado em central CDC utilizam aditivos em suas formulações de concreto. Sempre buscando otimizar o consumo de cimento que é o componente mais custoso do concreto”, explica Venâncio.

As vantagens técnicas são várias, segundo Venâncio, uma vez que a diminuição da demanda de água do concreto traz as seguintes consequências: a diminuição da fissuração, aumento da durabilidade e das resistências mecânicas. “Outra vantagem é o aumento da fluidez e consequente facilidade de bombeamento do concreto e aumento da produtividade na aplicação”, destaca Venâncio.

Existe também a possibilidade de reaproveitar concretos ainda em estado fluido (concreto que retorna da obra) com a utilização dos aditivos controladores de hidratação CH. “Esta prática já está contemplada e assegurada por normas nacionais e internacionais contribuindo para que estes concretos retornados não sejam mais destinados ao ambiente”, pontua Venâncio.

Fontes

Rogério Venâncio é gerente técnico GCP – LATAM e é coordenador da Comissão de Estudo responsável pela revisão da NBR 11768.

Contato: rogerio.venancio@gcpat.com

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Estádios da Copa 2022 se destacam pela sustentabilidade

A Copa do Mundo 2022, sediada no Qatar, ficou famosa pelas obras de infraestrutura e soluções inteligentes, como é o caso da cidade de Lusail, que foi construída do zero.  Neste cenário, outra característica comum das construções é a preocupação com a sustentabilidade – todos os estádios foram pensados de forma a serem reaproveitados após o torneio. Além disso, algumas partes poderão ser removidas e doadas para a construção de centros esportivos em outros países. 

Enquanto a bola não rola no campo, vale conferir as características de cada estádio: 

Estádio Khalifa foi reformado, mas manteve seus arcos duplos. Crédito: FIFA World Cup/ Qatar 2022

Estádio Khalifa

Construído em 1976, este estádio já recebeu os Jogos Asiáticos, a Copa do Golfo e o Campeonato Mundial de Atletismo da IAAF. Para receber os jogos da Copa de 2022, ele passou por uma extensa reforma. No entanto, os arcos duplos do estádio permaneceram intactos após a remodelação e agora foram complementados por um amplo dossel que suporta a integração do novo sistema de refrigeração do estádio.

Após a reforma, ele ganhou 10.450 novos assentos (capacidade de 40.000 lugares), além de uma nova fachada. Para oferecer uma experiência ainda melhor, conta também com um novo sistema de iluminação LED. O estádio obteve a certificação Global Sustainability Assessment System (GSAS).

Estádio de Lusail tem design inspirado nas tigelas artesanais encontradas em todo o mundo árabe e islâmico. Crédito: FIFA World Cup/ Qatar 2022

Estádio Nacional de Lusail

Localizado na cidade de Lusail, que foi construída do zero para a Copa do Mundo, o estádio tem seu design inspirado nas tigelas artesanais encontradas em todo o mundo árabe e islâmico. As interações de luz fazem referência às lanternas fanar da região. Com o passar do tempo, o exterior dourado irá desaparecer, replicando o artesanato de metal envelhecido para criar um local vivo com caráter cultural. O local será cenário da partida mais importante do torneio: o jogo da final. 

Inaugurado em setembro de 2022, ele conta com 80.000 lugares. Após a Copa, ele será transformado em um espaço comunitário de escolas, lojas, cafés, instalações esportivas e clínicas de saúde. Esta é uma forma de reforçar o compromisso do Qatar com o desenvolvimento sustentável. 

Estádio Al Bayt remete às tendas utilizadas pelos beduínos do Qatar. Crédito: FIFA World Cup/ Qatar 2022

Estádio Al Bayt

Seu estilo é inconfundível: o design deste estádio remete às tendas utilizadas pelos beduínos do Qatar e da região do Golfo, uma homenagem ao passado do país. 

Com capacidade para 60 mil pessoas, ele conta com coberturas leves que se estendem em direção ao campo em conjunto com um teto retrátil. Um de seus diferenciais é o sistema de resfriamento, que possibilita ter temperaturas confortáveis dentro do estádio sem utilizar energia extra. 

Após o fim da Copa 2022, a camada modular superior será removida. O material será reaproveitado para criar instalações esportivas no Qatar e no exterior. Além disso, o saguão superior do estádio será convertido em várias instalações. O nível do camarote, por exemplo, será transformado em um hotel cinco estrelas, enquanto um shopping center, praça de alimentação, academia e salão multiuso serão incorporados ao prédio do estádio. Um importante hospital de medicina esportiva será inaugurado também.

O estádio recebeu uma classificação de cinco estrelas por seu projeto e construção do Sistema de Avaliação de Sustentabilidade Global (GSAS), juntamente com uma classificação de Classe A por seu processo de construção e um certificado de Conformidade do Índice de Eficiência Energética Sazonal.

Estádio Al Thumama é inspirado no tradicional gahfiya, uma touca trançada usada pelos homens do Oriente Médio. Crédito: FIFA World Cup/ Qatar 2022

Estádio Al Thumama

Assim como os demais estádios da Copa de 2022, ele também traz elementos da cultura no local em seu design. Neste caso, ele é inspirado no tradicional gahfiya, uma touca trançada que constitui uma parte importante do traje tradicional masculino do Oriente Médio.

Da mesma forma que aconteceu nos outros estádios, o Al Thumama ganhará outros usos após o torneio. Sua capacidade será reduzida para 20 mil lugares, com os assentos adicionais sendo doados para nações em desenvolvimento. Além disso, um hotel boutique substituirá os assentos superiores do estádio e ganhará uma filial de uma clínica esportiva. Dessa forma, o estádio continuará a servir a comunidade muito depois do final da Copa do Mundo.

Estádio do Porto de Doha foi pensado para ser totalmente desmontado. Crédito: FIFA World Cup/ Qatar 2022

Estádio do Porto de Doha (Ras Abu Aboud)

Com capacidade para 40 mil pessoas, uma das curiosidades a respeito deste estádio é que ele foi pensado para ser totalmente desmontado. Moldado a partir de 974 contêineres do porto de Doha, ele conta com blocos modulares desmontáveis e assentos removíveis. 

Posteriormente, todas estas partes poderão ser doadas para outras regiões ou países para a construção de outros tipos de infraestrutura. 

Estádio da Cidade da Educação tem fachada com triângulos que formam padrões geométricos semelhantes a diamantes. Crédito: FIFA World Cup/ Qatar 2022

Estádio da Cidade da Educação

A fachada do estádio apresenta triângulos que formam padrões geométricos complexos, semelhantes a diamantes, que parecem mudar de cor com o movimento do sol no céu. Inclusive, é possível fazer até uma analogia com o diamante, uma vez que ele representa qualidade, durabilidade e resiliência – algumas das características da obra. 

A parte superior modular da construção será removida, com os assentos doados a um país carente em infraestrutura esportiva. O estádio se tornará um centro esportivo para a comunidade local, incluindo alunos e professores. O Education City Stadium contará com tecnologia de refrigeração de última geração.

Design do Estádio Al Janoub homenageia barcos de pesca de pérolas de Al Wakrah. Crédito: FIFA World Cup/ Qatar 2022

Estádio Al Janoub

A cidade de Al Wakrah, onde o estádio está localizado, é conhecida como um centro de mergulho e pesca de pérolas. Para homenagear os barcos da região, ou “dhow”, o design do estádio se inspirou nestes elementos. Além disso, a construção priorizou materiais naturais e madeira. 

Após o torneio, a capacidade do Al Janoub será reduzida, com assentos doados para outros projetos esportivos ao redor do mundo. Além do futebol, o local é cercado por um parque exuberante com instalações esportivas e de lazer que beneficiarão toda a comunidade nos próximos anos. 

Estádio Ahmad Bin Ali se inspirou nos símbolos culturais do Catar. Crédito: FIFA World Cup/ Qatar 2022

Estádio Ahmed bin Ali (Al-Rayyan)

O Estádio Ahmad Bin Ali se inspirou nos símbolos culturais do Catar para criar um estádio que reflete o deserto e a beleza cultural que o cerca. O estádio, que fica à beira do deserto, está conectado à cidade por meio de uma nova ferrovia.

Com 40.000 lugares, o estádio foi construído especificamente para a Copa do Mundo da FIFA Qatar 2022™ e substituiu o estádio original que estava lá. A área também abriga um novo shopping, The Mall of Qatar. Após o torneio, a capacidade do estádio será reduzida pela metade para torná-lo mais adequado para uso da comunidade local.

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=ZMyRq37yViU 

Fontes

FIFA World Cup/ Qatar 2022

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Museu do Ipiranga é inaugurado após reforma

Concretagem da laje do edifício chegou a ter 15 etapas
Concretagem da laje do edifício chegou a ter 15 etapas. Crédito: Natalia Cesar

Após nove anos fechado para visitação, o Museu do Ipiranga na cidade de São Paulo, foi reinaugurado em setembro de 2022. Com as obras iniciadas em 2019, ele passou por um processo de restauração e modernização. Agora, o museu conta com uma área construída dobrada e área expositiva triplicada, além de acessibilidade a todos os pavimentos do edifício, e a recuperação do Jardim Francês e suas fontes.

“A edificação histórica passou por uma grande restauração e modernização. Além disso, ela recebeu uma edificação nova que adentra pelo museu. Por isso, o projeto contou com uma equipe de restauração que cuidou do Edifício-Monumento, e uma equipe de obra, que fez o prédio novo. São conhecimentos diferenciados que estão trabalhando em áreas específicas”, explica Maria Aparecida Soukef, diretora de operações da Concrejato Engenharia.  

O custo da reforma é estimado em R$ 235 milhões – além dos recursos incentivados, que são a maioria, há investimentos privados sem incentivo fiscal e também aportes públicos. 

Etapas e desafios da obra e da restauração

Pinturas embaladas: dois grandes quadros precisaram ser embalados para a restauração, “A Conversão do Apóstolo Paulo a Caminho de Damasco” e “Partida da Monção”, uma vez que elas não podem ser retiradas pela porta devido ao seu tamanho. 

Proteção dos ambientes: para a reforma, foi preciso proteger tudo aquilo que permaneceria no ambiente, como pisos e móveis. Além disso, as portas foram retiradas para a restauração. 

Retirada dos degraus: por meio de um processo minucioso, os degraus da escadaria frontal foram retirados. “Fizemos recadastramento topográfico, depois mapeamos todas as pedras, enumerando todas elas. Em seguida, fizemos a retirada delas uma a uma. Elas ficaram alinhadas e guardadas desta forma”, aponta Maria Aparecida.   

Retirada do asfalto: este material foi retirado e deu lugar a um piso de mosaico português. “Trata-se de um projeto sustentável no sentido de inserir elementos que possibilitam a ventilação e drenagem do museu”, afirma Maria Aparecida.  

Escoramento da murada: esta etapa é feita para que ela fique preservada, uma vez que será a porta de entrada do museu. “A contenção é o que vai dar suporte e condições de se implantar a ampliação do prédio que vai ligar o Museu ao Edifício-Monumento”, declara Maria Aparecida. 

Restauração da fachada: Para Wallace Caldas, arquiteto restaurador na Velatura Restaurações, um grande desafio é iniciar uma ação de restauração de fachada, sendo que o entorno, muito próximo ao prédio, estava em processo de escavação. O plano foi criar um projeto de andaimes que facilitasse o movimento horizontal das pessoas dentro da infraestrutura. 

Execução da sobre cobertura: o museu recebeu mais um andar, com ocupação arquitetônica com salas expositivas, uma passarela ligando os dois torreões. “Para isso, foi necessário montar uma sobre cobertura provisória para desmobilizar o telhado. As telhas foram removidas e levadas à oficina de cobre para restauro e recuperação. Depois este material reciclado foi reaproveitado em um novo telhado”, comenta Frederico Martinelli, engenheiro civil da Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (FUSP). 

Testes de pintura: a especificação da cor do prédio é baseada em prospecções. Foram feitos quatro testes e foi eleito um tom híbrido, intermediário, juntamente com os tons das portas. 

Porão: originalmente, o prédio foi construído com um porão que não era habitável, era apenas para ventilação. Na década de 1950, ocorreu uma ocupação no local para aumentar o espaço expositivo do museu, só que de uma forma incorreta. “Eles romperam fundações do prédio e causaram patologias que agora estão sendo arrumadas. Neste projeto, optamos por recuperar o espaço de ventilação do subsolo. Previmos todas as instalações correndo como uma grande galeria. Então por ali passam todas as instalações elétricas, de automação e hidráulicas. Essa galeria se distribui ao longo do prédio e vai subindo sala a sala pontualmente” destaca Mauro Halluli, arquiteto da FUSP. 

Concretagem da laje do edifício ampliação: faz parte da esplanada que foi recomposta. “Tivemos 15 etapas de concretagem desde o início da obra. Chegamos a ter fases com até 59 caminhões. Como esse concreto é pigmentado, ele vem da usina já nessa cor especificada e ele não pode secar dentro do caminhão. Conforme um acaba, o outro já tem que iniciar novamente. Por este motivo, tem que ser tudo concretado no mesmo dia”, destaca Halluli. 

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=83fXs9aj0Fs

Fontes

Maria Aparecida Soukef é diretora de operações da Concrejato Engenharia

Wallace Caldas é arquiteto restaurador na Velatura Restaurações

Frederico Martinelli é engenheiro civil da Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (FUSP)

Mauro Halluli é arquiteto da Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (FUSP)

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Indústria cimenteira comercializa 5,5 milhões de toneladas em setembro

Cenário de franca recuperação de empregos e do Produto Interno Bruto e o arrefecimento da inflação têm potencial para reduzir a queda de vendas de cimento. Crédito: Envato

Em agosto de 2022, a indústria cimenteira no país registrou alta de 0,1% na comercialização do material, quando comparado ao mesmo mês do ano passado, segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC). Foram 5,9 milhões de toneladas vendidas no período. Entretanto, no mês de setembro, a comercialização do cimento registrou queda de 3,8% em relação ao mesmo mês de 2021, atingindo 5,5 milhões de toneladas comercializadas. 

Por outro lado, ao observar o despacho de cimento por dia útil em setembro, o resultado foi de 238,4 mil toneladas. Isto significa um aumento de 1,6% em comparação a agosto e uma queda de 3,5% sobre o mesmo mês do ano passado. No acumulado de janeiro a setembro foram vendidas 47,7 milhões de toneladas.

Vale lembrar que o ano de 2021 foi extremamente positivo para o setor da construção civil. Um bom exemplo disso é que o Produto Interno Bruto (PIB) da construção cresceu 9,7% em 2021, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para 2022, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) projeta nova expansão de 3,5% para o setor.

Retomada

De acordo com o SNIC, um cenário de franca recuperação de empregos e do Produto Interno Bruto e o arrefecimento da inflação têm potencial para reduzir a queda de vendas de cimento para o patamar de 2%.

“Para a retomada do crescimento do setor é necessário o investimento no desenvolvimento urbano e de infraestrutura. É fundamental elevar a presença do cimento em programas habitacionais, como o uso da parede de concreto, que traz ganhos de produtividade e sustentabilidade para a construção civil. Além disso, é imprescindível incluir o pavimento de concreto como opção nas licitações de ruas e rodovias, por ser um método construtivo de maior durabilidade, mais econômico, que exerce o menor impacto ambiental e ainda traz conforto e segurança para os usuários”, afirma Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC. 

Desafios

Um dos desafios que a indústria do cimento vem enfrentando diz respeito à economia mundial, uma vez que os países tentam conter a inflação elevando suas taxas de juros, comprometendo assim, o crescimento da atividade econômica no mundo. De acordo com o SNIC, o reflexo negativo permanece com altos patamares nos preços de insumos energéticos. Na mesma direção, as matérias primas que integram o processo produtivo do cimento mantiveram alto percentual de reajuste desde 2020.

Índices de confiança

No que diz respeito aos indicadores de confiança, o índice do consumidor, levantado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), subiu em setembro pelo quarto mês consecutivo, atingindo o melhor nível desde janeiro de 2020. Ao mesmo tempo, o índice da confiança da construção alcançou o maior patamar desde novembro de 2012. Um dos segmentos que teve recuperação foi o de edificações, que mostrou uma confiança semelhante ao alcançado no início de 2014.

Utilização de combustíveis alternativos

Uma das formas de reduzir os custos do cimento é por meio da utilização de combustíveis alternativos em substituição aos fósseis. De acordo com o SNIC, a matriz energética do setor já reaproveita 28% de resíduos industriais, urbanos e biomassas em seu processo produtivo. A recuperação destes resíduos faz parte da economia circular contribuindo diretamente para a erradicação de lixões, geração de renda e redução da emissão de gases do efeito estufa.

Fonte

Paulo Camillo Penna é presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC). 

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Assessoria de imprensa SNIC – daniela.nogueira@fsb.com.br

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Marina Pastore
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Cientistas usam materiais biodegradáveis para construir paredes

Baharlou estabeleceu um sistema de fabricação de manufatura aditiva para imprimir em 3D grandes estruturas.
Baharlou estabeleceu um sistema de fabricação de manufatura aditiva para imprimir em 3D grandes estruturas.
Crédito: Tom Daly/ Universidade de Virgínia

É comum vermos edifícios verdes com jardins verticais ou até mesmo com vegetação no topo. Mas já pensou em construir usando porções de terra impregnadas de sementes? É o que os pesquisadores da Universidade da Virgínia (UVA) - estado da Virginia – EUA propõem. Eles criaram um método de impressão 3D com terra cheia de sementes. Este material pode ser utilizado para criar paredes e telhados repletos de vegetais.

Os protótipos construídos pelos pesquisadores começam parecendo estruturas comuns de terra bruta. Mas, ao longo de alguns dias, eles brotam e ficam cobertos de vegetação. Elementos como paredes e telhados verdes podem ser construídos usando esse método, trazendo benefícios como isolamento natural, prevenção de inundações e espaços verdes para pessoas, polinizadores e outros animais, de acordo com a UVA.

A grande pergunta que motivou o estudo partiu de Ji Ma, professor assistente de ciência e engenharia de materiais da Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas da UVA: “Por que temos que fazer com que a estrutura ou o edifício seja separado da natureza em que se encontra?”

Para responder a essa pergunta, Ma firmou uma parceria com David Carr, professor pesquisador do Departamento de Ciências Ambientais da UVA, e Ehsan Baharlou, professor assistente da Escola de Arquitetura da UVA. Ele também recrutou um de seus alunos, Spencer Barnes, que se juntou ao grupo de pesquisa de Ma no primeiro ano de graduação e obteve seu bacharelado em engenharia aeroespacial em maio de 2022.

Juntos, eles provaram que a impressão 3D de estruturas geometricamente complexas feitas de solo e sementes é factível - introduzindo uma inovação fundamental na construção de base biológica.

Construção circular de base biológica 

A equipe de pesquisa da UVA está levando a impressão 3D para um passo adiante, ao combinar a velocidade da manufatura aditiva, a eficiência de custos e as demandas de baixa energia com materiais de base biológica com recursos locais. Essa filosofia e abordagem de design estão alinhadas com uma prática de economia circular.

“Mudamos para ‘tintas’ à base de solo para obter benefícios adicionais da manufatura aditiva circular”, disse Baharlou. “Estamos trabalhando com solos e plantas locais misturados com água; a única eletricidade que precisamos é para mover o material e fazer funcionar uma bomba durante a impressão. Se não precisarmos de uma peça impressa ou se não tiver a qualidade certa, podemos reciclar e reutilizar o material no próximo lote de tintas”, completou.

Processo

Para realização do estudo, foi utilizado um laboratório de manufatura aditiva sofisticado, que desenvolve diversos trabalhos com impressão a laser. Barnes realizou experimentos com tintas à base de terra, usando uma impressora 3D do tamanho de uma mesa. Ele explorou duas abordagens principais: impressão do solo e sementes em camadas sequenciais e misturando sementes e solo antes de imprimir. Ambas as abordagens funcionaram. 

Primeiro, Barnes produziu um protótipo cilíndrico, mais ou menos do tamanho de uma lata de refrigerante. Baharlou então propôs estruturas de solo de impressão 3D com geometrias mais complexas, como cúpulas. 

Apoiado pelo Laboratório de Fabricação da Escola de Arquitetura, ou FabLab, Baharlou estabeleceu um sistema de fabricação de manufatura aditiva para imprimir em 3D grandes estruturas. A peça central do sistema de fabricação é um robô industrial com alcance de 3 a 4 pés (aproximadamente de 90 a 127 cm), que pode depositar materiais de acordo com os objetivos desejados para uma estrutura, como espaço, função e geometria. Baharlou modificou esse sistema para criar uma impressora que combinava uma extrusora com um braço robótico industrial para conduzir os experimentos da estrutura do solo.

Mais recentemente, Ma e Baharlou ganharam uma bolsa 3Cavaliers com Tomonari Furukawa, professor de engenharia mecânica e aeroespacial da UVA, para realizar pesquisas em Construção Ecológica. Eles preveem a instalação do sistema de impressão 3D de Baharlou em um robô em movimento. Uma plataforma móvel pode permitir a impressão em 3D de estruturas complexas e multifacetadas. Baharlou e Ma também estão realizando experimentos com outros materiais biodegradáveis, incluindo cânhamo.

Fonte

Universidade de Virgínia – School of Architecture

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arch-web@virginia.edu

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Marina Pastore
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Número de novos imóveis comercializados no Brasil aumentou 18%

Segmento comercial teve alta expressiva de 103,0% em relação à primeira metade de 2021.
Crédito: Envato

Ao comparar o primeiro semestre de 2022 com o mesmo período do ano anterior, o número de novos imóveis comercializados no Brasil aumentou 18%, de acordo com informações compartilhadas por 18 empresas associadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Ao todo, foram vendidas 87.655 unidades nos seis primeiros meses do ano. 

Além disso, se forem contabilizados somente os lançamentos, este número é de 62.414 unidades, volume que representa um incremento de 3% em relação aos seis primeiros meses de 2021.

“O volume de financiamentos de imóveis novos no 1º semestre deste ano cresceu 5% em relação ao mesmo período de 2021. Apesar da alta na Selic, que subiu de 2% (2021) para 13,75% (agosto/22), o aumento na taxa de financiamento imobiliário foi inferior a 2% ao ano”, explica Luiz França, presidente da Abrainc. 

Mercado residencial

Segundo a Abrainc, ao avaliar o mercado residencial, têm-se que empreendimentos associados ao Programa Casa Verde Amarela (CVA) foram responsáveis pela maior parcela das unidades lançadas (60,4%), comercializadas (72,7%) e entregues (90,1%) no primeiro semestre de 2022.

Com relação aos empreendimentos residenciais associados ao perfil de médio e alto padrão (MAP), o setor lançou 24.735 unidades, o que significa um crescimento de 19,9% em relação ao mesmo período de 2021.

Mercado comercial

O mercado comercial teve uma alta bastante expressiva, de acordo com dados da Abrainc: foram 23.461 unidades vendidas até junho de 2022, o que corresponde a uma alta expressiva de 103,0% em relação à primeira metade de 2021.

“Tais resultados são reforçados pelos números do segmento no âmbito das vendas líquidas, com um crescimento de 108,3%, e das entregas, com avanço de 17,8% no balanço parcial do ano”, aponta o relatório da Abrainc

Relação distratos-vendas

Mesmo em um cenário desafiador de aumento das taxas de juros, as relações médias de distratos-vendas apuradas no primeiro semestre de 2022 (10,9%) e nos últimos 12 meses encerrados em junho (10,2%) encontram-se nos menores patamares da série histórica dos Indicadores Abrainc-Fipe, iniciada em 2014.

No acumulado de 222, dentre os distratos, 25,8% eram referentes a imóveis de médio e alto padrão, enquanto 71,1% eram do Casa e Verde Amarela. 3,1% pertenciam a outros segmentos ou eram imóveis sem informação. 

“O já esperado aumento do número de distratos do segmento (diante do aumento dos lançamentos e do cenário macro desafiador) foi ofuscado por um incremento muito mais expressivo das unidades comercializadas, colaborando para os resultados apresentados”, destaca França. 

Fonte
Luiz França é presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).Contato
Abrainc - indicadoresabrainc@fipe.org.br

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Como funciona a moradia por assinatura?

Este tipo de empreendimento geralmente é voltado para nômades digitais e pessoas que estão se estabelecendo numa cidade.
Crédito: Envato

Já pensou poder alugar um apartamento de forma quase instantânea, sem a necessidade de um fiador ou outras burocracias? É isto que propõe o modelo de moradia por assinatura

“É uma modalidade que está entre o aluguel e o formato como o Airbnb, que é baseado em diárias. São modelos muito flexíveis, que podem ter duração de uma semana, sem duração fixada e a pessoa pode cancelar a qualquer momento. Essa é a principal característica. Normalmente, é um pacote bastante completo em termos de internet, TV por assinatura, serviços inclusos, limpeza e tantas outras coisas. O tempo mínimo de estadia varia de acordo com cada plataforma”, explica Arthur Igreja, especialista em inovação e tendências.

Para Igreja, as principais diferenças têm a ver com a facilidade. “Normalmente são plataformas que conseguem mediar esses acordos com muita velocidade e essa flexibilidade em relação às variáveis de tempo, contrato, não necessidade de fiador”, pontua Igreja. 

De acordo com dados do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), 80% dos jovens entre 16 e 24 anos não querem ter casa própria. Ao mesmo tempo, 82 mil imóveis foram lançados em 2021 somente na cidade de São Paulo, segundo dados do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Imóveis (Secovi-SP). Ainda, nos últimos seis anos, levantamento realizado por pesquisadores da USP, apontou que mais de 250 mil imóveis com até 45 m² foram lançados na capital paulista. Todos estes dados mostram um cenário bastante propício para os imóveis por assinatura. 

Público-alvo

Este tipo de empreendimento geralmente é voltado para nômades digitais, pessoas que estão se estabelecendo numa cidade, pessoas que querem passar um tempo em outra cidade, seja para trabalhar, para conhecer o ambiente, para dar uma variada, segundo Igreja. “Ainda, há pessoas que estão eventualmente trabalhando num projeto por um determinado período em uma cidade. Há também pessoas que querem conhecer mais profundamente uma cidade, querem passar mais tempo lá”, afirma Igreja. 

Principais vantagens

Do ponto de vista do cliente, ele tem menos burocracia. “Ele consegue ter mais serviços, além de se estabelecer e trocar de lugar com mais velocidade, se ele desejar”, destaca Igreja. 

Para a empresa, dependendo de como ela ofertar, ela consegue um rendimento melhor do que ela conseguiria simplesmente alugando o espaço, já que ela deixa o espaço bastante completo. “Pelo fato de numa ponta você não cobrar fiador ou multas excessivas, permite agregar um valor interessante à cobrança”, conclui Igreja. 

Entrevistado

Arthur Igreja é palestrante em mais de 150 eventos por ano como o TEDx no Brasil, Europa, Estados Unidos e América do Sul. É autor do best-seller sobre inovação ”Conveniência é o nome do Negócio” e co-fundador da plataforma AAA Inovação com Ricardo Amorim. Arthur é colunista na Rádio CBN. Possui Masters in International Business nos EUA pela Georgetown University, Corporate Masters of Business Administration na Espanha pela ESADE, Mestrado Executivo em Gestão Empresarial pela FGV, certificação executiva em Harvard e Cambridge, pós-MBA em Negociação pela FGV e MBA pela FGV.

Contato
Assessoria de imprensa - flaviagavioli@uol.com.br

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